Eleições 2022: Qual a importância do voto paulista para definir a disputa?:prognósticos desportivos

Segundo a mais recente pesquisa da consultoria Quaest, divulgada na última semana, os 34,6 milhõesprognósticos desportivoseleitores paulistas (22% do eleitorado brasileiro) estão bem divididos entre os dois líderes das pesquisas: o petista tem 37% das intençõesprognósticos desportivosvoto, contra 35% do presidente. Como a margemprognósticos desportivoserro da pesquisa éprognósticos desportivos2,4 pontos percentuais, ambos estão tecnicamente empatados.

Outros levantamentos da Quaest realizados ao longo do ano mostram que Bolsonaro vem subindo continuamente entre os eleitores paulistas, o que anulou a ampla vantagem que Lula tinha. Na pesquisaprognósticos desportivosmarço, o petista aparecia com 39% das intençõesprognósticos desportivosvoto, contra apenas 25% do atual presidente.

Bolsonaro também tem melhorado seu desempenhoprognósticos desportivosoutras regiões do país, mas Lula se mantém à frente na média nacional. Também segundo pesquisaprognósticos desportivosagosto da Quaest, o petista tem 44% das intençõesprognósticos desportivosvoto no Brasil, contra 32% do presidente.

O desempenho é puxado principalmente pela ampla vantagem no Nordeste, região que abriga 27% do eleitorado. Lá, o ex-presidente aparece com apoioprognósticos desportivos61% dos eleitores, contra 20% que pretendem votarprognósticos desportivosBolsonaro.

Lula também segue liderandoprognósticos desportivosMinas Gerais, segundo estado com o maior númeroprognósticos desportivoseleitores (10,41%), mas a vantagem sobre Bolsonaro caiu.

Segundo a última pesquisa Quaest, o petista tem 42% das intençõesprognósticos desportivosvoto entre os mineiros, nove pontos percentuais a mais que Bolsonaro (33%). Em março, a diferença eraprognósticos desportivos25 pontos percentuais (46% contra 21%).

Para a cientista política Lara Mesquita, pesquisadora do Centroprognósticos desportivosPolítica e Economia do Setor Público da Fundação Getúlio Vargas (FGV Cepesp), a mudançaprognósticos desportivosSão Paulo e Minas Gerais altera o quadro nacional da disputa.

"As pesquisasprognósticos desportivosalguns meses atrás tornavam a vida do presidente Bolsonaro muito difícil, porque mostravam o PT com uma vantagem significativaprognósticos desportivosdois colégios eleitorais muito grandes: São Paulo e Minas Gerais. Para compensar isso, o presidente Bolsonaro teria que ter um desempenho muito bomprognósticos desportivosuma parte muito grande do país, que necessariamente deveria incorporar o Nordeste, o que não estava acontecendo", nota ela.

"Então, quando o Bolsonaro diminui a diferençaprognósticos desportivosMinas eprognósticos desportivosSão Paulo está empatado (com Lula), isso passa a tornar possível ou crível uma chanceprognósticos desportivosvirada do presidente", acrescenta.

Ela ressalta, porém, que a vitória do PTprognósticos desportivosSão Paulo não é determinante para vencer a eleição, se Lula conseguir manterprognósticos desportivosvantagemprognósticos desportivosoutros locais, como Nordeste, Minas e Rioprognósticos desportivosJaneiro. Mas é importante para o partido que uma eventual derrota no maior Estado não seja por margem larga.

"O objetivo do PT, ainda que ele não ganheprognósticos desportivosSão Paulo, é não perderprognósticos desportivosmuito", ressalta.

Em 2002, quando o PT teve seu melhor desempenho, Lula recebeu 46% dos votos válidos paulistas no primeiro turno, e 55,4% no segundo, derrotando José Serra (PSDB).

Depois disso, o desempenho petista foi encolhendo a cada ano, a pontoprognósticos desportivosFernando Haddad, candidato do PT à presidênciaprognósticos desportivos2018, ter recebido apenas 16,4% dos votos válidos paulistas no primeiro turno. No segundo, ele recebeu 32%, contra 68%prognósticos desportivosBolsonaro.

Será importante verificar se outros institutos confirmam a tendência captada nas últimas sondagens da Quaest. Na próxima semana, o Ipec (Inteligênciaprognósticos desportivosPesquisa e Consultoria Estratégica) deve divulgar pesquisas para o país e alguns Estados, incluindo São Paulo e Minas Gerais.

Nos próximos dias, sairão também levantamentos para Rioprognósticos desportivosJaneiro e Bahia da Quaest.

O que explica empateprognósticos desportivosSão Paulo?

Para os cientistas políticos ouvidos pela BBC News Brasil, a recuperação mais forteprognósticos desportivosBolsonaroprognósticos desportivosSão Paulo reflete dois fatores:prognósticos desportivosum lado, o reavivamento do antipetismo no Estado, conforme esquenta a campanha eleitoral e,prognósticos desportivosoutro, a melhora do humorprognósticos desportivosparte do eleitorado com o presidente devido às medidas econômicas adotadas pelo governo.

