Refugiada afegã no Brasil diz que filha está escondidavoucher casadeapostas comcasa com medo do Talebã:voucher casadeapostas com
Segundo relatório da organização Minority Rights Group, os hazaras representam 9% da população afegã. Minoria étnica, eles são frequentemente alvovoucher casadeapostas comdiscriminação evoucher casadeapostas comprocessosvoucher casadeapostas comviolência, como espancamentos, sequestros e assassinatos seletivos.
"A pobreza e a insegurança levam muitos hazaras a migrar para cidades como Cabul. No entanto, a viagemvoucher casadeapostas comHazarajat para a capital se revelou perigosa. A estrada principal entre as duas áreas, apelidadavoucher casadeapostas com'estrada da morte', tem sido localvoucher casadeapostas comsequestros e outros ataques mortais do Talebã aos hazaras nos últimos anos", aponta o relatório.
Esse cenáriovoucher casadeapostas comviolência levou Sorb Kohkan a fugir para o Brasilvoucher casadeapostas combuscavoucher casadeapostas comrefúgio, há oito anos.
"Era muito perigoso viver no Afeganistão. Já fui sequestrado... Sofremos muito lá. As mulheres não podiam pintar as unhas, porque cortavam o dedo delas. Soube que o Brasil era um país democrático, que respeita os direitos humanos. Por isso tentamos o asilo", conta ele, que trabalhouvoucher casadeapostas compizzarias antesvoucher casadeapostas comabrir seu próprio negócio na Liberdade.
Kohkan falou com a reportagem por telefone, diante do avanço do Talebã sobre várias regiões do Afeganistão, ele está exclusivamente concentrado na tarefavoucher casadeapostas comajudar parte da família a fugir do país - entre eles,voucher casadeapostas comfilha,voucher casadeapostas com24 anos, que nos últimos dias tem ficado escondida com medo do Talebã.
"As mulheres da minha família trabalham como professoras, mas ficou muito perigoso para elas, porque o Talebã proíbe que meninas estudem e persegue as mulheres. Minha filha e outras parentes estão escondidasvoucher casadeapostas comuma casa, sem poder sair. O Talebã segue uma leivoucher casadeapostas commil anos atrás. Com eles no poder, outros grupos extremistas vão aparecer também", diz Kohkan.
Até alguns dias atrás, ele e a esposa conseguiam se comunicar com os familiares por telefone e pelo Whatsapp, mas no fimvoucher casadeapostas comsemana os contatos ficaram mais raros, depois que o Talebã tomou a capital, Cabul.
Outro afegão no Brasil, Omar Atbayee,voucher casadeapostas com30 anos, conseguiu finalmente se comunicar com o pai, que vivevoucher casadeapostas comCabul, apenas nesta segunda-feira. A família estava preocupada com os relatos e imagensvoucher casadeapostas comviolência no país.
"Liguei várias vezes para ele, e consegui contato hoje. Está tudo bem com ele, graças a Deus. Ele me tranquilizou. Disse que o Talebã não está tão radical como antes, que dessa vez será mais tranquilo", diz Atbayee, que trabalha na áreavoucher casadeapostas cominformáticavoucher casadeapostas comPorto Alegre.
A famíliavoucher casadeapostas comAtbayee veio para o Brasilvoucher casadeapostas com2002, após cinco anos vivendo na Índia como refugiada. Ele tinha 11 anos quando chegou ao Brasil, onde vive com a mãe e duas irmãs.
"Meu pai viveu aqui por dois anos, mas não se adaptou e resolveu voltar", diz Atbayee, que nunca mais voltou ao país natal.
Refúgio
Enquanto o marido tenta retirar a filha do Afeganistão, Riahana Ibrahimi ficou no comando do pequeno restaurante Koh I Baba, na Liberdade. Mesmo falando pouco português, ela recebe pedidos pelo Whatsapp e aplicativosvoucher casadeapostas comentrega, prepara a comida, serve clientes e envia os pratos por meiovoucher casadeapostas comentregadores.
"Minha filha e minhas irmãs estão lá, morrendovoucher casadeapostas commedo, sem sairvoucher casadeapostas comcasa. Estamos muito preocupados", diz ela, que não conhece nenhum outro afegãovoucher casadeapostas comSão Paulo. "Vivemos só entre os brasileiros", diz.
Riahana veio para o Brasil quatro anos depois do marido,voucher casadeapostas comnovembrovoucher casadeapostas com2017, quando o Brasil aceitou seu pedidovoucher casadeapostas comrefúgio após dois anosvoucher casadeapostas comespera. Segundo a família, o governo brasileiro há dois anos analisa a solicitação da filha do casal, que permanece no Afeganistão enquanto não recebe o statusvoucher casadeapostas comrefugiada.
Para o advogado Sidarta Martins, membro da Comissão dos Direitos dos Imigrantes e Refugiados da OAB São Paulo, a análisevoucher casadeapostas compedidosvoucher casadeapostas comrefúgio são excessivamente demorados no Brasil, principalmente porque o setor responsável pelas solicitações tem poucos funcionários.
"É um problema que continua há vários governos. Tem poucas pessoas trabalhando nisso, não há uma ordem cronológica na apreciação dos pedidos", explica.
"Outro problema grave é a faltavoucher casadeapostas compadronização dos consulados brasileiros pelo mundo. As embaixadas e os consulados têm muita autonomia. A gente escuta reclamações vindasvoucher casadeapostas comcertos países, e nãovoucher casadeapostas comoutros, quanto ao tratamento que os consulados brasileiros dão mundo afora", diz.
Segundo Martins, o problema se agravou durante a pandemiavoucher casadeapostas comCovid-19. "O governo brasileiro suspendeu muitas atividades relativas aos estrangeiros. Como com a carteiravoucher casadeapostas commotorista, todos os vistos e demais documentos que vieram a perder a validade durante a pandemia tiveram seus prazos estendidos".
Um relatório do Observatório das Migrações Internacionais (Obmigra), órgão do Ministério da Justiça, não detalha quantos afegãos entraram no paísvoucher casadeapostas com2020 como imigrantes ou refugiados. Também não informa quantos pedidosvoucher casadeapostas comrefúgio foram aceitos ou recusadosvoucher casadeapostas com2020.
Das 29,4 mil solicitações recebidas pela Polícia Federal no ano passado, cercavoucher casadeapostas com17 mil eramvoucher casadeapostas comvenezuelanos, 6,6 mil eramvoucher casadeapostas comhaitianos e 1,3 mil,voucher casadeapostas comcubanos. Países como China (568), Angola (359) e Bangladesh (329) completam a listavoucher casadeapostas comnacionalidades com mais pedidosvoucher casadeapostas comrefúgio.
'O Brasil é muito bom para nós'
As prateleira do bistrô Koh I Baba,voucher casadeapostas comSão Paulo, estão recheadasvoucher casadeapostas comsalgadinhos Fofura, pirulitos Pop e isqueiros da BIC.
Mas não se engane: a especialidade da casa são pratos típicos do Afeganistão, como o Korma (carne bovina marinada por 24 horas e refogada com temperos especiais, legumes e arroz aromático) e o Kabuli (arroz basmati, feito com caldovoucher casadeapostas comcostela, uvas passas, cenoura, pistache, cardamomo, tudo acompanhado por uma costela ao estilo afegão).
A cozinheira e proprietária, Riahana Ibrahimi, não se acanha quando questionada se posaria para uma fotografia dentro do restaurante. "Claro, no Brasil não temos medovoucher casadeapostas comaparecer. O Brasil é muito bom para nós", diz.
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