Carnaval 'só para rico'? Cidades cancelam festas públicas e liberam as privadas:afun casino
Crédito, Getty Images
Para um grande festival no Rio, com a apresentaçãoafun casinoartistas como a dupla sertaneja Maiara e Maraísa, os ingressos vãoafun casinoR$ 180 a R$ 710, por exemplo.
Cada festa deve cumprir com protocolosafun casinosaúde determinados pela cidade, o que está entre as justificativas das prefeituras para a liberação unilateral.
As determinações distintas para festas públicas e privadas dividiu opiniões.
Nas redes sociais, alguns criticam a existênciaafun casinoum Carnaval 'só para quem pode pagar', enquanto outros afirmam sentir mais segurançaafun casinolocais que pedem testeafun casinocovid-19 negativo e comprovanteafun casinovacinação.
Os grandes desfilesafun casinoescolaafun casinosamba também foram impactados pela pandemia. Em alguns lugares, as apresentações foram canceladas, e no Rioafun casinoJaneiro e São Paulo, locais que recebem milharesafun casinopessoas na ocasião, foram adiados para abril.
Na opiniãoafun casinoKaxitu Ricardo Campos, presidente da Federação Nacional das Escolasafun casinoSamba (Fenasamba), as restrições específicas causam segregação.
"O 'povão' é obrigado a ficarafun casinocasa, mas quem tem dinheiro pode ir para as festas que acontecerãoafun casinotodo o Brasil", diz Campos.
"Todo o segmento da cultura, que sofreu bastante na pandemia, pôde se reorganizar e está retomando as atividades aos poucos. Mas com as restrições atuais, as escolasafun casinosamba ainda têm muita dificuldadeafun casinovários aspectos, desde a organizaçãoafun casinoensaios até a angariaçãoafun casinofundos com patrocinadores e a vendasafun casinofantasias. Acredito que há um preconceito contra as atividades do Carnaval e das escolasafun casinosamba, que está ligado ao racismo estrutural."
De acordo com Campos, a ideiaafun casinocriar a federação surgiu por ele e outros memblros observarem o fortalecimentoafun casinomovimentos políticos conservadores no começo da última década.
"Percebemos que algumas ideologias passaram a afetar os desfiles, seja por parteafun casinoalguma prefeitura retirando apoio financeiro ou por narrativas religiosas, que dizem que o Carnaval infringe os ensinamentosafun casinoDeus, refletindo um preconceito com religiõesafun casinomatrizes africanas e com culturas diferentes. Agora, a narrativa é a covid, e temos medo que no ano que vem aconteça o mesmo."
Com aglomeração, nenhuma festa é totalmente segura
A ômicron é a variante do coronavírus predominante no Brasil atualmente, e porafun casinoalta capacidadeafun casinotransmissão, o melhor é evitar qualquer aglomeração, dizem especialistas.
Crédito, Divulgação
"A doença é transmitida quando pessoas sem máscara ficam a menosafun casinoum metroafun casinodistância no períodoafun casinodois dias antes até cinco dias depois do aparecimento dos sintomas", diz a infectologista Viviane Mariaafun casinoCarvalho Hessel Dias, professora e pesquisadora da PUCPR.
"O que acontece nessas festas, sejam elasafun casinorua ou privadas, é que para comer ou beber, as pessoas tiram as máscaras. Independentemente do protocolo estabelecido, nada dá garantia totalafun casinoproteção."
A pesquisadora lembra ainda que os testesafun casinocovid-19 podem apresentar falsos negativos.
Ela também alerta para o fatoafun casinoque pessoas com comorbidades ou sem o esquemaafun casinovacinação completo estão mais vulneráveis a desenvolver casos graves da doença.
"Se acabar se infectando, talvez quem você tenhaafun casinocasa esteja mais vulnerável tenha mais dificuldade para superar a doença. Ir a um eventoafun casinoCarnaval com muitas pessoas, seja ele público ou privado, é assumir riscos."
Se a maior transmissão do vírus acontece, isso também favorece o aparecimentoafun casinonovas variantes.
