Como mulheres violentadas conseguem superar o trauma e redescobrir o prazer sexual:gp poker

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Legenda da foto, Segundo Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos umagp pokercada cinco mulheres já foi vítimagp pokerestupro e mais da metade delas conhecia agressor

Trauma

As estatísticas embasam a afirmaçãogp pokerEdelmira.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos umagp pokercada cinco mulheres já foi vítimagp pokerestupro e mais da metade delas conhecia o agressor.

"Ele dizia que me amava, era parte da família e fiquei totalmente traumatizada", diz.

"Perdi minha virgindade, meu selogp pokergarantia, já que não era mais 'dignagp pokermatrimônio'", acrescenta.

Edelmira nunca se atreveu a contar a ninguém o que passou.

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Legenda da foto, Nem todas as mulheres conseguem falar abertamente sobre estupro que sofreram

Recuperação

Tampouco disse ao primeiro namorado, com quem começou a sair quando tinha 18 anos, que havia sido violentada .

"Ele morava do outro lado do país, por isso era difícil termos contato físico", explica.

"Nos comunicávamos por cartas, aí sim, cheiasgp pokererotismo, que faziam minha imaginação voar", lembra.

Quando estavam juntos, o casal decorava o ambiente com velas e flores. Foi assim que Edelmira se permitiu a voltar, pouco a pouco, a ter desejo.

"Mas não lhe deixava tocar meu corpo", ressalva.

E ela também se autoimpunha uma proibição: "Não me permitia ter prazer".

Nesse tempo, começou a trabalhar no governogp pokerseu Estado natal, porque queria se dedicar a políticas sociais.

"Ali me deparei com o assédio sexual, o que me fez lembrargp pokerquando fui estuprada, e outra vez me obriguei a adormecer minha sexualidade", relata a mexicana, hoje sexóloga e comunicadora.

Mas Edelmira continuou mergulhada na literatura erótica, lendo sobre o feminismo e dando assistência a mulheres que haviam passado por situação parecida à dela.

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Legenda da foto, Masturbação pode ser meio para vítima reconciliar-se com próprio prazer sexual

Rosas e aromas

Com seu segundo namorado, aos 20 anos, as carícias deram lugar a outras coisas.

"Quando tivemos nossa primeira relação sexual completa foi diferente, pois ele usou palavras bonitas, pétalasgp pokerrosas e aromas, dissipando meus medos", lembra.

Edelmira ressalva que não tomou a iniciativa pois não queria que ele acreditasse que ela "tinha experiência".

"Não queria que ele me perguntasse: 'Quem te ensinou isso?', diz.

Ela acrescenta, contudo, que a reconciliação com seu próprio prazer sexual começou quando passou a se masturbar.

"É que, apesargp pokertudo, nunca havia tido um orgasmo", diz.

Rejeição

Luz Jaimes, médica, terapeuta sexual e secretária da Federação Latino-americanagp pokerSociedadesgp pokerSexologia e Educação Sexual, diz ter conhecido muitas histórias como agp pokerEdelmira.

"Os casosgp pokermulheres com disfunções sexuais que buscam nosso apoio depoisgp pokerserem violentadas são mais frequentes do se imagina", diz ela.

"A maior parte das pacientes que nos procura imediatamente após o ocorrido costuma ser geralmente adolescentes", explica.

"Mas também nos pedem ajuda mulheres adultas com dificuldades para ter relações sexuais, e, durante a terapia, descobrimos que foram violentadasgp pokeralgum momentogp pokersuas vidas", acrescenta.

Segundo especialistas, a literatura e o cinemagp pokercunho erótico podem ser ferramentas importantes para recuperar a sexualidade após um estupro.

Luz diz que essas mulheres precisamgp pokerpsicoterapia, alémgp pokerapoio do entorno. O tratamento, assinala a especialista, depende do impacto da experiência sobre as vítimas.

