'Todos subestimam Bolsonaro: assim ele virou presidente e pode ser reeleito', diz cientista político:1w bet

Bolsonaro discursa no microfone, com bandeira do Brasil atrás

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Para cientista político, oposição se fragmenta ao subestimar força1w betBolsonaro, o que deve facilitar1w betida ao segundo turno

"O desemprego, o retorno da fome, a inflação: tudo isso gera uma enorme dificuldade para Bolsonaro. O que o presidente tem feito é jogar a conta da inflação no (discurso do) 'fique1w betcasa durante a pandemia'. Me parece ser uma manobra muito difícil, mas não é uma manobra que não possa colar", afirma.

"Não podemos trabalhar com a ideia1w betque o eleitor é invulnerável a percepções que nós não consideremos objetivas da realidade. Temos que lembrar que, no fim das contas, muita gente tomou cloroquina e outros medicamentos que não tinham comprovação científica alguma. Isso acontece", reforça.

Para o professor, o cenário1w bet2018 está se repetindo agora, com uma ampla subestimação do potencial do presidente.

"Todo mundo subestima o Bolsonaro. O Lula subestima o Bolsonaro. Quem está com o Bolsonaro subestima o Bolsonaro. Quem quer fazer terceira via subestima o Bolsonaro. E uma característica bem importante do Bolsonaro como persona política é o fato1w betque ele chegou onde está com todo mundo o subestimando", lembra.

"Assim ele chegou à Presidência da República. Assim ele vai finalizar provavelmente o mandato sem impeachment, e assim ele pode inclusive ser reeleito", acrescenta.

Na1w betvisão, ao subestimar Bolsonaro, a oposição tende a se fragmentar, gerando um cenário mais favorável para o presidente estar no segundo turno, com chances1w betse reeleger.

Creomar1w betterno e braços cruzados dentro1w betescritório

Crédito, Divulgação

Legenda da foto, 'Quanto mais fragmentada for essa oposição, quanto mais candidatos existirem, melhor pro Bolsonaro', analisa Creomar1w betSouza

"Em algum sentido, essa fraqueza aparente do Bolsonaro dá a impressão1w betque qualquer outro candidato pode derrotá-lo, e esse é o principal vetor que impede a construção1w betqualquer tipo1w betcoalizão", ressalta.

"Essa é a melhor chance do Bolsonaro. Quanto mais fragmentada for essa oposição, quanto mais candidatos existirem, melhor pro Bolsonaro, porque o Bolsonaro tem uma base concentrada1w betvotantes. Se os (demais) votos estiverem muito diluídos1w betoutros nomes, ele está no segundo turno", diz ainda.

Confira a seguir os principais trechos da entrevista.

1w bet BBC News Brasil - A alta rejeição1w betBolsonaro medida nas pesquisas eleitorais tem indicado um caminho difícil para o presidente1w bet2022. Ele continua sendo um candidato competitivo com chances1w betse reeleger?

1w bet Creomar1w betSouza - O presidente ainda é competitivo por duas razões. A primeira delas está no campo bem tradicional da política: tem a chave do cofre. E quem tem a chave do cofre pode criar mecanismos, instrumentos, pra reverter percepções negativas sobre si mesmo. Isso não significa dizer que presidente é favorito ou ganharia a eleição com a fotografia que temos hoje. Mas o fato é: hoje o presidente conseguiria estar muito provavelmente no segundo turno. E isso não pode ser menosprezado.

A segunda razão que acho muito importante vem1w betum elemento mais novo da política, que tem muito impacto a partir1w bet2018 e acredito que terá muito impacto também1w bet2022: o presidente foi muito bem-sucedido1w betconstruir um canal paralelo1w betcomunicação, se utilizando1w betWhatsApp e1w betTelegram1w betforma que, até onde eu sei, não há outra liderança política utilizando isso1w betmaneira tão eficaz.

