'Ou ia pra aula ou comia': como insegurança alimentar está prejudicando universitários brasileiros:casa de apostas superbet

Franciele abrecasa de apostas superbetgeladeira, com feição séria olhando para a câmera

Crédito, Tiago Coelho/BBC

Legenda da foto, Estudantecasa de apostas superbetfonoaudiologia, Franciele Rodrigues diz que tem dificuldade para comer desde que entrou na universidade,casa de apostas superbet2013 — mas situação piorou na pandemia

"Durante a pandemia, piorou essa questão da alimentação. O preço das coisas aumentou muito."

Franciele sobe escada carregando mochilacasa de apostas superbetdelivery e bicicleta

Crédito, Tiago Coelho/BBC

Legenda da foto, Para complementar a renda, a universitária Franciele faz entregascasa de apostas superbetbicicleta

Situações como a narrada por Franciele,casa de apostas superbetinsegurança alimentar entre universitários, têm ganhado a atençãocasa de apostas superbetpesquisadores no Brasil e no exterior.

Não há dados nacionais oucasa de apostas superbetdiferentes anos que possam demonstrar um aumento recente na insegurança alimentar destes estudantes no Brasil, mas pesquisadores da área sugerem que a pioracasa de apostas superbetindicadores econômicos, cortes orçamentários para as universidades e a pandemia podem ter agravado o problema. Este período trouxe como consequência, por exemplo, o fechamentocasa de apostas superbetrestaurantes universitários (RU).

Por isso, diversas instituições anunciaram estar coletando informações e realizando pesquisas com estudantes sobre a questão alimentar deles durante a pandemia, como na Universidadecasa de apostas superbetSão Paulo (USP) e nas universidade federaiscasa de apostas superbetUberlândia (UFU), do Estado do Riocasa de apostas superbetJaneiro (Unirio), do Acre (UFAC), Rio Grande do Norte (UFRN), Mato Grosso (UFMT) e Paraná (UFPR).

Algumas resultados já foram publicados. Um artigo científicocasa de apostas superbetmarço mostrou que 84,5%casa de apostas superbet84 estudantes morando no Conjunto Residencial da USP (CRUSP) entrevistados online tinham algum nívelcasa de apostas superbetinsegurança alimentar — definida por ao menos uma resposta afirmativa a perguntas como "nos últimos 3 meses, a comida acabou antes que você tivesse dinheiro para comprar mais?", "ficou sem dinheiro para ter uma alimentação saudável e variada?" ou "sentiu fome, mas não comeu porque não podia comprar comida suficiente?".

Já na dissertaçãocasa de apostas superbetmestrado da nutricionista Natália Caldas Martins na Universidadecasa de apostas superbetFortaleza (Unifor), verificou-se que 84,3%casa de apostas superbet428 universitários da rede pública da Bahia e do Ceará apresentaram algum graucasa de apostas superbetinsegurança alimentar na pandemia — 35,7% leve, 23,6% moderado e 25% grave.

Estes universitários fazem partecasa de apostas superbetuma grande parcela da população brasileiracasa de apostas superbetinsegurança alimentar: eram 116,8 milhõescasa de apostas superbetpessoas nessa situação no paíscasa de apostas superbet2020, segundo estimou o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19. De acordo com a pesquisa, a parcela da população afetada cresceu significativamente nos últimos dois anos.

Cafécasa de apostas superbetfalta e remédio para dormir e não sentir fome

Quando conversou com a BBC News Brasil, Franciele Rodrigues, que mora com o namorado, hoje desempregado, contou que a única proteína que eles tinhacasa de apostas superbetcasa naquela semana era ovo — e, mesmo assim, esse estava sendo racionado.

"Ontem, a gente comeu ovo meio-dia ecasa de apostas superbetnoite, só um arrozinho com feijão para ter (ovo) no almoço hoje", disse.

Nacasa de apostas superbetuniversidade, a UFCSPA, não há um restaurante universitário — a existência deles não é obrigatória por lei. Mas Franciele conta com bolsa alimentaçãocasa de apostas superbetR$ 300 mensais, alémcasa de apostas superbetR$ 400casa de apostas superbetauxílio-moradia.

