'Pensavam que eu era branco por ser fluentearlekin casinoinglês e francês': como o racismo emperra carreiraarlekin casinonegros no Brasil:arlekin casino

Quando parouarlekin casinomodelar e voltou para casa, encontrou os mesmos obstáculos.

'Falsa democracia racial'

Maisarlekin casino50% dos brasileiros se definem como pretos ou pardos, segundo o Censo.

No entanto, dadosarlekin casino2016 mostram que os negros ocupam apenas cercaarlekin casino6% dos cargos gerenciais e recebemarlekin casinomédia 44% menos no geral.

"Aqui existe esse mito da democracia racialarlekin casinoque todos, independentemente do tomarlekin casinopele, podem ser bem-vindos. E isso é falso", diz Luana. "A mensagem para mim foi que este paraíso não existe. Precisamos construí-lo."

É exatamente isso que ela está tentando fazer com seu instituto — ajudar as empresas brasileiras a serem mais "antirracistas ativamente",arlekin casinosuas próprias palavras.

Ela vê o quanto empresas se beneficiamarlekin casinoatrair e manter talentos negros que não conseguiriam ingressar no mercado corporativoarlekin casinooutra forma.

"Isso não é um favor para os negros. As empresas precisam desses negros para pensararlekin casinoprodutos e serviços que atendem a maioria brasileira."

Mudança no topo

As coisas começaram a mudar nos últimos anos. A ação afirmativa encontrou terreno fértil no Brasil. Instituições estatais e universidades públicas estabeleceram cotas para trabalhadores e estudantes negros.

Mas para algumas pessoas, as cotas não são suficientes para fazer a diferença. Há pouco maisarlekin casinoum ano, Luiza Trajano, proprietária do Magazine Luiza, maior varejista do Brasil, decidiu abrir seu cobiçado programaarlekin casinotraineearlekin casinogestão apenas para candidatos negros.

Trajano, que é branca, começou a trabalhar na pequena lojaarlekin casinopresentesarlekin casinosua famíliaarlekin casinoFranca, no interiorarlekin casinoSão Paulo, inauguradaarlekin casino1957. Ela assumiu as rédeas do negócioarlekin casino1991 e o transformouarlekin casinoum gigante do varejo, vendendoarlekin casinotudo,arlekin casinohidratantes a MacBooks. Ela diz que as preocupações com seu próprio viés inconsciente sobre o racismo motivaram-na a implementar ações afirmativas emarlekin casinoempresa.

A empresária lembra quearlekin casinosuas festasarlekin casinoaniversário ou emarlekin casinocasa nunca havia mulheres negras presentes. E sentiu que precisava fazer algo sobre isso.

Trajano descobriu que 52% das pessoas que trabalhavam para o Magazine Luiza eram negras, mas no nível gerencial esse número se limitava a 16%.

Todos os anos, o Magazine Luiza reservava algumas vagas no programaarlekin casinotraineearlekin casinogestão para negros, mas ninguém se candidatava.

Tudo mudou quando a empresa decidiu abrir uma convocatória exclusivamente para negros. O resultado foi surpreendente: 21 mil se candidataram a 20 vagas. A empresa também garantiu que os novos trainees recebessem os mesmos salários que seus colegas brancos.

"Agora quando você olha os corredores da empresa, vê muito mais funcionários negros do que antes. Me parece que eles sentem que pertencem a esse lugar, independentemente do cargo", diz Trajano à BBC.

Faltaarlekin casinorepresentação

As tentativasarlekin casinomelhorar o recrutamento e a promoçãoarlekin casinofuncionários negros são apenas um lado da moeda. O acesso à educação pode ser difícil para muitos jovens negros.

Alabe Nujara, que hoje trabalha para a ONG Instituto Guetto,arlekin casinoSão Paulo, foi um dos responsáveis pela bem-sucedida campanhaarlekin casinoimplantaçãoarlekin casinocotas para alunos carentesarlekin casinoinstituições federais. Quando,arlekin casino2009, se tornou o primeiro da família a entrar na universidade, não viu ninguém lá que se parecesse com ele.

Mas, apesararlekin casinoser um estudante e ativistaarlekin casinosucesso, Nujara achou muito desafiador ser um homem negro tentando seguir uma carreiraarlekin casinorelações públicas. Sua impressão é que os negros têm muito mais chancesarlekin casinoempresas internacionais com sede no país.

Quando finalmente obteve um empregoarlekin casinouma companhia francesa, ele conta que as pessoas ficavam constantemente surpresas por ele ser negro ao conhecê-lo. A ideiaarlekin casinotelefonemas e e-mails era que alguém emarlekin casinoposição, fluentearlekin casinofrancês e inglês, deveria ser branco.

E essa evidência anedótica é ecoada na pesquisa feita por Graziella Moraes Silva, professora brasileiraarlekin casinosociologia e antropologia que atualmente trabalha no "Graduate Institute", na Suíça.

De volta ao seu paísarlekin casinoorigem, ela pesquisou as experiênciasarlekin casinoprofissionais negros no Brasil.

Moraes Silva descobriu que, para muitos, a primeira vez que se sentiram bem por serem negrosarlekin casinosuas carreiras foi nos Estados Unidos.

"O que, eu acho, diz algo sobre o tipoarlekin casinoreconhecimento que essas pessoas não estavam recebendo no Brasil", diz ela.

A professora assinala que o Brasil — o último país das Américas a abolir a escravidãoarlekin casino1888 — procurou projetar a imagemarlekin casinoum paísarlekin casinoascendência mestiça, onde a cor da pelearlekin casinouma pessoa não importa.

Para Luana Genot, há uma crença genuínaarlekin casinoque o tipoarlekin casinomudança pela qual ela está trabalhando é alcançável emarlekin casinovida.

"Trabalho para não existir mais", diz elaarlekin casinotomarlekin casinobrincadeira.

"Em 50 anos, quero andar pelas empresas e ver mais profissionais negros como gerentes, como diretores. Não quero mais que essa luta seja necessária."

Ouça mais sobre as dificuldadesarlekin casinoprofissionais negros no mercadoarlekin casinotrabalho brasileiro para se sentirem aceitos e receberem promoções, ouça a reportagemarlekin casinoIvana Davidovic no programa diárioarlekin casinonegócios da BBC World.

arlekin casino Sabia que a BBC está também no Telegram? Inscreva-se no canal arlekin casino .

arlekin casino Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube arlekin casino ? Inscreva-se no nosso canal!