‘Achei que minha boca fosse explodir’: os riscos dos procedimentos estéticos sem controle:retrait vbet
"Foi fácil demais", disse.
"Logo depois, ficou horrível. Muito inchado", se recorda.
"Eu nunca senti tanta dor como naquela noite. Fiquei acordadaretrait vbet2h até 5h da manhã no banheiro, observando meu lábio no espelho. Achei que a minha boca ia explodir. E senti vergonha por ter me submetido a isso apenas por vaidade", conta.
Tina diz que seu parceiro não se conformava:
"Ele ficou bravo. Eu pensei que a gente ia terminar por causa disso. Ele dizia: 'Você sempre falou que queria parecer natural - por que você fez isso?'", relata.
O casoretrait vbetTina é apenas um entre tantos. Uma pesquisa da BBC, realizadaretrait vbetoutubro, mostrou que 32% das mulheres britânicas buscam cirurgia plástica. Entre as mulheres com menosretrait vbet35 anos, esse percentual sobe para 45%.
O procedimento cirúrgico mais popular é o aumento dos seios. Sarah, que também não quis dar seu nome verdadeiro, se submeteu a essa operação aos 21 anos.
"Eu estava muito infeliz com a aparência do meu corpo", diz.
A jovem se consultou gratuitamenteretrait vbetuma clínica onde conta ter sido recebida por uma equipe calorosa, que não parecia ser formada por médicos. Pagou um depósito não-reembolsávelretrait vbet500 libras e foi submetida à cirurgia para colocar silicone nos seios.
Após o procedimento, ela conta que sentiu uma dor tão forte que não conseguia sentar na cama sem ajuda por duas semanas. E imediatamente teve consciênciaretrait vbetque o implante parecia completamente falso.
"É algo que eu tenho que admitir. Sou tão superficial que passei por tudo isso e ainda gastei esse dinheiro todo", desabafa.
"Os implantes só duramretrait vbet10 a 15 anos, se você tiver sorte. Então depois, você ainda tem que passar por isso novamente para ter as próteses substituídas ou removidas", completa.
Desde 2014, tem havido um aumentoretrait vbet13% ao anoretrait vbettodos os procedimentos estéticos,retrait vbetacordo com relatório anual da Associação Britânicaretrait vbetCirurgiões Plásticos Estéticos (Baaps, na siglaretrait vbetinglês). No entanto, essa continua a ser uma das áreas menos regulamentadas da medicina no Reino Unido.
Há seis anos, um escândalo - que revelou próteses mamárias adulteradas, feitas a partirretrait vbetsilicone industrial - levou o governo a solicitar uma revisão da regulamentação da indústria.
A revisão chamou a atenção para as injeçõesretrait vbetpreenchimento facial, recomendando que só deveriam ser aplicadas mediante prescrição médica. Para Rajiv Grover, ex-presidente da BAAPS, a medida tornaria o procedimento mais seguro.
"Iria regulamentar quem é capazretrait vbetrealizar esse tiporetrait vbettratamento - que teria que ser um profissional médico - e impediria tanta publicidade", afirma.
"O excessoretrait vbetmarketing dá a impressão que esses tratamentos são um passaporte para uma vidaretrait vbetglamour. Essa ideia é completamente equivocada", completa.
A revisão também recomendou um registro obrigatórioretrait vbetcirurgiões plásticos, que listariam suas especialidades, qualificação para aplicar preenchimento facial e um seguro compulsório para o casoretrait vbetalgo dar errado. Nenhuma das medidas foi totalmente implementada.
A médica Rosemary Leonard, que participou do painelretrait vbetrevisão, sente que foi uma perdaretrait vbettempo.
"Um preenchimento facial segue tão regulamentado quanto uma caneta esferográfica. Qualquer um pode colocar preenchimento no rostoretrait vbetalguém. Estou muito triste e irritada. O governo adotou muito pouco das nossas recomendações", afirma.
Emretrait vbetclínica, a médica recebe diversas pacientes vítimasretrait vbetcirurgias plásticas mal sucedidas.
"Eu vi cicatrizes assustadorasretrait vbetcirurgias que deram errado," conta.
Mas, mesmo quando os procedimentos são bem sucedidos, também podem ser questionados.
Sharon Dhaliwal fez uma cirurgia plástica no nariz, aos 23 anos, após ter sofrido bullying na escola.
Ela conta que se tornou mais extrovertida após o procedimento e parouretrait vbetdesviar o olhar quando estava diante do espelho.
Ela se pergunta agora, no entanto, se devia ter encarado seu nariz proeminente indiano como normal, ao invésretrait vbetse render a uma visão eurocêntricaretrait vbetbeleza,retrait vbetque apenas um nariz pequeno e arrebitado é considerado atraente.
"Eu removi parte da minha identidade", diz.
"Me sinto chateada, ninguém me disse que eu era bonita mesmo com um nariz grande", desabafa.
No ano que vem, o Royal College of Surgeons vai lançar um novo registro para cirurgiões plásticos. Para se qualificarem, os médicos terão que provar que já realizaram um certo númeroretrait vbetprocedimentos e fornecer uma referência.
Além disso, o órgão consultivo Health Education England desenvolveu uma qualificação, com statusretrait vbetpós-graduação, para os profissionais que desejam aplicar preenchimentos faciais.
Mas, até o momento, nem o registro nem a qualificação serão obrigatórios. E a indústria da beleza bilionária continuará a funcionar sem ser regulamentada.