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As dicasjogos do sonicterapeutasjogos do sonicfamília para 'consertar' relações destruídas pela briga política:jogos do sonic
"Muita gente enxerga a família como um lugarjogos do sonicsantificação. Precisamos encará-lajogos do sonicuma forma mais humana, onde as pessoas cometem erros e são capazesjogos do sonicse desculpar e voltar atrás", diz.
O especialista entende que o seio familiar nunca foi um lugarjogos do sonicserenidade e concordância, mas, sim,jogos do sonicconflitos.
"Por que será que todo mundo fica receoso antes da festajogos do sonicNatal? Nós sabemos que ali, quando todos os parentes estiverem reunidos, surgirão conversas desagradáveis, ressentimentos antigos, histórias não resolvidas…", lista.
"Nas fotos, até parece que todos se dão bem, mas sabemos no fundo que se tratajogos do sonicum barriljogos do sonicpólvora recheadojogos do sonicciúmes, invejas, traições, dificuldades conjugais e disputas geracionais", complementa.
Dunker também destaca que dois acontecimentos recentes no Brasil influenciaram a forma como lidamos com pessoas próximas: a votação presidencialjogos do sonic2018 e a pandemiajogos do soniccovid-19.
"Há quatro anos, as eleições nos pegaramjogos do sonicsurpresa e não estávamos preparados para lidar com tantas posições extremadas. Com isso, muitas brigas e rupturas aconteceram", analisa.
"Dois anos depois, tivemos a pandemia,jogos do sonicque a necessidadejogos do sonicficarjogos do sonicisolamentojogos do soniccasa reforçou a importância dos laços sociais e da interação com o outro."
Na visão do psicanalista, esses dois eventos antagônicos fizeram com que as pessoas criassem maneirasjogos do sonicmanter certas relações e ignorar comportamentos ou posições políticas contrárias.
"A gente vê mais claramente agora o papel das 'tias do deixa disso', que são aquelas figuras que intervém nos debates antes que eles se transformemjogos do sonicbrigas", observa o professor da USP.
Mas será que esse pactojogos do sonicsilêncio é suficiente para evitar males maiores?
Relações exigem empenho
Para a psicóloga Paula Regina Peron, professora da Pontifícia Universidade Católicajogos do sonicSão Paulo (PUC-SP), jogar a sujeira para debaixo do tapete até evita conflitos no momento, mas pode postergar ou até ampliar problemas futuros.
"O que fica sem conversar na hora se torna difíciljogos do sonicfalar depois", acredita.
"Se você deixa passar todos os incômodos que aparecem, isso só aumenta as dificuldades na relação entre as pessoas", conta.
A recomendação dela, portanto, é sempre buscar o diálogo, às vezes até com a ajudajogos do sonicum mediador neutro, ou alguém que conte com o respeitojogos do sonictodas as partes envolvidas no conflito.
"Sempre vai ter aquele parente mais bem humorado, que consegue acalmar os ânimos ou julgar a situaçãojogos do sonicforma imparcial, apontando os errosjogos do sonicum ejogos do sonicoutro", observa Peron.
A professora da PUC-SP lembra que qualquer relação entre dois indivíduos dependejogos do sonicum investimento mútuo.
"As pessoas precisam se empenhar para estabelecer e fortalecer os laços. Sem o interesse das partes envolvidas, isso não se mantém."
Nessas horas, outro exercício relevante é pensarjogos do sonicduas questões-chave. Em primeiro lugar, quais são aqueles que você realmente gosta e quer ter por perto? Segundo, quais são as visõesjogos do sonicmundo e posicionamentos políticos inegociáveis para conviver com alguém?
"Nem sempre a família consanguínea é a mais saudável para um sujeito. Ele pode encontrar o apoio e a intimidadejogos do sonicoutros grupos", lembra Peron.
"E há situaçõesjogos do sonicque as diferenças são tão disruptivas que o melhor a ser feito é nem reconstruir certos laços", acrescenta.
A psicóloga chama a atenção para o fatojogos do sonicas famílias representarem, num plano limitado, as relações sociaisjogos do sonicpoder típicas do próprio país.
"A família não costuma ser uma ilha isolada do resto da cultura do lugar onde a gente vive", explica.
"Por isso vemos que muitos desses grupos reproduzem o racismo, o machismo e outras intolerâncias."
Dunker concorda. "A família pode ser o espaçojogos do sonicque os racismos se reforçam ou são tratados e resolvidos."
Viva as diferenças
Nos casosjogos do sonicque as discordâncias não são tão dramáticas assim e é possível pensarjogos do soniccurar as feridas abertas, uma saída envolve entender que é normal as pessoas pensaremjogos do sonicforma diferente.
"Esse é um bom momento para a família refletir sobre as diferenças e, se os conflitos não forem fundamentais, abrir espaço para negociações", sugere Peron.
"O grupo inteiro pode crescer com essa experiência, ao entender que não há necessidadejogos do sonicum pensamento homogêneojogos do sonictudo", acredita.
Dunker também aponta que pode ser uma boa separar a política pública da vida privada.
"Muitas vezes, usamos os candidatos como uma maneirajogos do sonicextravasar frustrações e conflitos que vêm desde a infância", destaca.
"Uma maneirajogos do sonicevitar as brigas agora é reforçar os sentimentosjogos do sonicurbanidade, da educação e do bom trato entre as pessoas, mesmo com aquelas que você discorda", diz.
Dentro desse contexto, dar tempo ao tempo é outra medida sensata.
"Não adianta ficar forçando uma relação que foi desgastada e nem tudo precisa ser dito no calor da hora", afirma o professor da USP.
"Pode ser necessário esperar mais um tempinho até que a temperatura esfrie e você consiga estabelecer um diálogo novamente."
Ainda dentro dessa questão, a forma como vencedores e perdedores vão se comportar durante as próximas semanas pode ser absolutamente decisiva.
"Aprender a ganhar e a perder é uma tarefa básica da educação que nossa sociedade parece ter esquecido", pontua Dunker.
"Na história brasileira, o lado vitorioso costuma usar o sarcasmo e a humilhação como ferramentas diante do derrotado."
E isso, porjogos do sonicvez, gera uma reaçãojogos do sonicvingança, raiva e rancor entre quem perdeu.
Dunker também lembra que, não raro, o derrotado não aceita os resultados ou não consegue admitir os erros que foram cometidos durante o processo — e isso cria instabilidades e tensões permanentes, que prejudicam os relacionamentos e até o desenvolvimento do país.
"Pode até parecer um clichê, mas só ganha no futuro quem aprende a perder no presente."
Por fim, Peron lembra que cada família tem uma dinâmica própria e, por mais que as recomendações e dicas ajudem, é preciso analisar caso a caso.
"As eleições podem até fazer com que os familiares evidenciem diferenças e rompam relações", admite.
"Mas precisamos lembrar que dependemos uns dos outros e tudo fica mais difícil quando estamos completamente sozinhos", conclui.
- Esse texto foi publicado originalmentejogos do sonichttp://vesser.net/brasil-63096035
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