Covid-19: pandemia pode gerar perdas bilionárias a gerações que estão na escola, diz estudo:onabet grupo telegram
A conclusão éonabet grupo telegramque esses jovens perderam, ao longoonabet grupo telegram2020, proficiênciaonabet grupo telegrammatemática equivalente a 10 pontos na escala Saeb (avaliação nacional que mede, periodicamente, o desempenho dos alunos). Em língua portuguesa, a perda estimada éonabet grupo telegram9 pontos.
Isso equivale a quase a metade do que um aluno tipicamente aprendeonabet grupo telegramportuguês ao longoonabet grupo telegramtodos os três anosonabet grupo telegramensino médio e a dois terçosonabet grupo telegramtudo o que ele aprendeonabet grupo telegrammatemática nessa etapaonabet grupo telegramensino.
Se nada for feito, a perda dos alunos que cursam o 3° anoonabet grupo telegram2021 pode chegar, ao finalonabet grupo telegram2021, a mais da metadeonabet grupo telegramtodo o aprendidoonabet grupo telegramportuguês e praticamente à totalidade do que seria aprendidoonabet grupo telegrammatemática no ensino médio.
A consequência direta disso é uma perda econômica futura.
"As pessoas serão menos produtivas, e vão ganhar menos porque vão produzir menos", explica Paesonabet grupo telegramBarros à BBC News Brasil. "Portanto, o PIB (Produto Interno Bruto, ou totalonabet grupo telegrambens e serviços produzidos pelo país) vai ser menor. Elas perdem e o país perde."
O tamanho dessa perda vai dependeronabet grupo telegramo quanto o país investir e agir para recuperar a aprendizagem perdida, diz ele. Mas, caso nada seja feito, os cálculosonabet grupo telegramPaesonabet grupo telegramBarros estimam que cada criança com ampla defasagemonabet grupo telegramaprendizagem na pandemia poder [a ter uma perdaonabet grupo telegramrendaonabet grupo telegramR$ 20 mil a R$ 40 mil ao longoonabet grupo telegramsua vida.
Extrapolando isso para todo o conjuntoonabet grupo telegramestudantes dos ensinos fundamental e médio que estão tendo seu ensino descontinuado, chega-se a uma perda coletiva futuraonabet grupo telegramrendaonabet grupo telegramR$ 700 bilhões, podendo chegar a R$ 1,5 trilhão caso nada seja feito para mudar essa trajetória.
"Mas é uma perda potencial", ressalta Paesonabet grupo telegramBarros, que é um dos maiores especialistas do Brasilonabet grupo telegramestudoonabet grupo telegramdesigualdade social e na educação.
Para impedi-la, diz ele, será necessário "um compromisso da sociedade brasileira com essa geração por uma ou duas décadas".
Esses R$ 700 bilhões potenciais equivalem, nos valores atuais, a muito mais do que o país já perdeu economicamente com a crise sanitária da covid-19 no ano passado:
"O valor da queda na remuneração futura decorrente da perdaonabet grupo telegram10 pontosonabet grupo telegramproficiência durante a pandemiaonabet grupo telegram2020 é o dobro do valor social (R$ 350 bilhões) dos quase 200 mil óbitos por covid-19 também ocorridosonabet grupo telegram2020 no país", diz o estudo.
Como minimizar as perdas
Embora algumas perdas ocorridasonabet grupo telegram2020 tenham sido consideradas por Paesonabet grupo telegramBarros inevitáveis - no Brasil e no mundo inteiro - por conta da necessidadeonabet grupo telegraminterromper o ensino presencial e da tradicional menor eficiência do ensino remoto, outras poderiam (e ainda podem) ser mitigadas.
Os cálculos do economista estimam que ainda será possível evitaronabet grupo telegram35% a 40% das perdasonabet grupo telegramensino (e consequentementeonabet grupo telegramrenda) caso se dobre o envolvimento dos alunos com o ensino remoto, se promovam ações mais intensas para evitar que os alunos desistam da escola e se aumentem as oportunidadesonabet grupo telegramaprendizagem - por exemplo, com iniciativasonabet grupo telegramrecuperação dos alunos, ações criativas para otimizar o ensino, além da adoção, a partir do segundo semestre, do ensino híbrido (ou seja, abrir as escolas para o ensino presencial, mesmo que apenas parcialmente, desde que haja circunstâncias sanitárias viáveis para tal).
"Entender o tamanho do desastre é o primeiro passo para não condenar essa geração", opina à BBC News Brasil Ricardo Henriques, superintendente-executivo do Instituto Unibanco, que participa do estudo.
"O urgentíssimo são os alunos do ensino médio, porque eles não têm muito tempo (restante na educação básica). Mas esta pandemia atravessa uma geração inteira, desde os que estão na educação infantil até aos 20 anosonabet grupo telegramidade."
Dito isso, Henriques prossegue, "não há por que ter determinismoonabet grupo telegramque (o futuro delas) está comprometido. Para não ter esse determinismo, a sociedade tem que gerar um acordo com todos os seus gestores. Preciso ter mais atenção com esta geração do que com qualquer outra geração que já tivemos. Esse atravessamento (da pandemia) é tão avassalador que, se a gente não fizer nada, teremos (essa perda)onabet grupo telegramR$ 700 bilhões, a produtividade desses jovens vai ser permanentemente baixa."