"A maioria sofregp pokertranstornos físicos, pesadelos, faltagp pokerdesejo; algumas sentem dor durante as relações ou não tem orgasmos, outras rejeitam qualquer situação sexual, ou reagemgp pokermaneira agressiva porque não podem manifestar seu mal-estar", enumera.

"Mas nem todas demonstram sentimentosgp pokerculpa, ou inibições com o sexo; e outras tendem à hipersexualização", diz.

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Legenda da foto, Litetura erótica pode ajudar a vítimasgp pokerabuso sexual superar trauma

'Meu corpogp pokervolta'

Pavan Amara foi vítimagp pokerabuso sexual durante a adolescência. Já adulta, fundou no Reino Unido o projeto My Body Back ('Meu corpogp pokervolta',gp pokertradução livre).

A iniciativa conta com clínicas que oferecem exames a mulheres que sofreram abuso sexual e não querem ir ao ginecologista, alémgp pokerunidadesgp pokermaternidade especializadas e gruposgp pokerleitura.

Mas Amara também se interessa por trabalhar outro campo para melhorar a vidagp pokerquem passou por essa experiência ruim: o sexo.

Ela diz que uma mulher britânicagp poker43 anos ─ violentada por seu padrasto desde os oito anos ─ contougp pokeruma das sessões que tenta controlargp pokermente enquanto faz sexo para evitar ter um flashback.

"Durante todo o processo, tenho medogp pokerque as lembranças voltem e preciso controlar o vômito. Por causa disso, é impossível alcançar o orgasmo", diz.

Mas nem todas as vítimasgp pokerestupro desenvolvem inibição ou rejeição aos momentos íntimos.

O processogp pokerSandy,gp poker41 anos, violentada por um amigo, foi muito diferente.

Após o ocorrido, ela começou a ter sexo "com todos os homens que podia".

"Para se ter uma ideia, uma vez fui ao supermercado comprar algo para jantar. E acabei fazendo sexo com o rapaz do caixa no mesmo dia. Não satisfeita, consegui o telefone do cara que estava colocando os produtos nas prateleiras. Liguei para ele no dia seguinte e fomos para a cama", completa.

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Legenda da foto, Sex shop Sh! Wome's Erotic Emporium,gp pokerLondres, organiza reuniões com mulheres que sofreram abusos sexuais

Café e vibradores

Faz dois anos que Amara conheceu o Sh! Women's Erotic Emporium, uma sex shopgp pokerLondres exclusiva para mulheres. O local ajuda aquelas que têm disfunções sexuais a superar os seus traumas.

"Ela nos enviou uma carta lindíssima, nos encontramos com ela e planejamos novas maneirasgp pokerajudar as sobreviventesgp pokerviolência sexual", conta a dona do local, Renée Denyer.

A partirgp pokerentão, a cada seis semanas, é organizado um evento chamado Café V, dedicado a mulheres vítimasgp pokerabusos que já recebem terapia profissional e que estão preparadas para explorar o sexo novamente.

"São reuniões nas quais falamosgp pokerlubrificação,gp pokeranatomia, nas quais elas praticam o sexo com uma réplica (dos genitais)...Trata-segp pokerreaprender o contato sexual, e sentir-se sexual e sensual", explica.

As reuniões contam com 25 pessoas e sempre estão cheias.

"Em relação aos conselhos que damos, depende do estado da vítima", afirma.

É oferecido, por exemplo, um kitgp pokerdilatação, composto por vibradoresgp pokervários tamanhos, o menor equivalente à unhagp pokerum dedo mindinho.

"(O kit) Ajuda a relaxar a vagina, e o objetivo é que a mulher volte a desfrutar da penetração", diz.

Mas outras preferem começar assistindo a DVDs, ou consumindo literatura erótica, como Eldemira Cárdenas.

"A questão é ter seu corpogp pokervolta e reconstruir-se como mulher", conclui Edelmira.