Sem conseguir um emprego por conta da rotinacasa de apostas superbetaulas e estudos e com aluguel e outras despesas a pagar, esse valor é insuficiente para se manter, ela diz.

"No primeiro mêscasa de apostas superbetfaculdade, fiquei sem dinheiro porque a bolsa demorou a sair. Teve dias que eu não comi. Ou ia pra aula, ou comia."

Francielecasa de apostas superbetbicicleta pedalando na rua, com mochilacasa de apostas superbetdelivery

Crédito, Tiago Coelho/BBC

Legenda da foto, 'A gente não sabe se vai sair dinheiro no aplicativo', diz estudantecasa de apostas superbetfonoaudiologia sobre os motivos para racionar comida na semana

Com a pandemia, o namorado, que trabalhavacasa de apostas superbetum restaurante, perdeu o emprego. Sem as aulas presenciais, ela deixoucasa de apostas superbetconseguir vender lanchinhos e sucos que vendia na faculdade, perdendo mais um bocadocasa de apostas superbetrenda. Em 2020, a universidade organizou a entregacasa de apostas superbetcestas básicas mensais para alunos com vulnerabilidades como ela, mas Franciele diz que neste ano deixoucasa de apostas superbetreceber a doação.

Hoje, até o café está faltandocasa de apostas superbetcasa, e as frutas são raridade. Por outro lado, ovos, salsichas e hambúrgueres congelados passaram a protagonizar as refeições.

"Pulamos o café da manhã. Costumamos almoçar e jantar", conta Franciele, dizendo já ter perdido uma disciplina quando as aulas eram presenciais, por não ter o que comer. "Hoje, vejo que a situação está horrível mesmo para quem não pega assistência estudantil."

Para a estudantecasa de apostas superbetturismo da Universidade Federalcasa de apostas superbetJuizcasa de apostas superbetFora (UFJF) Juliana Castro, 21 anos, uma solução para conter a fome devido a refeições puladas tem sido dormir — às vezes atravéscasa de apostas superbetremédios para isso. Durantecasa de apostas superbettrajetória universitária iniciada no segundo semestrecasa de apostas superbet2018, ela recebeu bolsas por alguns meses, não conseguiu empregos para complementar a renda e hoje conta estar endividada. Como essa situação financeira afeta diretamentecasa de apostas superbetalimentação, ela conta ter perdido quase 20kg nos últimos dois meses.

"Posso te dizer que o semestre passado eu passei acho que porque Deus quis. Eu não consegui ler texto, escrever então era foracasa de apostas superbetsérie", conta Juliana, que nasceu na pequena cidadecasa de apostas superbetPalma (MG) e mora hojecasa de apostas superbetum alojamento da UFJF. "Não consigo me concentrar para fazer as coisas, fico com indisposição, cansaço. Já desmaiei por ficar sem comer. Fico com a barriga e a cabeça doendocasa de apostas superbetfome."

"Nos dias que eu não como nada, literalmente nada, eu só durmo. Às vezes eu tomo remédio para dormir, porque dormindo eu não sinto fome."

Desde o início da faculdade, a estudante teve a ajudacasa de apostas superbetamigos, que dividem com ela compras ou emprestam o dinheiro ou o cartão; e recebeu por algum tempo algumas bolsas, sempre com valores abaixocasa de apostas superbetum salário mínimo.

Juliana conta que durante dois anos recebeu uma bolsa vinculada ao Plano Nacionalcasa de apostas superbetAssistência Estudantil (PNAES), mas a vigência do benefício acabou. Ela também recebeu por alguns meses uma bolsa bancada por emendas parlamentares destinadas à Diretoriacasa de apostas superbetImagem Institucional da UFJF, precisandocasa de apostas superbetcontrapartida trabalharcasa de apostas superbetprojetoscasa de apostas superbetextensão. Entretanto, os pagamentos desta são irregulares.

Em nota, a UFJF afirmou que "dada a origem dos recursos — emenda parlamentar — o pagamento da bolsa dependia do enviocasa de apostas superbetrecursos financeiros pelo Congresso, o que não ocorreucasa de apostas superbetforma linear e seguindo prazos pré-estabelecidos".

