Covaxin: entenda as suspeitas sobre compra da vacina indiana por governo Bolsonaro:1xbet zambia

Presidente Bolsonaro

Crédito, EPA

Legenda da foto, Suspeitas sobre contrato para compra da Covaxin são nova fonte1xbet zambiadesgastes para governo Bolsonaro

1xbet zambia Suspeitas1xbet zambiairregularidades na compra1xbet zambia20 milhões1xbet zambiadoses da vacina indiana Covaxin ao preço total1xbet zambiaR$ 1,6 bilhão são o novo front1xbet zambiadesgaste para o governo Jair Bolsonaro na pandemia1xbet zambiacoronavírus.

Documentos obtidos pela Comissão Parlamentar1xbet zambiaInquérito (CPI) da Covid e revelados pelo jornal Estado1xbet zambiaS. Paulo indicam que o valor contratado pelo governo brasileiro,1xbet zambiaUS$ 15 por vacina (R$ 80,70), ficou bastante acima do preço inicialmente previsto pela empresa Bharat Biotech,1xbet zambiaUS$ 1,34 por dose.

Além disso, o servidor Luís Ricardo Miranda, chefe da divisão1xbet zambiaimportação do Ministério da Saúde, disse ao Ministério Público Federal ter sofrido uma "pressão incomum"1xbet zambiaoutra autoridade da pasta para assinar o contrato com a empresa Precisa Medicamentos, que intermediou o negócio com a Bharat Biotech.

Já nesta quarta-feira, o irmão do servidor, deputado federal Luís Claudio Miranda (DEM-DF), contou ao jornal Folha1xbet zambiaS.Paulo que informou Bolsonaro a respeito da pressão sobre Luís Ricardo e que o presidente respondeu que acionaria a Polícia Federal.

Os dois irmãos vão depor na sexta-feira à CPI da Covid.

Entenda a seguir1xbet zambiaquatro pontos as suspeitas que cercam a contrato da Covaxin e os próximos passos da comissão para investigar o caso.

1) A polêmica do preço

Segundo a reportagem do jornal Estado1xbet zambiaS. Paulo, a CPI obteve telegrama sigiloso enviado1xbet zambiaagosto ao Itamaraty pela embaixada brasileira1xbet zambiaNova Délhi informando que o imunizante produzido pela Bharat Biotech tinha o preço estimado1xbet zambiaUS$ 1,34 por dose.

Em fevereiro, porém, o Ministério da Saúde concordou1xbet zambiapagar US$ 15 por unidade (R$ 80,70 na cotação da época), o que fez da Covaxin a mais cara das seis vacinas compradas até agora pelo Brasil. Na ocasião, o ministro da Saúde ainda era o general Eduardo Pazuello.

Ministro da Saúde indiano, Harsh Vardhan, exibe um frasco da Covaxin

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Ministro da Saúde indiano, Harsh Vardhan, exibe frasco da Covaxin; governo da Índia pagou preço menor

O valor final aceito pelo governo chama atenção também porque Pazuello afirmou à CPI que um dos motivos para1xbet zambiagestão recusar a oferta1xbet zambia70 milhões1xbet zambiadoses da americana Pfizer no ano passado seria o preço alto do imunizante. A vacina, porém, foi oferecida ao Brasil por US$ 10 dólares, metade do preço cobrado pela farmacêutica dos governos dos Estados Unidos e do Reino Unido.

Outra razão apresentada por Pazuello para rejeitar a oferta da Pfizer1xbet zambia2020 foi o fato1xbet zambiaa vacina, naquele momento, ainda não ter a aprovação da Agência1xbet zambiaVigilância Sanitária (Anvisa). No entanto, o contrato da Covaxin foi firmado sem essa aprovação prévia. Apenas no início1xbet zambiajunho a importação foi autorizada, com algumas restrições.

Em nota enviada à BBC News Brasil, a Bharat Biotech, fabricante da Covaxin, diz que as doses do imunizante são vendidas ao exterior a valores que variam1xbet zambiaUS$ 15 a US$ 20.

