Nós atualizamos nossa PolíticacasinodepPrivacidade e Cookies
Nós fizemos importantes modificações nos termoscasinodepnossa PolíticacasinodepPrivacidade e Cookies e gostaríamos que soubesse o que elas significam para você e para os dados pessoais que você nos forneceu.
Viagra, appscasinodepnamoro e menopausa contribuem para avanço do HIV entre mulheres acimacasinodep60 anos:casinodep
Luiza conheceu Manoel,casinodep62 anos,casinodepbailes e competiçõescasinodepdança para terceira idade. Também aposentado, ele tinha saídocasinodepum relacionamento muito longo quando os dois começaram a namorar. Mas a relação não engatou. Poucos meses depois do início, Luiza decidiu acabar o relacionamento. O porquê nem ela sabe.
"Talvez por não saber conviver com outra pessoa depoiscasinodeptanto tempo sozinha. Ou talvez por não estar apaixonada."
Mas com certeza o fim não foi pela recusa sistemáticacasinodepManoelcasinodepusar preservativo.
"O jovem que nasceu depois dos anos 80 já iniciou acasinodepvida sexual sabendo da existência e da necessidade da camisinha. Mas a pessoa acima dos 60 anos tevecasinodepiniciação sexual e grande parte dacasinodepvida ativa sem o preservativo. Então, para eles é muito mais difícilcasinodepse acostumar", analisa a psicóloga e gerente operacional do DepartamentocasinodepDSTs/Aids da Paraíba, Ivoneide Lucena.
Viagra, aplicativos e menopausa
Os idosos hoje vivem uma vida muito mais ativa do que antes do surgimento da Aids.
Por um lado, as drogas para disfunção erétil, como o Viagra, possibilitam uma vida sexual mais longa para o homem. Por outro lado, a mulher que já passou pela menopausa acredita que, por não correr riscoscasinodepuma gravidez indesejada, o uso da camisinha se torna desnecessário. Há ainda a popularização dos aplicativoscasinodepnamoro, permitindo que pessoas se conheçam e se relacionem com mais facilidade.
A tudo isso, soma-se o fatocasinodepparte da população ainda acreditar que só são suscetíveis ao vírus aqueles que no passado eram conhecidos como "grupocasinodeprisco", ou seja, homossexuais, profissionais do sexo e viciadoscasinodepdrogas.
Pensando assim, muita gente se expõe ao contágio, aumentando cada vez mais o númerocasinodepheterossexuais soropositivos, por exemplo.
Dentre esses heterossexuais, a mulher está mais propensa à contaminação do HIV. O ginecologista Salviano Brito explica que isso se deve à anatomia: "A mucosa da vagina funciona como uma esponja, tornando mais fácil a contaminaçãocasinodepdoenças, seja por vírus, bactéria ou fungo".
Ele lembra ainda que durante o ato sexual é comum acontecerem lesões no órgão, potencializando os riscoscasinodepcontágio.
Para Luiza, porém, nada disso era novidade, visto que ela havia trabalhado na áreacasinodepsaúde por décadas antescasinodepse aposentar. Então, o que faltou?
"Nada. Sobrou confiança. Fui casada por 32 anos e nunca tive outro relacionamento, nem antes e nem depois. Inocente, achei poderia confiar."
Diagnóstico
Pouco depois do fim do namoro,casinodepmeadoscasinodep2016, Luiza foi hospitalizada com desidratação, anemia e desnutrição.
Ao fimcasinodep20 dias, ainda debilitada, ela recebeu alta com o diagnósticocasinodepdepressão e gastrite. Nessas quase três semanas, a aposentada passou por inúmeros exames, menos ocasinodepHIV. "Nenhum médico pediu."
Um mês depois, para verificar se a anemia havia diminuído, Luiza voltou ao hospital. A filha dela, Carolina,casinodep35 anos, pediu que o testecasinodepHIV fosse feito, mas "só por protocolo".
