Declaração Balfour, as 67 palavras que há 100 anos mudaram a história do Oriente Médio:a vaidebet é confiável

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Arthur Balfour (de óculos escuros) foi recebido como um herói pela comunidade judaicaa vaidebet é confiávelJerusalém 1925

Então ministro britânico das Relações Exteriores, Arthur Balfour assinoua vaidebet é confiável2a vaidebet é confiávelnovembroa vaidebet é confiável1917 a carta - entendida como o ponto inicial do conflito árabe-israelense.

Legenda do vídeo, Declaraçãoa vaidebet é confiávelBalfour: a carta que mudou o Oriente Médio

Nos territórios palestinos ea vaidebet é confiávelIsrael, a carta é ensinada nas aulasa vaidebet é confiávelHistória e é vista como um capítulo chavea vaidebet é confiávelsuas narrativas nacionais, que são bem diferentes.

A declaração do então ministro britânicoa vaidebet é confiávelRelações Exteriores foi enviada a Walter Rothschild, um dos principais proponentes do Sionismo, movimento que defende a autodeterminação do povo judeu ema vaidebet é confiável"terra histórica" - que vai do Mediterrâneo até o lado oriental do Rio Jordão, uma área que passou a ser conhecida como Palestina.

Ela diz que o governo britânico apoia "o estabelecimentoa vaidebet é confiávelum lar nacional para o povo judeu na Palestina".

Ao mesmo tempo, a carta diz que nada deveria "prejudicar os direitos civis e religiososa vaidebet é confiávelcomunidades não-judias que já estavam ali".

Os palestinos veem isso como uma grande traição, especialmente levandoa vaidebet é confiávelconta uma promessa feita separadamente para garantir o apoio político e militar dos árabes - então sob jugo dos turcos otomanos - na Primeira Guerra Mundial.

Legenda da foto, As 67 palavras da cartaa vaidebet é confiávelBalfour

Essa promessa sugeria que a Grã-Bretanha apoiaria a luta por independência dos árabes na maior parte das terras do Império Otomano - boa parte delas no Oriente Médio. Os árabes consideravam que isso incluía a Palestina, apesara vaidebet é confiávelisso não ter sido especificado.

O governo britânico esperava que a Declaraçãoa vaidebet é confiávelBalfour ajudaria a colocar os judeus, especialmente os que moravam nos Estados Unidos, a favor dos aliados durante a Primeira Guerra Mundial.

Com a derrota do Império Otomano no conflito, o texto foi respaldado pelos aliados e incluídoa vaidebet é confiável1922 no Mandato Britânico sobre a Palestina pela Liga das Nações (a organização que antecedeu a ONU), encarregando formalmente o Reino Unido da administração desses territórios.

Em 29a vaidebet é confiávelnovembroa vaidebet é confiável1947, a Assembleia Geral da ONU adotou a resolução 181, através da qual aprovou o planoa vaidebet é confiáveldivisão da Palestina, que estipulava a criaçãoa vaidebet é confiávelum Estado árabe e outro judeu até no máximo 1ºa vaidebet é confiáveloutubroa vaidebet é confiável1948.

Só que os países árabes se negaram a assinar o plano da ONU e a tensão na região escalou, culminando com a Guerra Árabe-Israelense, que obrigou centenasa vaidebet é confiávelmilharesa vaidebet é confiávelpalestinos a fugir do recém-criado Estadoa vaidebet é confiávelIsrael.

Aulas muito diferentes

"Você acha que a Grã-Bretanha cometeu um crime contra o povo palestino?", pergunta uma professora durante uma aulaa vaidebet é confiáveluma escola palestina na cidadea vaidebet é confiávelRamallah, na Cisjordânia.

Legenda da foto, Os palestinos veem a declaração como uma injustiça histórica

Todos levantam a mão.

"Sim", responde uma meninaa vaidebet é confiável15 anos. "Essa declaração foi ilegítima porque a Palestina ainda era parte do Império Otomano e a Grã-Bretanha não a controlava".

"A Grã-Bretanha considerava os árabes uma minoria enquanto eles eram maisa vaidebet é confiável90% da população."

'Enorme esperança'

Inevitavelmente, as crianças israelenses tendem a ver o envolvimento britânicoa vaidebet é confiáveluma maneira mais positiva quando estudam a Declaraçãoa vaidebet é confiávelBalfour.

Na cidadea vaidebet é confiávelBalfouria, no nortea vaidebet é confiávelIsrael, Noga Yehezekeli,a vaidebet é confiável9 anos, já consegue recitara vaidebet é confiávelcor - e com orgulho - a versãoa vaidebet é confiávelhebreu do texto.