"A Bharat Biotech tem sido consistente e transparente com a estipulação1xbet zambiapreços da Covaxin para venda a governos internacionais, com doses entre US$ 15 e 20. Entregas foram feitas a vários países nessa base1xbet zambiapreço", disse a farmacêutica.

O preço da Covaxin também tem gerado controvérsia na Índia. O imunizante foi vendido ao governo indiano por 150 rupias (cerca1xbet zambiaUS$ 2 ou R$ 10), enquanto o preço para os governos estaduais variou entre 400 rupias e 600 rupias (R$ 27 a R$ 40).

Já o valor praticado para fornecimento a clínicas privadas se assemelha ao cobrado do governo brasileiro: 1.200 rupias (cerca1xbet zambiaR$ 80).

Em 151xbet zambiajunho, a empresa emitiu um comunicado sobre as diferenças1xbet zambiapreços, afirmando que o valor cobrado do governo indiano era insustentável e não cobria os investimentos para desenvolvimento da vacina. Dessa forma, argumenta a Bharat Biotech, é preciso cobrar mais1xbet zambiaoutros compradores para compensar.

Procurada pela BBC News Brasil, a Precisa Medicamentos enviou uma nota após a publicação da reportagem dizendo que a dose "vendida para o governo brasileiro tem o mesmo preço praticado a outros 13 países que também já adotaram a Covaxin".

"O valor é estabelecido pelo fabricante, no caso a Bharat Biotech. No mercado internacional, o imunizante tem sido oferecido entre US$ 15 e US$ 20", diz ainda o comunicado.

Segundo a Precisa Medicamentos, a vacina foi vendida por valor menor ao governo indiano devido aos investimentos estatais feito no seu desenvolvimento.

"A estrutura para produção da vacina com vírus inativo é maior, e isso acaba refletindo no custo final do produto. O governo federal indiano investiu no desenvolvimento do estudo clínico e do produto, antecipando o pagamento1xbet zambia100 milhões1xbet zambiadoses da Covaxin. Face a esse investimento, a fabricante estipulou1xbet zambiaUS$ 2 o valor da dose especificamente para o governo federal indiano", afirma a nota.

2) Pressão para acelerar contrato

O Ministério Público Federal (MPF) está investigando se houve irregularidades no contrato com a Precisa Medicamentos, que intermediou o negócio com a empresa indiana. Aos procuradores do caso, o chefe da divisão1xbet zambiaimportação do Ministério da Saúde, Luís Ricardo Miranda, relatou ter sofrido "pressão incomum" para fechar a compra, segundo reportagem do jornal Folha1xbet zambiaS.Paulo, que teve acesso ao depoimento sigiloso do servidor.

Na oitiva, Ricardo Miranda apontou como um dos responsáveis por essa pressão o tenente-coronel Alex Lial Marinho, ex-coordenador-geral1xbet zambiaLogística1xbet zambiaInsumos Estratégicos do Ministério da Saúde na gestão Pazuello.

Deputado Luís Miranda e Jair Bolsonaro

Crédito, Reprodução Instagram

Legenda da foto, O deputado Luís Miranda com Bolsonaro1xbet zambia201xbet zambiamarço, quando houve o alerta sobre contrato da Covaxin

Já o irmão1xbet zambiaRicardo Miranda, o deputado federal Luís Cláudio Miranda, contou ao jornal que alertou pessoalmente Bolsonaro sobre sinais1xbet zambiairregularidade na compra da Covaxin. Segundo ele, o presidente disse que acionaria a Polícia Federal para investigar o caso.

"No dia 201xbet zambiamarço fui pessoalmente, com o servidor da Saúde que é meu irmão, e levamos toda a documentação para ele", disse o parlamentar à Folha1xbet zambiaS.Paulo.

"Tem coisa mais grave, bem mais grave (do que a pressão sobre o irmão). Inclusive erros no contrato. Formas irregulares na apresentação do contrato. Datas1xbet zambiavencimento das vacinas incompatíveis com a importação, sem tempo1xbet zambiaser vacinada a população", disse ainda o deputado.

