'Meu filho é um milagre': jovem é a 1ª a dar à luz após ter amostras do ovário congeladas antes da puberdade:

Moaza com seu bebê no hospital

Crédito, Fergus Walsh

Legenda da foto, Moaza Al Matrooshi tevefertilidade reestabelecida após passar por um procedimento pioneiro

Sua médica, Sara Mathews, especialistaginecologia e fertilidade, disse que o sucesso da gravidezMoaza traz a mesma esperança para meninas e jovens que correm o risconão poderem ser mães após serem submetidas a tratamentos contra câncer ou após enfrentarem disfunções sanguíneas ou imunológicas.

"É um grande avanço. Sabíamos que o transplantetecido do ovário funcionava para mulheres mais velhas, mas não se seria possível coletar amostrasuma criança, congelá-las e torná-las funcionais novamente", disse Mathews.

Transplante

Moaza nasceuDubai, nos Emirados Árabes Unidos, com talassemia, uma doença hereditária que afeta a produçãoglóbulos vermelhos do sangue e pode ser fatal se não for tratada.

Ela precisava passar por uma quimioterapia, que danifica os ovários, antesreceber um transplante da medulaseu irmão.

Antes disso, ela teve seu ovário direito removidoum hospitalLeeds, na Inglaterra, onde amostrastecido do órgão foram congeladas com nitrogênio líquido.

No ano passado, cinco dessas amostras foram reimplantadas nela - quatroseu ovário esquerdo, já infértil por conta da quimioterapia, e outra no lado oposto do seu útero.

Gráfico mostra o procedimento aplicadoMoaza

Como ela não tinha mais um dos ovários e o outro havia deixadofuncionar, os níveishormônios sexuais femininos, o estrógeno e a progesterona, normalmente produzidos por estes órgãos, caíram drasticamente eum curto períodotempo, levando-a à menopausa precoce.

Após o procedimento, entretanto, seus hormônios começaram a retornar ao normal. Três meses após o implante, ela voltou a menstruar e ovular. "Ela voltou a ser uma mulher normal", disse Mathews.

Para aumentar as chancesuma gravidez, Moaza e seu marido Ahmed passaram por uma fertilização in vitro. A partiroito óvulos coletados, foram gerados três embriões.

"Sempre acreditei que seria mãe. Nunca perdi a esperança e, agora, tenho esse bebê. É uma sensação incrível", disse Moaza, que agradeceu à mãe por ela ter tido a ideiapreservar o tecidoseu ovário para que a filha pudesse ter filhos um dia.

'Nunca perdi a esperança'

Helen Picton, chefe do setorreprodução e desenvolvimento embrionário da UniversidadeLeeds, foi quem cuidou do congelamento das amostrasMoaza.

Ela disse que a jovem "é uma pioneira". "Ela foi umas das nossas primeiras pacientes,2001, antesqualquer bebê nascer a partir da preservaçãotecido do ovário. Isso é muito encorajador", afirmou.

FilhoMoaza

Crédito, Fergus Walsh

Legenda da foto, O filhoMoaza Al Matrooshi nasceu saudávelum hospitalLondres, no Reino Unido

"No mundo, mais60 bebês nascerammulheres que tiveramfertilidade reestabelecida, mas Moaza é o primeiro casocongelamento pré-puberdade e também o primeiroque a paciente foi tratada contra talassemia."

Os pesquisadoresLeeds vêm liderando o desenvolvimento desta técnica. Em 1999, cientistas da cidade realizaram o primeiro transplantetecidoovário congelado.

Segundo Picton, apenas na Europa, milharesmeninas e jovens já tiveram amostrastecido do ovário congeladas. Em 2004, uma belga foi a primeira mulher do mundo a dar à luz após ter amostrasovário congeladas.

Porvez, Moaza ainda tem um embrião e duas amostras armazenados e diz que planeja ter mais um filho no futuro.