E a gente precisa lembrar1w betalguns dados. Por exemplo, uma pesquisa da consultoria Mckinsey mostra que o Brasil é o quarto país mais plugado à internet. Todo mundo usa WhatsApp, a ponto1w betquando tem algum problema no WhatsApp as pessoas confundem com queda1w betinternet. Então, isso gera um impacto1w bettermos1w betjogo político e eleitoral que não é desprezível.

O presidente da República e seus apoiadores têm um canal muito bem construído1w betconstrução1w betinformações e1w betpercepções e1w betdestruição1w betreputação1w betinimigos. Então,1w betuma eleição que tem tudo pra ser altamente tumultuada, que caminha pra ter dois protagonistas (Bolsonaro e Lula) que são antagonistas e que despertam muitas paixões positivas e negativas, essa conjuntura gera um caldeirão que acaba diminuindo o componente1w betuma eleição que seria normal ou racionalizada.

Isso acaba sendo muito bom pro Bolsonaro1w betespecífico. Quanto mais raivosa for a eleição, melhor para ele. Porque a gente tem certeza1w betque os apoiadores do Bolsonaro vão às urnas. A gente não tem certeza se os eleitores nem-nem, que não sejam nem Bolsonaro nem Lula, vão comparecer à cabine1w betvotação.

E tem outras variáveis como por exemplo o voto envergonhado. Aquelas pessoas que não dizem nas pesquisas que votam1w betBolsonaro (mas na urna votam). Então, é importante levar todos esses elementos1w betconsideração quando tentamos estabelecer uma compreensão responsável do processo eleitoral e não meramente aquilo que se deseja que seja o processo eleitoral.

1w bet BBC News Brasil - Os grupos1w betWhatsApp e Telegram são canais1w betque Bolsonaro se comunica com uma base mais fiel e radicalizada. A princípio, esse público não é suficiente para elegê-lo. Qual a importância1w better essa base radicalizada e o que ele precisa fazer pra conquistar apoio fora dela?

1w bet Souza - Creio que tem dois elementos importantíssimos nessa construção da persona política do Bolsonaro. A gente vai ter um Bolsonaro do WhatsApp, do Telegram, o Bolsonaro do YouTube, que fala para a base. E essa base é muito importante porque é o ponto1w betpartida dele, a base que pode empurrá-lo ao segundo turno.

De outro lado, teremos um outro Bolsonaro que vai tentar ser mais palatável pra determinados pedaços da sociedade. E aqui tem um elemento que não se pode esquecer: a sociedade brasileira é1w betgrande parte composta por pessoas conservadoras.

E onde essas duas linhas se encontram? Na junção entre a capacidade que os grupos1w betWhatsApp e Telegram tenham1w betproduzir conteúdo e1w betmanter essa base1w betapoio agregada, e o fato1w betque alguns desses conteúdos sejam palatáveis o suficiente pra atingir os concorrentes1w betBolsonaro do ponto1w betvista eleitoral, como requentar as denúncias do Lula acerca1w betcorrupção, falar1w betalguma característica1w betcaráter do Ciro Gomes, ou fazer algum tipo1w betataque a um outro candidato, como Eduardo Leite (governador do Rio Grande do Sul pelo PSDB), João Dória (governador1w betSão Paulo pelo PSDB), (ex-ministro da Saúde, do DEM, Luís Henrique) Mandetta, quem quer que seja.

O entroncamento desses dois elementos me parece criar uma lógica e uma ação que o grupo do presidente hoje acredita que seja o suficiente pra requentar alguns elementos da narrativa1w bet2018, sobretudo a ideia1w betque Bolsonaro é um mártir diante1w betum sistema que é muito corrupto, que é muito pouco engajado na transformação do país, e ele pode usar isso com um mix1w bet"olha, mesmo diante1w bettodas essas dificuldades, nós entregamos algumas reformas".