"No momentoa vaidebet é confiávelque foi dada, a declaração deu uma enorme esperança e um grande impulso ao movimento sionista", diz Neve, seu pai.

"As pessoas viram que, se o governo britânico deu essa declaração, havia uma chancea vaidebet é confiávelque um dia a nação judia poderia ser estabelecida, o que realmente aconteceu mais tarde,a vaidebet é confiável1948" - o anoa vaidebet é confiávelque o Estadoa vaidebet é confiávelIsrael foi criado.

Legenda da foto, A declaração deu uma enorme esperança aos sionistas, diz Neve Yehezekeli (à direita)

Os moradoresa vaidebet é confiávelBalfouria - incluindo o avôa vaidebet é confiávelNeve - faziam partea vaidebet é confiáveluma comunidade judiaa vaidebet é confiávelexpansão na Palestina quando Balfour a visitoua vaidebet é confiável1925. Eles receberam Balfour como um herói.

Naquele período, a área era governada pelos britânicos. Na época, a Grã-Bretanha havia permitido ondasa vaidebet é confiávelimigração judia - 100 mil imigrantes judeus chegaram ao local nos primeiros anos após a Declaração Balfour.

No final da décadaa vaidebet é confiável1930, essa migração provocou uma reação negativa por parte da população árabe que já estava lá e se sentiu ameaçada. Os britânicos reagiram interrompendo a imigraçãoa vaidebet é confiáveljudeus justamente quando o líder nazista Adolf Hitler dava início ao Holocausto.

Depois da Segunda Guerra Mundial, um grupo sionista chamado Irgun planejou vários atentados extremistas, inclusive a explosão do hotel King Davida vaidebet é confiávelJerusaléma vaidebet é confiável22a vaidebet é confiáveljulhoa vaidebet é confiável1946, matando 91 pessoas. O ataque acelerou o êxodo árabe da Palestina no período antecedente à criaçãoa vaidebet é confiávelIsrael.

Difícila vaidebet é confiávelcumprir

Na Universidade Hebraicaa vaidebet é confiávelJerusalém, inaugurada por Balfour, a professora Ruth Lapidoth estudou o documentoa vaidebet é confiável67 palavras.

Especialistaa vaidebet é confiávelleis internacionais, Lapidoth afirma que foi uma declaração legalmente oficial, mas diz que a Grã-Bretanha achou difícil cumprir seu compromisso.

Legenda da foto, Bonecoa vaidebet é confiávelArthur Balfour assinando a declaraçãoa vaidebet é confiávelum hotela vaidebet é confiávelBelém

"A situação política era muito ruim quando os nazistas chegaram ao poder e quando a Inglaterra precisava da ajuda, da amizade dos países árabes", diz ela.

"Então eles tiveram que limitar a implementação da declaração, o que é uma pena".

Lapidoth deixou a Alemanhaa vaidebet é confiável1938, um ano antes do começo da Segunda Guerra Mundial, então teve interesse pessoal no assunto.

"Eu ainda sou muito grata por isso", diz ela. "Realmente foi a origem do nosso direitoa vaidebet é confiávelvoltar à Palestina, inclusive o meu".

'Promessaa vaidebet é confiávellonga data'

O primeiro-ministroa vaidebet é confiávelIsrael, Benjamin Netanyahu, descreve a Declaraçãoa vaidebet é confiávelBalfour como um "marco central" no processoa vaidebet é confiávelestabelecimentoa vaidebet é confiávelseu país.

O governo britânico o convidou para eventosa vaidebet é confiávelLondres que marcam o centenário do documento nesta quinta-feira.

A decisão,a vaidebet é confiávelum momentoa vaidebet é confiávelpoucas esperançasa vaidebet é confiávelum acordoa vaidebet é confiávelpaz israelense-palestino, enfureceu palestinos, que planejaram um diaa vaidebet é confiávelprotestos.

Eles querem que a Grã-Bretanha peça desculpas pela Declaraçãoa vaidebet é confiávelBalfour.

"Eu acho que com o passar do tempo os britânicos estão esquecendo das lições da história", diz o ministro palestinoa vaidebet é confiávelEducação Sabri Saidam.

Ele diz que os palestinos ainda buscam a criaçãoa vaidebet é confiávelum Estado para eles - o que ao ladoa vaidebet é confiávelIsrael formaria a base para a chamada soluçãoa vaidebet é confiáveldois Estados para o fim do conflito, uma fórmula apoiada pela comunidade internacional.

"Chegou a hora da Palestina ser independente e dessa promessa ser cumprida", diz ele.