A mulher que se passou por cientista para entender a doença fatal e sem cura dos filhos:cassino com saque via pix

Legenda da foto, A enfermeira Pat Furlong se passou por cientista para entender mais sobre a doença dos seus filhos / Foto: Robert Bruschini

cassino com saque via pix Nos anos 70, o casal americano Pat e Tom Furlong recebeu um grave diagnóstico sobre seus dois filhos mais novos: ambos sofriamcassino com saque via pixdistrofia muscularcassino com saque via pixDuchenne, uma doença rara mas devastadora, que afeta 250 mil pessoas no mundo. Naquela época, o mal recebia pouca atenção e contava com poucos recursos para pesquisas científicas.

O casal trabalhava na área da saúde. Ela, enfermeira. Ele, médico. Assim, depois do choque inicial, Pat mergulhoucassino com saque via pixuma grande campanha para conhecer melhor sobre Duchenne, transformando o cenário tanto para os cientistas que estudam a doença como para pacientes e suas famílias.

Foi uma missão "quixotesca", cheiacassino com saque via pixestratégias pouco convencionais, considerada por alguns como uma "loucura". Mas, para ela, não havia alternativa.

"A primeira vez que notei algo diferentecassino com saque via pixmeus dois filhos menores, Christopher e Patrick, foi quando me dei contacassino com saque via pixque não eram muito fortes", disse Pat Furlong para a BBC. "Não conseguiam pular, não conseguiam subir escadas."

O casal pensou que os filhos desenvolveriam os músculos com o tempo. Afinal, nasceram grandes, saudáveis. Mas um dia, quando Christopher tentava subir na bicicleta, destendeu o tendãocassino com saque via pixAquiles,cassino com saque via pixpanturrilha inflamou e sentiu muita dor. "Passei a noite toda com ele e, quando Tom chegou, o levamos a um ortopedista", falou Pat.

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Legenda da foto, A doença está vinculada a uma mutação no cromossomo X

Ao fim da consulta com o médico, Pat notou que Tom tinha lágrimas nos olhos. "Ele tem distrofia muscularcassino com saque via pixDuchenne", explicou o cirugião ortopedista.

As más notícias não pararam por aí. Patrick, dois anos mais novo, também tinha a doença.

A distrofia muscularcassino com saque via pixDuchenne é uma doença rara vinculada ao gene do cromossomo X. Uma mutação genética que afeta apenas homens e não permite a produçãocassino com saque via pixuma proteína esqueleto-muscular chamada distrofina, que mantém o tecido muscular unido. O resultado é que os músculos gradualmente perdem força, se degeneram e as células musculares morrem.

Inicialmente, os bebês podem aparentar ser normais. Mas, sob um olhar especializado, se percebe que seus músculos estão frouxos e soltos. Meninos com essa condição nunca podem correr, subir escadas normalmente, nem saltar com ambos pés no ar. Alcançam seu máximo potencial muscular entre 7 e 8 anos e, a partircassino com saque via pixentão, este se deteriora constantemente. Ao chegarem aos 12, não podem mais caminhar. Aos 15, muitos não conseguem se alimentar sozinhos.

Atualmente a estimativacassino com saque via pixvida écassino com saque via pix29 anos.

"É devastador. A vida como você a conhecia desaparece. A partircassino com saque via pixentão, você tem que ver o que fazer. Como sobreviver com dois filhos que, provavelmente, não passarão da adolescência", contou Pat.

Naquela época, não havia internet nem redes sociais. Era muito difícil contatar quem sofria da mesma doença. "Estávamos rodeadoscassino com saque via pixuma comunidade que nos desejava o melhor, mas não podia oferecer nadacassino com saque via pixconcreto para nos ajudar, seja averiguar mais sobre o status da pesquisa sobre essa doença ou quem eram os melhores médicos para se consultar", lembrou Pat.

"Tudo isso era desconhecido. Foi algo que tivemos que fazer do zero."

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Legenda da foto, A doença afeta apenas homens e a expectativa médiacassino com saque via pixvida écassino com saque via pix29 anos; acima, jovem com distrofia muscular

Falsa identidade

Apesarcassino com saque via pixtrabalharem na áreacassino com saque via pixsaúde, Pat e Tom se sentiam impotentes frente à doença dos filhos. Os primeiros médicos especialistas que consultaram lhes disseram que eles nunca entenderiam a doença e o melhor a fazer seria voltar para casa e cuidar dos filhos.

