Pode faltar diesel no Brasil no segundo semestre?:unibet de

Caminhõesunibet deestacionamento

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Legenda da foto, No Brasil, produtos dependem do transporte que utiliza diesel para chegar à população

Após a demissãounibet deFerreira Coelho da estatal — empossado há pouco maisunibet deum mês —, o governo indicou Caio Paesunibet deAndrade para substituí-lo.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) expressou a mesma preocupação na terça-feira (24/05).

Em nota, os petroleiros afirmaram que "o Brasil corre o riscounibet dedesabastecimentounibet deóleo diesel no início do segundo semestre deste ano,unibet defunção da prevista escassezunibet deoferta no mercado internacional e do baixo nível dos estoques mundiais".

Analistas consultados pela BBC News Brasil concordam com a avaliação da Petrobras e da FUP, mas afirmam que a deficiência deve ser pontual e só se concretizará se os fatores causadores da crise permanecerem ativos.

"Pode faltar diesel pontualmente no Brasil", afirma Pedro Shinzato, analistaunibet dederivados da consultoria Stonex. "Não devemos ver um desabastecimento generalizado, masunibet depostos específicos,unibet debandeira branca, ouunibet deregiões do país mais afastadas, é bem possível falarunibet defaltas esporádicas."

Para Maurício Canêdo, professor da Escola Brasileiraunibet deEconomia e Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV-EPGE) e da Universidade do Estado do Riounibet deJaneiro (UERJ), existe a possibilidadeunibet decarência pontual caso a própria Petrobras não aumente seu ritmounibet deimportação.

"Uma escassez pontual é mais provável do que uma falta generalizadaunibet dediesel nos postos ou no transporteunibet decarga. Pode haver atrasos no despacho ou faltas esporádicas por contaunibet deproblemasunibet delogísticaunibet demudançaunibet defornecedor diante do problema global", diz.

Entre os principais fatores apontados pelos especialistas para a concretização do cenário futuro está a defasagem do preço do dieselunibet derelação ao mercado internacional, que pode desencorajar a compra do combustível no exterior por importadores privados.

As sanções e bloqueios impostos à Rússia por conta da guerra na Ucrânia, que levaram os estoques internacionais para mínimos históricos, também são um grande fatorunibet depeso.

Barrisunibet depetróleo

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Legenda da foto, A Rússia é atualmente um dos maiores produtoresunibet depetróleo do mundo, e conflito envolvendo a Ucrânia afetaunibet deforma significativa o mercado

O que está por trás dos temoresunibet deescassez?

A preocupação com um desabastecimentounibet dediesel não é exclusiva do Brasil.

Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, Estados Unidos e União Europeia impuseram sanções contra o país, que é o segundo maior produtor e exportadorunibet depetróleo do mundo.

Com isso, a oferta da commodity diminuiu globalmente e os seus preços dispararam.

"Vários países estão com os estoquesunibet dediesel e outros combustíveis bastante baixos para os padrões usuais. Se essa situação continuar por muito tempo, o mundo inteiro corre o riscounibet desofrer com algum tipounibet deproblemaunibet deoferta", diz o economista Maurício Canêdo.

"A grande questão que definirá se vai haver desabastecimento ou aumento ainda maior do preço do diesel no mercado internacional é a velocidade e a escala com que a Europa vai cortar seu fornecimento da Rússia", afirma Felipe Perez, estrategistaunibet dedownstream para a América Latina da S&P global.

Mas segundo os especialistas consultados pela BBC News Brasil, o Brasil pode ainda enfrentar um componente adicionalunibet derisco, que é a queda nas importações por conta da defasagem do preço do dieselunibet derelação ao mercado internacional.

O Brasil produz mais petróleo do que consome e se declara "autossuficiente". Porém, devido ao tipounibet depetróleo extraído e à insuficiência na capacidadeunibet derefino, ainda precisa importar tanto petróleo cru quanto derivados como a gasolina e o diesel.

Refinaria Presidente Bernardes da Petrobrasunibet deCubatão, estadounibet deSão Paulo

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Legenda da foto, Refinaria Presidente Bernardes da Petrobrasunibet deCubatão, no Estadounibet deSão Paulo

Segundo a ANP (Agência Nacionalunibet dePetróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o Brasil bateu recordeunibet deimportaçãounibet dedieselunibet de2021 — foram 14,4 milhõesunibet demetros cúbicosunibet dediesel A (puro, sem biodiesel), volume 20,4% maior do que no ano anterior.

Aindaunibet deacordo com a ANP, a participação do diesel vendido no país com origem estrangeira passouunibet de20,9%unibet de2020 para 23,2%unibet de2021.

A Petrobras adotou o chamado preçounibet deparidadeunibet deimportação (PPI)unibet de2016, durante o governounibet deMichel Temer. O PPI vincula o valor dos derivadosunibet depetróleo ao comportamento dos preços dos produtosunibet dedólares no mercado internacional.

Recentemente, porém, os reajustes para acompanhar o valor internacional se tornaram mais espaçados. Segundo o G1,unibet dereuniões internas do governo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) também teria dito a auxiliares que não quer novos reajustes no diesel, gasolina e gásunibet decozinha até a eleição,unibet deoutubro.

"No momento o preço do diesel no Brasil está até bem alinhado com o internacional, mas porque o mercado caiu nas últimas duas semanas e o valor global também caiu um pouco", diz Pedro Shinzato.

"Mas sabemos que o atual presidente está buscando a reeleição e que o aumento nos preçosunibet decombustível pode ser uma política impopular."

