Covaxin é alvo1xbet 0.5desconfiança na própria Índia por uso sem concluir testes:1xbet 0.5
Mas o governo federal fechou acordo com a Bharat Biotech por preço bem mais elevado por dose, sem essa aprovação prévia da Anvisa e visando a compra1xbet 0.5uma vacina ainda1xbet 0.5fase1xbet 0.5testes.
Nesta semana, a empresa indiana disse ter entregue dados da fase 31xbet 0.5testes aos órgãos reguladores da Índia, com resultados que apontam eficácia geral1xbet 0.577,8%. Mas os detalhes do estudo, que teria envolvido 25.800 pessoas, não foram apresentados ao público nem publicados oficialmente.
"Essa estimativa foi jogada ao público, mas não sabemos nada do estudo, nem mesmo os intervalos1xbet 0.5confiança, os números precisos1xbet 0.5casos analisados, nem informações sobre segurança e efeitos colaterais", criticou1xbet 0.5entrevista à BBC News Brasil a pesquisadora1xbet 0.5saúde pública Mailini Aisola,1xbet 0.5Nova Déli, capital da Índia.
Segundo ela, a desconfiança1xbet 0.5torno da Covaxin fez com que muitas pessoas, principalmente profissionais1xbet 0.5saúde, rejeitassem o imunizante na primeira etapa1xbet 0.5vacinação, no início do ano.
"Muita gente preferia a Covishield (como é chamada na Índia a vacina desenvolvida pela Universidade Oxford)", disse Aisola à BBC News Brasil.
"Depois, por causa da escassez1xbet 0.5vacinas e o grande pico1xbet 0.5casos e mortes por covid no país, essa resistência diminuiu por falta1xbet 0.5opção. Só temos esses dois imunizantes e a demanda é muito maior que a oferta. Além disso, depois1xbet 0.5uns meses1xbet 0.5vacinação, não surgiram notícias1xbet 0.5efeitos colaterais graves, o que ajudou a diminuir a hesitação."
Aisola é uma das coordenadoras da All India Drug Action Network, uma das principais redes1xbet 0.5profissionais1xbet 0.5saúde da Índia, que advoga por políticas1xbet 0.5acesso popular a medicamentos e tratamentos.
No Brasil, por causa da ausência1xbet 0.5dados sobre a fase 31xbet 0.5testes, a Anvisa aprovou com restrições,1xbet 0.551xbet 0.5junho, a importação1xbet 0.5Covaxin. Apenas 4 milhões das 20 milhões1xbet 0.5doses contratadas poderão ser importadas, e deverão ser utilizadas1xbet 0.5condições controladas, sob responsabilidade do Ministério da Saúde.
Em entrevistas e pronunciamentos, o presidente da Bharat Biotech, Krishna Ella, defendeu repetidas vezes a segurança e eficácia da vacina. "Nossa vacina é 200% segura", disse1xbet 0.5janeiro.
Polêmica do preço também existe na Índia
A compra pelo Brasil das 20 milhões1xbet 0.5doses da Covaxin foi anunciada1xbet 0.5fevereiro, quando o general Eduardo Pazuello ainda era ministro da Saúde. No total, o Brasil planejou desembolsar R$ 1,6 bilhão com a vacina indiana, pagando US$ 15 por cada dose (cerca1xbet 0.5R$ 80).
Suspeitas1xbet 0.5irregularidades nessa aquisição estão sendo investigadas pelo Ministério Público Federal e a CPI da Covid, no Senado.
O valor final aceito pelo governo chama atenção porque Pazuello afirmou à CPI que um dos motivos para1xbet 0.5gestão recusar a oferta1xbet 0.570 milhões1xbet 0.5doses da americana Pfizer no ano passado seria o preço alto do imunizante.
Mas a vacina foi oferecida ao Brasil por US$ 10 dólares, metade do valor cobrado pela farmacêutica dos governos dos Estados Unidos e do Reino Unido.
Em nota enviada à BBC News Brasil, a Bharat Biotech disse que vende doses1xbet 0.5Covaxin ao exterior por valores que variam1xbet 0.5US$ 15 a US$ 20.
"A Bharat Biotech tem sido consistente e transparente com a estipulação1xbet 0.5preços da Covaxin para venda a governos internacionais, com doses entre US$ 15 e 20. Entregas foram feitas a vários países nessa base1xbet 0.5preço", disse a farmacêutica.
Mas o preço da Covaxin também tem gerado controvérsia na Índia. O imunizante foi vendido ao governo indiano por 150 rupias (cerca1xbet 0.5US$ 2 ou R$ 10), enquanto o preço para os governos estaduais foi bem mais alto- variou entre 400 rupias e 600 rupias (R$ 27 a R$ 40).
Já o valor fixado para venda a clínicas privadas se assemelha ao cobrado do governo brasileiro: 1.200 rupias (cerca1xbet 0.5US$ 16 ou R$ 80).
