‘A escrava que virou rainha’: documentário e livros revivem história da brasileira que rompeu padrões do século 18:casa de apostas 2024
"Ainda não sabemos como ela morreu, mas já descobrimos que tinha por volta dos 60 anos e que sofriacasa de apostas 2024reumatismo", adianta a roteirista Rosi Young. O projeto prevê, ainda, a construçãocasa de apostas 2024uma esculturacasa de apostas 2024Diamantina (MG) e a criaçãocasa de apostas 2024um hologramacasa de apostas 2024tamanho real. "Se tudo der certo, a imagemcasa de apostas 2024Chica será projetada durante o desfilecasa de apostas 2024uma escolacasa de apostas 2024sambacasa de apostas 20242018", diz Rosi.
Uma Chica, muitas versões
O documentário A Rainha das Américas, que tem previsãocasa de apostas 2024lançamento para 2017, é apenas um dos projetos que prometem recontar o mito da escrava que virou "rainha". Os outros são o romance Chica da Silva - Romancecasa de apostas 2024Uma Vida, da jornalista Joyce Ribeiro, que já chegou às livrarias, e a biografia Xica da Silva - Cinderela Negra, da escritora Ana Miranda, que será lançada no segundo semestre.
"Chica tinha tudo para desistir, mas lutou até o fim pelos seus sonhos. Viveu um relacionamento inter-racial, zelou pela educação dos filhos e, depois da ida do marido para Portugal, administrou, sozinha, os negócios da família. É moderna até para os diascasa de apostas 2024hoje", opina Ribeiro.
O primeiro relatocasa de apostas 2024Chicacasa de apostas 2024que se tem notícia está no livro Memórias do Distrito Diamantino,casa de apostas 20241868. Foi seu autor, o advogado Joaquim Felício dos Santos, quem imortalizou a personagem como donacasa de apostas 2024um apetite sexual insaciável.
"Não possuía graça, não possuía beleza, não possuía espírito; enfim, não possuía atrativo algum que pudesse justificar uma forte paixão", descreveu o autor. Detalhe: ele jamais conheceu Chica ou se baseoucasa de apostas 2024qualquer fonte histórica.
Quase um século depois, o médico Agripa Vasconcelos lançou Chica que Manda,casa de apostas 20241966. Se Joaquim Felício retratou Chica como lasciva e sedutora, Agripa reforçou o estereótipo da mulher sádica e cruel. Num trecho do livro, conta que Chica mandou cortar a bocacasa de apostas 2024uma suposta amante do contratador.
Autorcasa de apostas 2024Eles Formaram o Brasil, o historiador Fábio Pestana Ramos explica que a ex-cativa viveu segundo os rígidos padrões moraiscasa de apostas 2024sua época. Prova disso é o fatocasa de apostas 2024ter sido sepultada no cemitério da Igrejacasa de apostas 2024São Franciscocasa de apostas 2024Assis - um privilégio concedido à elite branca.
"Houve muitas iguais a ela, que ascenderam socialmente graças ao concubinato, mas nenhuma outra teve união estável com figura tão poderosa nem deixou herdeiros que tiveram tanta importância na formação da elite brasileira. Por essas e outras razões, sempre foi alvocasa de apostas 2024preconceito", explica Fábio.
Fontecasa de apostas 2024inspiração
Ainda hoje, não se sabe ao certo quando nasceu Chica da Silva. Estima-se que tenha sido entre 1731 e 1735, no povoadocasa de apostas 2024Milho Verde, perto do arraial do Tejuco, atual Diamantina. Filhacasa de apostas 2024um português, Antônio Caetanocasa de apostas 2024Sá, com uma africana, Maria da Costa, tornou-se escrava, ainda adolescente, do médico Manuel Pires Sardinha, com quem teve um filho, Simão,casa de apostas 20241751.
Comprada por João Fernandes no Natalcasa de apostas 20241753, conquistoucasa de apostas 2024alforria pouco depois. Entre 1755 e 1770, teve 13 filhos - nove mulheres e quatro homens - todos com o contratador. João Fernandes morreucasa de apostas 20241779 e, 17 anos depois, Chica, mais exatamente no dia 16casa de apostas 2024fevereirocasa de apostas 20241796.
Desde então, já inspirou poesia, filme, canção, novela e até enredocasa de apostas 2024escolacasa de apostas 2024samba. Foi assistindo ao desfile do Salgueiro,casa de apostas 20241963, que Cacá Diegues teve a ideiacasa de apostas 2024levar a históriacasa de apostas 2024Chica para o cinema.
"Construí meu filme como uma fábula política. O conde português simbolizava o imperialismo, o contratador, a burguesia; os moradores da cidade, a classe média; o inconfidente, os revolucionários, e a Xica, a alegoria vitoriosa e solar do povo", detalha o cineasta.
Muito antescasa de apostas 2024Cacá Diegues, Cecília Meirelles já prestava tributo à escrava-rainha no livro Romanceiro da Inconfidência,casa de apostas 20241953. "Ainda vai chegar o diacasa de apostas 2024nos virem perguntar: quem foi Chica da Silva que viveu neste lugar?", eternizou a poetisa. Anos depois, o escritor Walcyr Carrasco convidou a então estreante Taís Araújo para dar vida à protagonista da telenovela Xica da Silva, exibida entre 1996 e 1997 pela extinta TV Manchete.
Agora, chegou a vezcasa de apostas 2024Ana Miranda darcasa de apostas 2024versão para a história. Para ser o mais fiel possível à realidade, tomou como referência Chica da Silva e o Contratador dos Diamantes - O Outro Lado do Mito, da historiadora Júnia Ferreira Furtado, da UFMG.
Publicadacasa de apostas 20242003, a mais completa biografia já escrita sobre Chica descreve a personagem como uma mãecasa de apostas 2024família dedicada, leal e religiosa.
"Nunca chegaremos a um consenso sobre figura tão complexa, misteriosa e inquietante. A imagemcasa de apostas 2024Chica foi sendo interpretada à luz dos tempos e a minha Chica é a somacasa de apostas 2024todas essas interpretações. É um quebra-cabeçacasa de apostas 2024medos, ânsias e sonhos", define a escritora.