Por que este neurocientista passa os dias fazendo cócegasmerkur24 casinoratos:merkur24 casino

Para um dia atingir esse nívelmerkur24 casinoconhecimento, Ishiyama busca esclarecer perguntas mais simples como: por que as cócegas provocam risos? As risadas causadas por cócegas são diferentes daquelas baseadasmerkur24 casinohumor? Por que não podemos fazer cócegasmerkur24 casinonós mesmos? Até o momento, a pesquisa encontrou algumas respostas relevantes sobre um tema debatido há maismerkur24 casinodois mil anos.

Um debate antigo

Em Das Partes dos Animais, escrito por voltamerkur24 casino350 antesmerkur24 casinoCristo, o filósofo Aristóteles afirmou que as cócegas "perturbam a ação mental ao ocasionarem movimentos independentesmerkur24 casinovontade". O sábio grego relacionou o fenômeno à "sensibilidade" da pele humana.

Alguns milênios depois, o biólogo evolucionista Charles Darwin e o fisiologista Ewald Hecker defenderam a existênciamerkur24 casinouma conexão entre humor e cócegas, uma vez que muitas pessoas riem ao serem estimuladas desta forma.

Ishiyama marcoumerkur24 casinocontribuição na área com a modernidade já a seu favor. Com equipamentos para medir a atividade cerebralmerkur24 casinoratos, ele pôde avançarmerkur24 casinopesquisas iniciadas na décadamerkur24 casino1990, à época limitadas pela ausênciamerkur24 casinotecnologia adequada. Seu estudo acabou identificando a parte do cérebro dos roedores responsável pela sensaçãomerkur24 casinocócegas e conseguiu desencadear "risadas" nos ratos apenas com estímulos elétricos, sem tocá-los.

O riso dos ratos estudados possui uma frequência tão alta que o ouvido humano sequer é capazmerkur24 casinoescutá-lo. Suas vocalizações ultrassônicas ultrapassaram a frequênciamerkur24 casino50kHz, enquanto a nossa audição percebe sonsmerkur24 casinoaté 20kHz.

Esses ruídos indicam uma resposta emocional positiva às cócegas ("formas primitivasmerkur24 casinoalegria",merkur24 casinotermos técnicos). Ou seja, há indíciosmerkur24 casinoque os ratos gostammerkur24 casinosentir cócegas. "Eles também vocalizam quando recebem alimentos, água com açúcar ou quando interagem com amigos ratos", explica Ishiyama.

Outra evidência desse sentimento positivo é que no experimento mais recente eles só recebem cócegas se acionarem um botão/campainha emmerkur24 casinogaiola. No estudo anterior, eram estimulados involuntariamente.

"A quantidademerkur24 casinovezes que o botãomerkur24 casinocócegas é acionado depende do rato, do humor emerkur24 casinocomo eles relacionam as cócegas ao botão", detalha Ishiyama. "Tive um rato que apertava bastante, dezenasmerkur24 casinovezes por dia. Ele até me cansava um pouco", revela o cientista, aos risos.

Essa vontademerkur24 casinoreceber cócegas pode estar associada à liberaçãomerkur24 casinodopamina no cérebro dos ratos, o que os influencia a acionar o botão. "As pessoas costumam dizer que a dopamina é um composto químicomerkur24 casinoprazer, mas na verdade é mais próximo da motivação ou do vício", explica o neurocientista. "Se você está viciadomerkur24 casinochecar o Facebook, isso não é,merkur24 casinosi, algo divertido. É só uma repetição", diz.

A diversão e o prazer estão mais relacionadas à produçãomerkur24 casinoopióides naturais no cérebro, mas ainda não há confirmação se esses compostos são liberados durante as cócegas.

"Logo, não sabemos se os ratos sentem prazer [ao receberem cócegas], mas a vocalização deles indica uma emoção positiva", afirma Ishiyama. Ainda assim, o interesse deles no estímulo não é infinito. Após 30 minutosmerkur24 casinocócegas, eles costumam pararmerkur24 casinoapertar botão, o que sugere uma correlação entre as risadas provocadas por cócegas e o humor dos roedores.

Nem todas as cócegas são iguais

Ishiyama estuda um tipomerkur24 casinocócegas chamado "gargalesis", aquele que induz o riso ao estimular algumas partes do corpo como as axilas. Ele é diferente da categoria "knismesis", cujas reações são estimuladas por um leve toque na pele e não costumam provocar risadas. O primeiro tipo é bem mais misterioso. "Ele pode ser visto apenasmerkur24 casinoum grupo limitadomerkur24 casinoanimais altamente sociáveis como macacos, ratos e humanos", afirma o neurocientista.

A principal descoberta do estudo foi identificar o córtex somatossensorial (a maior representação neural tátil dos mamíferos) como a parte do cérebro responsável pela sensaçãomerkur24 casinocócegas. Os cientistas envolvidos na pesquisa também concluíram que aquela região pode estar mais relacionada ao processamentomerkur24 casinoemoções do que se pensava.

No caso das cócegas, o córtex somatossensorial processa informações enviadas pela pele. Aquela área do cérebro é como um mapamerkur24 casinotodas as regiões do corpo. "Cada um dos pontos representa uma parte do corpo", diz Ishiyama. "Os neurôniosmerkur24 casinoum círculo específico reagem [ao estímulo nas regiões equivalentes do corpo]", ele completa.

Os ratos são mais sensíveis às cócegas no tronco, conforme comprovaram as gravações da atividademerkur24 casinoseus neurônios quando estimulados naquela área. Outro aspecto revelador foi que quando os ratos brincavammerkur24 casinoperseguir a mão do pesquisador, essa atividade neural também foi registrada na mesma região, ainda que o rato não estivesse sendo tocado.

"Imagine que alguém esteja pertomerkur24 casinofazer cócegasmerkur24 casinovocê e comece a mover os dedos bem namerkur24 casinofrente. Você já poderia sentir cócegas só com a expectativa. Imagino que algo similar esteja acontecendo com ratos."

Há diversas teorias sobre o porquêmerkur24 casinoalguns animais fazerem cócegas uns nos outros. Uma das mais aceitas é que essa é uma preparação para atividadesmerkur24 casinocombate. Animais jovens brincam entre simerkur24 casinouma espéciemerkur24 casinotreino. As cócegas não os machucam, mas ajudariam a quem as experimenta a proteger áreas sensíveismerkur24 casinoum eventual ataque.

Apesarmerkur24 casinoser uma sensação comum aos humanos, ainda há muito a aprender sobre as cócegas. "Há dois milênios, Aristóteles já se perguntava sobre isso, mas ninguém ainda sabe o que acontece no cérebro quando sentimos cócegas", diz Ishiyama.