Quem é a brasileira desaparecida na cidade mais atacada na Ucrânia:betanobr com
Mariupol, que tem cercabetanobr com400 mil habitantes, tem sido duramente atingida por ataques nas últimas semanas. Milharesbetanobr comcivis estão presos na cidade, enquanto as tropas russas seguem a ofensiva com mísseis e artilharia, segundo autoridades ucranianas. Muitos edifícios já foram destruídos.
O cenáriobetanobr comguerra na cidade tem sido noticiadobetanobr comtodo o mundo. Há relatosbetanobr comfaltabetanobr comcomida e dificuldades para deixar a região. Na semana passada, um ataque russo atingiu um hospital infantil e uma maternidadebetanobr comMariupol, segundo autoridades ucranianas.
Entre Brasil e Ucrânia
Logo nos primeiros diasbetanobr comataques russos, Silvana demonstrou preocupação, mas não deixou Mariupol. Ela estavabetanobr comum apartamento com o marido, Vasyl Pilipenko, e a sogra dela,betanobr com86 anos, que precisabetanobr comcuidados dos familiares.
Em um vídeo para um veículobetanobr comimprensa paraibano, gravado no último diabetanobr comque manteve contato com a família, Silvana falou que a cidade estava cercada e todas as saídas estavam fechadas.
"Não saímos logo no início (do conflito) porque temos a mãe do meu esposo, a minha sogra, muito fragilizada e é quase impossível tentar se aventurar a sair da cidade com ela", disse.
A paraibana ainda comentou que a Embaixada brasileirabetanobr comKiev, capital da Ucrânia, ofereceu transporte e trem para deixar o país, mas não se responsabilizou por possíveis riscos no trajetobetanobr commeio ao conflito. "Então seria por conta e risco nosso. Diante desses obstáculos, decidimos ficar aquibetanobr comMariupol", relatou no vídeo.
Nas conversas com a família no início do conflito entre Rússia e Ucrânia, Silvana contou que estava apreensiva e relatou algumas situações que vivenciou desde o início dos ataques no fim do mês passado.
"Ela disse que viu as luzesbetanobr comalguns bombardeios,betanobr comlugares distantes da casa dela. Ela ouviu barulhosbetanobr combombas e até viu uma árvore destruída por um ataque quando saiubetanobr comcasa, mas contou que na área do apartamento dela não havia nenhum tipobetanobr comataque", conta a sobrinha da brasileira.
Nos primeiros diasbetanobr comataques, Silvana compartilhou informações sobre a situação no seu perfil no Instagram. Em uma publicação, contou que quase todos os supermercados estavam fechados e os poucos que permaneciam abertos sofriam com a escassezbetanobr comalimentos e água.
"Conseguimos comprar algumas poucas coisas e 4 botijõesbetanobr comágua com gás. Nós estamos economizando tudo o que temos, porque não sabemos até quando essa situação se estenderá", escreveu a brasileirabetanobr comum trecho da publicação na rede social.
Silvana, que é artesã, havia retornado à Ucrâniabetanobr comjaneiro deste ano, após mesesbetanobr comJoão Pessoa, na Paraíba, onde a família dela mora. A previsão erabetanobr comque ela retornasse ao Brasilbetanobr com20betanobr commarço, segundo os parentes.
A vida dela é dividida entre Brasil e Ucrânia há cercabetanobr com27 anos, desde que ela conheceu o marido ucraniano, que era capitão da marinha mercante,betanobr comuma festa durante uma viagem a Santos (SP). Os dois começaram a namorar e pouco depois tiveram um filho, que nasceu no Brasil e hoje tem 26 anos.
Assim como o pai, Gabriel também é marinheiro mercante. O rapaz, que estavabetanobr comTaiwan, deixou a embarcação desde que os pais pararambetanobr commandar notícias, para buscar por informações sobre eles.
