'Minha filha foi registrada com nomejogos online androidanticoncepcional': a mãe que foi à Justiça após pai descumprir acordo sobre nomejogos online androidbebê:jogos online android

Pésjogos online androidbebê

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Legenda da foto, Mãe foi à Justiça pouco após nascimento da filha para pedir alteraçãojogos online androidregistro civil feito pelo pai da criança
Legenda do áudio, Em áudio: 'Minha filha ganhou nomejogos online androidanticoncepcional':

"Ele registrou o nome dela sozinho, sem o meu consentimento. Ele sabia que era o nome do meu anticoncepcional", declara a mãe à BBC News Brasil.

A defesa do pai nega que ele tenha escolhido o prenome como uma formajogos online androidridicularizar a mãe da criança.

Cartelasjogos online androidpílula anticoncepcional
Legenda da foto, Pai nega que tenha registrado a garota com o nome do anticoncepcional da mulher como formajogos online androidprovocação

"No processo, o pai alega que não fezjogos online androidforma proposital, que não foi no intuitojogos online androidcolocar como o nome do remédio. Ele alega que escolheu esse nome porque é fãjogos online androidum desenho que tem uma heroína com o mesmo nome", diz a advogada Caroline Menezes, responsável pela defesa do homem.

Na Justiça, a mãe teve dificuldades para comprovar a relação entre o anticoncepcional e o prenome da filha, porque o remédio tem um nome comum entre muitas mulheres — assim como outros anticoncepcionais que também têm nomes femininos.

Para que pudesse ter a mudança acolhida pela Justiça, a defesa da mãe decidiu destacar o fatojogos online androidque o nome da criança não foi definidojogos online androidconsenso entre os pais. Após apresentar provas, o STJ acolheu por unanimidade a solicitaçãojogos online androidFernanda.

O nome do anticoncepcional

Fernanda e o pai da criança, Renato*, moram jogos online androiduma cidade da baixada santista, no litoraljogos online androidSão Paulo. Ela conta que se envolveu com ele por alguns anos,jogos online androiduma relação que define como uma "amizade colorida".

criança com boneca ao lado

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Legenda da foto, Segundo a mãe, criançajogos online androidtrês anos é chamada somente pelo nome que havia sido definido pelos pais

Para prevenir uma possível gravidez, a autônoma diz que usava o anticoncepcional.

"Eu sempre tomei o remédio certinho, porque morriajogos online androidmedojogos online androidser mãe. Pensavajogos online androidter filhos só a partir dos 35 anos, mais ou menos. O meu celular despertava todos os dias às 7 da manhã para eu tomar o anticoncepcional', relata.

Aos 23 anos, Fernanda engravidou. Ela comenta que descobriu a gestação pouco tempo depoisjogos online androidpararjogos online androidse relacionar com Renato. "Passei mal no trabalho algumas vezes. Fui ao médico, após alguns exames descobri que estava grávidajogos online androidseis meses", diz.

Ela conta que ficou desesperada ao descobrir a gestação, porque não esperava que pudesse engravidar enquanto tomava anticoncepcional.

Mesmo fazendo uso correto, há casos rarosjogos online androidmulheres que engravidam (menosjogos online android1%) enquanto tomam anticoncepcionais. Alguns fatores podem aumentar as chancesjogos online androiduma gestação entre aquelas que consomem o remédio, como não tomar no horário correto ou esquecerjogos online androidconsumir por um ou vários dias.

"Eu falei pro médico que tomava o anticoncepcional certinho, todos os dias no mesmo horário. Mas ele me explicou que o remédio tem 99%jogos online androidchancejogos online androidevitar uma gravidez", detalha.

Quando contou para o pai da criança, ela relata que pediu para que eles mantivessem uma amizade pelo bem da filha.

Durante a gestação, segundo Fernanda, houve uma conversa sobre o nome que dariam para a bebê. "Eu falei que a gente escolheriajogos online androidconjunto. Ele me sugeriu o nome e eu disse que não porque era o mesmo nome do anticoncepcional que eu tomava. E ele sabia disso. Percebi que foi uma formajogos online androidme afetar", conta.

