Os 4 irmãos centenários que podem ajudar a desvendar o segredo genético da longevidade:betboo paga mesmo
Na época da coletabetboo paga mesmoamostras, eles tinham idades entre 95 e 112 anos, e eram todos saudáveis. Boa parte, como os irmãos Kahn, já faleceu, mas seus genes continuam trazendo novas respostas sobre como é possível viver tanto.
"Fico fascinado por pessoas como os Kahn; me intriga como a idade cronológicabetboo paga mesmoalguns parece não combinar com a biológica", comenta Barzilai. "Ebetboo paga mesmocentenários, hoje já temos evidênciasbetboo paga mesmoque a genética tem um papel muito maior que o ambiente".
Entre os irmãos Khan, Irving começoubetboo paga mesmocarreira antes da Grande Depressão,betboo paga mesmo1929, e há três décadas coordenava o fundobetboo paga mesmohedge Kahn Brothers Group, que ele próprio fundou. Até os 106 anos, ele ainda trabalhava todos os dias na movimentada Wall Street e gerenciava US$ 700 milhões (R$ 2,7 bilhões)betboo paga mesmoativos.
"Eu pagaria se você tirasse (o trabalho)betboo paga mesmomim, eu o comprariabetboo paga mesmovolta", disse Irving numa entrevista concedida para a pesquisa aos 104 anos, cinco anos antesbetboo paga mesmosua morte,betboo paga mesmo2015.
Irving também fumou por anos. Aliás, entre os centenários do estudo, 30% das mulheres e 60% dos homens fumaram durante a maior parte da vida. Além disso, 50% eram obesos e 50%, sedentários. Mesmo assim, eram mais saudáveis que os demais indivíduos do estudo (o grupo controle).
Barzilai faz questãobetboo paga mesmoressaltar que os hábitos saudáveis e o avanço da medicina continuam sendo essenciais para a longevidade dos humanos.
A população mundialbetboo paga mesmocentenários vem, inclusive, crescendo com o passar dos anos:betboo paga mesmo2,9 centenáriosbetboo paga mesmocada dez mil adultosbetboo paga mesmo1990 para 7,4betboo paga mesmodez mil,betboo paga mesmo2015, segundo a ONU.
Mas a principal conclusãobetboo paga mesmoBarzilai é que há genes que protegem os humanosbetboo paga mesmodoenças relacionadas ao envelhecimento, como câncer, doenças cardiovasculares e neurológicas.
O bom colesterol
No caso dos irmãos Kahn (ebetboo paga mesmooutros indivíduos pesquisados), as análises encontraram mutaçõesbetboo paga mesmodois genes - CETP e APOC3 - que elevam os níveisbetboo paga mesmoHDL, o "bom colesterol".
Enquanto os níveis normaisbetboo paga mesmoHDL da população ficam entre 40-50 mg/dL para homens, e 50-59 mg/dL, para mulheres, os indivíduos da pesquisa tinhambetboo paga mesmomédia 147 mg/dL.
O alto HDL, porbetboo paga mesmovez, mostrou proteger contra o declínio cognitivo e o malbetboo paga mesmoAlzheimer.
"A maioria da população não tem estas mutações, mas muitos centenários as têm", comenta Barzilai. "Com base nessas informações, já há estudos sendo feitos por farmacêuticas para imitar a ação dessas mutações genéticasbetboo paga mesmomedicamentos".
O hormônio do crescimento
Uma nova pesquisa do grupo americano tem inspiração na natureza: cães pequenos vivem mais que os maiores, e pôneis vivem mais que cavalos normais.
Além disso, testesbetboo paga mesmocamundongos já mostraram que baixos níveis do hormôniobetboo paga mesmocrescimento (GH) estão associados com a longevidade.
"Eu duvidava que este padrão pudesse ocorrer tambémbetboo paga mesmohumanos", disse Barzilai. "Mas encontramos alterações no funcionamento do hormôniobetboo paga mesmocrescimentobetboo paga mesmomaisbetboo paga mesmo50% dos centenários".
Os resultados das últimas análises trazem mais detalhes sobre o processo que já vem sendo estudado há alguns anos e serãobetboo paga mesmobreve publicados na revista científica Science Advances. Em linhas gerais, eles mostram mutações (Ala-37-Thr e Arg-407-His) no receptor IGF1 do GH e outros fatores que inibem o hormôniobetboo paga mesmocrescimento.
Nas mulheres, este efeito é ainda maior. As idosas com níveis mais baixosbetboo paga mesmohormônio do crescimento sobreviviam mais tempo e tinham melhores funções cognitivas do que aquelas com níveis acima da média.
A produção do GH aumenta durante a infância, tem seu pico na puberdade e começa a cair mais rapidamente a partir da meia idade. Por isso, tratamentos à base dessa proteína são promovidos para desacelerar os sinaisbetboo paga mesmoenvelhecimento, especialmente nos Estados Unidos.
Alguns estudos já vinham sinalizando que seu uso não deveria ser recomendado. E agora Barzilai reforça que a prática é prejudicial.
"Há médicos que estão dando GH para idosos. Mas se você quer ajudar pessoas a envelhecer bem, você deveria pensarbetboo paga mesmoter menos GH, e não injetar mais. Temos mais evidênciasbetboo paga mesmoque esta prática está errada e deveria ser interrompida", afirma o pesquisador.
No Brasil, a Agência Nacionalbetboo paga mesmoVigilância Sanitária (Anvisa) libera o usobetboo paga mesmomedicamentos à basebetboo paga mesmoGH sob prescrição médica apenas para tratar alterações do hormônio. Mas há casosbetboo paga mesmooutros usos, sem aprovação, para fins estéticos ou melhora da performance esportiva.
As mitocôndrias
Barzilai junto a outros pesquisadores também descobriu proteínas originadas das mitocôndrias - organelasbetboo paga mesmoenergia das células - que aparecembetboo paga mesmoaltos níveis no organismobetboo paga mesmocentenários e ajudam contra as doenças do envelhecimento.
O objetivobetboo paga mesmoBarzilai é aplicar as descobertas sobre os genes da longevidadebetboo paga mesmotratamentos futuros para fazer com que aqueles que não têm essas mutações envelheçam com mais saúde.
Enquanto isto, outros estudos mostraram que a genética tem uma influênciabetboo paga mesmo25% na longevidade humana (não especificamente entre centenários), como resume uma pesquisa da revista Immunity & Ageing. Por isso, boa parte das pesquisas ainda focabetboo paga mesmofatores ambientais que têm impacto na extensão da vida humana e apontam tanto para o consumo da dieta mediterrânea como para o nívelbetboo paga mesmofelicidade dos indivíduos.