'Vi famílias dizimadas': relatos dramáticos da pandemia que deixou 400 mil mortos no Brasil:roleta brasileira sinais

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Legenda da foto, Em meio às centenasroleta brasileira sinaismilharesroleta brasileira sinaismortes, os profissionaisroleta brasileira sinaissaúde acompanham diversas cenas que ilustram a tragédia do novo coronavírus.

Despedidas, mortes por faltaroleta brasileira sinaisrecursos básicos e óbitosroleta brasileira sinaisdiferentes integrantes da mesma família são algumas das situações que marcam os trabalhadores na linharoleta brasileira sinaisfrente.

"É o pior período para a saúde mental dos profissionaisroleta brasileira sinaissaúde. Muitos médicos pararamroleta brasileira sinaisdar plantão ou diminuíram o ritmoroleta brasileira sinaistrabalho porque estavam muito estressados. Tem sido um período muito granderoleta brasileira sinaisestresse", relata o médico intensivista José Albaniroleta brasileira sinaisCarvalho.

Os profissionaisroleta brasileira sinaissaúde relatam que cenas difíceisroleta brasileira sinaisserem esquecidas se tornaram cada vez mais comunsroleta brasileira sinaismeio à pandemia. Para dimensionar a tragédia vivida no paísroleta brasileira sinais400 mil mortes pela doença, a BBC News Brasil pediu para médicos relatarem algumas das situações mais dramáticas que presenciaram desde o ano passado.

'Vimos um paciente morrer atrás do outro'

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Legenda da foto, Em janeiro, Manaus viveu tragédia da faltaroleta brasileira sinaisoxigênio medicinal. Caso se tornou alvoroleta brasileira sinaisinvestigação

O médico cirurgião Pierre Oliva Souza nunca esquecerá as cenas que presenciou no plantão que começou da noiteroleta brasileira sinais14roleta brasileira sinaisjaneiro até o dia seguinte,roleta brasileira sinaisuma unidaderoleta brasileira sinaissaúderoleta brasileira sinaisManaus, no Amazonas.

Ele chegou para o plantão no Serviçoroleta brasileira sinaisPronto Atendimento (SPA) Joventina Dias por volta das 19h. Na unidade, logo foi informado por um colega que não havia estoqueroleta brasileira sinaisoxigênio medicinal — item fundamental para auxiliar pacientes com dificuldades respiratórias, como aqueles com quadro graveroleta brasileira sinaiscovid-19.

"Havia apenas dois cilindrosroleta brasileira sinaisoxigênio, que durariam por algumas horas somente, porque a unidade estava lotada. Normalmente, havia 20 pacientes com suspeitaroleta brasileira sinaiscovid-19 que precisavam desse oxigênio, mas naquele período tinha maisroleta brasileira sinais40", relata o médico.

Ele conta que alguns gestores da região falaram que logo chegaria um caminhão carregado com oxigênio. "Deram falsas esperanças, porque isso não era verdade. Não havia oxigênioroleta brasileira sinaislugar nenhumroleta brasileira sinaisManaus, porque também faltou no mesmo diaroleta brasileira sinaisoutras dezenasroleta brasileira sinaisunidades do Amazonas", comenta.

Na madrugadaroleta brasileira sinais15roleta brasileira sinaisjaneiro, o oxigênio acabou completamente no SPA Joventina Dias. "Ninguém tinha avisado, dias antes, que o estoqueroleta brasileira sinaisoxigênio estava acabando no Estado. Foi muito chocante para todo mundo", diz Souza.

"A gente sabia o quanto essa faltaroleta brasileira sinaisoxigênio seria danosa e grave. O governador chegou a comentar, na semana anterior, que o Estado estava à beiraroleta brasileira sinaisuma criseroleta brasileira sinaisoxigênio, por causa do aumentoroleta brasileira sinaiscasosroleta brasileira sinaiscovid-19. Mas nós, profissionaisroleta brasileira sinaissaúde, não tínhamos noçãoroleta brasileira sinaiscomo,roleta brasileira sinaisfato, a situação estava", diz o médico.