A universidade afirmou que as bolsas pagas a alunoscasa de apostas superbetgraduação tinham até junho o valorcasa de apostas superbetR$ 400, mas esses valores precisaram ser reduzidos para R$ 300 "em virtude das restrições orçamentárias às quais as universidades brasileiras foram submetidas".

Já a UFCSPA, onde estuda Franciele Rodrigues, afirmoucasa de apostas superbetnota enviada à reportagem que está construindo um restaurante universitário, com previsão para aberturacasa de apostas superbet2022: "(…) cabe informar que a UFCSPA se tornou universidade federalcasa de apostas superbet2008, e desde então esta demanda (por um restaurante) tem sido apresentada pela comunidade universitária, demanda que está sendo encaminhada pela atual gestão."

"Salientamos a importância do PNAES que, mesmo com elevados cortes orçamentários,casa de apostas superbetconjunto com demais políticas públicas, tem sido um instrumento que colabora na segurança alimentar e na permanência estudantil no ensino superior", acrescentou a UFCSPA.

O impacto dos cortes para as universidades

Armário com alguns potes e embalagenscasa de apostas superbetcomida

Crédito, Tiago Coelho/BBC

Legenda da foto, Origem pobre e saída da casa das famílias torna alguns universitários mais vulneráveis à insegurança alimentar

O Plano Nacionalcasa de apostas superbetAssistência Estudantil (PNAES) foi criadocasa de apostas superbet2010 e repassa verbas a instituições federaiscasa de apostas superbetensino superior para que estas forneçam, conforme suas políticas internas, assistência aos universitários na moradia, alimentação, transporte, inclusão digital, entre outros.

Entretanto, a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bruna Brelaz, diz que estas ações estão prejudicadas no contextocasa de apostas superbet"cortecasa de apostas superbetmaiscasa de apostas superbetR$ 1 bilhão" no orçamento das universidades federais, citando dado da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federaiscasa de apostas superbetEnsino Superior (Andifes) sobre a diminuiçãocasa de apostas superbetverbas entre 2020 e 2021.

A Andifes diz que os recursos para o PNAES já têm sido insuficientes nos últimos anos, e que idealmente deveriam chegar a R$ 1,5 bilhão. Entretanto, segundo levantamento da entidade,casa de apostas superbet2021 houve a maior redução no orçamento para o programa nos últimos cinco anos: o valor executado diminuiu 15,78%, caindocasa de apostas superbetR$ 1 bilhãocasa de apostas superbet2020 para R$ 874 milhõescasa de apostas superbet2021.

Esses valores são nominais — ou seja, não consideram a variação da inflação. Portanto, a diminuição do orçamento é na realidade maior do que 15,78%.

Na outra ponta, isso se reflete na evasão dos estudantes, segundo a presidente da UNE.

"Uma vez que a crise econômica é muito maior agora, e mais estudantes e suas famílias perderam rendas, a verba destinada a esses programas e bolsas não acompanhou a necessidade. Ainda não temos dados sobre a evasão universitária no pós-pandemia, mas com certeza, eles devem se elevar", escreveu Brelaz à BBC News Brasil.

O Ministério da Educação não atendeu ao pedidocasa de apostas superbetposicionamento da reportagem.

Estudantecasa de apostas superbetDireito, Erisvan Bispo, 43 anos, sabe bem o que é o descompasso entre o valor das bolsas e as necessidades. Indígena, ele recebe a Bolsa Permanência no valorcasa de apostas superbetR$ 900 e, no passado, recebia também auxílio moradia e alimentação.

A Bolsa Permanência foi criadacasa de apostas superbet2013 pelo governo federal. Trata-secasa de apostas superbetum auxílio financeiro destinado sobretudo a universitários indígenas e quilombolascasa de apostas superbetinstituições federais.

Em 2019, Erisvan precisou optar por alguma das bolsas, pois uma regra dacasa de apostas superbetuniversidade, a Federal da Paraíba (UFPB), passou a vedar o acúmulocasa de apostas superbetauxílios estudantis com a Bolsa Permanência. Perto dacasa de apostas superbetcasacasa de apostas superbetMamanguape (PB) e no seu campus, não há restaurante universitário.