Para o governo, hoje mais importante do que uma reforma (econômica) que seja boa, é ter reformas. Porque o governo precisa dizer para atores1w betmercado, para determinados atores da sociedade, que as reformas foram entregues. Se elas vão precisar ser refeitas1w bet2023 ou não, isso acaba se tornando uma questão menor.

Nesse aspecto, ele tem tido grande apoio do (presidente da Câmara dos Deputados) Arthur Lira (PP-AL), mas1w betoutro lado tem-se uma dificuldade pra que se avance no Senado. Por exemplo, o senador Ângelo Coronel (PSD-BA) deixou muito claro que a reforma do Imposto1w betRenda não vai avançar e que o governo tem outras alternativas pra prorrogar o auxílio emergencial que não envolvam necessariamente rebatizar o Bolsa Família.

Pessoa aperta botão1w beturna eletrônica

Crédito, ROBERTO JAYME/ASCOM/TSE

Legenda da foto, Base fiel a Bolsonaro dá a ele grandes chances1w betavanço para o segundo turno, aponta analista

1w bet BBC News Brasil - O governo não conseguiu até o momento criar um programa para substituir o Bolsa Família, ao mesmo tempo que desemprego e inflação seguem altos. A economia e a atuação do governo na pandemia são fatores que dificultam a reeleição?

1w bet Souza - Sendo bem pragmático, eu creio que a pandemia não será o principal tema da eleição. A vacinação vai avançar, devagar os casos tendem a se reduzir e talvez a gente não tenha (em 2022) uma grande reflexão sobre o que foi a pandemia, sobre o papel do governo. Talvez o timing nesse aspecto da pandemia vai ser mais gentil com Bolsonaro do que foi com (o ex-presidente americano Donald) Trump por exemplo. O Trump entrou no processo eleitoral no meio da tempestade da pandemia. O Bolsonaro vai conseguir se distanciar disso.

Agora, o desemprego, o retorno da fome, a inflação: tudo isso gera uma enorme dificuldade para Bolsonaro. O que o presidente tem feito é jogar a conta da inflação no "fique1w betcasa durante a pandemia". Me parece ser uma manobra muito difícil, mas não é uma manobra que não possa colar. Não podemos trabalhar com a ideia1w betque o eleitor é invulnerável a percepções que nós não consideremos objetivas da realidade. Temos que lembrar que, no fim das contas, muita gente tomou cloroquina e outros medicamentos que não tinham comprovação científica alguma. Isso acontece.

É uma estratégia que existe desde o primeiro dia1w betgoverno: tudo aquilo que é bom é sempre responsabilidade do Bolsonaro, e tudo que está errado ele sempre transfere o ônus. O presidente vai tentar terceirizar o ônus para os governadores e pros concorrentes políticos que foram favoráveis a medidas mais restritivas durante a pandemia.

A questão é: vai colar? Isso depende da capacidade que o governo tem1w betpor dinheiro na mão das pessoas, principalmente dos mais pobres, que são os que decidem a eleição. Vai depender1w betconseguir reativar o auxílio emergencial (previsto para acabar1w betoutubro) ou ampliar o Bolsa Família.

1w bet BBC News Brasil - A vitória do presidente1w bet2018 é1w betboa parte atribuída ao antipetismo, que teria levado pessoas moderadas a votar1w betBolsonaro. Esse fator perdeu força agora, dificultando a reeleição?

1w bet Souza - Me parece que o antipetismo é uma força1w betlonga duração, assim como o petismo. O sistema político brasileiro da redemocratização é povoado por partidos fisiológicos, os partidos não são orgânicos. Você não vê uma pessoa na rua entusiasmada com uma bandeira do MDB ou do DEM, por exemplo. Já os partidos que são mais orgânicos em1w betmaioria são nada competitivos. E você tem uma exceção: o PT conseguiu se construir como um partido orgânico e competitivo.

