Vacina contra covid-19: há riscos para crianças?:analise apostas desportivas

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Embora a vacina da Pfizer esteja aprovada para crianças, não há previsãoanalise apostas desportivasquanto essa faixa etária será incluída na campanha nacionalanalise apostas desportivasimunização

Outros efeitos transitórios que podem aparecer são vermelhidão e inchaço no braço, cansaço, doranalise apostas desportivascabeça, dores musculares e calafrios.

Até o momento, não foram observados casosanalise apostas desportivasmiocardite (um tipoanalise apostas desportivasinflamação cardíaca) pós-vacinaçãoanalise apostas desportivascriançasanalise apostas desportivas5 a 11 anos.

Entenda a seguir como os cientistas determinam a segurançaanalise apostas desportivasuma vacina e o que se sabe especificamente sobre a probabilidadeanalise apostas desportivaseventos adversos relacionados ao imunizante da Pfizer nas crianças.

Etapa 1: os testes clínicos

As pesquisas são fundamentais para determinar a dosagem da vacina, se há necessidadeanalise apostas desportivasduas ou mais aplicações, qual é o intervalo entre elas, a reação do sistema imunológico e os possíveis efeitos colaterais.

Geralmente, esses estudos são feitosanalise apostas desportivastrês etapas diferentes. Conforme a investigação avança, o númeroanalise apostas desportivasvoluntários aumenta e chega a incluir até milharesanalise apostas desportivaspessoas na última fase.

Para observar se a vacina da Pfizer teria capacidadeanalise apostas desportivasproteger as crianças, os cientistas fizeram dois estudos diferentes.

O primeiro deles tinha como objetivo determinar a dose ideal do imunizante para o público infantil.

Para isso, foram testadas três dosagens do produto (de 10, 20 e 30 microgramas)analise apostas desportivas48 participantes.

Os resultados mostraram que a versãoanalise apostas desportivas10 microgramas foi segura (ou seja, não provocou nenhuma reação adversa dignaanalise apostas desportivasnota) e bem tolerada.

A próxima etapa do estudo envolveu maisanalise apostas desportivas2.250 voluntários, recrutados por 90 centrosanalise apostas desportivaspesquisa espalhados por Estados Unidos, Finlândia, Espanha e Polônia.

Cercaanalise apostas desportivas1,5 mil deles receberam duas dosesanalise apostas desportivasvacina da Pfizer, com um intervaloanalise apostas desportivas21 dias entre elas. Os 750 restantes tomaram placebo, uma substância sem efeitos no organismo.

Crédito, REUTERS/Thomas Peter

Legenda da foto, Os testes clínicosanalise apostas desportivasuma nova vacina ajudam a determinar a segurança e a eficácia das dosesanalise apostas desportivasvários públicos

Os resultados, publicados no periódico especializado The New England Journal of Medicine, mostram que não houve diferençasanalise apostas desportivasefeitos colaterais entre os dois grupos (quem tomou vacinaanalise apostas desportivasverdade ou quem tomou placebo).

No experimento, ao redoranalise apostas desportivas10% dos participantes tiveram alguma queixa pós-vacinação: os eventos adversos observados foramanalise apostas desportivasleves a moderados e passaram após algum tempo.

O principal incômodo foi mesmo a dor no local da aplicação, seguidoanalise apostas desportivasdoranalise apostas desportivascabeça, fadiga e calafrios.

Etapa 2: análise independente e aprovação

Com todos esses dadosanalise apostas desportivasmãos, a farmacêutica entrou com o pedidoanalise apostas desportivasautorização para uso da vacinaanalise apostas desportivaslarga escala no público infantil.

Requisições do tipo são analisadas pelas agências regulatórias, como a Anvisa do Brasil, a EMA da Europa e a FDA dos Estados Unidos.

Essas instituições possuem profissionais especializadosanalise apostas desportivasanalisar e revisar todas essas informações técnicas, para conferir se elas são confiáveis ou não.

A meta desses funcionários é estabelecer, com base nos dados disponíveis, se determinado produto é seguro e eficaz, e se o seu usoanalise apostas desportivaslarga escala na população vai trazer mais benefícios do que riscos.

Caso a resposta para essas perguntas seja positiva, o pedido será aceito e a formulação fica liberada num país ou numa região.

