Covid-19: onda da ômicron é a que mais matou crianças na nossa UTI, diz pediatra intensivista:aposta esportiva online
Nas semanas que se seguiram, Monte presenciou outras mortes e atendeu casos gravesaposta esportiva onlinecriançasaposta esportiva onlinetodas as faixas etárias.
Depois da avassaladora segunda onda da pandemia no Brasil,aposta esportiva online2021, a pediatra achava que o pior já havia passado.
Mas o avanço sem precedentes da ômicron atingiuaposta esportiva onlinecheio o público infantil não vacinado, enquanto adultos que já haviam recebido duas ou três doses tiveram,aposta esportiva onlinegeral, sintomas menos graves.
"Somos hospitalaposta esportiva onlinereferência, e nossa UTI pediátricaaposta esportiva onlinecovid ficou lotadaaposta esportiva onlinejaneiro, enquanto o atendimento para adultos ficou relativamente tranquilo", contou à BBC News Brasil.
"Tem vindo criançasaposta esportiva onlinetodas as faixas etárias com covid. E tivemos casos gravesaposta esportiva onlinecrianças que não tinham nenhum problemaaposta esportiva onlinesaúde. Por causa do sistema imune abalado pela covid, acabaram pegando infecção bacteriana, pneumonia ou meningite antesaposta esportiva onlinechegar ao hospital."
Identificada na África do Sulaposta esportiva onlinenovembro, a ômicron é muito mais transmissível que as demais variantes do vírus e é mais capazaposta esportiva onlinereinfectar quem já teve covid, embora pesquisas preliminares apontem que pode ser menos letal.
Por que mais crianças estão sendo afetadas?
Dados nacionais sobre internações por faixa etáriaaposta esportiva onlinejaneiro ainda estão sendo compilados por pesquisadores, mas as informações relativas a dezembro e início deste mês indicam que a ômicron pode ter provocado mais internaçõesaposta esportiva onlinecrianças que os picos anteriores da doença no Brasil.
No Rioaposta esportiva onlineJaneiro, por exemplo, houve cercaaposta esportiva onlinecinco vezes mais internaçõesaposta esportiva onlinecriançasaposta esportiva onlineaté 11 anos por covid-19aposta esportiva onlinedezembro e janeiro do que na segunda onda da pandemia causada pelas variantes gama e delta, segundo boletim epidemiológico do dia 24aposta esportiva onlinejaneiro.
A pediatra Manuela Monte avalia que o aumentoaposta esportiva onlinehospitalizações e casos graves se deve a uma conjunçãoaposta esportiva onlinefatores. Como a ômicron é mais contagiosa, mais crianças estão sendo infectadas agora que nas ondas anteriores, e isso pode elevar o númeroaposta esportiva onlineinternações e, eventualmente, mortes.
Além disso, lembra Monte, a ômicron veio num momentoaposta esportiva onlineflexibilizaçãoaposta esportiva onlineregrasaposta esportiva onlineisolamento social no Brasil, combinado com festasaposta esportiva onlinefimaposta esportiva onlineano e férias, o que elevou a exposição das crianças à doença.
"A ômicron se propagaaposta esportiva onlinemaneira mais fácil, o que acabou expondo as crianças."
E, enquanto cercaaposta esportiva online70% da população adulta brasileira já contava com ao menos duas doses da vacina contra covid, a imunização para criançasaposta esportiva online5 a 11 anos só começou por volta do dia 17aposta esportiva onlinejaneiro, após resistência do governo federal.
Bebês e crianças acabaram se tornando um grupo fortemente atingido pela ômicron na comparação com adultos já imunizados.
Por fim, Manuela Monte avalia que a crençaaposta esportiva onlineque a covid-19 é leveaposta esportiva onlinecrianças eaposta esportiva onlineque a ômicron é mais branda que as demais variantes pode ter provocado uma "falsa sensaçãoaposta esportiva onlinesegurança".
Muitos pais e cuidadores acabam demorando para levar as crianças ao hospital por não saber dos potenciais riscos associados à covid-19aposta esportiva onlinecrianças, diz a médica.
Outros moram longeaposta esportiva onlinehospitaisaposta esportiva onlinereferência e têm dificuldadeaposta esportiva onlineacesso.
"Temos verificado que algumas crianças infectadas pela ômicron ficam com imunidade muito afetada durante a infecção e acabam desenvolvendo outras doenças, como pneumonia", afirma a pediatra.