De acordo com Fernanda, o pai não participou da gestação e pensava que ela havia planejado a gravidezjogos online androidpropósito. "Ele perguntou se eu realmente tomava o anticoncepcional. Eu respondi: como você fala isso se eu tomava najogos online androidfrente quando dormia najogos online androidcasa?", diz.

Quando a filha nasceu, diz a mãe, o pai visitou a garota no hospital. Fernanda acreditava que conseguiria ter uma boa relação com ele e esperava que o homem a buscasse para que fossem registrar a criança, assim que tivesse alta hospitalar.

Ilustraçãojogos online androidmartelo da Justiça ao ladojogos online androidrecortes abstratosjogos online androidum pai, dois filhos e a mãe

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Legenda da foto, Defensor público afirma que caso pode servirjogos online androidexemplo para outras situaçõesjogos online androidque pai registra nomejogos online androidforma diferente do combinado com a mãe da criança

Porém, a autônoma afirma que ele não a buscou no hospital e diz ter sido surpreendida pouco após voltar para casa.

"Eu queria ter ido com ele para registrar, mas ele foi sozinho sem o meu consentimento. Depois que ele registrou, levou a certidão da minha filha para a minha casa, quando a minha mãe viu, disse para ele que eu iria brigar por causa do nome, mas ele disse que eu me conformaria", relata.

"Fiquei muito nervosa quando soube como ele registrou a minha filha. O meu leite até secou por tanto estresse", acrescenta.

Segundo Fernanda, o pai da criança apresentou uma cópia autenticadajogos online androiduma identidade dela, que a autônoma havia deixado na casa dele anteriormente, e levou para o cartório para que pudesse registrar a filha.

A mãe da garota não se conformou com o nome composto escolhido pelo pai. Revoltada com a situação, ela procurou o cartório e tentou alterar o registro, mas descobriu que somente poderia fazer isso por meio da Justiça.

O embate na Justiça

Fernanda procurou a Defensoria Públicajogos online androidSão Paulo cercajogos online androidum mês após o nascimento da filha.

Ela entrou com uma ação judicial "a fimjogos online androidevitar que a criança possa saber os motivos pelo qual seu pai deu a ela o nome do remédio, e passe por situações vexatórias".

O pedido para a mudança no nome da criança foi negadojogos online androidprimeira ejogos online androidsegunda instânciajogos online androidSão Paulo — por se tratarjogos online androidcaso que envolve criança, o processo tramitoujogos online androidsegredojogos online androidJustiça. O principal argumento era que não havia como comprovar que o pai havia agido com má-fé ao escolher o nome da filha e que tenha escolhido por causa do anticoncepcional que a mãe da menina tomava.

"Na primeira e na segunda instância, a Justiça não aceitou o pedido porque não é um nome que expõe a criança ao ridículo e não foi provado que o pai fez isso por vingança. O Ministério Público até observou que ela poderia mudar o nome a partir dos 18 anos, como é permitido pela Lei brasileira", explica o defensor público Rafael Rocha, responsável pela defesajogos online androidFernanda.

"Mas não tinha cabimento manter aquele nome, porque aquilo era um constrangimento para ela. A mãe estava discutindo, nesse processo, o direitojogos online androiddar o nome da filha, não para avaliar se era constrangedor ou não. Não era vexatório do pontojogos online androidvista público, mas para a mãe e familiares mais próximos isso era um constrangimento", acrescenta o defensor público.

A advogada Caroline Menezes, responsável pela defesa do pai, destaca que a mãe não conseguiu provar que o homem registrou o nome da filha como formajogos online androidofensa. "Tanto que ganhamosjogos online androidprimeira e segunda instância, por não haver esse tipojogos online androidprova", justifica.

"Até agora não há qualquer prova robustajogos online androidque ele agiu por vingança. Por isso, coloquei na defesa que a criança poderá mudar o nome, caso queira, quando fizer 18 anos. Não é algo vexatório", acrescenta a advogada.

