Covid: o que está por trás da decisãoaposta pix betusar vacina da Pfizeraposta pix betquem tomou 1ª doseaposta pix betAstraZeneca:aposta pix bet

Do outro, representantes do governo federal criticam os governadores e prefeitos que fizeram planos própriosaposta pix betvacinação e não seguem as diretrizes estabelecidas no Programa Nacionalaposta pix betImunização, o PNI.

Em entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira (13/9), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, classificou a situação como uma "Torreaposta pix betBabel vacinal", numa alusão bíblica à faltaaposta pix betdiálogo entre as diferentes esferasaposta pix betpoder.

"Eu peço que os gestoresaposta pix betsaúde sigam o PNI para nós, juntos, conseguirmos fazer uma campanha [de vacinação contra a covid-19] mais eficiente", disse Queiroga.

"No finalaposta pix betsemana eu estive no Amazonas, visitei uma unidadeaposta pix betsaúde ribeirinha e lá tinha CoronaVac, vacina da Pfizer e da AstraZeneca. Por que lá tem vacina e no principal Estado do país não tem?", perguntou o ministro, numa alusão aos protestos do governoaposta pix betSão Paulo.

Em meio às discussões, o Institutoaposta pix betTecnologiaaposta pix betImunobiológicos (Bio-Manguinhos), vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) e responsável por finalizar a produção da vacina da AstraZeneca no Brasil, informa que vai liberar novos lotes, com cercaaposta pix bet15 milhõesaposta pix betdoses, a partir da terça-feira (14/9).

Caboaposta pix betguerra

Não é segredo para ninguém que a campanhaaposta pix betvacinação contra a covid-19 no Brasil é marcada por desavenças e pela faltaaposta pix betcoordenação entre governo federal, Estados e municípios.

"O que fez o PNI ser um sucesso nas últimas décadas foi uma política unificada, com decisões que serviam para todo o país", contextualiza a epidemiologista Carla Domingues, que coordenou esse programa no Ministério da Saúde entre 2011 e 2019.

O problema é que, durante a atual pandemia, os critérios ficaram bagunçados e os governadores e prefeitos passaram a seguir regras próprias.

"Isso só demonstra a desorganização da nossa campanha. O Ministério da Saúde faz um plano e Estados e municípios buscam uma independência que vai gerar o desabastecimento", entende a especialista.

São vários os exemplos desse desajuste — um dos mais recentes é o início da vacinação contra a covid-19aposta pix betadolescentesaposta pix betalgumas cidades, à revelia do que foi estabelecido como prioridade pelo governo federal.

O descompasso traz consequências práticas. Isso porque o Ministério da Saúde compra, distribui e indica a aplicação das dosesaposta pix betdeterminados grupos seguindo um cronograma, que está alinhado aos contratos assinados e aos prazosaposta pix betentrega dos fabricantes.

Portanto, se um prefeito ou governador decide modificar algo na campanhaaposta pix betvacinação local, como a inclusãoaposta pix betmais pessoas no público-alvo, por exemplo, os estoques podem se esgotar antes do previsto.

É preciso considerar um segundo fator para a faltaaposta pix betdosesaposta pix betalgumas cidades: a FioCruz só recebeu uma nova remessaaposta pix betIFA (Insumo Farmacêutico Ativo), os ingredientes que vêm da China e são necessários para finalizar a fabricação da vacina no Brasil, nos últimos diasaposta pix betagosto.

Acontece que o processoaposta pix betprodução, envase e controleaposta pix betqualidade necessário para liberar os lotes costuma levar cercaaposta pix bettrês semanas.

Ou seja: as 15 milhõesaposta pix betdoses prometidas para setembro, que garantiriam a continuidade da campanhaaposta pix betvacinação, inclusive com a aplicação da segunda dose numa parcela da população brasileira, só começaram a ficar prontas nos últimos dias.

Procurada pela BBC News Brasil, a FioCruz reafirmou que não há escassez e nem atraso na entrega: os novos lotes serão liberados ainda nesta semana, conforme anunciado num comunicado do dia 2aposta pix betsetembro.

"A partiraposta pix betterça-feira (14/9) está previsto o início da liberaçãoaposta pix betlotesaposta pix betvacinas, que estão na etapaaposta pix betcontroleaposta pix betqualidade, para as entregas desta semana. Os quantitativos e as datasaposta pix betentrega serão informados à medida que ocorrerem as liberações", afirmou a fundação, por meioaposta pix betnota enviada pela assessoriaaposta pix betimprensa.

O pediatra Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileiraaposta pix betImunizações (SBIm), teme que o descompasso entre governo federal, Estados e municípios possa alimentar futuras crisesaposta pix betdesabastecimento na campanha contra a covid-19.