Um dia depoiscasinodeppegar o resultado, que deu positivo, e, ainda sem acreditar, Carolina recebeu um telefonema da irmãcasinodepManoel, comunicando o falecimento do irmão. Durante a ligação, a ex-cunhada da mãe comentou que ele era soropositivo.
Carolina não tinha mais dúvida, Luiza havia sido contaminada pelo ex-namorado. "Minha mãe, com quase 70 anoscasinodepidade, HIV positivo. Aquilo era inacreditável! Preciseicasinodeptrês dias para conseguir conversar com ela", conta a filha, que tinha na reação da mãecasinodepmaior preocupação.
Quando se recuperou do choque, Carolina decidiu conversar com a mãe, inicialmente sobre a notíciacasinodepque Manoel havia falecido ecasinodepque ele era soropositivo.
"Eu entendi logo e pensei: HIV? Era só o que me faltava", relata Luiza. Carolina apenas confirmou com o resultado dos exames.
Recomeço
Mãe e filha passaram a lidar com a culpa. Da partecasinodepCarolina, por não ter alertado Luiza sobre os riscos. Da partecasinodepLuiza, por ter se deixado acreditarcasinodepum estranho.
A família, então, foicasinodepbuscacasinodepinformação - o dia a dia das duas passou a incluir médicos, remédios e terapias.
"Foi então que vimos que era mais comum do que imaginávamos", conta Carolina. "Nós até encontramos conhecidos nos corredorescasinodeppostoscasinodepapoio, buscando comprimidos ou assistindo palestras. E, principalmente, muitos idosos", completa.
Mas o aumento dos diagnósticoscasinodepHIV na terceira idade existe e é bem maior do que se imagina. Segundo relatório divulgado recentemente pela OMS (Organização MundialcasinodepSaúde), 40%casinodeptodas as pessoas contaminadas pelo vírus no mundo, cercacasinodep14 milhões, ainda não sabem.
"Para cada caso notificado, cercacasinodepcinco continuam desconhecidos. Nós trabalhamos com dados que apontam a direção do problema, mas, na verdade, a abrangência da contaminação vai mais longe do que se tem conhecimento", alerta Ivoneide Lucena.
Desafios
Passados oito meses do diagnóstico, Luiza está tomando a medicação antiretroviral diariamente, assim como outras 18 milhõescasinodeppessoascasinodeptodo mundo. Ela comemora o fatocasinodepnão ter tido nenhum efeito colateral e mais do que nunca mantém a rotina saudável.
Essa disciplina, segundo o infectologista Tarquino Erastides, é peculiar à idade. "Mesmo com HIV positivo, os jovens pensam que são imortais. Os idosos já perderam essa ilusão. Mais do que viver, eles querem sobreviver."
Hoje, o maior desafiocasinodepLuiza, ecasinodeptantas outras idosas, é superar o estigmacasinodepque o HIV é uma sentençacasinodepmorte. Para isso, o atendimento psicológico é fundamental.
"O mundo feminino, principalmente nessa idade, convive pouco com a liberdade sexual. Ao se depararem com um diagnóstico positivo, as idosas se sentem culpadas e imediatamente se vinculam à imagemcasinodeptragédia, que caracterizou o descobrimento do vírus nos anos 80", afirma a psicóloga Maria Teresa Goyatá, que acompanha o tratamentocasinodepLuizacasinodepum CentrocasinodepReferênciacasinodepHIV/Aids,casinodepBrasília.
Segundo ela, após alguns mesescasinodeptratamento, a saúde melhora consideravelmente e elas percebem que é possível ter uma vida normal sendo soropositivo. Investir na autoestima e na resiliência da paciente é a parte seguinte da estratégia.
"Por mais que a equipe médica ajude, se a idosa não reagir e assumir as reponsabilidades, o HIV se torna uma doença fatal."
Luiza preferiu não dizer o nome real ou ser fotografada - por isso,casinodepfilha e o ex-namorado também receberam nomes fictícios nesta reportagem. "Só quero alertar as outras mulheres e ficarcasinodeppaz."
Principais notícias
Leia mais
Mais lidas
Conteúdo não disponível