"Eu sei qual a situaçãobetanobr comMariupol e que é basicamente impossível entrar na cidade. Pessoas cozinham nas ruas por faltabetanobr comeletricidade, gás, água e aquecimento. Por semanas a cidade não recebe suprimentos e o que sobrou tem acabado", diz Gabriel à BBC News Brasil.
Ele afirma que conhece outras pessoas que também têm familiares na cidade e diz que "pouquíssimas delas" têm conseguido contato com os entes queridos atualmente.
Os intensos ataques a Mariupol se explicam pela posição estratégica da cidade no mapa da Ucrânia. Se dominada, a cidade ajudará os russos a formarem uma espéciebetanobr comcorredor ligando as duas áreas separatistas da regiãobetanobr comDonbas até a península da Crimeia, anexada pela Rússiabetanobr com2014. Com esse graubetanobr comcontrole, os russos teriam também acesso facilitado tanto ao Marbetanobr comAzov quanto ao Mar Negro.
A faltabetanobr comnotícias
O último contatobetanobr comSilvana com a família foi feito por meiobetanobr comuma videochamadabetanobr com3betanobr commarço, diz a sobrinha dela. Na conversa, a brasileira contou sobre a constante quedabetanobr comenergia e sobre a faltabetanobr cominternetbetanobr comdiversos momentos. "Ela disse que por conta disso talvez a gente perdesse contato nos dias seguintes", detalha Beatriz.
"Ela estava bem no nosso último contato, mas muito ansiosa com toda a situação. Ela tentava manter a esperança se agarrando muito a Deus", acrescenta a sobrinha.
A família não teve mais notíciasbetanobr comSilvana. Com o avanço dos ataques russos nos últimos dias, a preocupação ficou cada vez maior. Quando os familiares viram o ataque a um prédio semelhante ao localbetanobr comque ela estava, começaram uma corrida por informações e buscaram autoridades locais e voluntários brasileiros que ajudam pessoas que têm parentes na Ucrânia.
"Entramosbetanobr comcontato com emissorasbetanobr comtelevisão, com o Itamaraty e com o governo paraibano", conta Beatriz.
Até o momento, a família não sabe se o prédio atingido era realmente o localbetanobr comque Silvana estava ou se era uma construção muito semelhante.
Os familiares da brasileira contam que por enquanto não conseguiram nenhuma informação ou alguma ajuda concreta.
Em nota à BBC News Brasil, o Itamaraty diz que está ciente do caso da paraibana e afirma que já acionou organizações internacionaisbetanobr comapoio humanitário que estão na cidade para "tentar localizar a cidadã".
Aindabetanobr comnota, o Itamaraty diz que não pode fornecer dados específicos sobre o casobetanobr comrazão do direito à privacidade e que "informações detalhadas poderão ser repassadas somente mediante autorização dos envolvidos". A entidade afirma que tem mantido contato regular com familiares da paraibana por meiobetanobr comum escritóriobetanobr comapoiobetanobr comLviv, na Ucrânia.
Sem informações, os familiares acompanham com apreensão o cenáriobetanobr comMariupol. Na terça-feira (15/3), havia centenasbetanobr compessoas amontoadas no porãobetanobr comum grande edifício público da cidade. No local, havia escassezbetanobr comcomida e muitos precisavambetanobr comajuda médica urgente, informou o jornalista brasileiro Hugo Bachega, da BBC.
Mesmo diante do cenário trágico, a famíliabetanobr comSilvana mantém a esperançabetanobr comque a mulher, o marido e a sogra estão bem. "A gente acredita que o prédio dela não foi atingido, ela está dentrobetanobr comcasa e só está sem comunicação", afirma a sobrinha dela.
"Se Deus quiser estãobetanobr comcasa sem energia por duas semanas e com os celulares descarregados. Me recuso a pensar algo além disso", diz o filho da brasileira e do ucraniano.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil disponibiliza númerosbetanobr comtelefone para informações sobre brasileiros na Ucrânia. Os contatos são +380 95 876 76 64betanobr comLviv ou +380 50 384 5484betanobr comKiev.
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