O retrato da disparada da inflação no 'prato feito' brasileiro:7upbet link

7upbet link Imagine que uma pessoa vai a um supermercado para comprar todos os ingredientes necessários para fazer um típico prato feito brasileiro.

Os ingredientes para o prato variam7upbet linkacordo com a região, mas para esse exercício estamos considerando sete alimentos: arroz, feijão carioca, tomate, alface, alcatra, batata e ovos.

Se hoje uma pessoa gastaria cerca7upbet linkR$ 100 para comprar todos os ingredientes para esse prato feito, há um ano —7upbet linkabril7upbet link2021 — a mesma pessoa teria gasto apenas cerca7upbet linkR$ 85 nos mesmos ingredientes, segundo os dados do Índice Nacional7upbet linkPreços ao Consumidor Amplo, a principal referência7upbet linkinflação do IBGE no Brasil.

(Nesta compra não estamos levando7upbet linkconsideração o tamanho das porções, o que vai sobrar7upbet linkcada alimento e nem o custo7upbet linkoutras variáveis, como temperos, óleo7upbet linkcozinha e preço do gás para cozinhar.)

Os alimentos se tornaram o principal vilão da inflação brasileira — os preços gerais da economia subiram 12,13% nos últimos 12 meses, mas a alimentação no domicílio (que exclui comida comprada7upbet linkrestaurantes) subiu 16,12%. No último mês, a alimentação e transportes responderam por 80% da alta geral dos preços no país.

Você pode conferir no gráfico acima como os preços7upbet linkalguns ingredientes do prato feito brasileiro variaram ao longo7upbet linkum ano.

Alguns itens do prato típico brasileiro ficaram mais baratos7upbet linkum ano, como é o caso do arroz e do feijão-preto. Mas eles são minoria — mais7upbet link90% dos produtos encareceram, a maioria com altas superiores a 10%.

E para piorar, analistas acreditam que os preços devem subir ainda mais neste ano.

Substitutos?

Mesmo diante da escalada7upbet linkpreços, há formas7upbet linkse atenuar o efeito da inflação no prato dos brasileiros buscando substitutos.

Alguns alimentos importantes da cesta básica tiveram queda. O arroz ficou 11% mais barato7upbet linkum ano. O feijão-carioca encareceu 9,4%, mas ele pode ser substituído pelo feijão-preto, cujo preço caiu quase 7%.

A alcatra (que teve alta7upbet link13%) é outro item que pode ser substituído — por carne7upbet linkporco (cujo preço caiu quase 6% ao ano) ou carne-seca e7upbet linksol (cujo preço subiu 3%, um reajuste inferior à inflação média). Já o frango — que costuma ser alternativa mais barata7upbet linkproteína — também teve inflação alta,7upbet link21%.

A batata inglesa subiu 63%, mas a batata-doce teve reajuste bem menor,7upbet link3,58%.

Na salada, a substituição é mais difícil. Tubérculos, raízes e legumes encareceram 69%7upbet linkum ano; hortaliças e verduras subiram 36%.

Fora do almoço, a alimentação pode ser complementada com frutas cujos preços caíram7upbet linkum ano ou registraram pouca inflação. É o caso do abacaxi e da banana-maçã (que estão 3% e 5% mais baratos, respectivamente) e a laranja-pêra (cujo preço subiu 4%). Mas outras variedades7upbet linkbanana e laranja tiveram reajustes grandes7upbet linkpreço.

É importante ressaltar também que essa inflação é nacional — ou seja, que os preços variaram7upbet linkforma diferente7upbet linkacordo com a região do Brasil.

Salário defasado e aceleração7upbet linkpreços

O mais recente boletim do IBGE revela três tendências: os salários não estão acompanhando a alta dos alimentos, os preços estão subindo7upbet linkforma mais acelerada neste ano e a maioria dos alimentos nos supermercados teve reajustes grandes.

A alimentação no domicílio ficou 16,12% mais cara no Brasil,7upbet linkmédia — entre abril7upbet link2021 e abril deste ano. O aumento é bastante superior, por exemplo, ao reajuste7upbet link10,18% no salário mínimo que aconteceu no começo7upbet link2022.