"Por causa da faltaroleta brasileira sinaisoxigênio, a equiperoleta brasileira sinaissaúde teve que assumir a difícil decisãoroleta brasileira sinaisquem vai sobreviver ou morrer por conta da absoluta faltaroleta brasileira sinaisestrutura. Vimos um paciente morrer atrás do outro naquela madrugada. Eles definhavam, buscavam respirar, ficavam com a coloração azulada e morriam asfixiados na nossa frente. Não tínhamos o que fazer", relata Souza.

Segundo Souza, somente no SPA Joventina Dias foram contabilizadas oito mortes naquela madrugada. O médico relata que, normalmente, havia duas ou três mortes por plantão. "Seiroleta brasileira sinaislugar que registrou maisroleta brasileira sinais20 mortes por causa da faltaroleta brasileira sinaisoxigênio", comenta.

A situação no Amazonas se tornou notíciaroleta brasileira sinaistodo o mundo. Diversos pacientes foram transferidos para outros Estados. Posteriormente, a cidade recebeu abastecimentosroleta brasileira sinaisoxigênio. "A situação foi normalizada depois. Hoje as coisas estão bem, principalmente porque os númerosroleta brasileira sinaisinternações caíram nas últimas semanas", diz o médico.

Apurações apontam que a faltaroleta brasileira sinaisoxigênio causou dezenasroleta brasileira sinaismortes no Amazonasroleta brasileira sinaismeadosroleta brasileira sinaisjaneiro.

Então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello afirmou, na época, que foi avisado por voltaroleta brasileira sinais8roleta brasileira sinaisjaneiro que o alto númeroroleta brasileira sinaisinternaçõesroleta brasileira sinaisManaus até quintuplicou o uso do oxigênio medicinal. Em razão disso, segundo ele, o Ministério da Saúde logo passou a tomar providências junto com o governo estadual e a prefeitura.

De acordo com a CNN Brasil, o secretárioroleta brasileira sinaisSaúde do Amazonas, Marcellus Campelo, alegou,roleta brasileira sinaisdepoimento à Polícia Federal que a faltaroleta brasileira sinaisoxigênio ocorreu porque a principal fornecedora do insumo no Estado informou somente dias antes que não teria capacidaderoleta brasileira sinaisatender a demanda na região,roleta brasileira sinaisrazão do aumentoroleta brasileira sinaisinternações.

Segundo o secretário, o governo local logo comunicou o Ministério da Saúde e foram adotadas todas as medidas necessárias para o "enfrentamentoroleta brasileira sinaisuma criseroleta brasileira sinaissaúde sem precedentes na história do Amazonas".

Em meadosroleta brasileira sinaisabril, o Ministério Público Federal (MPF) do Amazonas apresentou uma açãoroleta brasileira sinaisimprobidade administrativa por omissão sobre a crise no fornecimentoroleta brasileira sinaisoxigênio medicinal no Amazonas. Entre os alvos do procedimento estão três secretários do Ministério da Saúde e o então responsável pela pasta, general Eduardo Pazuello, e dois integrantes do governo do Amazonas, entre eles o secretário estadualroleta brasileira sinaisSaúde, Marcellus Campelo.

O MPF apontou falhas como omissão no monitoramento da demandaroleta brasileira sinaisoxigênio medicinal e adoçãoroleta brasileira sinaismedidas para evitar o desabastecimento, alémroleta brasileira sinaisdemora nas transferênciasroleta brasileira sinaispacientes para outros Estados. O caso segue na Justiça Federal do Amazonas.

Maisroleta brasileira sinaistrês meses depois, as cenasroleta brasileira sinaismeadosroleta brasileira sinaisjaneiro agora fazem parte das piores lembranças da pandemia para os profissionaisroleta brasileira sinaissaúde do Amazonas.

"Eu vou superar, porque nosso trabalho pede, mas não vou esquecer nunca. Apesarroleta brasileira sinaistodo ensinamento que tivemos na faculdade, nunca pensei que fosse viverroleta brasileira sinaistemposroleta brasileira sinaispaz aquilo que só acontece na guerra, que é escolher quem vai viver ou morrer", desabafa Souza.

'Vi famílias dizimadas'

O médico intensivista José Albaniroleta brasileira sinaisCarvalho, que atuaroleta brasileira sinaisUnidadesroleta brasileira sinaisTerapia Intensiva (UTIs)roleta brasileira sinaishospitais da grande São Paulo, comenta que algumas das situações mais tristes que presenciou envolvem as mortesroleta brasileira sinaismembrosroleta brasileira sinaisuma mesma família pela covid-19.

