CPI da Covid: Por que papelfoguetinho blazeBolsonaro e genocídio dividem senadoresfoguetinho blazerelatório final:foguetinho blaze

Senadores Omar Aziz e Renan Calheiros sentados lado a lado na mesa diretora da CPI da covid-19

Crédito, Agência Senado

Legenda da foto, O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD), e o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB), divergem sobre pontos do relatório

Apesar do "racha", a leitura e publicação do relatório oficial da CPI está mantida para a manhã desta quarta-feira. A expectativa éfoguetinho blazeque os parlamentares consigam encontrar um "meio termo" que não comprometa a votação do documento pela comissão.

Há quatro pontos principaisfoguetinho blazediscordância no relatório. Confira:

1) Foco

Uma das principais críticas ao relatório preliminarfoguetinho blazeRenan Calheiros éfoguetinho blazerelação ao tamanho. Uma das versões do documento tem 1.178 páginas e indicia 71 pessoas. A reclamação éfoguetinho blazeque o documento seria muito amplo, abordando fatos e personagens tidos como "tangenciais", o que enfraqueceria possibilidadefoguetinho blazeresponsabilizaçãofoguetinho blazefiguras centrais como Bolsonaro.

"Acho que o Renan cometeu um errofoguetinho blazecomo montar uma investigação e é natural porque ele não conhece nada desse ramo. Ele expandiu demais o leque e está misturando os peixes grandes com peixes e pequenos ou figuras tangenciais", afirmou o senador Alessandro Vieirafoguetinho blazeentrevista concedida ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na segunda-feira (18/10).

Deputados na CPI da Covid

Crédito, REUTERS/Adriano Machado

Legenda da foto, CPI investigou atos e omissões do governo Bolsonaro durante a pandemia

O parlamentar é autorfoguetinho blazeum relatório alternativo da CPI que já foi entregue à comissão que, diferentemente do documento elaborado por Renan, propõe o indiciamentofoguetinho blazeapenas 18 pessoas. Nafoguetinho blazeproposta, também está previsto o indiciamentofoguetinho blazeJair Bolsonaro.

2) Dúvida sobre homicídios

Os senadores também divergem sobre a proposta feita por Renanfoguetinho blazeindiciar Jair Bolsonaro pelo crimefoguetinho blazehomicídio qualificado, que é aquela modalidadefoguetinho blazeque o crime é cometido por um motivo específico ou com o empregofoguetinho blazealgum meio cruel.

"A opção por não adquirir vacinas nos mesesfoguetinho blazejulhofoguetinho blaze2020 a, pelo menos, janeirofoguetinho blaze2021, sem nenhum embasamento técnico-científico, e na contramãofoguetinho blazetodas as recomendações das autoridades sanitárias internacionais, acabou tirando a vidafoguetinho blazemilharesfoguetinho blazebrasileiros que certamente fariam uso do imunizante, pois no Brasil houve recordefoguetinho blazeadesão à vacina", diz um trecho do relatório preliminarfoguetinho blazeRenan Calheiros.

Para senadores como Alessandro Vieira, porém, haveria problemas técnicos que impedem o indiciamentofoguetinho blazeBolsonaro por homicídio.

"As imputaçõesfoguetinho blazehomicídio enfrentam alguns problemas técnicos. Você teria um homicídio que não tem uma vítima específica e isso não me parece tecnicamente muito sustentável", diz o parlamentar.

3) Bolsonaro cometeu genocídio ou não?

A proposta feita por Renanfoguetinho blazeindiciarfoguetinho blazeBolsonaro pelo crimefoguetinho blazegenocídio contra os povos indígenas também causou desconforto entre os demais senadores.

"Todo um conjuntofoguetinho blazeagressões, negligências e atos que deixam os indígenas mais vulneráveis à pandemia convergem para a ocorrência do crimefoguetinho blazegenocídio […] Assim, como já dito, o impacto da covid-19 sobre os povos originários foi grave e desproporcional, situação que exige a responsabilização dos respectivos culpados", diz um trecho do documento preliminar elaborado pelo relator.

Mas apesar da comoçãofoguetinho blazetorno do assunto, especialistas questionam se seria tecnicamente possível enquadrar Bolsonaro como um genocida uma vez que seria necessário provar que suas ações tiveram dolo (intenção)foguetinho blazedizimar uma determinada etnia.

Jair Bolsonaro durante lançamentofoguetinho blazeprograma no Palácio do Planalto

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Relatório da CPI deve pedir indiciamentofoguetinho blazeJair Bolsonaro por uma sériefoguetinho blazeacusaçõesfoguetinho blazecrimes durante a pandemia

Além disso, parlamentares como o presidente da comissão, Omar Aziz, e o senador Alessandro Vieira, discordam da tese defendida por Renan.

"Alguém sabe onde teve genocídiofoguetinho blazeíndios nessa pandemia? Eu não vi nenhuma matéria sobre isso, não tenho conhecimento, não há nenhuma denúncia. Então como eu vou criar uma narrativa sobre uma denúncia que eu não tenho conhecimento? Estou aqui afirmando para você que o meu Estado, que é o Estado que tem mais etnias indígenas, que tem a maior quantidadefoguetinho blazeíndios, todos os índios, sem exceção, eles tiveram duas doses para cada índio", disse Omar Azizfoguetinho blazeentrevista concedida à emissorafoguetinho blazeTV Globo News na segunda-feira (18/10).

Alessandro Vieira também discordafoguetinho blazeRenan nesse ponto.

"Temos (discordância) na questão do genocídio, como eu não consigo encontrar uma configuração tão clara no tocante aos povos indígenas, no sentidofoguetinho blazeimpacto efoguetinho blazemedidas feitas e direcionadas pra eles" disse o parlamentarfoguetinho blazeentrevista ao programa Roda Viva, na segunda-feira (18/10).

4) Indiciamento dos filhosfoguetinho blazeBolsonaro

O quarto pontofoguetinho blazeatrito entre os senadores do G7 é sobre a possibilidadefoguetinho blazeindiciar os filhos mais velhosfoguetinho blazeJair Bolsonaro: o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). O relatóriofoguetinho blazeRenan propõe indiciar Flávio por advocacia administrativa e por improbidade administrativa.

Os parlamentares contrários à ideia argumentam, reservadamente, que não haveria provas suficientes para propor o indiciamento do trio e que a medida poderia ser entendida como mera retaliação aos irmãos Bolsonaro. O caso seria especificamente complexo envolvendo Flávio Bolsonaro, com quem Renan trocou ofensasfoguetinho blazeuma sessão da CPI.

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