'Invasão'pix bet grátisalgas pode ter revolucionado a vida na Terra:pix bet grátis
"Foi uma das mais profundas transições ecológicas e evolucionárias na história da Terra", disse à BBC o alemão Jochen Brocks, que coordenou o estudo.
A proliferação das algas ocorreu 100 milhõespix bet grátisanos antes do que paleontólogos definem como a Explosão Cambriana - uma erupçãopix bet grátisformas mais complexaspix bet grátisvida, registradapix bet grátisfósseis e que sempre indicou a existênciapix bet grátisalgum tipopix bet grátispré-história biológica.
Vestígios destes organismos multicelulares precursores já foram identificados, mas o mecanismo evolucionário que levou àpix bet grátisemergência é frutopix bet grátisintensos debates.
Nick Butterfield, paleontólogo da Universidadepix bet grátisCambridge, classifica o período como o mais revolucionário na história da Terra, não apenas por conta da rapidez das mudanças biológicas, mas também por violentas guinadas climáticas - dois fenômenos que cientistas há algum tempo suspeitam estar conectados.
Estima-se que, apesarpix bet grátister oceanos e um clima capazpix bet grátissustentar vida, há até pelo menos 3,8 bilhõespix bet grátisanos a Terra abrigava apenas formas unicelulares - bactérias empix bet grátismaioria. Pouquíssimas inovações evolucionárias tinham ocorrido.
Algas, apesarpix bet grátismais complexas que bactérias, também são organismos unicelulares, que existiam há pelo menos 1 bilhãopix bet grátisanos (um período que paleontólogos chamapix bet grátis"bilhão entediante"), mas sem grande impacto ecológico.
Mas com seu DNA contido no interior do núcleo, assim como todos os animais e plantas que conhecemos hoje (chamados eucariontes, cujas células têm núcleos verdadeiros e separados do citoplasma), as algas tinham uma vantagem evolucionáriapix bet grátisrelação às bactérias.
Só que não existem fósseis dessas algas. Em vez disso, Brocks e a equipepix bet grátispesquisadores da Universidade Nacional Australiana conseguiram encontrar vestígios da parede celular das células, mais especificamente moléculas relacionadas ao colesterolpix bet grátisnosso organismo.
"A gordura é a coisa mais estávelpix bet grátisqualquer organismo", explica Brocks.
Mesmo depois do desaparecimentopix bet grátisoutros traços dessas células, as moléculaspix bet grátisgordura "sobreviveram" e foram absorvidas por sedimentos. Com o passar do tempo, acabaram cimentadas na base rochosa australiana.
Os vestígios microscópicospix bet grátisgordura tiveram que ser separadospix bet grátisamostras contaminadas por combustíveis fósseis.
"Os sinais que encontramos mostram que a populaçãopix bet grátisalgas se multiplicoupix bet grátis100 a mil vezes, e que a diversidadepix bet grátisespécies disparoupix bet grátisuma vez só e nunca mais diminuiu", diz Brocks.
Este fenômeno ecológico ocorreu pouco depoispix bet grátisuma das maiores catástrofes ambientais já vividas pela Terra - um períodopix bet grátisglaciaçãopix bet grátisque o planeta teria ficado congeladopix bet grátispolo a polo e que, mesmo na Linha do Equador, as temperaturas podem ter caído para 60 graus negativos - a chamada hipótese da "Terra Bolapix bet grátisNeve".
A glaciação só teve fim 50 milhõespix bet grátisanos mais tarde, quando o acúmulopix bet grátisgás carbônico vulcânico na atmosfera criou um "super efeito estufa" que derreteu o gelo,pix bet grátisum segundo cataclismo.
Brocks acredita que a ação glacial "raspou" fosfato das rochas continentais, nutriente depois lavado para os oceanos durante o degelo. A agricultura moderna, por exemplo, dependepix bet grátisfosfatos vindopix bet grátisminas ao redor do mundo. A revolução biológica pré-Cambriana pode ter sido alimentada da mesma maneira.
"O aumento no númeropix bet grátisalgas ocorre perto da épocapix bet grátisque os primeiros animais surgiram", explica Brocks. "Foi a alga no pé da cadeia alimentar que criou essa explosãopix bet grátisenergia e nutrientes. E que permitiu que criaturas maiores e mais complexas evoluíssem".
Para Noah Planavsky, cientista da Universidadepix bet grátisYale e autorpix bet grátisum estudo sobre o aumentopix bet grátisfosfato depois da glaciação, a nova descoberta é "extremamente importante".
"Ela nos dá a primeira evidênciapix bet grátisum ecossistema dominado por formaspix bet grátisvida complexas - os eucariontes".
Andrew Knoll, da Universidade Harvard e uma autoridadepix bet grátisvida pré-Cambriana, escreveu na Nature que o novo estudo é uma "contribuição significativa para revelar o relacionamento entre a vida e o ambiente físico ao redor"pix bet grátisum período crítico para a evolução animal.
"Mudanças na fonte alimentar podem ter sido um caminho para a multiplicação animal", escreveu Knoll, apesarpix bet grátisressaltar que ainda existem "perguntas-chave".
Há cientistas que discordam da interpretação dos dados. Nick Butterfield, da Universidadepix bet grátisCambridge, diz acreditarpix bet grátisum efeito inverso: a proliferaçãopix bet grátisanimais é que abriu caminho ecológico para a multiplicação das algas.
"Não há evidênciapix bet grátisque a evolução animal foi limitada pela escassezpix bet grátisalimento", disse ele à BBC, por email.
Brocks e Butterfield discutiram suas teses publicamente durante uma conferênciapix bet grátisgeoquímicapix bet grátisParis,pix bet grátispleno corredor.
O alemão segue convencidopix bet grátisque o "surto"pix bet grátisalgas há 50 milhõespix bet grátisanos deflagrou o que ele chamapix bet grátis"corrida armamentista" na Terra,pix bet grátisque criaturas maiores, alimentadas pelas algas, tornaram-se presas para outras ainda maiores, até chegarmos à complexidade que vemos hoje.