"Acompanhando o aumento do preço das coisas, você fica perplexo. Quando você pensa o quantocasa de apostas superbetdinheiro entra e o quanto tem que gastar, enlouquece", disse Erisvan à reportagem por telefone. "Direito é um curso que eu preciso me dedicar muito. Não é impossível estudar e trabalhar, mas para ficar com um coeficientecasa de apostas superbetrendimento alto, é difícil."

"Sem trabalho, eu dependo das políticas sociais."

O "preço das coisas", como disse o universitário, realmente tem subido consideravelmente na alimentação, segundo dados do Instituto Brasileirocasa de apostas superbetGeografia e Estatística (IBGE). No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação nos alimentos e bebidas, medida pelo Índice Nacionalcasa de apostas superbetPreços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficoucasa de apostas superbet11,7%, conforme registradocasa de apostas superbetoutubro. Entre os 10 alimentos que mais tiveram aumento estão o pimentão (85,37%), açúcar refinado (47,8%), mandioca (40,7%), filé mignon (38%) e tomate (31,99).

Em nota, o professor Alfredo Rangel, pró-reitorcasa de apostas superbetAssistência e Promoção ao Estudante da UFPB, afirmou que a universidade conta hoje com quatro restaurantes universitários e pretende abrir mais uma unidadecasa de apostas superbetMamanguape no ano que vem.

Ele acrescentou que, embora a UFPB tenha recebido um orçamento menor para assistência estudantil, a universidade conseguiu manter o valor e o númerocasa de apostas superbetbolsas normalmente ofertadas.

Também com orçamento apertado, no seu caso para bancar aluguel, moradia, internet, transporte e comida, Erisvan diz ter cortado da alimentação itens que chamacasa de apostas superbet"supérfluos", como iogurte, queijo, biscoito recheado, goma para tapioca e frutas.

"A única carne que consigo comer é hambúrguer, calabresa e salsicha, porque é barato", afirma Erisvan, acrescentando ter perdido peso por conta da combinação faltacasa de apostas superbetrenda e estresse por todo este cenário.

Em um futuro próximo, ele diz depositar esperançacasa de apostas superbetoportunidadescasa de apostas superbetestágio remunerado e, a longo prazo, nos frutos quecasa de apostas superbetcarreira pode trazer.

"Às vezes, por conta dos cortes (na educação superior), sinto revolta. Mas também sou muito grato por estar na universidade. Eu não acordo reclamando, lamentando… Eu sei que estou passando dificuldades para ter uma melhoriacasa de apostas superbetvida. Acredito que algocasa de apostas superbetbom vai acontecer depois que eu me formar, depois da carteirinha da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil)."

Vulnerabilidade da 'primeira geração'

Erisvan diz ter uma origem "paupérrima" e é o primeiro da família a ir para a universidade. Nascidocasa de apostas superbetuma aldeia na serra do Ororubá,casa de apostas superbetPernambuco, ele e a família migraram para São Paulo (SP) fugindocasa de apostas superbetconflitos por terra. Ele morou cercacasa de apostas superbet30 anos na capital paulista e depois resolveu voltar a morar e estudar no Nordeste.

Assim como ele, Franciele Rodrigues e Juliana Castro também são da primeira geraçãocasa de apostas superbetsuas famílias a ir para a universidade.

Apesarcasa de apostas superbetvir dos Estados Unidos, um dos maiores estudos já feitos sobre a insegurança alimentar nas universidades mostrou que estudantescasa de apostas superbet"primeira geração" — ou seja, cujos pais não tinham ensino superior —, aqueles com níveis socioeconômicos mais baixos, alémcasa de apostas superbetimigrantes e pessoas trans eram mais vulneráveis ao problema.

A pesquisa publicadacasa de apostas superbet2019, intitulada College and University Basic Needs Insecurity e realizada pelo Hope Center, entrevistou 86 mil estudantescasa de apostas superbet123 universidades. Deste total, 45% foram considerados como sofrendocasa de apostas superbetinsegurança alimentar nos 30 dias anteriores.

Francielecasa de apostas superbetmáscara contra a covid-19,casa de apostas superbetfrente a bancacasa de apostas superbetfrutas

Crédito, Tiago Coelho/BBC

Legenda da foto, Franciele, assim como outros entrevistados, está na primeira geração da família a ir para a universidade

A nutricionista Tânia Aparecidacasa de apostas superbetAraújo é uma das autores da pesquisa sobre a insegurança alimentar entre alunos vivendo no Conjunto Residencial da USP (Crusp) durante a pandemia. Ela diz que neste ecasa de apostas superbetoutros estudos realizados no Brasil, a baixa renda foi um dos fatores mais importantes para a insegurança alimentar dos universitários.

