Por que a taxajackbet appinternações por doenças respiratóriasjackbet appcrianças voltou a subir no Brasil:jackbet app

Criança com inalador recebe um afago na cabeça

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Entre 10 e 15% das crianças infectadas com o vírus sincicial respiratório precisamjackbet appinternação

Eles também apontam que há maneirasjackbet appminimizar o riscojackbet appnovos casos dessas doenças com a adoçãojackbet appmedidas simples, como melhorar a circulaçãojackbet apparjackbet appambientes fechados e não mandar à escola crianças que apresentam os sinais característicos dessas enfermidades.

O pesquisadorjackbet appsaúde pública Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe na FioCruz, considera esse crescimentojackbet appcasos entre crianças "bem impressionante".

"Nos últimos dois meses, começamos a observarjackbet appcrianças o surgimentojackbet appquadros relacionados a outros vírus que não tinham dado as caras desde 2020, como o bocavírus e o parainfluenza 3 e 4", conta.

"E isso se soma a uma elevação das infecções provocadas pelo vírus sincicial respiratório e pelo rinovírus, que já vinha desde o final do ano passado", completa.

O infectologista Francisco Ivanildojackbet appOliveira Junior, gerentejackbet appqualidade assistencial do Sabará Hospital Infantil,jackbet appSão Paulo, também notou esse aumento das queixas no dia a dia do consultório.

"Desde o finaljackbet appagosto e o iníciojackbet appsetembro, percebemos uma maior frequência das infecções respiratórias entre o público infantil. E chama a nossa atenção o fatojackbet appque a maioria delas não é por covid-19", diz.

Vale destacar que grande parte dos quadros costuma ser leve e se resolve após alguns dias, mas há uma minoriajackbet apppacientes muito jovens ou portadoresjackbet appdoenças cardíacas e pulmonares que desenvolve incômodos mais graves, que exigem internaçãojackbet appUTI (unidadejackbet appterapia intensiva) e podem até matar.

De acordo com materiais divulgados pela FioCruz, cercajackbet app10 a 15% das crianças menoresjackbet appdois anos infectadas com o vírus sincicial respiratório precisam ficar internadas.

Um efeito colateral da reabertura

Gomes destaca que o repique das doenças respiratóriasjackbet appcrianças se concentra, por ora, na região Centro-Sul do país.

"O Rio Grande do Sul teve um surto muito fortejackbet appvírus sincicial respiratório, e vemos números crescentesjackbet appSão Paulo, Distrito Federal e alguns outros Estados", relata.

No Boletim InfoGripe, que compila e tabula as notificaçõesjackbet appinternações por Síndrome Aguda Respiratória Grave (SRAG) no Brasil, é possível ver que, entre as hospitalizaçõesjackbet appindivíduosjackbet app0 a 9 anos, o Sars-CoV-2 foi ultrapassado pelo vírus sincicial respiratório e, mais recentemente, também perdeu terreno para os outros agentes infecciosos.

Gráficojackbet appSRAG entre criançasjackbet app0 a 9 anos no Brasil

Crédito, InfoGripe/FioCruz

Legenda da foto, No gráfico do Boletim Infogripe, é possível ver a evolução das internações por SRAG entre crianças brasileirasjackbet app0 a 9 anos. A linha preta mostra todos os casos, enquanto a amarela reflete apenas aqueles que tiveram confirmação laboratorialjackbet appvírus respiratórios. Entre os agentes mais comuns, o Sars-CoV-2 (linha azul) foi ultrapassado pelo vírus sincicial respiratório (linha verde)

Gomes ressalta que não é possível comparar o aumento atual com as notificações colhidas nos anos anteriores à pandemia.

"Os números atuais são expressivos, mas é complicado fazer esse paralelo com o passado, pois antes da covid-19 não havia essa mesma mobilização para que todas as notificaçõesjackbet appSRAG fossem incluídas no sistemajackbet appvigilância", justifica.

Na visão dos especialistas, esse aumento pode ser explicado pelo relaxamento das medidasjackbet appcontenção da pandemia e pela reabertura das escolas.

"Embora o ensino presencial tenha sido retomadojackbet appalguns lugares a partir do fimjackbet app2020, a volta às aulas ocorreujackbet appforma mais intensa a partirjackbet appagostojackbet app2021", aponta Oliveira Junior.

"Ou seja: as crianças passaram a se reunir com mais frequência, não apenas nas escolas, mas tambémjackbet appreuniões sociais e familiares", raciocina.

E, como se sabe, o contato mais próximo facilita a transmissão desses agentes que atingem o sistema respiratório.

O médico Marco Aurélio Sáfadi, presidente do Departamentojackbet appInfectologia da Sociedade Brasileirajackbet appPediatria, lembra que há um contingentejackbet appcrianças com menosjackbet app2 anos que estavam praticamente isoladas desde que nasceram.

"Em meus 30 anosjackbet apppediatria, eu nunca tinha passado por um período com tão pouca atividade do vírus sincicial respiratório comojackbet app2020", aponta o especialista, que também é professor da Faculdadejackbet appCiências Médicas da Santa Casajackbet appSão Paulo.

"Ou seja, há um grupojackbet appcrianças que não teve contato nenhum com esses vírus respiratórios e, portanto, são mais suscetíveis agora", completa.

Faltajackbet apppreparo?

