Mata Atlântica mudará mais até 2050 do que nos últimos 21 mil anos:betboo teitter
Já restam apenas fragmentosbetboo teitterMata Atlântica. Somente um quarto da área florestal remanescente está a maisbetboo teitter250 metrosbetboo teitterum terreno descampado — isso é uma caminhadabetboo teittertrês minutos, pelo asfalto.
Maisbetboo teitter80%betboo teittersua vegetação natural foi destruída desde que os europeus chegaram ao Brasil, e alguns ecossistemas da Mata Atlântica têm 50%betboo teitterchancebetboo teitterentrarbetboo teittercolapso nos próximos 50 anos.
O aquecimento global acrescenta outra ameaça.
O clima da Terra sempre mudou, mas as rupturas neste século provavelmente serão maiores e acontecerão mais rápido do que qualquer coisa que a humanidade já testemunhou.
Temperaturas mais altas e precipitações mais variáveis serão um desafio particular no sul da Mata Atlântica, onde os ecossistemas compreendem um delicado equilíbriobetboo teitterespécies — algumas dos trópicos quentes, outras adaptadas a invernos gelados, mas quase todas dependentesbetboo teitterumidade constante.
Estudar o passado para prever o futuro
Como as mudanças climáticas do século 21 vão afetar o sul da Mata Atlântica?
Tenho trabalhado com colegas no Reino Unido, Suécia e Brasil para descobrir, e colocar o próximo meio séculobetboo teittermudanças num contextobetboo teitter21 mil anos.
Olhar para o passado pode parecer uma escolha surpreendente, mas fornece os melhores — talvez os únicos — dados concretos que temos sobre como os seres vivos reagem a grandes mudanças climáticas.
Nos últimos 21 mil anos, as peculiaridades na órbita da Terra levaram nosso planeta do pico da última Era do Gelo ao períodobetboo teittercalor do Holoceno.
Se pudermos encontrar ecos das condições futurasbetboo teittermilênios passados e desvendar como as espécies e os ecossistemas responderam a eles, podemos melhorar nossas previsões sobre o que o futuro nos reserva.
Para fazer isso, nosso estudo reuniu reconstruções e projeçõesbetboo teitterclimas passados e futuros, dados sobre 30 espécies-chavebetboo teitterflorestas e pastagens e várias dezenasbetboo teitterlocais onde mudanças anteriores no clima e na vegetação foram registradas (como pólen fossilizado enterradobetboo teittercamadasbetboo teitterlama do pântano).
O que descobrimos é profundamente preocupante.
Como erabetboo teitterse esperar, nossos dados mostraram que o sul do Brasil tem esquentado gradualmente desde a última Era do Gelo.
Quase toda a região tinha um tipobetboo teitterclima semelhante às áreas montanhosasbetboo teitterhoje há 21 mil anos — temperado com verões quentes —, mas essa zona climática diminuiu com o tempo, e as planícies passaram a ter um tipobetboo teitterclima mais quente.
Enquanto isso, uma zonabetboo teitterclimabetboo teitterfloresta tropical permaneceu restrita à costa norte da região, avançando e recuando ao longo dos anos.
Mas, sem o controle das emissõesbetboo teittercarbono, cada tipobetboo teitterclima mudará mais nos próximos 50 anos do quebetboo teitterqualquer um dos períodos nos últimos 3 mil anos que analisamos.
O aumento das temperaturas globais vai fazer com que o tipobetboo teitterclima mais quente das planícies se expanda ainda mais e mais rápido do que se expandiubetboo teittermilênios.
A vasta expansão do climabetboo teitterfloresta tropical pode fazer com que ele surjabetboo teitteráreas que não existia desde antes da última Era do Gelo.
E, expulsas das áreas que ocuparam desde o início do nosso estudo, as condições mais frias das montanhas vão encolher parabetboo teittermenor extensãobetboo teittermaisbetboo teitter21 mil anos.
Mas o que essas mudanças drásticas no clima significarão para a Mata Atlânticabetboo teittersi?
Uma coisa é certa, não vai ser simples. Espécies e ecossistemas mudambetboo teittermaneira confusa ao longo do tempo.
Surpresas ecológicas são comuns, especialmente quando o clima é muito diferente do atual — as espécies podem prosperar inesperadamentebetboo teittercondições que atualmente evitam, ou podem formar grupos diferentesbetboo teittertodos os que conhecemos hoje.
Nosso estudo encontrou várias evidênciasbetboo teittermudanças na composição dos ecossistemas do sul da Mata Atlântica ao longo do tempo, assim como dois períodos com grandes extensõesbetboo teittercomunidades vegetais curiosas e inesperadas. Eles ocorrem nos momentosbetboo teittermaior mudança climática.
O primeiro aconteceu há cercabetboo teitter12 mil anos, quando o mundo saiu do último período glacial e entrou no Holoceno, mais quente. O segundo pode acontecer durante a minha vida.
Na décadabetboo teitter2070, as terras ao norte e ao lestebetboo teitternossa regiãobetboo teitterestudo podem perder espécies adaptadas ao frio que abrigou por 21 mil anos ou mais — como a antiga e icônica Araucária, um fóssil vivo —, a serem substituídas por árvores tropicais mais tolerantes ao calorbetboo teitterum arranjo que é raro no presente.
Nossos modelos sugerem que maisbetboo teitter100.000 km² do sul da Mata Atlântica passariam por mudanças embetboo teittercomposiçãobetboo teitterespécies, impulsionadas pelo clima, no século 21betboo teitteraltas emissões do quebetboo teitterqualquer outro momento nos últimos 21 mil anos.
Preocupantemente, encontramos indíciosbetboo teitterque essas mudanças já podem estarbetboo teitterandamento, com as comunidades vegetais adaptadas ao calor começando a empurrar suas vizinhas adaptadas ao frio morro acima.
Nosso estudo fornece uma maneira útilbetboo teittercompreender a Mata Atlântica brasileira — o que aconteceu com ela antes, assim como o que pode acontecer a seguir.
Mas nossos resultados também revelam as limitaçõesbetboo teitternos basearbetboo teittercenários passados — mesmo ao longobetboo teitterdezenasbetboo teittermilharesbetboo teitteranos — para compreender os efeitos do nosso futuro climático radicalmente alterado pelo homem.
Apesar dos séculosbetboo teitterdevastação causada pelo desmatamento, parece que o teste mais difícil para o sul da Mata Atlântica ainda está por vir.
* Oliver Wilson é alunobetboo teitterdoutoradobetboo teitterciências ambientais na Universidadebetboo teitterReading, no Reino Unido.
Este artigo foi publicado originalmente no sitebetboo teittertextos acadêmicos The Conversation e republicado aqui sob uma licença Creative Commons. Leia aqui a versão original (em inglês).
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