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Como vive a família que há dez anos não gera lixo:mometrix cbet
A publicação já foi traduzidamometrix cbet20 línguas e, mesmo sem ter sido lançada no Brasil, já é conhecida no país - Bea já visitou o Brasil para falar sobre a redução do lixo doméstico.
Hoje, cada brasileiro geramometrix cbetmédia 1 kgmometrix cbetlixo por dia. No país,mometrix cbet2016, a geraçãomometrix cbetresíduos sólidos urbanos foimometrix cbet78 milhõesmometrix cbettoneladas, segundo a Associação Brasileiramometrix cbetEmpresasmometrix cbetLimpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). São Paulo é o Estado que produz o maior volume.
A quantidademometrix cbetlixo nacional supera os 770 gramas que vão diariamente para as lixeirasmometrix cbetcada japonês e se aproxima do 1,4 kg que os franceses jogam fora todos os dias. A produçãomometrix cbetlixo por habitante é semelhante àmometrix cbetpaíses desenvolvidos, mas o modomometrix cbetdescarte ainda é pouco sustentável.
Pouco mais da metade do lixo coletado (58%) no Brasil tem destino adequado: resíduos gerados por 35 milhõesmometrix cbetpessoas são descartados sem nenhum tratamento,mometrix cbetacordo com a última edição do relatório Global Waste Management Outlook.
O país ainda não se livrou dos lixões a céu aberto, quase 10% dos brasileiros não têm acesso ao sistemamometrix cbetcoleta e as taxasmometrix cbetreciclagem estão estagnadas nos últimos anos.
Viver com menos
No casomometrix cbetBea, a conversão ecológica começoumometrix cbet2008,mometrix cbetplena recessão americana, provocada pela crise das hipotecas.
"Decidimos nos mudar para o centromometrix cbetSan Francisco, mas, antesmometrix cbetencontrar a casa ideal, alugamos um apartamento pequeno e fomos só com o necessário. Colocamos as outras coisasmometrix cbetum depósito e vimos que 80% dos bens que tínhamos guardados não fizeram falta. Então, nos desfizemos deles", relembra.
Antes disso, o meio ambiente não era uma preocupação no dia a dia. A família passou a pesquisar sobre sustentabilidade e resolveu alterar drasticamente a formamometrix cbetconsumir. Scott abandou o antigo emprego e abriu um negócio como consultormometrix cbetsustentabilidade.
"Compramos muito menos. Se adquirimos algo, é para substituir algum item. Compramos (bens) usados e alimentos a granel. Quando a gente compra um produto embalado, 15% do seu preço corresponde à embalagem."
Ao contrário do que ela ouviamometrix cbetconhecidos, o novo modomometrix cbetvida ajudou a economizar. Segundo Bea, o gasto da família foi reduzidomometrix cbet40%. A casa é equipada com painel solar e um sistema para coletar a água da máquinamometrix cbetlavar e do banho para irrigar o jardim.
"Substituímos tudo que é descartável por alternativas. Há uma opção reutilizável para tudo, até para camisinhas. Trocamos lençosmometrix cbetpapel por panos, absorventes higiênicos por absorventesmometrix cbettecido e coletor menstrual, guardanapomometrix cbetpapel por guardanapomometrix cbetpano, não usamos mais cotonetes ou algodão. Eliminamos uma grande listamometrix cbetprodutos. Isso se traduzmometrix cbetuma enorme economia que se acumula a longo prazo", garante.
Bea é formadamometrix cbetartes plásticas e, hoje, dá consultoria para marcas que querem atender o crescente númeromometrix cbet"consumidores conscientes". Ela defende que não é preciso fabricar vários produtosmometrix cbetcasa ou viver fora do sistema para conseguir pararmometrix cbetproduzir lixo.
Além da alternativa oferecida pelas tradicionais feirasmometrix cbetrua, supermercados estão se transformando para oferecer cada fez mais produtos a granel, banir sacolas plásticas e facilitar a vidamometrix cbetquem quer comprar sem embalagem. Marcas também apostammometrix cbetrecipientes retornáveis.
No entanto, segundo Bea, a mudança também passa por consumir menos alimentos processados e eliminar produtosmometrix cbetlimpeza industrializados.
"Há muito preconceito ligado a esse modomometrix cbetvida. As pessoas imaginam que é preciso ser hippie, peluda e descabelada para fazer isso", diz Bea, que só usa roupasmometrix cbetsegunda mão e maquiagem caseira.
Ela afirma que qualquer um pode eliminar quase completamente o lixo doméstico seguindo cinco etapas, independentementemometrix cbetonde mora ou do quanto ganha.
"A primeira coisa é aprender a dizer não. Nesta sociedademometrix cbetconsumo, somos alvomometrix cbetdiversos produtos gratuitos. Sacos plásticos, cartõesmometrix cbetvisita, amostras, produtosmometrix cbetbelezamometrix cbethotéis. Cada vez que a gente aceita, é criada uma demanda para que mais seja fabricado. Quanto mais eu recuso, menos coisas eu tenho para reduzir, reutilizar, reciclar e compostar, que são os quatro passos seguintes."
Economia circular
"As pessoas pensam 'eu não vou fazer nada, porque não me cabe, é responsabilidade do fabricante, do governo, eles têmmometrix cbetresolver isso'. Acho que a mudança está nas mãos do consumidor", diz.
"Cada vez que você compra, tem o podermometrix cbetapoiar uma prática sustentável ou não. Cada vez que você compra, reforça um tipomometrix cbetpráticamometrix cbetum fabricante. Comprar diferente é uma maneiramometrix cbetvotar. O fabricante só produz o que é consumido. Se o consumidor faz diferente, ele cria outra demanda."
No modelo "zero lixo", a resposta não está na reciclagem, que ainda é o destino apenasmometrix cbetuma pequena parcela dos resíduos produzidos. O foco é a prevenção do lixo e a reutilização.
O mercadomometrix cbetusados, portanto, se torna vital, porque permite estender a vida útil dos produtos e poupa recursos naturais para a fabricaçãomometrix cbetnovos. Objetos são consertados com frequência e, ao invésmometrix cbetirem para aterros, vão para quem precisa.
"É um pouco como dizer: 'erramos nos Estados Unidos e está horamometrix cbetvoltar atrás'. Viver sem gerar lixo é o modomometrix cbetvida do futuro. É como se a gente estivesse aqui para dizer a todos os paísesmometrix cbetdesenvolvimento que almejam ter os hábitosmometrix cbetconsumo dos americanos que eles têm a escolha agoramometrix cbetnão fazer a mesma besteira", argumenta.
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