Dos alunos consideradoscasa de apostas superbetinsegurança alimentar no Crusp, 92,6% tinham renda considerada insuficiente.

Para Araújo, é justamente a chegadacasa de apostas superbetestudantescasa de apostas superbetbaixa renda à universidade nas últimas décadas, movimento que ela atribui a políticascasa de apostas superbetinclusão dos governos petistascasa de apostas superbetLuiz Inácio Lula da Silva (2003-2011) e Dilma Rousseff (2011-2016), que impulsionou a insegurança alimentar nas universidades como temacasa de apostas superbetpesquisa.

"A gente tem agora mais pessoascasa de apostas superbetbaixa renda entrando na universidade, o que é muito positivo, porque são cicloscasa de apostas superbetpobreza que podem ser quebrados. Mas antes, os universitários, principalmentecasa de apostas superbetuniversidades públicas, eramcasa de apostas superbetuma classe média branca. Agora, a gente realmente tem que dar atenção às políticas públicas para garantir, entre outras coisas, a segurança alimentar e nutricional desses estudantes", diz a pesquisadora, doutoracasa de apostas superbetsaúde pública pela USP.

A nutricionista aponta que, além da origem socioeconômica, os universitários ficam mais vulneráveis à insegurança alimentar à medida que deixamcasa de apostas superbetter redescasa de apostas superbetapoio como a alimentação e moradia na casa da família. Tendo que se virar sozinhos, muitos apelam às comidas ultraprocessadas como hambúrgueres e macarrão instantâneo porque são rápidas, práticas e baratas.

Ela também ressalta a importância dos restaurantes universitários mas diz que não deve-se esperar que eles contemplem integralmente todas as refeições dos alunos. Desejar comercasa de apostas superbetoutros lugares além deles é legítimo — ecasa de apostas superbetalguns casos necessário, como no casocasa de apostas superbetJuliana Castro, que teve problemascasa de apostas superbetintolerância a vários alimentos frequentes no cardápio do RU dacasa de apostas superbetuniversidade, como leite e carnecasa de apostas superbetporco.

"A gente acha que a pessoa vulnerável tem que aceitar qualquer coisa, mas todo mundo tem direitocasa de apostas superbetfazer suas escolhas alimentares. Por mais que tenha o restaurante universitário, é muito difícil você manter uma graduação fazendo todas as refeições, almoço e jantacasa de apostas superbetum restaurante", diz Tânia Aparecidacasa de apostas superbetAraújo, apontando para a importância das bolsascasa de apostas superbetauxílio, além dos RUs.

Para ela, os estudos têm se voltado para as universidades públicas justamente porque estas têm maior propensão a realizar pesquisas científicas — mas aponta que investigar a situação dos estudantescasa de apostas superbetfaculdades particulares é também urgente, já que a presençacasa de apostas superbetalunoscasa de apostas superbetbaixa renda nestas é grande, além do forte comprometimento financeiro que as mensalidades e financiamentos representam para eles.

Bruna Brelaz, da UNE, também aponta para diferenças entre os tiposcasa de apostas superbetinstituição. Enquanto as universidades federais contam o PNAES e a Bolsa Permanência, mesmo que aplicadoscasa de apostas superbetforma insuficiente nacasa de apostas superbetavaliação, as estaduais têm políticas e ações variandocasa de apostas superbetacordo com a unidade federativa.

"Na nossa opinião, é preciso leis, decretos também estaduais, para garantir a manutenção desses direitos, além da regulamentação e constante fiscalização para as devidas condiçõescasa de apostas superbetdisponibilização deles", diz a presidente da UNE.

"Já nas universidades privadas, temos como realidade a faltacasa de apostas superbetregulamentação, que dessa forma, não garante refeições com preço acessível, por exemplo", acrescenta. "Se alguma universidade privada institui esses restaurantes para estudantes ou vale alimentação é por iniciativa própria, mas sem haver uma regulamentação ou levantamento oficial."

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