Um dos elementos que balizaram os resultados do estudo foi a constatação, pela pesquisa Pnad Covid do IBGE,onabet grupo telegramque o grauonabet grupo telegramengajamento dos estudantes do ensino médio com o ensino remoto nas redes estaduais foi de,onabet grupo telegrammédia, 36% - ou seja, aproveitou-se pouco maisonabet grupo telegramum terço das horas letivas ministradas remotamente nessas redes.
Portanto, alémonabet grupo telegramesforços para atrair os jovensonabet grupo telegramvolta às aulas e permitir seu acesso ao ensino remoto, Henriques propõe a adoção urgenteonabet grupo telegrampolíticas que aumentem a atratividade da educação, evitando que adolescentes abandonem o ensino e entrem precocemente no mercadoonabet grupo telegramtrabalho,onabet grupo telegramempregos sub-remunerados.
"Precisamosonabet grupo telegrampolíticas complementares, a principal dela éonabet grupo telegramrenda", diz Henriques, defendendo subsídios financeiros para os jovens mais vulneráveis.
Para além dos estudantes do ensino médio, uma preocupação latente dos especialistas é com as crianças que estãoonabet grupo telegramfaseonabet grupo telegramalfabetização, processo que tem sido duramente prejudicado pelo ensino remoto.
Um estudo do Unicef, braço da ONU para a infância, apontouonabet grupo telegrammaio que as criançasonabet grupo telegram6 a 10 anos representavam o maior contingente entre os alunos que estavam sem acesso à educação no final do ano passado.
"Criançasonabet grupo telegram6 a 10 anos sem acesso à educação eram exceção no Brasil, antes da pandemia. Essa mudança observadaonabet grupo telegram2020 pode ter impactosonabet grupo telegramtoda uma geração", disse o Unicef.
Controle da pandemia e educação como prioridade real
Henriques critica a inércia do Ministério da Educação durante a pandemia, mas diz que tem observado ímpeto,onabet grupo telegramsecretarias estaduais e municipaisonabet grupo telegramensino, na busca por soluções que permitam otimizar a educação nas difíceis circunstâncias atuais.
"A gente precisa criar um ambienteonabet grupo telegraminovação, que não é só tecnologia, masonabet grupo telegramcaminhos alternativos, saber o que está na fronteiraonabet grupo telegramtermosonabet grupo telegramadequação curricular, metodologias ativas (que colocam o aluno como protagonistaonabet grupo telegramseu ensino), e efetivamente dizer que educação é prioridade. A sociedade brasileira nunca consegue dizer isso", argumenta.
"Ou a gente diz agora, ou vai ser muito difícil lá na frente. Isso não quer dizer que a gente vai resolver a educação. Mas o ciclo virtuoso é que as melhoras que fizermos para mitigar as perdas desta geração vão ter utilidade para uma educaçãoonabet grupo telegrammais qualidade lá na frente."
O pontoonabet grupo telegrampartida essencial, porém, é o controle da pandemia, opina Paesonabet grupo telegramBarros.
"Não tem jeitoonabet grupo telegramtentar abrir a escola passando por cima da saúde. Mas temos que considerar, sim, a educação como atividade absolutamente essencial, que tem que ser executada com todos os critériosonabet grupo telegramcuidadosonabet grupo telegramsaúde possíveis, e garantir a vacinaçãoonabet grupo telegramtodos os envolvidos na educação e protocolos extremamente rígidos", defende o economista.
"Não dá para haver (a reaberturaonabet grupo telegramescolas) a qualquer custo, não faz sentido fazer isso a qualquer custo, apesar do valor imenso sendo perdido com a educação. Isso só aumenta pressãoonabet grupo telegramque, hoje, a melhor política educacional brasileira é a políticaonabet grupo telegramsaúde. O que não quer dizer que não há um milhãoonabet grupo telegramcoisas que se possa fazer na educação enquanto isso."
Paesonabet grupo telegramBarros defende, ainda, que é preciso lançar mais luz sobre o tamanho das perdas da pandemia sobre a educação.
"Enquanto telejornais mostram todo dia o númeroonabet grupo telegramóbitos da pandemia e falam mensalmente na perdaonabet grupo telegramrenda (pelo desemprego), raramente a gente escuta sobre o quanto está sendo perdidoonabet grupo telegramproficiência no Brasil. Todo dia temos 35 milhõesonabet grupo telegramcrianças deixandoonabet grupo telegramaprender um monteonabet grupo telegramcoisas. É algo imenso. (Mas), ao contrário do que aconteceu com a saúde, a perda com a educação é remediável. (...) O Brasil tem educadores excepcionais, capazesonabet grupo telegramfazer com que a educação chegue ao nível na canadense, finlandesa, se quiser. A questão é dar voz a essas pessoas. Se a gente não quer que esta geração seja marcada pra sempre, que por décadas reduzam o PIB brasileiro, a gente precisa dar a elas educação que não deu a nenhuma outra geração. É o grande desafio brasileiro. Ainda podemos tirar dessas crianças um fantástico cientista, médico, escritor, jornalista, engenheiro. Temos tempo, mas não vai ser fácil, nem barato. Vai precisaronabet grupo telegrammuito trabalho."
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