Outro estudo confirma que a maioria dos brasileiros não está conseguindo "vencer a inflação". Em março, apenas 13,9% das negociações salariais no Brasil medidas pelo Dieese produziram ganhos reais para os trabalhadores, acima da inflação. Em 34% das negociações, as categorias conseguiram "empatar com a inflação" — e7upbet link52% desses acordos os trabalhadores tiveram aumentos que não cobrem a subida7upbet linkpreços da economia.

Outra tendência preocupante é que os preços parecem estar subindo7upbet linkforma mais acelerada neste ano.

O IPCA (que mede não só o preço dos alimentos, como7upbet linkdiversos bens e serviços) teve alta7upbet link1,06%7upbet linkabril — a maior variação para um mês7upbet linkabril7upbet link27 anos. A inflação acumulada dos últimos 12 meses é7upbet link12,13% — acima dos 11,30% nos 12 meses anteriores.

E a alta dos alimentos é a que mais preocupa — alimentos e bebidas ficaram 2,06% mais caros7upbet linkapenas um mês.

Quem vai ao supermercado consegue ver exatamente como o alimento se tornou o "vilão" da inflação brasileira.

Dos 159 alimentos cujos preços são monitorados pelo IBGE, apenas 9% (14 deles) tiveram queda nos preços nos últimos 12 meses (confira na tabela abaixo os preços que mais caíram e os que mais subiram). Os demais 91% ficaram mais caros — sendo que 54% (ou 84 itens) tiveram um aumento expressivo,7upbet linkmais7upbet link10%.

Três produtos — cenoura, tomate e abobrinha — mais que dobraram7upbet linkpreço7upbet linkapenas um ano.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Preços7upbet linkcenoura, tomate e abobrinha mais que dobraram7upbet linkpreço7upbet linkapenas um ano

Por que mais caro?

O movimento da alta dos preços não é isolado no Brasil.

Até países ricos e com histórico7upbet linkbaixa inflação — como Reino Unido e EUA — estão enfrentando a maior escalada7upbet linkpreços desde 1982. O Reino Unido vive atualmente uma "crise do custo7upbet linkvida", com disparada no preço7upbet linkalimentos e energia.

Alguns motivos dessa disparada são comuns7upbet linktodo o mundo: problemas nas cadeias globais7upbet linksuprimento (que nunca se recuperaram totalmente da pandemia) e a guerra na Ucrânia (que fez o preço da energia disparar, com as sanções impostas à Rússia, além7upbet linkproblemas no fornecimento7upbet linkcereais produzidos na Ucrânia).

No Brasil, essas variáveis todas impactaram diretamente no preço dos alimentos, também devido ao aumento no custo do transporte7upbet linkcargas.

Os preços vão parar7upbet linksubir?

Os preços devem ficar mais caros ainda neste ano, segundo alguns analistas.

A corretora XP aumentou7upbet linkprojeção7upbet linkinflação7upbet linkalimentos para este ano —7upbet link9,5% para 11,1% —7upbet linkestudo divulgado7upbet linkmaio. Com isso, prevê que a inflação geral no Brasil vai fechar o ano7upbet link9,2%.

"Nossa projeção para os preços7upbet linkalimentos considerava os efeitos inflacionários da guerra na Ucrânia. Elevamos [agora] nossa projeção para englobar os efeitos secundários da alta7upbet linkcombustíveis e outros custos no grupo", diz o boletim.

Para o ano que vem, a corretora prevê que os alimentos continuarão subindo, mas7upbet linkum ritmo menos acelerado:7upbet link3,5%.

A XP elenca três motivos pelos quais a inflação seguirá alta: os severos lockdowns na China por conta da pandemia7upbet linkcovid (que provocam rupturas nas cadeias globais7upbet linksuprimento), a grande probabilidade7upbet linknovos reajustes7upbet linkcombustíveis no Brasil (segundo o estudo, o preço no Brasil ainda está defasado7upbet link20%7upbet linkrelação ao exterior) e uma disparada na inflação7upbet linkserviços (que encarecem os demais preços da economia, inclusive dos alimentos).

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