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Celular antescasas da aposta comdormir afeta sono, hormônios e desenvolvimento infantil:casas da aposta com
A médica Roberta Magalhães, no Riocasas da aposta comJaneiro, quase todos os dias precisa chamar a atenção da filha Roberta,casas da aposta com9 anos, para desligar o celular na horacasas da aposta comdormir.
"Com certeza atrapalha. Ela fica horas navegando na internet, no Instagram, WhatsApp, Musical.ly, assistindo vídeos no YouTube. Depois demora a dormir. Fica rolando na cama", conta.
Roberta diz ainda não ter observado impactos negativos na rotina, mas observa atentamente: "Se interferir, tiramos o celular na hora."
Na casa da professora carioca Rovana Machado, a situação na horacasas da aposta comdormir não é diferente com o filho Theo,casas da aposta com14 anos. "Ele fica fissurado olhando a tela. Acho que atrapalha bastante e, quando vejo, mando desligar, mas adolescente é fogo. Fazem as coisas escondidos e temos que repetir mil vezes."
Além dos efeitos sobre o sono e a propensão a desenvolver doenças, os pesquisadores mostraram que deixar o celular ou o tablet no quarto das crianças, mesmo que eles não os utilizem, também afeta o períodocasas da aposta comdescanso. A mera expectativacasas da aposta comreceber mensagens nas mídias sociais deixava as crianças e adolescentescasas da aposta comestadocasas da aposta comalerta.
"Esse tipocasas da aposta comestudo endossa o que as pessoascasas da aposta combom senso já sabiam. Os eletrônicos dão uma sossegada nas crianças por um tempinho mas, no médio e longo prazo, são muito ruins para o organismo", observa o neurologista Leonardo Ierardi Goulart, médico especialistacasas da aposta comdoença do sono do Hospital Albert Einstein,casas da aposta comSão Paulo, onde também recebe crianças e adolescentes com problemascasas da aposta comsono e relatoscasas da aposta comusocasas da aposta comeletrônicos à noite.
O estudo do King's College observa que o distúrbio do sono na infância é conhecido por causar danos à saúde mental e física. Isso incluiria obesidade, queda do sistema imunológico, crescimento atrofiado e problemas mentais como depressão e tendência suicida.
Em 2016, um estudo da Sociedade Real para Saúde Pública (RSPH, na siglacasas da aposta cominglês), na Grã-Bretanha, foi além e alertou que dormir pouco ou mal é um dos fatores que levariam a doenças graves como câncer e ataques cardíacos.
A importância do sono
Para a neurologista Anna Karla Smith, do Instituto do Sono,casas da aposta comSão Paulo, o descanso é tão importante para o desenvolvimento e bem-estar da criança quanto a nutrição e a atividade física.
"O sono é um estadocasas da aposta comque há uma sériecasas da aposta comprocessamentos, onde há a fabricaçãocasas da aposta comalguns hormônios muito importantes para o corpo", comenta a médica à BBC Brasil.
"Nas crianças existe o GH, o hormônio do crescimento, essencial para o desenvolvimento do corpo. Esse hormônio é liberado durante o sono profundo que a criança entra poucos minutos depoiscasas da aposta comadormecer. Nessa fase há o picocasas da aposta comsua fabricação."
A neurologista explica que se a criança vai dormir tarde, por exemplo, os hormônios ainda serão liberados, mascasas da aposta commaneira antifisiológica. "Ela está indo contra acasas da aposta comnatureza. A quantidadecasas da aposta comhormônio do crescimento produzida pode ser pouca ou até inexistentecasas da aposta comcasos extremos se houver patologia. A própria distribuição do hormônio do crescimento estará alterada ao longo do dia", explica a especialista.
A liberaçãocasas da aposta comoutros hormônios também é prejudicada, segundo a médica, já quecasas da aposta comdiferentes etapas do sono há a produção da leptina (hormônio da saciedade), do cortisol (que ajuda a manter estabilidade emocional, controla inflamações e alergias) e do TSH (estimulador da tireóide).
Como o usocasas da aposta comeletrônicos atrapalha?
O usocasas da aposta comeletrônicos atrapalha o sono,casas da aposta comprimeiro lugar, porque o simples fatocasas da aposta comligar o celular ou tablet para brincar com um jogo faz com que a criança, por exemplo, atrasecasas da aposta comhoracasas da aposta comir para cama e durma menos.
