Brasileiros lideram ranking mundialroleta365sensaçãoroleta365viverroleta365'paísroleta365declínio':roleta365

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Protesto contra o presidente Jair Bolsonaroroleta365Brasília,roleta365junho; 72% dos brasileiros disseramroleta365pesquisa acreditar que a sociedade do país está "falida"

roleta365 Uma pesquisaroleta365opinião feitaroleta36525 países traz uma visão desalentadoraroleta365boa parte da população global a respeitoroleta365suas respectivas instituições políticas — e os brasileiros têm uma percepção negativa acima da média mundial.

Maisroleta365dois terços (69%) dos mil brasileiros entrevistados afirmam que o país estároleta365declínio, o maior índice observado entre todos os países participantes da pesquisaroleta365opinião Broken-System Sentiment in 2021, realizada pela empresa Ipsos.

São 12 pontos percentuais acima da (já alta) média mundialroleta36557%roleta365pessoas que têm a percepçãoroleta365viverroleta365paísesroleta365declínio. Os índices são altos também no Chile, na Argentina e na África do Sul, todos com 68%.

Além disso, 72% dos brasileiros disseram acreditar que a sociedade do país está "falida", índice semelhante aos respondentes da Hungria e só superado pelo da África do Sul (74%).

A média global, nesse caso, éroleta36556%.

É importante que a liderançaroleta365um rankingroleta365sentimentos tão negativos cause desconforto no Brasil, opina Helio Gastaldi, porta-voz da Ipsos.

"Espero que a pesquisa cumpra o papelroleta365dar um chacoalhão. A crítica (às instituições políticas) é generalizada ao redor do mundo, mas nãoroleta365forma tão aguda quanto no Brasil", afirma Gastaldi à BBC News Brasil.

Esse sentimento já havia se manifestado nas pesquisas anteriores da Ipsos sobre o mesmo tema,roleta3652016 e 2019.

"É um sentimento que persiste e que coincide com o que notamosroleta365outros estudos e pesquisas que fizemos para clientes,roleta365que se percebe hoje no Brasil um sentimentoroleta365decepção e insegurança. Passa uma ideiaroleta365grande preocupação com o futuro", prossegue Gastaldi.

Populismo e 'líderes dispostos a quebrar as regras'

De modo geral, a pesquisa traz um panoramaroleta365desconexão e decepção das pessoas com suas instituições: na média, 71% dos entrevistados globais concordam com a fraseroleta365que "a economia está manipulada para favorecer os ricos e poderosos".

E 68% concordam com a ideiaroleta365que partidos e políticos tradicionais não se preocupam com as "pessoas como eu".

E, quanto maior a sensaçãoroleta365viver sob um "sistema falido", maior é também a manifestaçãoroleta365apoio a modelos populistas ou antielite, aponta o Ipsos.

No Brasil, por exemplo, 74% dos entrevistados disseram concordar com a frase "o Brasil precisaroleta365um líder forte para retomar o país dos ricos e poderosos", dez pontos percentuais acima da média global.

Um índice menor, mas igualmente alto (61%)roleta365brasileiros afirmou que "para consertar o país, precisamosroleta365um líder forte, disposto a quebrar as regras". A média global, aqui, éroleta36544%.

"Isso reforça o discurso populistaroleta365que as instituições não servem eroleta365que temroleta365vir alguémroleta365fora para consertá-las — um remédio que a gente já sabe que não funciona", afirma Helio Gastaldi.

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro no último sábado,roleta365São Paulo; pesquisa aponta sensaçãoroleta365desassistência por parte da população

No lugarroleta365depositar as esperançasroleta365um líder que derrote o sistema e milagrosamente resolva os problemas, prossegue Gastaldi, o mais produtivo seria fortalecer as instituições e aumentar a participação popular nelas.

Uma ressalva importante nesse ponto, diz Gastaldi, éroleta365que o apoio a um "líder forte que quebre as regras" é maior entre os mais velhos (acima dos 50 anos) do que entre os mais jovens, "que parecem mais predispostos a (confiar em) soluções institucionais".

De qualquer modo, analisa ele, "é um índice alto, preocupante, que reflete um certo saudosismo da ditadura (militar no Brasil), uma visão nublada e incorreta desse período como sendo umroleta365mais ordem ouroleta365menos corrupção. Isso também alerta para a necessidaderoleta365um diálogo intergeracional".

Ainda segundo a pesquisa, 82% dos brasileiros acham que a elite política e econômica não se importa com as pessoas que trabalham duro. Três quartos dos entrevistados (76%) acreditam que a principal divisão da sociedade do Brasil é entre cidadãos comuns e a elite política e econômica.

"As pessoas entendem que quem pode ou tem responsabilidaderoleta365fazer algo (para melhorar o país) o fazroleta365benefício próprio", prossegue Gastaldi.

"São vários indicadores negativosroleta365que o Brasil está muito acima da média mundial, mostrando que a população se sente muito desassistida."

Migração

O único ponto da pesquisaroleta365que os brasileiros ficam abaixo das médias internacionais diz respeito a temas migratórios.

Aqui, 53% concordam com a frase "quando os empregos são escassos, empregadores devem priorizar nativos a imigrantes", contra 57% da média global.

E apenas 26% acham que o Brasil seria mais forte se deixasseroleta365receber imigrantes, contra 38% no resto do mundo.

A pesquisa da Ipsos foi feita online com 19 mil respondentesroleta36516 a 74 anos, entre março e abril,roleta365EUA, Canadá, Malásia, África do Sul, Turquia, Bélgica, França, Alemanha, Reino Unido, Austrália, Itália, Japão, Espanha, Hungria, México, Holanda, Peru, Polônia, Rússia, Coreia do Sul, Suécia, Argentina, Chile, Colômbia e Brasil.

Segundo a Ipsos, as amostras são representativas da composição populacional dos países — embora,roleta365parte deles (Brasil inclusive), ela reflita a opiniãoroleta365uma população majoritariamente urbana, próspera e com mais acesso à educação.

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