"Vemos um atraso na busca por ajuda médica. E quanto antes a gente age, maior a chanceaposta esportiva onlinerecuperação."
Luta para salvar gêmeas
Uma memória recente da pediatra foi a luta da equipe da UTI para salvar irmãs gêmeas que foram internadas na mesma época.
As duas adolescentesaposta esportiva online17 anos tinham uma doença neurológica e já eram conhecidas dos médicos do hospital porque retornavam com frequência para tratamentos.
"As duas pegaram covid e ficaram muito tempo internadas. A mãe era muito dedicada, é uma pessoa muito bacana e nós já tínhamos um vínculo com as meninas. A gente lutou muito para salvá-las", conta Monte.
"A gente falava: 'não podemos perder as duas por covid. Perder uma já seria muito difícil, perder as duas seria demais para essa mãe'. Então, a gente lutou muito. Infelizmente, uma morreu, mas conseguimos salvar a outra."
Entre a tristeza cotidianaaposta esportiva onlinedar notícias duras aos pais e a alegriaaposta esportiva onlinepoder liberar para casa as crianças que se recuperam, os profissionaisaposta esportiva onlinesaúde ainda convivem com a dificuldadeaposta esportiva onlineacolher e acalmar os pacientes sem a presença dos familiares deles.
Por causa da alta taxaaposta esportiva onlineinfecção na onda da ômicron, muitas UTIs passaram a restringir visitas. As crianças que estão conscientes se comunicam por chamadasaposta esportiva onlinevídeo com as famílias, na unidadeaposta esportiva onlineque Monte trabalha.
Mas,aposta esportiva onlinealguns casos, o pai e a mãe não conseguem se despedir dos filhos. Foi o caso dos bebêsaposta esportiva online1 ano e 10 meses que morreram com um diaaposta esportiva onlinediferença.
"A gente tenta ao máximo garantir que as crianças se comuniquem com os pais sempre que possível por chamadaaposta esportiva onlinevídeo. Também tento organizar visita presencial, para eu poder explicar a gravidade aos pais", diz.
"Infelizmente, com os dois bebês, não deu tempo. A gente teve que chamar a família no dia do óbito, porque foi muito rápido."
Outro desafio dos pediatras intensivistas é acalmar as crianças mais velhas, que já têm consciência da gravidade e dos riscos.
Manuela Monte conta que receberam recentemente na UTI uma meninaaposta esportiva online10 anos que já tinha uma doença pulmonar e que precisavaaposta esportiva onlineoxigênio porqueaposta esportiva onlinesaúde piorou com a covid-19.
"Ela pedia para a mãe para não ir ao hospital, porque tinha medo. E pediu muito para não ser intubada. Mas a situação era grave e foi necessário. Dá muita pena ver o medo. Comove muito quando a criança percebe que aquilo pode acontecer e percebe a piora", diz.
Felizmente, neste caso, a criança está melhorando, embora continue intubada.
Fim do pico?
Segundo Manuela Monte, com o progresso da vacinaçãoaposta esportiva onlinecriançasaposta esportiva online5 a 11 anos no Brasil, a expectativa é que haja uma redução nos casos graves e nas hospitalizações - assim como ocorreu com outras faixas etárias que já tiveram acesso à imunização.
"Acredito fortemente que a vacinação deve reduzir mortes na UTIaposta esportiva onlinecovid, já que ela diminui a gravidade das infecções. A gente vê que os adultos têm tido casos mais leves. E isso pode acontecer com as crianças também", diz.
"Quem vivencia esse dia a diaaposta esportiva onlinereceber pacientes na UTI sabe o quanto vacinar é importante para reduzir a gravidade da doença."
Monte viu uma redução, a partir do começoaposta esportiva onlinefevereiro, do númeroaposta esportiva onlineinternações. Em outras capitais, como São Paulo, as hospitalizações também estão caindo. Isso pode significar que o pico da onda da ômicron está passando.
"Foi complicado, porque a gente estava achando que as coisas iam melhorar e aí veio a ômicron e vimos ainda mais internaçõesaposta esportiva onlinecrianças e com gravidade. Mas,aposta esportiva onlinefevereiro, já começou a melhorar", disse Monte.
"Foi uma ondaaposta esportiva onlineque vimos mais mortes na nossa UTI. Mas, aparentemente, é uma onda mais curta."
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