Em segundo lugar, diz o estudo da King´s College, o conteúdo pode ser muito estimulante - e gerar uma excitação que atrase o início do relaxamento.
Em terceiro lugar, a forte luz emitida pelas telas dos dispositivos gera um impacto no corpo, afetando o relógio biológico e a percepção do cérebro do que é noite ou dia.
A chamada "luz azul" já foi alvocasas da aposta comdiversos estudos nos últimos anos. O mais recente, da Universidadecasas da aposta comHaifa,casas da aposta comIsrael, constatou que a luz azul, presente nas telascasas da aposta comcelulares, tablets e computadores, inibe a secreção da melatonina, o hormônio que avisa o nosso corpo que está na horacasas da aposta comdormir.
O organismo também não ativa seu mecanismo natural que reduz a temperatura corporal. O normal é que a temperatura do corpo caia durante a madrugada e volte a subir quando estamos prestes a despertar. Isso, contudo, não ocorre se o cérebro recebe a mensagem que ainda estamoscasas da aposta comestadocasas da aposta comvigília.
"O estímulo biológico para o sono fica prejudicado pela luminosidade. Porém o problema não é só a luz, mas também pensarcasas da aposta comum montecasas da aposta comcoisas, condicionando o momento do sono com a execuçãocasas da aposta comtarefas sociais. Talvez isso atrapalhe mais do que a luz", observa o neurologista Goulart.
Luz azul x luz vermelha
A luz branca azulada emitida pelas telascasas da aposta comdispositivos eletrônicos prejudica a duração e, principalmente, a qualidadecasas da aposta comsono - ao contrário da luz branca avermelhada que não causa interferência no organismo.
Esta é a conclusãocasas da aposta comuma pesquisa realizada pela Universidadecasas da aposta comHaifa,casas da aposta comIsrael, e pela Clínica do Sono Assuta. Pela primeira vez, foi feito um estudo comparativo entre os dois tiposcasas da aposta comluminosidade. Para isso, foram usados filtros que bloqueavam a luz azul e depois a vermelha.
"A luz emitida pela maioria das telas é azul e danifica os ciclos do corpo e nosso sono", explica o professor Abraham Haim, um dos autores da pesquisa. Embora o olho humano não consiga identificar todos os espectros da luminosidade nas telas, o cérebro capta o tom azulado.
A neurologista Anna Karla Smith, do Instituto do Sono,casas da aposta comSão Paulo, diz que levantamentos como esse comprovam que a exposição à luz azul suprime a produçãocasas da aposta commelatonina, o hormônio que avisa o nosso organismo que está na horacasas da aposta comdormir.
"Quanto mais próximo aos olhos, pior. Recebemos mais luminosidade o que desregula o nosso ritmo circadiano,casas da aposta comsono e vigília", explica à BBC Brasil a neurologista, cujos pacientes, emcasas da aposta commaioria, relatam usar eletrônicos na cama.
Prejuízos
De acordo com a neurologista, no curto prazo, os "prejuízos, às vezes, não são perceptíveis". Mas a faltacasas da aposta comsono "pode interferir no rendimento cognitivo porque o processamentocasas da aposta commemória, que ocorre na segunda metade da noite, provavelmente não aconteceu ou não aconteceucasas da aposta commaneira satisfatória".
"Em curto prazo, pode afetar a consolidaçãocasas da aposta cominformações recém-aprendidas porque vai ter um sono mais superficial, mais fragmentado e não reparador", afirma Leonardo Ierardi Goulart, médico especialistacasas da aposta comdoença do sono do Hospital Albert Einstein,casas da aposta comSão Paulo.
Ele explica que as atividades cerebrais que assimilam os conhecimentos adquiridos durante uma aula, por exemplo, ocorrem durante o sono profundo. É nesse momento que o cérebro processa, revisa e armazena a memória.
Em longo prazo, porém, os riscos são maiores. "Não é uma insônia,casas da aposta comdois, três, seis meses", destaca Anna.
No longo prazo, ela explica, há uma "bagunçacasas da aposta comhormônios" que controlam, por exemplo, a saciedade. Se não produz esse hormônio, a leptina, cuja liberação ocorre ao longo da noite e no início da manhã, o indivíduo vai comer mais, podendo ficar obeso e diabético.