Isso gerou dois elementos muito importantes. O primeiro é dentro do DNA do PT uma lógica1w bethegemonia. O PT quer ser um partido hegemônico. E os militantes do partido acreditam piamente que tenham direito a essa conquista hegemônica porque são o partido mais orgânico da República.

O segundo elemento é que, como não há uma cultura1w betvida partidária na sociedade civil como um todo, você desperta encantamento e estranhamento. Esse estranhamento se cristalizou numa lógica1w betantipestismo que vem mesclada com reminiscências1w betconservadorismo da sociedade, da ideia1w betque o PT é um partido comunista e coisas do gênero, que são anteriores até ao próprio partido.

Então eu creio que, assim como o petismo conseguiu sobreviver, saiu ferido mais saiu vivo1w bettoda essa crise que vem1w bet2013 até 2016, o antipetismo é uma força1w betpermanência.

Durante muito tempo se criou a ideia1w betque o PSDB era o partido orgânico do antipetismo, e o Bolsonaro veio pra destruir isso. O Bolsonaro elevou o antipetismo a um novo patamar. Ele conseguiu dizer: "o problema é que falta alguém que tenha coragem1w betdizer o que deve ser dito acerca desses caras. Eu vou dizer". Ele disse e foi bem-sucedido.

A questão é que hoje tem um antipetismo que está cristalizado no Bolsonaro, mas esse anti bolsonarismo está cristalizado no PT? Talvez essa seja a pergunta1w betum milhão1w betdólares pra eleição do ano que vem. Um cenário que no segundo turno teremos Lula contra Bolsonaro não será uma eleição1w betescolha positiva, será uma eleição1w betque a rejeição vai dizer mais que a aceitação. Com o retrato que nós temos hoje, provavelmente o Bolsonaro tem um problema, que é o fato1w betque ele tem mais rejeição que o Lula (segundo as pesquisas atuais).

O antipetismo é uma força1w betlonga duração e o PT trabalha muito pouco com a ideia1w betreduzir essas arestas. Acaba,1w betalgum sentido, sendo cômodo também para o partido trabalhar com a ideia1w betque eleitores que não gostam dele são moralmente não comprometidos com uma transformação social. Assim, os coloca1w betum ponto1w betvilania. Isso é parte do processo também.

Lula tirando máscara contra a covid vermelha, com símbolo do PT

Crédito, REUTERS/Amanda Perobelli

Legenda da foto, O próprio Lula subestima o atual presidente e possível oponente1w bet2022, segundo avaliação1w betcientista político

1w bet BBC News Brasil - A principal aposta dos potenciais candidatos da terceira via hoje parece ser o derretimento1w betBolsonaro e a possibilidade1w betuma dessas alternativas disputar o segundo turno com Lula. É um cenário provável ou estão subestimando o presidente?

1w bet Souza - Eu creio que todo mundo subestima o Bolsonaro. O Lula subestima o Bolsonaro. Quem está com o Bolsonaro subestima o Bolsonaro. Quem quer fazer terceira via subestima o Bolsonaro. E uma característica bem importante do Bolsonaro como persona política é o fato1w betque ele chegou onde está com todo mundo o subestimando.

Todo mundo acha que não vai dar1w betnada, que o Bolsonaro1w betfato não é uma ameaça ou que ele vai estar sob controle1w betalguém. E ele vai galgando as posições e assim ele chegou à Presidência da República. Assim ele vai finalizar provavelmente o mandato sem impeachment, assim ele pode inclusive ser reeleito presidente da República.

Para além disso, eu creio que para a terceira via está faltando mensagem. Sem uma mensagem você não tem voto.

E aí, por exemplo, caso o (apresentador José Luiz) Datena saia candidato pelo União Brasil (partido que será criado com a fusão1w betDEM e PSL) ou que a gente imagine um cenário1w betuma chapa do Eduardo Leite com Datena, com um monte1w betdinheiro, tempo1w betTV (para propaganda eleitoral), possibilidade1w betfazer um monte1w betcoisa, mas isso não necessariamente significa que você consegue entregar algo, porque no fim você precisa1w betuma mensagem.

