4 ideiasfree sign up betKarl Marx que seguem vivas apesar do fracasso da URSS e do comunismo:free sign up bet
1. O ativismo político
Marx descreve a lutafree sign up betclasses na sociedade capitalista e como o proletariado acabaria tomando o poder das elites dominantesfree sign up bettodo o mundo. O Capital,free sign up betprincipal obra, é uma tentativafree sign up betindicar essas ideias por meiofree sign up betfatos que podem ser verificados efree sign up betanálises científicas.
Foi uma mensagem poderosafree sign up betum mundo plenofree sign up betopressão e desigualdade. "A experiência pessoalfree sign up betMarx, que viveu na pobreza, conferiu uma grande intensidade àfree sign up betanálise, que recorreu à Filosofia contra o monstro capitalista que escravizava os seres humanos", explica à BBC um dos seus mais renomados biógrafos, o britânico Francis Wheen.
Durante o século 20, as ideiasfree sign up betMarx inspirariam revoluções na Rússia, China e Cuba efree sign up betmuitos outros países onde um grupo dominante foi derrubado e os trabalhadores se apoderaram da propriedade privada e dos meiosfree sign up betprodução.
O marxismo foi além e tornou-se uma maneirafree sign up betinterpretar o mundo: a simples ideiafree sign up betque a história é marcada pela luta entre classes antagônicas também influenciou a literatura, a arte e a educação.
"Hojefree sign up betdia, Marx segue relevante como filósofo político. Geração após geração, muitos buscam inspiração nele para suas próprias lutas", diz Albrecht Ritschl, historiador alemão especializadofree sign up betmarxismo e chefe do Departamentofree sign up betHistória Econômica da London School of Economics, no Reino Unido.
"Continua-se a falar sobre os temas tratados por Marx. Por exemplo, a globalização. Marx foi um dos primeiros críticos da internacionalização dos mercados. Também se referiu à desigualdade ao alertar que ela estava aumentando no mundo. Poderia se dizer que Marx continua sento atraente e faz parte do discurso político atual."
Ainda que a queda da URSS,free sign up betdezembrofree sign up bet1991, tenha sido um forte golpe contra a teoria marxista (por algum tempo, partidosfree sign up betesquerda e universidades deram a ela menos importância), a crise financeira globalfree sign up bet2007/2008 voltou a torná-la relevante.
Esse colapso foi um exemplo clássico das recorrentes crises do capitalismo que haviam sido previstas pelo pensador alemão. Desde então, as vendasfree sign up betO Manifesto Comunista e O Capital crescemfree sign up bettodo o mundo.
2. A recorrênciafree sign up betcrises econômicas
Marx questionou a ideiafree sign up betque o capitalismo se autorregulava. Para ele, não havia uma "mão invisível" que trazia ordem às forças do mercado, como havia postulado o economista e filósofo escocês Adam Smith, considerado o "pai" do capitalismo,free sign up betA Riqueza das Nações (1776).
Marx argumentava que o sistema capitalista estava condenado a períodosfree sign up betcrises recorrentes inerentes a eles - hoje, os economistas falamfree sign up betrecessões. "Ainda que ele não tenha sido o único a falar disso,free sign up betideia original era que cada turbulência levaria a outra pior e assim sucessivamente até a destruição do capitalismo", explica Ritschl.
A grande depressão econômicafree sign up bet1929 e as outras subsequentes alcançaram seu augefree sign up bet2007/2008, quando o mundo viveu um colapso financeiro inéditofree sign up bettermosfree sign up betgravidade, impacto e persistência. "É certo que os aspectos mal resolvidos do capitalismo levam a novas crises, mas a ideia deterministafree sign up betMarx,free sign up betque o sistema desmoronaria por causafree sign up betdefeitos intrínsecos, foi desacreditada", diz Ritschl.
