Últimos presidentes que entraramflamengo bet365conflito com as Forças Armadas foram depostos, diz historiadora:flamengo bet365
"Não tem hoje um general da ativa falando que precisaflamengo bet365uma intervenção. Não existe uma mobilização social a favor disso. Tem apoioflamengo bet365uma fatia da sociedade, mas ela não é expressiva o suficiente para criar um ambiente favorável para um golpe."
O mesmo acontece nos outros dois poderes — o Legislativo e o Judiciário, diz a pesquisadora.
"Há um apoioflamengo bet365deputadosflamengo bet365extrema-direita, mas não do Congresso como um todo e menos ainda no Supremo. Pelo contrário, há falas muito cautelosas, dizendo: 'Não é por aí'."
As quedasflamengo bet365Vargas e Jango
Vargas buscava fazer a transição da ditadura do Estado Novo para a democracia quando foi obrigado a renunciar por um movimento liderado por generais que faziam parte do seu próprio governo.
Jango foi destituído pelo golpeflamengo bet3651964, que deu inícioflamengo bet365uma ditadura militar que durou 21 anos.
Starling aponta que a última vezflamengo bet365que houve um confronto semelhante entre as Forças Armadas e o Executivo foiflamengo bet3651977.
O general Sylvio Frota, então ministro do Exército, foi demitido pelo general Ernesto Geisel depoisflamengo bet365tentar se insurgir contra o presidente e a abertura do regime militar promovida por ele.
Mas, neste caso, tratou-seflamengo bet365uma crise entre os próprios militares, que governavam o Brasil.
Starling diz que, diante da história do país, pode ser inevitável pensar que o passado está se repetindo. Já houve ao menos 15 tentativasflamengo bet365intervenção militar, nas contas da historiadora.
Duas delas bem sucedidas:flamengo bet3651937, com o golpe que deu início ao Estado Novo, eflamengo bet3651964. "O que vemos agora também é uma crise militar e uma situaçãoflamengo bet365crise política incontrolável", diz a historiadora.
As demissões do comando das Forças Armadas
A crise entre o Planalto e as Forças Armadas foi escancarada pelo pedidoflamengo bet365demissão do general Fernando Azevedo, que comunicouflamengo bet365saída na segunda-feira (29/3), sem explicar o motivo.
Azevedo é visto como um militar da ala mais moderada. A BBC News Brasil apurou que Bolsonaro pediuflamengo bet365saída do cargo por estar insatisfeito com a faltaflamengo bet365apoio das Forças Armadas a bandeiras do governo.
Azevedo fez questãoflamengo bet365ressaltarflamengo bet365uma nota que "preservou as Forças Armadas como instituiçõesflamengo bet365Estado".
Depois, na terça-feira (31/3), os comandantes das Forças Armadas deixaram os cargos: Edson Pujol, do Exército, Ilques Barbosa, da Marinha, e Antônio Carlos Moretti Bermudez, da Aeronáutica.
Isso foi visto como um protesto pela demissãoflamengo bet365Azevedo. Mas também foi noticiado que havia uma insatisfação especialflamengo bet365Bolsonaro com Pujol, que se posicionou publicamente contra a participação dos militares na política.
Potencialflamengo bet365'explodir o país'
Heloísa Starling interpreta os últimos acontecimentos como um sinal claroflamengo bet365que não existe no comando das Forças Armadas disposição para uma intervenção.
"Há um entendimentoflamengo bet365que as Forças Armadas são uma instituição do Estado e que devem se manter assim. O comando está dizendo que não fará uma intervenção e que não aceitam ser chamadosflamengo bet365'meu Exército' por Bolsonaro."
Mas a pesquisadora destaca que os militares não são um bloco homogêneo, e diferentes posições podem estar sendo defendidas internamente.
Uma rebelião interna nas Forças Armadas não seria um fato inédito na história do país e teria o potencialflamengo bet365"explodir o país", avalia a historiadora.
Por isso, ela diz que é preciso prestar atenção ao que está sendo dito entre os oficiais que compõe o corpo militar brasileiro e seu grauflamengo bet365apoio a uma ação mais drástica.
"Talvez possa ocorrer uma quebraflamengo bet365hierarquia a partir das baixas patentesflamengo bet365relação à posição demarcada pelo comando, mas, por enquanto, Bolsonaro só tem a seu lado generais da reserva eflamengo bet365uma mesma geração, dos anos 1970, que foram formados dentroflamengo bet365um mesmo ambiente ideológico e marcado por tortura e repressão."
'A democracia está sendo corroída por dentro'
Tudo isso está acontecendo enquanto o país enfrenta uma sobreposiçãoflamengo bet365crises — uma política, outra econômica e uma sanitária, por causa da pandemia. Agora se soma a elas uma crise militar.
Ao mesmo tempo, o Brasil tem hoje um governo que tem não paralelo com outros na história, diz Starling: "Bolsonaro falou que seu propósito não era construir, mas desconstruir, e acho que essa desconstrução tem um método".
O presidente testa repetidamente os limites das instituições, afirma a historiadora, e a cada vez que isso ocorre elas se desgastam e se fragilizam.
Starling avalia que, diferentementeflamengo bet365antes, quando a democracia veio abaixo por ações externas às instituições, agora ela é ameaçada pelo próprio governo. "A democracia está sendo corroída por dentro", diz.
Ao menos por enquanto, os gestos das Forças Armadas vão no sentido contrário do passado. Em termosflamengo bet365papeis históricos, os sinais agora estão trocados.
Em vezflamengo bet365ir contra a democracia, os militares estão saindo emflamengo bet365defesa, enquanto os ímpetos autoritários vêm do governo.
"As Forças Armadas não precisam nem colocar nenhum tanque na rua para defender a democracia, basta não aceitarem aflamengo bet365politização."
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