A Bharat Biotech argumenta que precisa cobrar esse preço para pagar os custos do investimento feito no desenvolvimento da vacina. Mas pesquisadores indianos dizem que a empresa recebeu alto financiamento do governo, que participou da criação do imunizante por meio do Conselho Indiano1xbet 0.5Pesquisa Médica (ICMR).
Por causa dessa parceria, o ICMR, que é o braço1xbet 0.5pesquisa do governo, recebe 5%1xbet 0.5royalties pelas vendas1xbet 0.5Covaxin.
"O preço da Covaxin para venda nas clínicas particulares da Índia e para exportação é fora do padrão e não se justifica pelo custo1xbet 0.5produção. A tecnologia utilizada pela vacina é a1xbet 0.5vírus inativado, uma técnica tradicional, amplamente conhecida e que não envolve custo particularmente alto", argumenta Mailini Aisola, da All India Drug Action Network.
Empresa intermediária
Outro aspecto investigado pela CPI da Covid1xbet 0.5relação à compra1xbet 0.5Covaxin é a intermediação das negociações pela empresa brasileira Precisa Medicamentos. Diferentemente do que ocorreu na aquisição1xbet 0.5outras vacinas, o contato não se deu diretamente entre a fabricante, no caso a Bharat Biotech, e o governo brasileiro.
Um funcionário do Ministério da Saúde denunciou ao Ministério Público Federal que se sentiu pressionado por superiores para assinar acordo1xbet 0.5compra suspeito com a Precisa Medicamentos.
Em depoimento sigiloso obtido pela Folha1xbet 0.5S.Paulo, servidor Luís Ricardo Miranda afirmou aos procuradores ter sofrido uma "pressão incomum" por parte do tenente-coronel Alex Lial Marinho, ex-coordenador-geral1xbet 0.5Logística1xbet 0.5Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, para assinar uma licença1xbet 0.5importação que previa o pagamento antecipado1xbet 0.5US$ 45 milhões por 300 mil doses da Covaxin.
Depois, o irmão1xbet 0.5Luís Ricardo, o deputado federal Luís Claudio Miranda disse à Folha1xbet 0.5S.Paulo que informou Jair Bolsonaro do problema e que o presidente disse que levaria o caso à Polícia Federal.
Mas nesta quarta (23),1xbet 0.5vez1xbet 0.5anunciar investigação sobre a "pressão indevida", o governo federal disse que Bolsonaro determinou à PF e à Procuradoria-Geral da República que investigasse os dois irmãos por "denunciação caluniosa" (atribuir falsamente a alguém o cometimento1xbet 0.5crime).
O anúncio foi feito1xbet 0.5coletiva1xbet 0.5imprensa pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, e o assessor especial da Casa Civil Elcio Franco — um dos investigados na CPI da Covid no Senado.
Tanto Onyx quanto Franco negaram repetidas vezes que tenham ocorrido quaisquer irregularidades nas negociações da Covaxin.
Em nota enviada à BBC News Brasil, a Bharat Biotech disse que a1xbet 0.5"parceria" com Precisa Medicamentos envolve apoio para entrada1xbet 0.5documentos regulatórios, "aprovações e licenças para a Covaxin". Além disso, a Precisa Medicamentos ficou responsável, segundo a empresa indiana, pela condução1xbet 0.5uma fase 31xbet 0.5testes no Brasil neste ano.
Nenhuma dose foi entregue
Outro aspecto investigado pelo Ministério Público Federal é uma possível quebra contratual, já que o contrato firmado pelo governo,1xbet 0.5251xbet 0.5fevereiro, previa entrega1xbet 0.520 milhões1xbet 0.5doses até 70 dias após da assinatura, o que deveria ocorrer1xbet 0.5maio. No entanto, por causa da demora da Bharat Biotech1xbet 0.5apresentar detalhes da fase 31xbet 0.5testes à Anvisa, a importação1xbet 0.5parte das doses só foi autorizada pela agência regulatória no início do mês.
Em nota, a Bharat Biotech confirmou que nenhum carregamento foi enviado ainda, embora, segundo a empresa, o orçamento para garantir as doses ao Brasil tenha sido alocado.
"A Bharat Biotech tem capacidade1xbet 0.5fabricar as quantidades solicitadas pelo Brasil, pendendo aprovações e recebimento do recibo1xbet 0.5pagamento por parte das agências intermediárias", disse a empresa1xbet 0.5nota à BBC News Brasil.
Mas a pesquisadora indiana Mailini Aisola, especialista1xbet 0.5saúde pública, questiona a capacidade da fabricante1xbet 0.5garantir a entrega das doses.
Segundo ela, o governo da Índia determinou recentemente que 75% das doses produzidas por empresas indianas sejam entregues para distribuição gratuita no sistema1xbet 0.5saúde do país. As outras 25%, diz a pesquisadora, devem ser vendidas para clínicas particulares da Índia, conforme determinação do governo.
"Não houve um impedimento formal1xbet 0.5exportações. Mas 75% mais 25% dá 100%. Isso significa que não restam doses para exportação", disse.
"Não está claro para mim como a Bharat Biotech pretende garantir os envios ao Brasil."
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