Olimpíada não traz legado para saúderoleta dos numeroscidade-sede, diz especialista:roleta dos numeros
Hallal foi um dos autoresroleta dos numerosuma sérieroleta dos numerosartigos analisando o progresso na atividade física da população mundial no último ciclo olímpico ─ períodoroleta dos numerosquatro anos entre os Jogos. O estudo, que contou com especialistasroleta dos numerostodo o mundo, foi publicadoroleta dos numerosuma das mais prestigiadas revistas científicas do mundo, a Lancet.
Uma das principais conclusões éroleta dos numerosque o sedentarismo custou à economia mundial entre US$ 67,5 bilhões a US$ 145,2 bilhões (R$ 215,8 bilhões a R$ 464,1 bilhões) sóroleta dos numeros2013. No Brasil, o custo foiroleta dos numerosUS$ 2 bilhões (R$ 6,4 bilhões).
Na pesquisa, Hallal e outros especialistas citam um levantamento realizado pelo australiano Adrian Bauman, da Escolaroleta dos numerosSaúde Pública da Universidaderoleta dos numerosSydney.
Bauman analisou os Jogos Olímpicosroleta dos numerosVerão eroleta dos numerosInverno a partir da Olimpíadaroleta dos numerosSydney,roleta dos numeros2000, e descobriu que não houve "efeitos significativos" nos níveisroleta dos numerosatividade física das populações das cidades-sede.
Razões
Na Inglaterra, palco da Olimpíada anterior, o legadoroleta dos numerosLondres 2012 para a práticaroleta dos numerosesportes ainda é temaroleta dos numerosdebate local: o mais recente levantamento da organização Sport England,roleta dos numerosjunho, mostra aumento no númeroroleta dos numerospessoas com 16 anos ou mais que praticam esporte ao menos uma vez por semana.
Mas esse número teve altas e baixas desde 2012, a ponto de, no ano passado, o governo prometer reverroleta dos numerospolíticaroleta dos numerosestímulos ao esporte, segundo o jornal The Guardian. Uma das maiores preocupações era com uma tendênciaroleta dos numerosqueda da prática esportiva entre as classes econômicas mais desfavorecidas.
Como a Olimpíada do Rio acabou recentemente, ainda não houve tempo para verificar se o impacto será semelhante aos observados nas demais Olimpíadas. Mas Hallal acredita que a tendência deve se manter ─ e explica as razões.
"Durante a Olimpíada, as pessoas com certeza se sentem motivadas e estimuladas a experimentar um esporte. O meu filhoroleta dos numerossete anos, por exemplo, ficou impressionado com o desempenho do Usain Bolt (velocista jamaicano) e me pediu para levá-lo a uma pistaroleta dos numerosatletismo e cronometrar seu tempo", diz ele.
"O problema é que o nívelroleta dos numerosatividade física das pessoas no seu cotidiano é determinado por uma sérieroleta dos numerosfatores que são muito mais complexos do que a simples vontaderoleta dos numerospraticar um esporte", acrescenta.
"Transformar as instalações olímpicasroleta dos numerosespaços públicos não garante o uso. É preciso um investimento contínuoroleta dos numerospromoção da saúde e do esporte", defende.
Segundo reportagem do jornal Folharoleta dos numerosS. Paulo, a adaptação completa do Parque Olímpico como legado deve durar "dois anos".
De acordo com a Prefeitura do Rio, o Complexo Esportivoroleta dos numerosDeodoro, onde foram realizadas algumas competições ─ como canoagem, hipismo e hóquei ─ terá uma utilização mista. O Parque Radical, por exemplo, vai se tornar uma área públicaroleta dos numeroslazer.
Além disso, o Estádio Aquático se transformarároleta dos numerosdois ginásios, que serão instaladosroleta dos numerosáreas onde não há opção para práticasroleta dos numerosesporte atualmente.
Conscientização geral
Entre as medidas sugeridas por Hallal para estimular a prática esportiva estão, por exemplo, fechamentoroleta dos numerosruas nos finsroleta dos numerossemana, espaçamentoroleta dos numerospontosroleta dos numerosônibus, construçãoroleta dos numerosacademias populares e qualificação das aulasroleta dos numeroseducação física nas escolas.
"O Canadá, por exemplo, é um casoroleta dos numerossucesso no combate ao sedentarismo infantil ao diversificar as aulasroleta dos numeroseducação física. Já Bogotá, na Colômbia, ganhou destaque com o fechamentoroleta dos numerosruas durante os finsroleta dos numerossemana. Por fim, a 'Academia da cidade' (academias gratuitas com supervisãoroleta dos numerosprofissionais),roleta dos numerosRecife (PE), é outro exemplo que merece elogios", enumera.
Para Hallal, não basta "conscientizar a população" sobre os benefícios da prática esportiva.
"Não podemos nos limitar a motivar as pessoas a fazer exercícios físicos, mas sim criar oportunidades", defende.
"Todo mundo sabe que fazer exercício físico é bom para a saúde. É preciso mais do que isso. É necessário que todos os entes se conscientizem, desde o empresário, instalando chuveiros para funcionários que queiram ir trabalharroleta dos numerosbicicleta, por exemplo, aos gestores públicos, que sabem que se não investirem na área, a população vai ficar mais doente e sobrecarregar o sistemaroleta dos numerossaúde".
Brasil
Sobre o Brasil, Hallal diz que o país sofreu um "revés" nos últimos anos, apesarroleta dos numeroscontinuar sendo referência mundial na captaçãoroleta dos numerosdados eroleta dos numerospesquisa sobre saúde populacional, além da elaboraçãoroleta dos numerospolíticas, como a Política Nacionalroleta dos numerosPromoção da Saúde e o Planoroleta dos numerosAções Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT).
"No mundo real, o Brasil não tem conseguido lidar bem com a promoção da saúde no âmbito populacional", destaca.
"Legado não se faz só com edificação da estrutura esportiva, mas com investimento contínuoroleta dos numerospromoçãoroleta dos numerossaúde e esporte. E nisso a gente está muito mal", opina.
Segundo dados oficiais, praticamente a metade dos brasileiros (46%) não pratica nenhuma atividade física. A OMS (Organização Mundial da Sáude) recomenda um mínimoroleta dos numeros150 minutosroleta dos numerosatividaderoleta dos numerosintensidade moderada por semana.