"Ver famílias inteiras morrendo foi uma das coisas que mais me marcaram. Não foi uma, nem duas, nem três. Foram vários casosroleta brasileira sinaisirmãos, pais e filhos ou outros parentes morrendo com diferençasroleta brasileira sinaishoras ou dias. A grande verdade é que na minha vida inteira nunca tinha visto isso tão frequentemente", desabafa o médico, que trabalharoleta brasileira sinaisUTIs há maisroleta brasileira sinais30 anos.

"Teve uma famíliaroleta brasileira sinaisque morreram três irmãosroleta brasileira sinaisdois dias. Dois deles estavamroleta brasileira sinaisleitos próximos. Isso impacta muito, porque você vê uma família ser dizimada", diz o médico.

Ele detalha o casoroleta brasileira sinaistrês mortesroleta brasileira sinaispessoas na faixa dos 40 anos que eram da mesma família. "O rapaz foi intubado com covid-19. A mulher dele foi internada, mas parecia que evoluiria bem e não precisaria ser intubada. Mas é muito difícil saber, porque às vezes um paciente demora 10 dias na UTI e você não sabe para onde ele vai, se vai melhorar ou piorar", comenta Albani.

"O rapaz acabou morrendo. A mulher dele, que a gente achava que daria altaroleta brasileira sinaispoucos dias, piorou também e foi intubada. Dias depois, ela morreu. Depois, a irmã dela, que estava internada no hospital, também faleceu", relata o médico.

O intensivista foi o responsável por contar sobre as mortes à família. "Nunca é fácil comunicar isso, porque você acompanha essas famílias e aquele sofrimento durante as internações, que muitas vezes duram dias ou semanas", diz.

"Por incrível que pareça, esse comunicado para as famílias acaba sendo algo que a gente se acostuma. Não é ser insensível, mas é que há maisroleta brasileira sinais30 anos na UTI isso acaba se tornando algo do cotidiano. Mas claro, quando você vai comunicar três mortes para uma mesma família, como tem acontecidoroleta brasileira sinaisalguns casos, é mais difícil", acrescenta Albani.

O médico comenta que os familiares dos pacientes sempre reconhecem o trabalho dos profissionaisroleta brasileira sinaissaúde.

Enquanto precisam enfrentar númerosroleta brasileira sinaisinternações e mortes como nunca tinham presenciadoroleta brasileira sinaisperíodo recente, os profissionaisroleta brasileira sinaissaúde também enfrentam o estresse causado pela faltaroleta brasileira sinaiscuidadosroleta brasileira sinaismuitosroleta brasileira sinaisrelação ao coronavírus.

"Do pontoroleta brasileira sinaisvista da sociedaderoleta brasileira sinaisgeral os profissionaisroleta brasileira sinaissaúde não são reconhecidos. Enquanto vemos as dificuldades, as mortes e trabalhamos sob muito estresse, há muitas pessoas nas ruas que falam que máscara é bobagem e fazem aglomerações. Olhar essas situações causa ainda mais estresse a esses profissionais", desabafa Albani.

'Ficamos com medoroleta brasileira sinaisdar a notícia da morte da esposa'

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Legenda da foto, 'Nenhuma outra doença tinha esse agravanteroleta brasileira sinaismuitas pessoas da mesma família morrendo juntas. Os casos são impactantes', diz médica

Para a médica Luisa Frota Chebabo, um dos momentos mais tristes da pandemia envolveu uma família completamente afetada pela covid-19. Ela conta que foram internados mãe, pai e filho no mesmo diaroleta brasileira sinaisum mesmo hospital público da capital do Rioroleta brasileira sinaisJaneiro,roleta brasileira sinaisnovembro passado.

"A mãe (de 60 anos) chegou muito grave e foi intubada no momento da admissão (no hospital). O pai e o filho estavam um pouco mais estáveis", diz Luisa.

Ela comenta que os leitosroleta brasileira sinaiscovid-19 estavam sobrecarregados na unidaderoleta brasileira sinaissaúde, por isso os três integrantes da mesma família tiveramroleta brasileira sinaisficar na árearoleta brasileira sinaisemergência.

