Policiais bolsonaristas na ativa: por que politização das PMs ameaça democracia:site da esporte da sorte

O episódio é especialmente grave por se tratarsite da esporte da sorteum oficial da ativa, afirma Lima. Se antes a percepção erasite da esporte da sorteque os oficiais (de tenente a coronel) estavam mais comedidos que os praças emsite da esporte da sorteaderência ao bolsonarismo radical, agora a adesão aberta parece ter chegado até mesmo ao comando - o que amplia o riscosite da esporte da sorteuma insurgência antidemocrática, já que são eles os responsáveis por reforçar a hierarquia na corporação.

"É muito preocupante que os oficiais, que têm a funçãosite da esporte da sortemanter a disciplina e a ordemsite da esporte da sorteuma corporação com a missãosite da esporte da sorteproteger a democracia e a Constituição, não se sintam mais constrangidossite da esporte da sortefazer a defesa abertasite da esporte da sorteataques à democracia", diz Lima. "O oficial que faz ato político está atentando contra a própria corporação."

As regras da PM determinam que os policiais, embora possam ter preferências políticas pessoais, não podem se engajarsite da esporte da sorteatos políticos - muito menos apoiar atos antidemocráticos.

"O policial é um cidadão como qualquer outro, mas com a diferençasite da esporte da sorteque está investidosite da esporte da sorteum cargo político que exige que ele seja mais comedido. Ele representa o Estado, não pode ameaçar ruptura democrática", diz Lima.

Militantes livres para serem violentos

Para o professor da FGV (Fundação Getulio Vargas) Rafael Alcadipani, que pesquisa organizações policiais, o principal problema envolvendo a penetração do bolsonarismo nas polícias não é o perigosite da esporte da sorteum "golpe militar clássico", onde elas ativamente ataquem as instituições com armas, mas o riscosite da esporte da sorteomissão - ou seja, o riscosite da esporte da sortepoliciais decidirem não agir diantesite da esporte da sortemilitantes extremistas e violentos.

"Se as manifestações bolsonaristas ficarem violentas, o risco ésite da esporte da sorteuma polícia radicalizada deixar militantes invadirem o Congresso, invadirem tribunais", afirma Alcadipani.

"A polícia é quem precisa garantir que essas coisas não aconteçam. Nós temos hoje, no espírito da corporação, um forte compromissosite da esporte da sortegarantir a Constituição? Temos homens e mulheres dispostos a dar a vida para garantir a democracia?", questiona.

Para Lima, o nívelsite da esporte da sorte"contaminação e radicalização" ideológica nas Polícias Militares e nas Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) é semelhante, mas há algumas diferenças que tornam a radicalização da PM mais preocupante.

"As Forças Armadas são apenas três, e elas têm regras mais fortessite da esporte da sortecontrole hierárquico. Já as polícias têm alguns vácuossite da esporte da sortecontrole e supressãosite da esporte da sortecomportamentos problemáticos", diz o pesquisador.

Alcadipani diz que a polícia precisa decidir se quer manter a militarização - não é possível ser militar apenassite da esporte da sorteparte e querer benefíciossite da esporte da sorteum civil, como poder se manifestar politicamentesite da esporte da sortepúblico.

"Se você é militar, precisa seguir a hierarquia. Um coronel não pode atacar o governador. É preciso que o governo tenha pulso firme para mostrar que esse tiposite da esporte da sortemanifestação não é aceitável", defende.

O que pode ser feito?

O controle sobre setores radicalizados da polícia seria possível internamente se "os oficiais estivessem totalmente ciosos do deversite da esporte da sorteproteger as instituições", diz Lima, presidente do Fórum Brasileirosite da esporte da sorteSegurança Pública. "No momentosite da esporte da sorteque eles próprios defendem posições radicalizadas, isso preocupa muito."

Para contrapor esse problema, é preciso que os governos estaduais "não entrem no jogosite da esporte da sorteBolsonaro". "Se o discurso foi ideológico, eles (os governadores) já saem perdendo", aponta o pesquisador.

O caminho mais produtivo seria fazer ações concretas e vigorosassite da esporte da sortemodernização das polícias e dos mecanismossite da esporte da sortecontrole e supervisão.

"É preciso pensarsite da esporte da sorteter planossite da esporte da sortecargos e salários - pesquisas apontam que entre um soldado e um coronel, há uma distânciasite da esporte da sorte15 vezes do menor para o melhor salário. É preciso pensar nas condiçõessite da esporte da sortevida dos policiais, nas condiçõessite da esporte da sortetrabalho, encontrar consensossite da esporte da sortevezsite da esporte da sorteantagonizar as polícias como um todo."

Além disso, diz, os governadores precisam se unir e dar uma resposta coesa ao problema da politização e radicalização da polícia.

"É preciso afastar os casos mais explícitos e graves, mas também recorrer às demais instituiçõessite da esporte da sorteEstado, como Ministério Público, Judiciário e Legislativo, para fazer mudanças estruturais", diz Lima. "É preciso articular as instituições e fazer mais ou menos como a Alemanha, que extinguiu unidades especializadas que estavam contaminadas pelo neonazismo."

Ele lembra que a revolta constitucionalistasite da esporte da sorte1932,site da esporte da sorteSão Paulo, só foi controlada quando o Exército contou com o apoio da Polícia Militarsite da esporte da sorteMinas Gerais e da Brigada Militar do Rio Grande do Sul. "É a força do pacto federativo. Por isso é importante o movimentosite da esporte da sorteconversas entre governadores", diz Lima.

Alcadipani aponta que é "urgente" um programa para despolitizar as polícias.

"Isso inclui proibir qualquer tiposite da esporte da sortemanifestação política e criar uma quarentenasite da esporte da sorte2 anos fora da instituição para que militares possam se candidatar a cargos políticos", afirma.

"Você não pode ter oficiais que estão sendo pagos com dinheiro público para fazer proselitismo político", diz.

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