Além da redução recente do preço dos combustíveis, o Congresso aprovouprognósticos desportivosjulho uma proposta do governo para aumentar o Auxílio Brasilprognósticos desportivosR$ 400 para R$ 600, ampliar o vale para famílias pobres comprar gás, e novos benefícios para caminhoneiros autônomas e taxistas abastecerem seus veículos — os valores começaram a ser pagos nesta semana.

Isso só foi possível porque houve uma alteração da Constituição para driblar a Lei Eleitoral, que impedia a criaçãoprognósticos desportivosbenefícios sociais pouco antes do pleito.

"O governo está colocando muito dinheiro na economia às vésperas da eleição, o que é uma coisa extraordinária, porque a legislação proibia issoprognósticos desportivosanos anteriores. Então, a gente nunca tinha visto algo parecido", nota Lara Mesquisa.

O cientista político Rafael Cortez, da Consultoria Tendências, também destaca o "poder da caneta presidencial" nesse processoprognósticos desportivosrecuperaçãoprognósticos desportivosBolsonaro.

"A candidatura à reeleição tem um atributo que nenhuma outra tem, que é apresentar ao eleitor benefícios concretosprognósticos desportivosanos eleitorais. As outras candidaturas tentam atrair o eleitor basicamente no discurso. E, como a gente viu, o governo não mediu esforços, inclusive alterando o texto constitucional para fazer benefícios associados ao calendário eleitoral", ressalta.

A pesquisa Quaest mostra que entre os eleitores paulistas com rendaprognósticos desportivosaté dois salários mínimos, a intençãoprognósticos desportivosvotoprognósticos desportivosBolsonaro subiuprognósticos desportivos21%prognósticos desportivosjulho para 28% agora, enquanto aprognósticos desportivosLula teve pequena oscilação,prognósticos desportivos47% para 45%.

Já no segmento que ganha entre 2 e 5 salários mínimos, ambos variaram pouco e aparecem tecnicamente empatados, com Lula com 37% e Bolsonaro com 34%.

O presidente manteve a liderança entre os mais ricos, tendo subido para 41%prognósticos desportivosagosto, contra 32%prognósticos desportivosLula, que ficou praticamente estável.

Além do fator econômico, Cortez também destaca o histórico antipetista da maioria do Estado, onde o eleitorado tem renda mais elevada e é tradicionalmente mais conservador, com destaque para o interior.

Desde a redemocratização, o PT venceu três vezes a eleição para governar a capital, mas nunca conquistou o governo estadual, comandado desde 1995 pelo PSDB, o que rendeu a São Paulo o apelidoprognósticos desportivosTucanistão.

"Historicamente, São Paulo não é um Estadoprognósticos desportivosesquerda. São Paulo nunca apoiou (o presidente) Getúlio Vargas, por exemplo. Não (é uma tendência) só da Nova República", concorda Lara Mesquita.

Dessa vez, o PT tenta quebrar o ciclo tucano no Palácio dos Bandeirantes com Haddad, que lidera as pesquisasprognósticos desportivosintençãoprognósticos desportivosvoto para o governo paulista. Por enquanto, o governador Rodrigo Garcia (PSDB), candidato à reeleição, e o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísioprognósticos desportivosFreitas (Republicanos), apoiado por Bolsonaro, disputam quem deve enfrentar o petista no segundo turno.

Apesarprognósticos desportivosas sondagens eleitorais indicarem que hoje Haddad venceria os dois, Cortez prevê uma disputa difícil para o PT.

"Um (Tarcísioprognósticos desportivosFreitas) se alimenta muito fortemente do antipetismo, e o outro (o governador Rodrigo Garcia) tem o atributoprognósticos desportivosmanter suas articulações com os prefeitos (que podem buscar votosprognósticos desportivossuas cidades)", afirma.

Qual o peso da aliança com Alckmin?

Governadorprognósticos desportivosSão Paulo pelo PSDB por maisprognósticos desportivos12 anos, Geraldo Alckmin surpreendeu ao ingressar no PSB para ser candidato a vice na chapaprognósticos desportivosLula nesta eleição.

Os analistas entrevistados, porém, veem com ceticismo a possibilidade desse apoio se reverterprognósticos desportivosmuitos votos para o petistaprognósticos desportivosSão Paulo.

Eles lembram que Alckmin teve desempenho fraco entre os paulistas quando foi candidato a presidenteprognósticos desportivos2018 e ressaltam também que, fora do comando do Estado, ele deixaprognósticos desportivoster o poder da máquina estadual para articular apoio político com os prefeitos.

"A minha interpretação é que o potencial do Alckmin na campanha é muito maisprognósticos desportivossinalização para formadoresprognósticos desportivosopinião, para o mercados financeiros e para uma determinada elite política do que exatamente pro eleitorado", diz Mesquita.

"Não existe uma relaçãoprognósticos desportivosafeto ouprognósticos desportivoscarisma tão grande com o Alckmin que pudesse mitigar a rejeição ao Lula ou o apreço ao presidente Bolsonaro", acrescenta.

- Este texto foi publicadoprognósticos desportivoshttp://vesser.net/brasil-62528191

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