Diante da defasagem do preço do diesel, importadores particulares, não vinculados à Petrobras, podem deixarunibet decomprar o combustível no exterior para evitar prejuízo ao revendê-lo internamente.

"Ninguém vai importar o diesel caro para vender mais barato no Brasil", resume Canêdo.

Essa foi exatamente a preocupação que teria sido exposta pela Petrobras na apresentação ao governo.

Segundo as informações da Reuters, o documento afirma que "sem sinalizaçãounibet deque os preçosunibet demercado serão mantidos adiante, há um risco concretounibet deescassezunibet dediesel no auge da demanda, durante a temporadaunibet decolheita, afetando o PIB do Brasil".

Os especialistas afirmam ainda que a temporadaunibet defuracões no Atlântico, que se estenderá nesse anounibet dejunho a novembro, também pode representar problemas para o fornecimentounibet dediesel brasileiro.

"As refinarias americanas são a principal origem das importações do Brasil e boa parte delas está concentrada na região da Costa do Golfo dos EUA, que costuma ser uma das mais atingidas pela temporadaunibet defuracões", diz Pedro Shinzato, da Stonex.

"Com as refinarias dos EUAunibet decapacidade alta, um furacão ou condições climáticas mais difíceis podem parar o refino ou a produçãounibet depetróleo e fazer com que o mercado fique ainda mais justo", afirma Perez.

Refinaria Phillips 66unibet deNova Jersey, Estados Unidos

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Legenda da foto, Refinaria Phillips 66unibet deNova Jersey, Estados Unidos

Vai faltar diesel mesmo?

Para os analistas consultados pela BBC News Brasil, uma falta pontual pode ser observada caso os fatoresunibet derisco se mantenham e não se encontrem alternativas viáveis para o fornecimento.

Para Maurício Canêdo, a possibilidade pode ser contornada caso a Petrobras decida buscar alternativas para a importação do diesel no mercado global e supra a demanda não atendida pelas importadoras privadas.

"Temos levantado que a Petrobras já está procurando fontes alternativasunibet deoferta na Ásia e África para driblar a diminuição da oferta nos Estados Unidos", diz.

O especialista explica que esse processo seria mais custoso e demorado. Também significaria que a estatal precisaria arcar com os possíveis prejuízosunibet devender o diesel no Brasil a preços mais baixos do que os praticados no mercado internacional.

"Mas acho improvável que a Petrobras decida não fazer isso dianteunibet deum riscounibet deescassez, pois o maior acionista da empresa ainda é a União", afirma Canêdo.

Já Felipe Perez acredita que a defasagem dos preços fará com que os estoques das refinarias nacionais acabem primeiro, mas não afetaráunibet deimediato o ritmounibet deimportações.

"As empresas que têm a vantagem logística, competitiva, contratual e estrutural devem negociar primeiro com os refinadores brasileiros. Mas no final das contas o balanço tem que ser fechado com as importações e esse preço vai ser o preçounibet demercado", diz.

Problemasunibet defaltaunibet desuprimento foram relatadosunibet deMinas Gerais e no Distrito Federal entre março e abril deste ano, mas os sindicatos que representam os revendedoresunibet decombustíveis nas duas regiões afirmam que a situação já se normalizou.

Ainda assim, Paulo Tavares, presidente Sindicombustíveis-DF, teme problemas no segundo semestre caso o consumo mundialunibet depetróleo russo permaneça abalado e a Petrobras mantenhaunibet depolíticaunibet depreços.

"A manutenção do preço do dieselunibet deníveis mais baixos do que os do mercado internacional pode fazer com que falte produto para as distribuidoras, porque elas não vão importar o produto mais caro", diz.

"Não creio que vai haver escassez geral, mas podemos ter novos relatosunibet defaltaunibet dealgumas regiões e o preço certamente vai subir muito."

Caminhão

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Legenda da foto, Problemasunibet defaltaunibet desuprimento foram relatadosunibet deMinas Gerais e no Distrito Federal entre março e abril deste ano

O presidente-executivo da Associação Brasileira dos Importadoresunibet deCombustíveis (Abicom), Sérgio Araújo, afirma que qualquer falta deve ser pontual.

"Em alguns municípios pode haver descontinuidade no suprimento por alguns dias, porque com a defasagem do preço, os importadores e as distribuidoras regionais não estão importando tanto", diz.

"Nesse cenário, redesunibet depostosunibet debandeira branca e outros consumidores menores ficam mais vulneráveis a eventual faltaunibet deproduto."

Em resposta aos rumores, a ANP afirmouunibet denota que monitora o abastecimento nacionalunibet decombustíveisunibet deforma sistemática, por meio do acompanhamento dos fluxos logísticosunibet detodo o território brasileiro.

"Na presente data, o abastecimento com diesel aos consumidores se mantém regular", diz a agência.

Procurados, a Petrobras e o Ministériounibet deMinas e Energia não responderam aos pedidosunibet decomentário.

E o preço?

Os especialistas concordam que, com a continuidade nos problemas com a oferta mundialunibet dediesel, o preço do produto nas bombas do Brasil pode continuar subindo.

"O preço pode aumentar sim na bombaunibet dealgumas regiões. É o que acontece toda vez que a demanda corre por cima da oferta", explica Maurício Canêdo.

"A primeira resposta a tudo que tem acontecido são os preços mais altos — algo que já estamos vendo desde outubro, na verdade", pontua Pedro Shinzato.

Segundo analistas, o aumento afeta mais os consumidores finais principais do diesel — como caminhoneiros, operadoresunibet deserviçosunibet delogística e transportadoresunibet depassageirosunibet decoletivos.

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