"Mas hoje estamos mais alertas do que nunca diante das turbulências e somos mais cuidados com elas,free sign up betparte graças a ele." Ainda que, ao contrário do que previu Marx, as crises não tenham ocorrido nas indústrias pesadas, mas no setor financeiro, esclarece o especialista.
3. Ganhos desmedidos e monopólios
Um aspecto importante da teoriafree sign up betMarx é a chamada mais-valia: o valor criado pelo trabalhador comfree sign up betforça laboral. O problema, segundo o pensador alemão, é que os donos dos meiosfree sign up betprodução se apropriam da mais-valia e tentam maximizar seus ganhos às custas do proletariado.
Assim, o capital tende a concentrar-se e centralizar-sefree sign up betpoucas mãos e,free sign up betcontrapartida, isso leva ao desemprego e a uma depreciação dos salários dos trabalhadores. É possível ver isso hojefree sign up betdia.
Por exemplo, uma recente análise da revista britânica The Economist mostra que, enquanto nas últimas décadas o salário dos trabalhadoresfree sign up betpaíses como Estados Unidos se estabilizou, o salário máximofree sign up betexecutivos aumentou significativamente:free sign up betvezfree sign up betganhar o equivalente a 40 vezes o salário médio dos trabalhadores, passaram a ganhar 110 vezes ou mais.
"A críticafree sign up betMarx à acumulação é válida ainda hoje, porque continua a ser um dos pontos fracos do capitalismo", diz Ritschl. "Atualmente, vemos claramente a acumulação desmedidafree sign up betpoder por parte das grandes empresas internacionais e também a formaçãofree sign up betmonopólios e duopólios. Marx nos alertou sobre esses riscos."
4. A globalização e a desigualdade
Biógrafosfree sign up betMarx, como Francis Wheen e outros estudiososfree sign up betsua obra, dizem que ele se equivocou comfree sign up betideia deterministafree sign up betque o capitalismo sepultaria a si mesmo ao criar seus próprios coveiros. Mas ocorreu o contrário: com a queda da URSS, o capitalismo não apenas saiu fortalecido como se expandiu pelo mundo.
Ninguém expressa melhor essa ironia do que o pensador marxista Jacques Rancière, professorfree sign up betFilosofia da Universidadefree sign up betParis VIII: "O proletariado, longefree sign up betsepultar o capitalismo, o mantém vivo. Trabalhadores explorados e mal pagos, libertados pela maior revolução socialista da história (China), são levados à beira do suicídio para que o Ocidente possa seguir jogando com seus iPads, enquanto isso, o dinheiro chinês financia os Estados Unidos, que,free sign up betoutra forma, estaria falido."
Mas, se Marx falhou emfree sign up betprevisão, não errou nas fortes críticas à internacionalização do capitalismo. Em O Manifesto Comunista, ele argumenta que a expansão global do capitalismo se tornaria a principal fontefree sign up betinstabilidade do sistema internacional, como demonstrariam uma sériefree sign up betcrises financeiras nos séculos 19 e 20.
"A necessidadefree sign up betconstantemente expandir mercados para seus produtos persegue a burguesia", sustentam Marx e Engels. "Deve se estabelecer e criar conexões por toda parte. Isso obriga a todas as nações, sob penafree sign up betextinção, a adotar o modo burguêsfree sign up betprodução."
Por isso, o marxismo tem sido resgatado no debate atual sobre os problemas da globalização. "Hoje, há no mundo muita gente preocupada com a destruição dos mercados locais, na insegurança laboral e da perdafree sign up betempregos", comenta Ritschl.
"A globalização foi, por exemplo, um dos grandes temas da última eleição americana, na qual dominou uma pergunta que poderia ter sido feitafree sign up betmuitas partes do planeta: o que fazemos com aqueles que prejudicados por ela?"
Está claro que, apesar das previsões equivocadas e ideias obsoletas, Marx colocoufree sign up betpauta no século 19 vários temasfree sign up betdebate sobre política e economia que seguem vigentes maisfree sign up betum século depois.