‘É como ganhar na loteria cósmica’: o chaveiro argentino que fez fotos inéditas do inícioesporte365 oficialuma supernova:esporte365 oficial
O chaveiroesporte365 oficial58 anos está precisando agora encontrar tempo emesporte365 oficialagenda para atender a jornalistas.
Tudo por causa daquele dia 20esporte365 oficialsetembroesporte365 oficial2016, quando completava oito dias observando uma galáxia e suspeitando que "algoesporte365 oficialdiferente" poderia estar dentro dela, já que não conseguia ver seu interior com clareza.
Ele tinha acabadoesporte365 oficialreceber pelo correio uma câmera nova para o seu Observatório Busoniano - como ele chama o cômodoesporte365 oficialformato circular no terceiro andaresporte365 oficialsua casa, onde passa noites estudando as estrelas com um telescópio do tipo newtoniano,esporte365 oficial40 centímetros.
Na manhã seguinte, o chaveiro separou um tempo para instalar o software do dispositivo e, ao amanhecer, decidiu testá-lo com o telescópio.
Um amador beirando o profissional
Buso procurou no céu uma galáxia brilhante e "grandinha".
Foi assim que acabou focando na galáxia espiral NGC 613, a 70 milhõesesporte365 oficialanos-luz da Terra.
Ele começou a tirar várias fotos rápidas, uma técnica para evitar que a luz emitida pelas cidades atrapalhe.
"E nesse momento exato, começou a aparecer uma explosão - mas eu não sabia que se tratavaesporte365 oficialuma supernova".
Ainda assim, mesmo não sendo profissional, o argentino logo suspeitou que estava dianteesporte365 oficialalgo importante.
Ele conhecia os procedimentos e regras do setor, e logo percebeu que, se demorasse muito a lançar um alerta à União Astronômica Internacional, outra pessoa poderia reivindicar a descoberta.
"Mas, como não sei inglês e nunca havia elaborado um alerta, tive que pedir ajuda", lembra.
Finalmente, ele conseguiu que Sebastián Otero, um argentino que trabalha com a Associação Americanaesporte365 oficialObservadoresesporte365 oficialEstrelas Variáveis, desse uma mão.
Buso precisou dar a Otero todas as informações que tinha para que o aviso fosse emitido.
Assim, telescópiosesporte365 oficialmaior envergaduraesporte365 oficialoutros locais poderiam focar nesse pequeno pontoesporte365 oficialluz para decifrar aquele fenômeno.
"Ele me disse: 'Olha, se amanhã for confirmado que se trataesporte365 oficialuma supernova, fique tranquilo que a descoberta é sua."
Confirmaçãoesporte365 oficialuma teoria
Depoisesporte365 oficial17 meses, o achado sobre a supernova SN2016gkg ganhou publicação na prestigiada revista científica Nature.
Suas fotografias e outras imagens, tiradas por outras pessoas após a emissão do alerta, foram analisadas por pesquisadores do Institutoesporte365 oficialAstrofísicaesporte365 oficialLa Plata (IALP), o Instituto Argentinoesporte365 oficialRadioastronomia e a Universidade Nacionalesporte365 oficialRio Negro, todos na Argentina, junto a estudiosos dos EUA, Japão e Reino Unido.
As imagens permitiram confirmar que as supernovas passam por três fases.
Na primeira, a luz emerge até a superfície da estrelaesporte365 oficialquestãoesporte365 oficialminutos ou horas.
"Nesse momento, é liberadaesporte365 oficialmaneira violenta uma enorme quantidadeesporte365 oficialluz, o objeto fica visível e seu brilho aumentaesporte365 oficialum ritmo muito rápido", explicouesporte365 oficialum comunicado Gastón Folatelli, um dos autores da publicação na Nature.
Na segunda, que pode durar alguns dias, o objeto esfria e, na última, a queda da radioatividade faz com que ela volte a esquentar - algo que pode durar semanas.
"Nos últimos anos, muitos esforços e recursos foram dedicados à detecçãoesporte365 oficialsupernovas o mais cedo possível, como na implementaçãoesporte365 oficialprogramasesporte365 oficialmonitoramento constante, mas sem sucesso", explicou Melina Bersten, outra pesquisadora que assina o estudo.
"Na verdade, alguns astrônomos começavam a duvidar da existência desse estágio."
Fascínio
O nomeesporte365 oficialBuso também aparece entre os autores do artigo.
Um grande feito para alguém que criou o seu primeiro telescópio aos 11 anos com as lupas da mãe - que trabalhava com tratamentosesporte365 oficialestética, usando o utensílio para veresporte365 oficialperto a pele dos clientes.
O chaveiro sempre foi fascinado pela astronomia. Mas não se engane sobre seu destino.
"Eu não sou um astrônomo frustrado", ele disse à BBC Mundo, o serviçoesporte365 oficialespanhol da BBC.
"Ser astrônomo tem certas lacunas, como estar longeesporte365 oficialparentes e amigos. Conheço alguns que têm problemas familiares porque precisam mudar o tempo todoesporte365 oficialpaís. É um sacerdócio!"
Ele diz ter certezaesporte365 oficialque fez a escolha certa.
"Além disso, eles exigem que você estude tal e tal coisa... E o que me permitiu descobrir essa supernova foi a liberdadeesporte365 oficialpoder apontar para onde eu quero".