E nós aqui (na consultoria política Dharma) acreditamos que essa mensagem vai estar num tripé que envolva melhoria econômica, qualidade1w betpolítica pública e,1w betespecífico, o tema saúde. A covid vai ter um elemento nisso, mas a reflexão sobre o SUS vai ser um elemento importante também.

Nesse aspecto, me parece que Bolsonaro, numa manobra muito arriscada, vai se negar a discutir vários desses temas e vai insistir na ideia do anticorrupção,1w bet"não tem escândalo no meu governo". Ele ganhou uma eleição negando os debates, então isso pode funcionar1w betnovo, não se pode descartar isso.

O Lula vai trabalhar muito com a memória (do seu governo), e essa terceira via, os candidatos que queiram esse voto nem-nem, vão ter que entregar alguma coisa, trazer uma mensagem bem construída.

1w bet BBC News Brasil - Esse cenário1w betpredominância da preocupação econômica na eleição, do aumento da miséria, parece ser um cenário que favorece Lula a trabalhar com a memória do seu governo. Qual seria a fraqueza dele, algo que pode atrapalhar esse caminho?

1w bet Souza - Eu creio que o grande inimigo na candidatura do ex-presidente Lula será certamente todo o imbróglio que envolve a Lava Jato. Por mais que o ex-presidente e o partido hoje tenham uma narrativa1w betdizer que Lula foi inocente, para um número considerável1w beteleitores isso é uma história muito confusa, muito mal explicada. Muito provavelmente todos os inimigos1w betLula farão uso disso1w betforma muito forte porque o líder da corrida eleitoral sempre é o alvo preferencial.

O Bolsonaro vai tentar tirar uma casquinha, o Ciro vai tirar uma casquinha, o candidato do PSDB vai tirar uma casquinha. É isso, o Lula vai virar a grande vidraça, cada outro candidato vai dar1w bettijolada. E talvez por isso o Lula esteja sendo até aqui, muito inteligentemente, bastante parcimonioso1w bettermos1w betexposição. O Lula não tem ido pra manifestações1w betrua, ele tem tentado manter uma variável1w betcontrole1w betque ele só dialogue1w betespaços1w betque sabe que mesmo quando vier alguma crítica, essa crítica vai ser muito tranquila.

Então, o grande obstáculo pra ele será como lidar com esse passivo. Pra uma parte da sociedade, o Sérgio Moro ainda é um herói nacional. E você precisa1w bettodos os votos possíveis. Não é uma eleição1w betque as pesquisas estão dizendo que o Lula leva no primeiro turno. Muito provavelmente vai ser uma eleição muito acirrada, com muito tumulto e alguma instabilidade.

1w bet BBC News Brasil - Então, embora exista um discurso1w betque Bolsonaro é autoritário e1w betque tem que haver uma união das forças democráticas contra ele, na prática Lula, por ser o líder das pesquisas, pode virar o alvo preferencial?

1w bet Souza - E esse me parece ser um ponto bem interessante. Em algum sentido, essa fraqueza aparente do Bolsonaro dá a impressão1w betque qualquer outro candidato pode derrotá-lo, e esse é o principal vetor que impede a construção1w betqualquer tipo1w betcoalizão. E essa é a melhor chance do Bolsonaro.

Quanto mais fragmentada for essa oposição, quanto mais candidatos existirem, melhor pro Bolsonaro, porque o Bolsonaro tem uma base concentrada1w betvotantes. Se os (demais) votos estiverem muito diluídos1w betoutros nomes, ele está no segundo turno. E segundo turno é aquele negócio que a gente não sabe como termina, é muito difícil pra um candidato1w betreeleição perder1w betsegundo turno. Esse é um ponto muito crítico e muito importante da conjuntura do ano que vem.

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