Por mais que a volta às aulas fosse necessária, Gomes acredita que as escolas poderiam ter se estruturado melhor para diminuir o riscojackbet apptransmissão entre alunos, professores e funcionários.

"Esse aumentojackbet appdoenças respiratórias no público infantil era algo completamente esperado. E nós tivemos maisjackbet appum ano para nos preparar e melhorar os ambientesjackbet appensino", lamenta.

"No fim das contas, os protocolos adotados são muito falhos e, muitas vezes, se limitam a aferir a temperatura na entrada e a fornecer álcooljackbet appgel, que são medidas pouco efetivas quando falamosjackbet appvírus respiratórios", critica.

Salajackbet appaula

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Salasjackbet appaula com portas e janelas abertas, com boa circulação do ar, são muito mais seguras e ajudam a prevenir doenças respiratórias

O especialista da FioCruz vê uma baixa preocupação com a qualidade das máscaras usadas e com a ventilação nas salasjackbet appaula, que são estratégias bem mais importantes no contexto atual.

"Já ouvi relatosjackbet appalgumas escolas que não permitem que o ventilador seja ligado nesses ambientes. E nós sabemos que manter portas e janelas abertas e fazer o ar circular por esses espaços diminui e muito o riscojackbet appinfecção", informa Gomes.

O que fazer se meu filho está com sintomas?

Os vírus respiratórios costumam estar relacionados a duas complicações principais: a pneumonia ou a bronquiolite, que provocam uma espéciejackbet appinflamaçãojackbet appalgumas estruturas pulmonares.

"Essas formas graves costumam ocorrer com mais frequênciajackbet appcrianças pequenas, com menosjackbet appdois anos, ou aquelas que apresentam doenças congênitas que afetam a resposta imune. Portadoresjackbet appdoenças cardíacas e pulmonares também são mais suscetíveis", explica Oliveira Junior.

O médico orienta que os pais fiquem atentos aos sintomas típicosjackbet appresfriado e busquem a orientaçãojackbet appum profissional da saúde.

"Nem todo quadro respiratório necessitajackbet apppronto-socorro. Na maioria das vezes, vale marcar uma consulta com o pediatra ou fazer um atendimento à distância, se possível", diz.

"Agora, se a criança tem febre alta ou persistente por maisjackbet app48 horas, está com dificuldades para respirar ou não quer se alimentar, é importante buscar o pronto-socorro", avalia.

"Recém-nascidos e bebês muito pequenos, que estão nas primeiras fases da amamentação, também precisam ser acompanhadosjackbet appperto", acrescenta Sáfadi.

Nos quadros mais graves, o paciente precisa ficar alguns dias no hospital para receber oxigênio, garantir uma boa hidratação, fazer fisioterapia respiratória e retirar o excessojackbet appmuco das vias aéreas.

Vírus sincicial respiratório

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O vírus sincicial respiratório costuma infectar crianças pequenas e causas incômodos mais graves naquelas que possuem comorbidades ou são recém-nascidas

Um 'pacto social'

Existem também algumas estratégias que ajudam a minimizar o riscojackbet appinfecções respiratórias no público infantil.

Além das ações mais básicas, que envolvem o cuidado com a ventilação do ambiente e usojackbet appmáscarasjackbet applugares fechados, os especialistas destacam uma medida que deveria se tornar mais habitual no Brasil: não mandar à escola crianças que apresentam sintomas típicosjackbet appresfriado oujackbet appgripe.

Essa atitude evitaria a transmissãojackbet appvírus para os demais colegasjackbet appsala.

"Me parece que naturalizamos o fatojackbet appque esses outros vírus respiratórios também podem estar por trásjackbet appcasos graves, internações e óbitos", destaca Gomes.

"Isolar os casosjackbet appsuspeitajackbet appproblemas respiratórios teria um enorme impacto coletivo e diminuiria as cadeiasjackbet apptransmissão dos vírus", completa.

Criança sendo vacinada,jackbet appfotojackbet app2019;

Crédito, Unicef

Legenda da foto, Médicos alertam para queda na taxajackbet appvacinação contra diversas doenças infecciosas comunsjackbet appcrianças

Oliveira Júnior entende que é preciso criar um "pacto social" para que hábitos do tipo passem a fazer partejackbet appnossa cultura.

"Essa é uma daquelas orientações que são fáceisjackbet appfalar e difíceisjackbet appcolocarjackbet appprática", considera.

"Para que essa medida funcione, precisamosjackbet appmudançasjackbet apptoda a sociedade. Manter as crianças com resfriadojackbet appcasa depende, por exemplo, (de) que as empresas liberem os pais e as mães para trabalharemjackbet apphome office nesse período", afirma o infectologista.

Já Sáfadi lembra que a maior exposição das crianças às atividades escolares e sociais a partirjackbet appagora demanda um cuidado não apenas com os vírus respiratórios, mas com uma sériejackbet appoutras doenças infecciosas.

"É importante atualizar a carteirajackbet appvacinação dos filhos, ainda mais com esse retorno ao 'normal' que vivemos nas últimas semanas", aponta.

"Vemos com muita preocupação as quedas nas taxasjackbet appcobertura vacinal contra o sarampo, a poliomielite, a difteria, a pneumonia, a coqueluche e várias outras enfermidades comuns entre as crianças", finaliza o médico.

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