Problema é mais sério no longo prazo
Mas é no longo prazo que as consequências se tornam mais sérias. "Pode gerar insônia. A pessoa fica condicionada àquele ambientecasas da aposta comalerta e daí, mesmo que ela vá para cama sem celular ou iPad, o cérebro acha que aquele é um lugarcasas da aposta comvigília e nãocasas da aposta comdescanso", diz Goulart.
Indivíduos que têm cicloscasas da aposta comsono distorcidos, que ficam acordadoscasas da aposta commadrugada e acordam à tarde, por exemplo, possuem imunidade baixa, segundo a neurologista Ana Karla Smith. "Há estudos que relacionaram mulheres que trabalhamcasas da aposta comturnos à noite com maior incidênciacasas da aposta comcâncercasas da aposta commama", conta a médica.
Em quadros mais gravescasas da aposta comdistúrbios do sono, o desequilíbrio hormonal é ainda maior o que, consequentemente, leva a quadroscasas da aposta comsaúde mais graves como doença cardiovascular, AVC, obesidade, depressão, entre outras.
casas da aposta com Cansaço e mau humor
Na pesquisa da Universidadecasas da aposta comHaifa, 19 voluntários, entre 20 e 29 anos, participaram sem saber qual era o objetivo do estudo. Na primeira fase, durante uma semana eles usaram um actígrafo, pequeno aparelho que possibilita obter informações sobre os horárioscasas da aposta comque uma pessoa dormiu e acordou. Em um diário eram registrados os hábitos e qualidadecasas da aposta comsono.
Na segunda parte, realizada no laboratório da Clínicacasas da aposta comSono Assuta, os voluntários foram expostos a telascasas da aposta comcomputadores das 21h até 23h - horáriocasas da aposta comque a glândula pineal começa a produzir e expelir a melatonina.
Os participantes ficaramcasas da aposta comcontato com quatro tiposcasas da aposta comluz: luz azulcasas da aposta comalta intensidade, luz azulcasas da aposta combaixa intensidade, luz vermelhacasas da aposta comalta intensidade e luz vermelhacasas da aposta combaixa intensidade.
Eles foram conectados a instrumentos que medem as ondas cerebrais e podem determinar os estágioscasas da aposta comsonocasas da aposta comuma pessoa durante a noite, incluindo quando despertam sem notar.
Na manhã seguinte, os voluntários completaram questionários sobre como se sentiam.
Em média, a exposição à luz azul reduziu a duração do sonocasas da aposta comaproximadamente 16 minutos. Essa mesma luz também diminuiucasas da aposta comforma significativa a produçãocasas da aposta commelatonina, enquanto que, com a luz vermelha, a produção do hormônio ficoucasas da aposta comum nível normal.
Danos
Os pesquisadores explicam que os danos na produçãocasas da aposta commelatonina refletem no relógio biológico do corpo humano. Foi evidenciado, por exemplo, que a exposição à luz azul não deixa o organismo ativar o mecanismo natural que reduz a temperatura corporal.
"Naturalmente, quando o corpo começa a adormecer reduzcasas da aposta comtemperatura, alcançando seu menor nível por volta das quatro horas da madrugada. Quando o corpo volta paracasas da aposta comtemperatura normal, acordamos", explica Haim.
"Depois da exposição à luz vermelha, o corpo continuou a se comportar normalmente, mas exposto à luz azul ele mantevecasas da aposta comtemperatura normal à noite - o que evidencia danos ao nosso relógio biológico."
Foi ainda observado que com a luz vermelhacasas da aposta comambas intensidades as pessoas acordaram,casas da aposta commédia, 4,5 vezes. Na luz azulcasas da aposta combaixa intensidade, foram 6,7 vezes, enquanto que, na alta intensidade, foram 7,6 vezes que despertaram.
No dia seguinte, os voluntários relataram terem sentido mais cansaço e mau humor após a exposição à luz azul.
Como proteger os olhos: lentes especiais, aplicativos e até vitamina
Para combater a luz azul, já foram lançados óculos com lentes especiais e aplicativos eletrônicos que alteram a cor da luz das telas. Na Austrália, a empresa Caruso's Natural Health lançou até uma vitamina que diz proteger os olhos da luz azul.
A eficácia, no entanto, não foi comprovada cientificamente.
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