Foi justamente todo esse processo pelo qual passou a vacina da Pfizer, recém-aprovada para crianças pela Anvisa, com o endossoanalise apostas desportivasdiversas entidades médicas, como as sociedades brasileirasanalise apostas desportivaspediatria,analise apostas desportivasimunizações,analise apostas desportivasinfectologia,analise apostas desportivasimunologia,analise apostas desportivassaúde coletiva eanalise apostas desportivaspneumologia e tisiologia.

Crédito, Marcelo Camargo/Agência Brasil

Legenda da foto, Decisãoanalise apostas desportivasliberar vacina da Pfizer para crianças brasileiras envolveu Anvisa e diversas sociedades médicas

"Na comparação entre os dois grupos [do estudo clínico], o perfilanalise apostas desportivassegurança é muito positivo e não houve diferenças importantes entre quem recebeu vacina ou placebo. Não foram observados relatosanalise apostas desportivaseventos adversos sérios,analise apostas desportivasmaior preocupação", ratificou Gustavo Mendes, gerente-geralanalise apostas desportivasMedicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, um dos responsáveis por fazer esse tipoanalise apostas desportivasanálise no Brasil.

Etapa 3: vigilância e experiênciaanalise apostas desportivasvida real

Mas é claro que a preocupação com a segurança não termina com os testes clínicos: após a aprovação, tem início a faseanalise apostas desportivasvigilância e notificaçãoanalise apostas desportivaseventos adversos.

Essa etapa é importantíssima para identificar possíveis efeitos colaterais que não foram observados nos estudos científicos.

Afinal, durante as pesquisas, o produto é avaliadoanalise apostas desportivasalguns milharesanalise apostas desportivasindivíduos. Após a liberação, no entanto, ele é aplicado numa escala bem maior,analise apostas desportivasmilhõesanalise apostas desportivaspessoas, algumas delas com características ou particularidades que eventualmente não estavam contempladas nos gruposanalise apostas desportivasvoluntários.

Pode ser, então, que apareça alguma complicação inesperada.

Nessa situação atípica, o caso precisa ser notificado para a agência regulatória (a Anvisa, no caso do Brasil), que abre uma investigação para apurar os fatos e conferir se o evento adverso teve a ver (ou não) com a vacina.

Caso se comprove que o imunizante está por trásanalise apostas desportivasum problema desconhecido até então, seu uso pode ser suspensoanalise apostas desportivasforma temporária ou definitiva.

E esse trabalhoanalise apostas desportivasvigilância, inclusive, já estáanalise apostas desportivasandamento nos países que estão vacinando as crianças contra a covid-19, como Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Espanha e Coreia do Sul.

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Vigilância da vacinação é fundamental para detectar precocemente reações adversas inesperadas

Durante uma apresentação no dia 16analise apostas desportivasdezembro, a gerente-geralanalise apostas desportivasMonitoramento da Anvisa, Suzie Marie Gomes, fez um resumo do que observou até agoraanalise apostas desportivasrelação à segurança "de mundo real" do imunizante da Pfizer no público infantil.

De acordo com os bancosanalise apostas desportivasdados oficiais, que emanalise apostas desportivasmaioria vêm dos Estados Unidos, até o meioanalise apostas desportivasdezembro cercaanalise apostas desportivas5 milhõesanalise apostas desportivascrianças haviam sido vacinadas.

Dessas, 2.942 (ou 0,05% do total) apresentaram alguma reação adversa.

E, mesmo entre as que tiveram algum efeito indesejado pós-vacinação,analise apostas desportivas94,9% das vezes o problema foi considerado "não grave".

Gomes ainda destacou que boa parte dos eventos adversos observados na prática até agora tem a ver com falhas preveníveis, como a administração do produtoanalise apostas desportivasforma ou na dosagem inadequada.

É justamente para evitar que erros parecidos possam ocorrer por aqui que a Anvisa promete fazer uma sérieanalise apostas desportivastreinamentos com os profissionais que atuam nas salasanalise apostas desportivasvacinação, alémanalise apostas desportivaslançar campanhasanalise apostas desportivascomunicação.

Outra estratégia adotada no Brasil e no exterior é aanalise apostas desportivasdiferenciar as vacinas da Pfizer para crianças e adultos: as doses para quem tiver entre 5 a 11 anos virão num frasco laranja, enquanto aquelas destinadas a maioresanalise apostas desportivas12 anos terão uma embalagem roxa. A meta é evitar a aplicaçãoanalise apostas desportivasum produto inadequado nos mais jovens.

Mas e a miocardite?