Foi quando Pat decidiu traçar um plano para conhecer o que haviacassino com saque via pixmais avançado sobre Duchenne, o que poderia ser feito, quem estava investindocassino com saque via pixpesquisa e quanto custaria. Começou a visitar laboratórios e consultórioscassino com saque via pixmédicos especializados, se passando pela médica Furlong, que estaria fazendo pós-graduação sobre distrofia muscularcassino com saque via pixDuchenne.

"Não queria que sentissem penacassino com saque via pixmim", explicou Pat. "Queria que me tratassem como uma profissional e, assim, saber o quanto conheciam e quanto dinheiro tinham para pesquisa."

Pat conseguiu ocultarcassino com saque via pixidentidade. Como era enfermeira, conhecia o ambiente, vocabulário e a maneiracassino com saque via pixse portar. "Quando alguém lidera uma pesquisa, o que quer é falar sobre os seus estudos. Se você lhe der atenção e fizer perguntas relevantes, vai obter respostas", falou.

A estratégia deu certo até que, um dia, na Universidadecassino com saque via pixPensilvânia, um pesquisador da áreacassino com saque via pixgenética descobriu a trapaça. "Me perguntou: você conhece tal e tal pessoa? Eu menti que sim. Então, quis saber onde eu as havia conhecido, e eu inventei algo. Aí, ele me disse: 'essas pessoas não existem. Me diga quem é vocêcassino com saque via pixverdade'."

"Comecei a chorar e contei a verdade. Àquela altura, a doença dos meus filhos havia progredido muito, não podiam mais comer sozinhos. Então disse ao pesquisador que eu estava disposta a que eles se submetessem à terapia genética experimental". Mas o pesquisador disse que seus experimentos haviam fracassado, resultando na morte dos animais que usava como cobaias.

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Legenda da foto, Pat buscou informaçãocassino com saque via pixlaboratórios genéticos e com médicos especializados

Recursos para pesquisa

Em 1994, Pat organizou a primeira conferência que reuniu médicos e paiscassino com saque via pixvítimascassino com saque via pixDuchenne e fundou a organização "Parent Project Muscular Distrophy" (em português: Projetocassino com saque via pixPaiscassino com saque via pixDistrofia Muscular).

Isso mudou a dinâmica da pesquisa científica nesse campo. Os pais deixaramcassino com saque via pixser vistos como "loucos" e passaram a ser considerados pessoas interessadascassino com saque via pixfazer o possível para entender a doença, atrair investimentos e melhorar os padrõescassino com saque via pixcuidado para seus filhos, segundo Pat.

"Nós, os pais, recuperamos a esperança ao conhecermos os pesquisadores e dizermos para eles contarem conosco para buscar fundos, influenciar o governo, chamar a atenção", disse Pat. "Isso também deu aos pesquisadores o respeito e apoio que merecem."

Após pressionarem o Congresso americano, os pais conseguiram obter recursos para pesquisa. Segundo Pat,cassino com saque via pixuma audiência com um comitê especial parlamentar, um senador perguntou a um jovem portador da doença o que poderiam fazer por ele. O jovem respondeu que poderiam usar o dinheiro gasto com um aviãocassino com saque via pixguerra para investir na pesquisa sobre Duchenne.

Um projetocassino com saque via pixlei a respeito foi aprovadocassino com saque via pix2001, com financiamento a pesquisas sobre distrofia muscular.

Muito tarde

Pat e Tom sabiam que qualquer progresso que conseguissem seria muito tardio para seus próprios filhos. "Intelectualmente, eu entendia. Mas, emocionalmente, tinha uma esperança. Mas não deu certo."

Christopher morreu aos 17 anos,cassino com saque via pixinsuficiência cardíaca,cassino com saque via pix1995. Patrick partiu sete meses depois, com 15 anos.

"Eu cuidei dos meus filhos. Dormia no chão ao lado deles e acordava para virá-los à medida que perdiam suas funções respiratórias. E eu também os enterrei."

Com essa experiência, Pat consegue entender o que sentem os pais afetados. "Nenhumcassino com saque via pixnós é um pai louco."