Ao apresentar recurso no STJ, após as negativas nas instâncias anteriores, a defesajogos online androidFernanda focou na argumentaçãojogos online androidque o registro feito pelo pai desrespeitou o acordo com a mãe da criança.

"É certo que o pai também tem o direitojogos online androidparticipar da escolha do nome da filha. Contudo, (...) jamais poderia afirmar concordar com o nome, comprometer-se a ir ao cartório realizar o registro nos termos combinados e, diversamente, indicar outro nome. (...) O vexame não se atém à mãe, também se transfere à criança, que carregou emjogos online androididentificação, emjogos online androidpersonalidade, o nome do anticoncepcional e a marcajogos online androidquejogos online androidconcepção não era desejada pelo pai, tendo sido utilizada como objetojogos online androidviolação pelo pai à própria mãe", argumentou o defensor público ao STJ.

A associação entre o nome e o anticoncepcional não entroujogos online androiddiscussão no STJ. O foco foi o nome combinado entre os pais e o que foi registrado no cartório. A mãe encaminhou um print no qual comprova que os dois tinham combinado o nome da filha.

Em 4jogos online androidmaio, os ministros da 3ª Turma do Superior Tribunaljogos online androidJustiça concordaram, por unanimidade, que houve um rompimento unilateral do acordo prévio entre os pais da garotajogos online androidrelação ao nome dela.

Em razão disso, os ministros do STJ concordaram que há motivação suficiente para autorizar a modificação do nome da criança para apenas o anteriormente combinado entre os pais.

A defesa do pai da criança não planeja recorrer da decisão. Após o fim do prazo para recurso, a Justiça deverá autorizar a alteração nos documentos da garota.

'Ele não é pai, só foi o genitor'

Após a decisão do STJ, Fernanda afirma que ficou aliviada. "Foi muito importante, tanto para mim quanto para a minha filha no futuro. Quando ela tiver maior, vai poder me perguntar o motivojogos online androideu ter escolhido o nome dela e eu vou poder falar. Não terei que explicar sobre o outro nome", diz.

O pai, segundo Fernanda, não tem contato com a filha. "Ele só a viu três vezes. Duas quando ela era pequena e a outra quando ele foi à Justiça pedir pra fazer testejogos online androidDNA, porque ele desconfiava que não fosse filha dele. Depois disso, nunca mais viu. Ele só paga pensão, porque a Justiça determinou", declara a mãe.

"Eu digo que ele não é pai, só foi o genitor. No começo, eu me magoava por ele não ser um pai presente, mas agora percebo que o que mais importa é que ela tem o amorjogos online androidtoda a nossa família e isso já está ótimo", afirma Fernanda.

O defensor público Rafael Rocha pontua que o casojogos online androidFernanda e da filha pode servir como referencial para situações futuras nas quais há divergência entre pais sobre o registro civiljogos online androiduma criança. "Essa decisão permite que casos semelhantes sejam revisados", diz.

"O que foi interessante nesse caso é que o STJ decidiu que a criança pode alterar um nome não somente porque é vergonhoso. É possível alterar a partir do momentojogos online androidque os pais entramjogos online androidum consenso, mas há uma mudança no registro que não havia sido combinada. Isso é comum acontecer e essa decisão pode ser uma inovação", declara.

Segundo Rocha, o Núcleojogos online androidPromoção aos Direitos da Mulher da Defensoria Públicajogos online androidSão Paulo irá analisar o que poderá ser feito a partir desse caso para evitar situações semelhantes.

"Nesse caso (da Fernanda), conseguimos prints que comprovaram que o nome combinado era diferente do registrado. Mas o problema é que a mãe nem sempre vai ter provajogos online androidque o pai mudou o nome combinado ao fazer um registro. Por isso, vamos verificar a possibilidadejogos online androidregulamentar (nos cartórios do país) alguma formajogos online androidgarantiajogos online androidque pai e mãe estãojogos online androidacordo com o nome registrado", diz Rocha.

*Os nomes foram alterados para preservar a identidade dos envolvidos.

Línea

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