Massacrequanto tempo a novibet pagaRealengo: os 10 anos do ataque a escola que deixou 12 mortos e chocou o Brasil:quanto tempo a novibet paga
Dentro do colégio, ele pediu uma cópiaquanto tempo a novibet pagaseu histórico escolar na secretaria, cumprimentou uma antiga professoraquanto tempo a novibet pagaLiteratura com um beijo na testa e subiu para o segundo andar, onde invadiu uma sala da 8ª série.
Ali, cercaquanto tempo a novibet paga40 alunos assistiam a uma aulaquanto tempo a novibet pagaPortuguês. Wellington começou a atirar. Segundo os sobreviventes, ele mirava na cabeça das meninas e no corpo dos meninos. Todos foram disparados à queima-roupa.
Enquanto recarregava as armas, o assassino invadiu uma segunda sala,quanto tempo a novibet pagafrente à primeira, e recomeçou o massacre.
Muitos alunos, ao ouvirem os tiros, saíramquanto tempo a novibet pagasuas salas e correram, assustados, para o terceiro e o quarto andares. Na fuga, muitos caíram e foram pisoteados.
Alguns professores montaram barricadas na portaquanto tempo a novibet pagasuas salas com mesas e carteiras e mandaram os estudantes para o fundo da classe.
Mesmo ferido no rosto, no ombro equanto tempo a novibet pagauma das mãos, Allan Mendes da Silva,quanto tempo a novibet paga13 anos, conseguiu escapar e pedir socorro a três PMs que faziam uma blitz a 200 metros dali.
O primeiro a chegar foi o sargento Márcio Alexandre Alves,quanto tempo a novibet paga38 anos. O atirador se preparava para subir para o terceiro andar quando ouviu o oficial gritar: "Larga a arma. É a polícia!".
Wellington chegou a apontar a arma emquanto tempo a novibet pagadireção, mas não disparou. Foi atingido com um tiroquanto tempo a novibet pagafuzil na barriga. Caído no chão, ele atirou na própria cabeça.
Em carta, o criminoso disse ter sido vítimaquanto tempo a novibet pagabullying na escola. O delegado Felipe Ettore descartou a hipótesequanto tempo a novibet pagaele fazer partequanto tempo a novibet pagagrupos extremistas. Para o então titular da Divisãoquanto tempo a novibet pagaHomicídios (DH), Wellington agiu sozinho.
O massacre terminou por volta das 8h30, com 12 crianças mortas e outras 12 feridas.
Do luto à luta
Das 12 crianças mortas, 10 eram meninas. A estudante Luiza Paula da Silveira Machado,quanto tempo a novibet paga14 anos, foi uma delas.
"De tão terrível, até hoje, não sei o nome que eu dou para o que aconteceu naquela manhã. Quando soube da morte da Lu, foi como se vários prédios tivessem desabado sobre minha cabeça", se recorda Adriana Silveira,quanto tempo a novibet paga50 anos, a mãequanto tempo a novibet pagaLuiza.
Para sobreviver à mortequanto tempo a novibet pagasua caçula, Adriana fundou a associação Os Anjosquanto tempo a novibet pagaRealengo, que reúne familiares das vítimas da tragédia. Também lançou um livro, Meu Anjo Luiza (2016), e passou a dar palestras sobre prevençãoquanto tempo a novibet pagaviolência nas escolas para pais e alunos.
"O bullying é um monstro que precisa ser enfrentado. Ele existe, é real e vive dentroquanto tempo a novibet paganossas escolas. O Massacrequanto tempo a novibet pagaRealengo não pode cair no esquecimento. Lembrar é reagir. Esquecer é permitir", diz ela.
Em 2015, um memorial com esculturasquanto tempo a novibet pagabronzequanto tempo a novibet pagaonze das doze crianças mortas foi inaugurado bem ao lado da Tasso da Silveira. A famíliaquanto tempo a novibet pagauma das vítimas não permitiu quequanto tempo a novibet pagaimagem fosse reproduzida.
Dos 62 tiros disparados pelo assassino, quatro atingiram Thayane Tavares Monteiro,quanto tempo a novibet paga13 anos. E ela só não levou mais porque fingiu que estava morta.
Com o fim dos disparos, Thayane tentou levantar, mas não conseguiu. Uma das balas tinha se alojado emquanto tempo a novibet pagacoluna. Estava paraplégica.