"Quando alguém é infectado, o processoafun casinoreplicação viral feito pelo Sars-Cov-2 para se espalhar pelo corpo está sujeito a pequenos erros. De 'cópiaafun casinocópia', esse pequenos erros vão se juntando até formarem um erro maior, e assim surgem as mutações que chamamosafun casinovariantesafun casinopreocupação, como a delta e a ômicron", explica a médica.
São Paulo e Belo Horizonte explicam restrições
Em resposta à BBC News Brasil, a Prefeituraafun casinoSão Paulo afirma que, com a previsãoafun casinoatrair até 15 milhõesafun casinopessoas vindasafun casinovárias regiões do Brasil e tambémafun casinooutros países, o ambiente do Carnaval seria propício à propagação da ômicron.
"Permitir eventos com os blocosafun casinorua seria uma irresponsabilidade. O maior intuito da proibição é conter o avanço da pandemia, o que se sobrepõe a qualquer outro. A saúde e a vida da população devam ser os principais objetivos da ação pública", afirmou a prefeitura por meio da assessoriaafun casinoimprensa.
De acordo com a resposta, três coletivosafun casinoblocosafun casinorua responsáveis por maisafun casinoum terço dos desfiles inicialmente agendados, anunciaram o cancelamento antes mesmo da Prefeitura.
"Isso mostra que a percepção dessa necessidade era, não só da administração municipal, mas também da sociedade civil."
Crédito, Riotur
Sobre o desfileafun casinoescolasafun casinosamba, a assessoria respondeu que a organização demanda tempo, já que as apresentações atraem turistas e necessitamafun casinoalto investimento que dificultaria ainda mais a situação das agremiações, caso fosse necessário um adiamentoafun casinoúltima hora.
"A decisão pelo adiamento, tomadaafun casinoconjunto com a Prefeitura do Rioafun casinoJaneiro, foi anunciadaafun casinojaneiro deste ano, após parecer das autoridadesafun casinosaúde dos dois municípios, com os indicadores e projeções possíveis à época. Os desfiles deverão ser realizados no feriadoafun casinoTiradentes."
As festas e eventos particulares, disse a Prefeitura da capital paulista, estão sujeitos às regras estabelecidas pelas autoridadesafun casinosaúde, sendo que os organizadores devem exigir o comprovanteafun casinovacinação.
"Anteriormente, o passaporte era obrigatório apenas para eventos acimaafun casino500 pessoas, mas foi ampliado para todas as festas e similares, independentemente do público presente, justamente pelo aumentoafun casinocasos com a chegada da variante ômicron. Pelas regras vigentes, os organizadores devem limitar o público a 70% da capacidade do local. Também é obrigatório o usoafun casinomáscarasafun casinotodos os momentosafun casinoque as pessoas não estiverem se alimentando, alémafun casinodisponibilizar álcoolafun casinogel e propiciar condições para a higienização do público."
A Prefeituraafun casinoBelo Horizonte afirmou que decidiu não patrocinar o Carnaval, não realizar nenhum tipoafun casinocadastroafun casinoblocos ou investimentoafun casinoinfraestrutura ou permitir desfilesafun casinoescolasafun casinosamba.
"A decisão segue as orientações da Nota Técnica do Comitêafun casinoEnfrentamento à covid-19, divulgadaafun casinonovembroafun casino2021, que desaconselha que a administração incentive e que a população participeafun casinoeventos que possam implicarafun casinograndes aglomerações públicasafun casinopessoas, sem controleafun casinoentrada", disse, por meio da assessoriaafun casinoimprensa.
Crédito, Reuters
No casoafun casinoeventos privados, a Prefeitura diz que o protocolo vigente da cidade exige que os organizadores cobrem do público e dos funcionários a apresentação do comprovante da segunda dose da vacina contra a covid-19 ou do resultado negativoafun casinoteste da doença para a entrada nos espaços.
"Os testes devem ser do tipo RT-PCR, realizado até 48 horas antes do evento ou da atividade, ou teste pápidoafun casinoantígeno, realizado 24 horas antes do evento ou da atividade. A regra é válida para eventos (casamentos, festas, partidasafun casinofutebolafun casinoestádios, corridasafun casinorua e similares) com qualquer quantidadeafun casinopúblico."
A BBC News Brasil entrouafun casinocontato com as prefeiturasafun casinooutras capitais, como Rioafun casinoJaneiro e Salvador, mas não recebeu resposta até o momento.
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