"O filho foi mantidoroleta brasileira sinaisobservação, sem precisarroleta brasileira sinaisoxigênio suplementar. O pai necessitou do oxigênio. Os dois ficaram ao lado da mãe, intubadaroleta brasileira sinaisestado grave", detalha a médica.

Luisa conta que o pai, que tinha 62 anos, dizia para todos os médicos que o filho havia frequentado festas e transmitiu a covid-19 para a família.

No dia seguinte à internação, o pai foi internadoroleta brasileira sinaisum leito que ficou vago na enfermariaroleta brasileira sinaiscovid-19. O filho, por volta dos 30 anos, se recuperou e logo teve alta hospitalar. A mãe continuavaroleta brasileira sinaisestado grave na emergência.

"O pai foi internado com piora progressiva. Todos os dias, ele perguntava pela esposa, que também estava piorando cada vez mais", detalha a médica.

Dois dias após chegar na unidaderoleta brasileira sinaissaúde, a mãe da família morreu. "O marido dela, cada vez mais precisandoroleta brasileira sinaissuplementaçãoroleta brasileira sinaisoxigênio, continuava perguntando pela esposa", diz Luisa.

"A gente falava para ele que não tinha como ver muitos detalhes sobre ela, já que estava internadaroleta brasileira sinaisoutro setor. Mas a gente falava que ela continuava intubada, mesmo após a morte dela", relata a médica.

"Esse paciente era bem ansioso, então ficamos com medoroleta brasileira sinaisdar a notícia do falecimento e precipitar uma descompensação da parte respiratória. A própria família falou que era melhor não dar a notícia enquanto ele não melhorasse, por causa desse componenteroleta brasileira sinaisansiedade importante", diz Luisa.

A equipe médica optou por informar sobre a morte da companheira somente quando o homem apresentasse melhora clínica. Cinco dias após o falecimento da esposa, ele foi intubado. Três dias depois, morreu. "Somente o filho ficou bem", diz Luisa.

A médica comenta que histórias como a da família que ela acompanhouroleta brasileira sinaisnovembro demonstram a gravidade da covid-19roleta brasileira sinaiscomparação a outras enfermidades. "Nenhuma outra doença tinha esse agravanteroleta brasileira sinaismuitas pessoas da mesma família morrendo juntas. Os casos são impactantes", diz a médica.

Jovens internados

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Legenda da foto, 'No ano passado, a gente via pessoas mais velhas na UTI. Agora vemos muitos jovens. Muita gente fica grave rapidamente'

O cardiologista Roberto Kalil, que está há maisroleta brasileira sinaistrês décadas na Medicina, não tem dúvidasroleta brasileira sinaisque tem vivido o período mais dramáticoroleta brasileira sinaissua carreira.

"O que impacta é a agressividade do vírus, que até então (antes do início da pandemia) era algo inesperado. É uma agressividade tanto na fase hospitalar como até,roleta brasileira sinaisalguns casos, depois da alta", relata o médico, que atuaroleta brasileira sinaishospitaisroleta brasileira sinaisSão Paulo.

Uma das situações que mais impactaram Kalil foi quando notou, neste ano, a explosãoroleta brasileira sinaiscasosroleta brasileira sinaiscovid-19 e a gravidade que a doença passou a ter também entre muitos pacientes mais jovens, que foram parar na UTI ou até morreram.

"No ano passado, a gente via pessoas mais velhas na UTI. Agora vemos muitos jovens. Muita gente fica grave rapidamente", diz à BBC News Brasil.

Ele comenta que o agravamento do quadro entre os mais jovens éroleta brasileira sinaisrazão da variante P.1, descobertaroleta brasileira sinaisjaneiroroleta brasileira sinaisManaus. A maior incidência entre os mais novos é uma das características associadas à nova variante.

A maioria dos casos registradosroleta brasileira sinais2021roleta brasileira sinaisSão Paulo, por exemplo, se concentra entre pessoasroleta brasileira sinais20 a 54 anos. Na Grande São Paulo, dados do inícioroleta brasileira sinaismarço mostraram que 80% dos pacientes haviam sido infectados pela P.1.