"É preciso lembrar que a vacina da Pfizer está sendo utilizada como terceira doseaposta pix betidosos e imunossuprimidos, é a única aprovada para adolescentesaposta pix bet12 a 17 anos e agora também é usada naqueles que tomaram a primeiraaposta pix betAstraZenecaaposta pix betalgumas cidades", conta.

"Temos que avaliar muito bem as decisões porque, com a indicação desse imunizante para propósitos que não estavam no plano original, corremos o riscoaposta pix bettambém sofrermos com a faltaaposta pix betestoque dele no futuro", alerta.

A combinaçãoaposta pix betvacinas é segura e efetiva?

Segundo as informações oficiais, tudo indica que a políticaaposta pix betusar o produto da Pfizer como segunda doseaposta pix betquem tomou a primeira da AstraZeneca vai durar poucos dias.

A cidadeaposta pix betSão Paulo, por exemplo, anunciou que os cidadãos que deveriam receber a segunda doseaposta pix betAstraZeneca entre 1º e 15aposta pix betsetembro e estão atrasados tomarão a da Pfizer nos próximos dias.

Mas, como as entregas da FioCruz devem ser iniciadasaposta pix betbreve, as dosesaposta pix betAstraZeneca voltarão a ficar disponíveis nos postosaposta pix betsaúde nos municípios onde elas estavamaposta pix betfalta.

Mesmo assim, vale esclarecer que o esquema heterólogo (com vacinasaposta pix betdois produtores diferentes) já é realidade para alguns públicos da atual campanhaaposta pix betvacinação.

É o caso das gestantes, que tomaram a primeira dose da AstraZeneca e devem receber a segunda da Pfizer, e dos idosos com maisaposta pix bet70 anos, que tiveram acesso a duas doses da CoronaVac no inícioaposta pix bet2021 e agora poderão levar uma terceira aplicação, preferencialmenteaposta pix betPfizer, AstraZeneca ou Janssen.

Cunha diz que a combinaçãoaposta pix betvacinasaposta pix betmaisaposta pix betum fabricante não deve ser a estratégia principal, mas também não prejudica a saúde.

"Nós continuamos a defender que as pessoas tomem o mesmo tipoaposta pix betvacina duas vezes. Mas é preciso reconhecer que o esquema heterólogo, com AstraZeneca e Pfizer, trouxe resultados iguais ou até melhoresaposta pix betcomparação com o esquema homólogo [com as mesmas duas doses]", interpreta.

Uma das pesquisas a avaliar a possibilidadeaposta pix betcombinar as vacinas foi realizada na Universidadeaposta pix betSaarland, na Alemanha.

Os resultados, publicadosaposta pix betjulho no periódico científico Nature Medicine, apontam que o esquema heterólogo (AstraZeneca + Pfizer) levou a uma melhor resposta do sistema imunológicoaposta pix betcomparação com os regimes homólogos, que se valeram apenasaposta pix betum tipoaposta pix betimunizante.

Outro estudo, feito na Universidadeaposta pix betOxford, no Reino Unido, apontou que aplicar uma vacina diferente como segunda dose pode levar a um aumentoaposta pix betalguns efeitos colaterais mais leves, especialmente a febre.

A investigação também utilizou os produtosaposta pix betPfizer ou AstraZeneca.

Mas a boa notícia é que esse incômodo pode ser controlado com a prescriçãoaposta pix betremédios que regulam a temperatura corporal.

Por ora, não foram publicados trabalhos sobre a combinação da CoronaVac com os outros imunizantes disponíveis no Brasil ou no mundo. Portanto, ela não é considerada como uma opção para os regimes heterólogos no momento.

As experiências recentes fizeram com que entidades nacionais e internacionais, como o próprio Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS), admitissem a possibilidade do esquema heterólogoaposta pix betsituações específicas, como a escassez momentâneaaposta pix betdosesaposta pix betalgum fabricante num país ou numa região.

Os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil também reforçam a necessidadeaposta pix betir ao postoaposta pix betsaúde e tomar a segunda dose para garantir um bom nívelaposta pix betproteção contra a covid-19.

"A eficácia da vacina depende do esquema completo, com as duas doses. Se tomar só a primeira, você não vai ter todo o efeito esperado, ainda mais num cenário marcado pelo avanço da variante Delta do coronavírus", diz Domingues.

E, embora o ideal seja receber a segunda vacina na data estipulada, respeitando o intervalo preconizado, não há nenhum problemaaposta pix betcompletar o esquemaaposta pix betimunização alguns dias depois.

"O atrasoaposta pix betuma ou duas semanas não vai interferiraposta pix betnada na resposta vacinal", garante Cunha.

"A segunda dose, mesmo com um pequeno atraso, é fundamental para melhorar a resposta imune e prolongar a proteção contra as formas gravesaposta pix betcovid-19", completa o pediatra.

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