"Entrei na escola andando e saíquanto tempo a novibet pagalá com uma lesão na medula. Na época, senti muita raiva. Fiquei revoltada mesmo. Tive que reaprender a viver", avalia.
Depoisquanto tempo a novibet pagapassar 68 dias hospitalizada, Thayane voltou à Tasso da Silveira para concluir o ensino fundamental. De lá para cá, descobriu um novo hobbie: a canoagem. Hoje, cursa Direito e sonha, um dia, prestar concurso para juíza.
"Há quatro anos, luto pelo direitoquanto tempo a novibet pagater um tratamento digno. Tive que gastar parte da indenização que ganhei para custear minha recuperaçãoquanto tempo a novibet pagaSão Paulo. É muito bizarro. Nada disso seria necessário se crianças estivessem segurasquanto tempo a novibet pagasalaquanto tempo a novibet pagaaula", desabafa.
Segunda chance
O Massacrequanto tempo a novibet pagaRealengo marcou a vida não somentequanto tempo a novibet pagaquem estudava na Tasso da Silveira ouquanto tempo a novibet pagaquem tinha filhos matriculados lá, mas, também,quanto tempo a novibet pagaquem cobriu a tragédia.
A repórter Daniela Kopsch, que trabalhava na revista Capricho, foi uma das dezenasquanto tempo a novibet pagajornalistas mandadas ao local. Ao chegar, se deparou com inúmeros profissionais —quanto tempo a novibet pagamédicos a policiais — segurando o choro.
"Naquela manhã, como todo mundo, fui pegaquanto tempo a novibet pagasurpresa. Ninguém acreditava que aquilo pudesse ter acontecido. Foi um trauma coletivo", recorda a jornalista, hoje com 34 anos.
Em 2019, Daniela resolveu tornar o que viu, ouviu e apurou no livroquanto tempo a novibet pagaficção, O Pior Diaquanto tempo a novibet pagaTodos. Duas das muitas sobreviventes, Larissa e Liliane, foram transformadasquanto tempo a novibet pagapersonagens, Malu e Natália.
As duas estudantes aproveitaram o momentoquanto tempo a novibet pagaque o atirador recarregou as armas para fugirem,quanto tempo a novibet pagamãos dadas. Encontraram abrigo na casaquanto tempo a novibet pagauma vizinha, onde se esconderam debaixo da cama.
"Acesso a armas, culto à violência, misoginia e cultura do feminicídio. Esses foram os elementos que tornaram possível o Massacrequanto tempo a novibet pagaRealengo. Apesarquanto tempo a novibet pagadoloroso, não podemos esquecê-lo", avisa Daniela.
Fontequanto tempo a novibet pagainspiração para uma das protagonistas do livro, Liliane Santos, hoje com 23 anos, ganhou uma cópiaquanto tempo a novibet pagapresente da autora quando participouquanto tempo a novibet pagaum ato ecumênico na Tasso da Silveiraquanto tempo a novibet pagaabrilquanto tempo a novibet paga2019.
"Foi sofrido, sim, relembrar o que aconteceu. Mas, por outro lado, me encheuquanto tempo a novibet pagaesperança para continuar correndo atrás dos meus sonhos", conta.
Atualmente, ela estuda Enfermagem e trabalhaquanto tempo a novibet pagaum escritórioquanto tempo a novibet pagaDireito. Nas horas vagas, gostaquanto tempo a novibet pagaler, fazer trabalhos voluntários e viajar.
"Apesarquanto tempo a novibet pagatodos os medos e traumas, quero fazer valer a pena o fatoquanto tempo a novibet pagater recebido a oportunidadequanto tempo a novibet pagaainda estar aqui", emociona-se.
Ela e Larissa nunca mais se viram. As duas amigas perderam o contato depoisquanto tempo a novibet pagaconclui o ensino fundamental.
Feminicídioquanto tempo a novibet pagamassa
Se depender do jornalista Vagner Fernandes e da cineasta Bianca Lenti, o Massacrequanto tempo a novibet pagaRealengo não será esquecido. Os dois trabalhamquanto tempo a novibet pagaprojetos para manter viva a memória das doze crianças assassinadas.