Dados do governo paulista apontam que na primeira onda da pandemia maisroleta brasileira sinais80% dos leitos UTIs eram ocupados por idosos e portadoresroleta brasileira sinaisdoenças crônicas. Agora, 60% das vagas são ocupadas por pessoasroleta brasileira sinais30 a 50 anos, a maioria sem doença prévia.

Essa variante do coronavírus é mais contagiosa, entre outros motivos, por causaroleta brasileira sinaismutações que facilitaram a invasãoroleta brasileira sinaiscélulas humanas. Essa característica pode estar ligada a duas hipóteses que estão próximasroleta brasileira sinaisserem confirmadas por cientistas: agravamento mais rápido do quadroroleta brasileira sinaissaúde e maior letalidade.

Conforme mostradoroleta brasileira sinaisreportagem da BBC News Brasilroleta brasileira sinais19roleta brasileira sinaisabril, uma das principais hipóteses para que a nova variante afete duramente os mais jovens é a busca tardia por atendimento, quando a doença está bastante agravada, muitas vezesroleta brasileira sinaisforma silenciosa.

Um dos principais benefícios da busca por atendimento antecipado é o uso do oxigênio medicinal, que pode ajudar a evitar um maior comprometimento dos pulmões. Além disso, o acompanhamento médico logo nos primeiros sintomas pode evitar maiores complicaçõesroleta brasileira sinaisoutros órgãos.

Para o cardiologista Roberto Kalil, o cenário da pandemia no Brasil pode melhorar, aos poucos, com a vacinação. Porém, diante da faltaroleta brasileira sinaisprazo para o avanço da imunização, que ainda está na fase dos grupos prioritários, ele avalia que os trabalhadores na linharoleta brasileira sinaisfrente ainda devem enfrentar muito estresseroleta brasileira sinaisdecorrência da sobrecarga no sistemaroleta brasileira sinaissaúde.

"Espero que o cenário melhore a cada semana, mas ainda estamos longeroleta brasileira sinaissair da pandemia', diz Kalil.

A pediatraroleta brasileira sinaisestado grave

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Legenda da foto, 'Ela, como médica, também percebeu que não estava evoluindo bem', relata especialista

Entre as histórias que acompanhou desde o início da pandemia, o médico Lucas Antony se recorda do casoroleta brasileira sinaisuma pediatra aposentada que foi internada com a covid-19roleta brasileira sinaisjaneiro deste ano.

A idosa,roleta brasileira sinais85 anos, chegou ao hospital particular, na capital Rioroleta brasileira sinaisJaneiro, com dificuldades respiratórias. "Ela foi internada e usamos uma máscararoleta brasileira sinaisventilação não-invasiva nela. Mas a paciente não estava respondendo bem. Ela, como médica, também percebeu que não estava evoluindo bem", diz Antony.

O quadro da aposentada se agravou e ela precisou ser intubada no dia seguinte à chegada ao hospital. Antony afirma que a situação se tornou mais difícil por se tratarroleta brasileira sinaisuma paciente que era médica e sabia da gravidaderoleta brasileira sinaisseu próprio quadro.

"Ela estava falando com a gente com a máscararoleta brasileira sinaisoxigênio e debatendo o caso dela quando informamos que ela precisaria ser intubada. Em certo momento, ela parouroleta brasileira sinaisfalar, ficou olhando para frente e disse que só queria ir para casa", relembra o médico.

Enquanto era intubada, a pediatra reparouroleta brasileira sinaisuma enfermeira que a auxiliou. "Ela perguntou se a enfermeira já havia sido, na infância, atendidaroleta brasileira sinaisum determinado serviço médico. A enfermeira disse que não que ela soubesse, mas a pediatra falou que lembrava dela", relata Antony.

Horas após a pediatra ser intubada, a enfermeira entrouroleta brasileira sinaiscontato com a mãe. "A mãe da enfermeira disse que ela levava a filha para ser atendida naquele serviço (citado pela médica aposentada) na infância. Então, provavelmente essa pediatra atendeu a enfermeiraroleta brasileira sinaisalgum momento", conta o médico.

Dois dias após ser intubada, a pediatra aposentada não resistiu às complicações da covid-19. O médico relata que ficou comovido com o caso da paciente por ser uma médica que sabia que não resistiria à doença e pela lembrança que ela teve da enfermeira. "Foi uma história que me marcou", diz.

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