Estava prevista para esta quarta-feira (23/06) o depoimento à CPI da Covid do sócio-administrador da Precisa Medicamentos, Francisco Emerson Maximiano. Sua defesa, porém, solicitou o adiamento sob a justificativa1xbet zambiaque Maximiano retornou1xbet zambiauma viagem à Índia1xbet zambia151xbet zambiajunho e cumpre quarentena1xbet zambia14 dias recomendada pela Anvisa.

Por meio1xbet zambianota à reportagem, a Precisa diz que "as tratativas entre a empresa e o Ministério da Saúde seguiram todos os caminhos formais e foram realizadas1xbet zambiaforma transparente junto aos departamentos responsáveis do órgão federal".

"Importante destacar que o período entre a negociação e a assinatura do contrato para aquisição da Covaxin levou a mesma média1xbet zambiatempo1xbet zambiaoutros trâmites semelhantes. A empresa está à disposição dos senadores da CPI e dos órgãos1xbet zambiacontrole do país para prestar todos os esclarecimentos necessários", afirma ainda a empresa.

No comunicado, a Precisa também ressalta que, sendo representante oficial da Bharat Biotech no Brasil, "é responsável por todos os trâmites e custos para a obtenção da vacina".

Isso, acrescenta, "engloba as inspeções (como a que fez a Anvisa na fábrica na Índia), o estudo1xbet zambiafase 3 da vacina no Brasil - que será executado pelo Instituto Israelita1xbet zambiaEnsino e Pesquisa Albert Einstein - assim como as missões comerciais à Índia. Além disso, é responsável pelos procedimentos necessários para a obtenção do registro do medicamento no Brasil e1xbet zambiatodas as demais atividades e custos administrativos inerentes à representação".

Em nota à BBC Brasil, a Bharat Biotech diz que "a parceria com a Precisa Medicamentos envolve apoio para aprovação e licenciamento da Covaxin". "Além disso, a Precisa Medicamentos vai conduzir uma ampla fase 31xbet zambiatestes no Brasil", disse a empresa indiana.

3) Outras suspeitas envolvendo a Precisa Medicamentos

A Global Gestão1xbet zambiaSaúde, sócia da Precisa Medicamentos, tem suspeitas prévias1xbet zambiairregularidade1xbet zambiacontrato com o Ministério da Saúde.

Em 2017, quando o ministro da Saúde era o deputado federal Ricardo Barros (PP-RS), hoje líder do governo Bolsonaro na Câmara, a Global Gestão1xbet zambiaSaúde venceu um processo1xbet zambiacompra emergencial para fornecer medicamentos à pasta, mas não entregou os remédios, mesmo tendo recebido o pagamento antecipado1xbet zambiaR$ 19,9 milhões.

Em 2019, o Ministério Público Federal processou a empresa e o ex-ministro. Segundo o MPF, a empresa ganhou o processo1xbet zambiacompra mesmo sem atender a todos os requisitos, como ter registro para importação dos medicamentos na Anvisa.

4) Próximos passos da CPI da Covid

Plenário da CPI da Covid

Crédito, Agência Senado

Legenda da foto, CPI da Covid vai aprofundar investigação sobre Covaxin com novos depoimentos e quebra1xbet zambiasigilo1xbet zambiaexecutivo da Precisa Medicamentos

O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM) classificou como "grave" a denúncia envolvendo possíveis ilegalidades no contrato para compra da Covaxin. Ele disse nesta quarta-feira (23/6) que solicitou esclarecimentos a Polícia Federal.

"Acabei1xbet zambiapedir ao delegado da Polícia Federal que trabalha com a gente para pedir informação ao diretor-geral da Polícia Federal, para saber se houve inquérito para investigar essa questão da Covaxin", disse a jornalistas.

A CPI da Covid convidou o servidor Luís Ricardo Miranda e seu irmão deputado para prestarem depoimento na sexta-feira (25/6).

Também foi aprovada a quebra1xbet zambiasigilo telefônico, fiscal, bancário e telemático do tenente-coronel Alex Lial Marinho, apontado como responsável por pressionar pela aprovação do contrato dentro do Ministério da Saúde. Ele também será convocado a depor na comissão, mas a data ainda será marcada.

Já o sócio-administrador da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, deve ser ouvido na próxima semana,1xbet zambiadata ainda a ser confirmada.

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