Fernandes está escrevendo o livro O Massacrequanto tempo a novibet pagaRealengo: A Tragédia que Abalou o Brasil, previsto para ser publicado no segundo semestre, e Bianca aguarda a liberação dos recursos para a série documental As Meninasquanto tempo a novibet pagaRealengo, com previsãoquanto tempo a novibet pagaestreia para 2022.
"O que acontece dentroquanto tempo a novibet pagaum colégio público não é responsabilidade apenasquanto tempo a novibet pagaprofessores, coordenadores acadêmicos e diretores. Mas,quanto tempo a novibet pagaum Estado que não se compromete e não oferece os instrumentos necessários para que esses profissionais auxiliem os alunos na construção da cidadania", afirma Fernandes.
Quando criança, ele estudouquanto tempo a novibet pagaduas escolas públicasquanto tempo a novibet pagaRealengo, onde ocorreu a tragédia. "Tem sido desafiador ouvir os depoimentosquanto tempo a novibet pagapais e familiares que, mesmo após dez anos, sofrem e vive um luto cíclico a cada 7quanto tempo a novibet pagaabril".
Foi lendo o livroquanto tempo a novibet pagaDaniela que Bianca teve a ideiaquanto tempo a novibet pagadirigir uma série sobre o feminicídioquanto tempo a novibet pagamassa que ocorreu naquele dia.
Ao pesquisar sobre a tragédia, a cineasta ficou impactada ao saber que o assassino miravana cabeça das meninas que ele considerava bonitas equanto tempo a novibet pagaquem se ressentia por ter sido "menosprezado" sexual e afetivamente.
Para ela, o atiradorquanto tempo a novibet pagaRealengo é um dos primeiros exemplosquanto tempo a novibet paga"incels" ("celibatários involuntários") conhecidos no Brasil. O termo faz alusão aos jovens que têm dificuldadequanto tempo a novibet pagasocialização com o sexo oposto e direcionam às mulheres discursos violentosquanto tempo a novibet pagaódio.
"Hoje, há espaço para quem valoriza, incentiva ou planeja crimes contra mulheresquanto tempo a novibet pagacomunidades virtuais na internet: os chamados 'chans' da deep web", diz Bianca.
"No mais famoso 'chan' do Brasil, um dos temas mais recorrentes é a 'feminização' da sociedade. Os homens estariam sendo relegados a posições socialmente inferiores. Dentro dos 'chans', membros que se dispõem a chegar às viasquanto tempo a novibet pagafato, cometendo crimesquanto tempo a novibet pagaódio, são enaltecidos e viram 'sanctus'. Não à toa, o atiradorquanto tempo a novibet pagaRealengo é considerado um ídolo pelos usuários desses fórunsquanto tempo a novibet pagadiscussão", explica a cineasta.
Realengo, nunca mais!
Quem também teve a vida impactada pelo Massacrequanto tempo a novibet pagaRealengo foi a educadora Claudia Costin. No dia, "um dos mais tristes"quanto tempo a novibet pagasua vida, a então secretariaquanto tempo a novibet pagaEducação do Rio estava nos Estados Unidos para uma palestra.
Quando soube do episódio, voltou na mesma hora. Do aeroporto, seguiu direto para a escola.
"Conversei com pais, educadores e funcionários. Todos ficaram muito traumatizados. Para ajudar a cicatrizar essa dor, reformamos a escola. Demos um aspecto diferente à instituição".
À época, a Prefeitura do Rio prestou homenagem às vítimas batizando doze creches da cidade com seus nomes.
Passados dez anos, Claudia lamenta que um ex-aluno da Tasso da Silveira (o atirador estudou láquanto tempo a novibet paga1999 a 2002) tenha permanecido desacompanhado dentro da escola.
Tão importante quanto investir na criaçãoquanto tempo a novibet pagaprotocolosquanto tempo a novibet pagasegurança, diz, é estimular a formaçãoquanto tempo a novibet pagadocentes e gestores como mediadoresquanto tempo a novibet pagaconflitos.
"É importante construir uma convivência pacífica dentro do ambiente escolar. Mas, se houver conflitos, que eles sejam resolvidos na base do diálogo,quanto tempo a novibet pagamaneira saudável e respeitosa. O que não podemos permitir é que outros massacres se repitam no Brasil. Realengo, nunca mais!"
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