Um ponto que levanta muita preocupaçãoanalise apostas desportivaspais e tutores desde que se começou a discutir a vacinação dos mais jovens é o riscoanalise apostas desportivasdesenvolver miocardite ou pericardite, tiposanalise apostas desportivasinflamação que acometem o coração.

Esse evento adverso foi observadoanalise apostas desportivasalguns poucos indivíduos que receberam vacinasanalise apostas desportivasmRNA, como aquelas produzidas por Pfizer e Moderna.

Embora não se conheça muito bem os mecanismos por trás dessa complicação, esse problema apareceu com mais frequênciaanalise apostas desportivasadolescentes do sexo masculinoanalise apostas desportivas16 e 17 anos.

Mesmo assim, os casosanalise apostas desportivasinflamação cardíaca pós-vacinação são considerados bem raros pelas autoridades.

De acordo com o CDC dos Estados Unidos, cercaanalise apostas desportivas0,007% dos adolescentes do sexo masculino imunizados desenvolveram essa complicação até o momento.

A maioria deles,analise apostas desportivasacordo com a entidade, se recuperou e estava bem após algum tempo.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Diferença na cor dos frascos da vacina da Pfizer ajuda a evitar confusões na horaanalise apostas desportivasaplicar a doseanalise apostas desportivascrianças ou adultos

Já um trabalho feitoanalise apostas desportivasIsrael observou 54 casosanalise apostas desportivasmiocarditeanalise apostas desportivas2,5 milhõesanalise apostas desportivaspessoasanalise apostas desportivas16 anos ou mais vacinadas.

Desses, 76% dos quadros foram considerados leves e 22% moderados.

Até o momento, não foram observados casosanalise apostas desportivasmiocardite pós-vacinaçãoanalise apostas desportivascriançasanalise apostas desportivas5 a 11 anos.

E vale lembrar aqui que a própria infecção pelo coronavírus também tem a inflamação cardíaca como umaanalise apostas desportivassuas possíveis complicações.

Uma análise feita recentemente por especialistas da Universidadeanalise apostas desportivasOxford, no Reino Unido, mostrou que há um risco quatro vezes maioranalise apostas desportivasdesenvolver miocardite após a covid-19 do que depoisanalise apostas desportivasser vacinado contra essa mesma doença.

Os benefícios superam os riscos?

Por fim, pode-se pensar que, pelo fatoanalise apostas desportivasa covid ser teoricamente mais branda no público infantil, a vacinação nessa idade seja menos importante ou urgente.

As instituiçõesanalise apostas desportivassaúde nacionais e internacionais não concordam com esse argumento: segundos dados do Ministério da Saúde, maisanalise apostas desportivas2,5 mil crianças brasileiras morreramanalise apostas desportivasSíndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) desde o início da pandemia, sendo o coronavírus o principal suspeitoanalise apostas desportivasestar por trás da maioria desses óbitos.

Como destacaram os representantes das sociedades médicas durante a reunião com a Anvisa no dia 16/12, esse número supera o totalanalise apostas desportivasmortes por todas as outras doenças infecciosas para as quais temos vacinas disponíveis no sistema público.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, As repercussõesanalise apostas desportivaslongo prazo da Covid-19analise apostas desportivascrianças e adolescentes ainda são um mistério

Além disso, pensar que a "imunidade natural" após ter covid pode trazer o mesmo efeito das dosesanalise apostas desportivasvacina para o público infantil representa um perigo dos grandes.

"Ninguém deve tentar expor a si mesmo ou outras pessoas a covid-19analise apostas desportivaspropósito. O riscoanalise apostas desportivasinfecção nas crianças é semelhante aoanalise apostas desportivasadultos. Quando elas estão com a doença, podem ficar doentes por vários dias, alémanalise apostas desportivasfaltar às aulas e outras oportunidadesanalise apostas desportivasaprender e brincar", responde o CDC americano.

"Crianças que não foram vacinadas e pegam covid também correm o riscoanalise apostas desportivasficar hospitalizadas, ter síndrome inflamatória multissistêmica, desenvolver complicaçõesanalise apostas desportivaslongo prazo [a covid longa] e até morrer", segue a entidade, num texto publicadoanalise apostas desportivasseu site.

"Vacinar as crianças contra a covid pode ajudar a protegê-las, mantê-las na escola eanalise apostas desportivasatividades sociais e ainda auxilia a impedir a disseminação do coronavírus na comunidade", finaliza o CDC.

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