Bolsonaro ataca própria base e arrisca reeleição ao demitir militares, diz especialistaglamour slotForças Armadas:glamour slot

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Legenda da foto, A pasta da Defesa foi criadaglamour slot1999 e era tradicionalmente chefiada por ministros civis, mas passou a ser comandada por militares no governo Michel Temer (2016-2018)

"Espanta a ousadia do Bolsonaroglamour slotdemitir um general. Não tem nadaglamour slotnormal nisso, é uma crise mesmo. A base militar, a principal base desse governo, a mais estruturada, está sendo abalada pelas ações do próprio presidente", diz, caracterizando Bolsonaro como "absolutamente imprevisível e instável".

A substituiçãoglamour slotFernando Azevedo e Silva pelo general Walter Souza Braga Netto, que estava na Casa Civil, foi uma das seis trocas realizadas pelo governoglamour slotministérios na segunda-feira.

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Silva comunicouglamour slotsaída do Ministério da Defesa, sem explicar publicamente os motivos:

"Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituiçõesglamour slotEstado", disseglamour slotnota oficialglamour slotdespedida. Segundo a BBC News Brasil apurou, Bolsonaro pediuglamour slotsaída do cargo por estar insatisfeito com a faltaglamour slotapoio das Forças Armadas a bandeiras do governo.

O cientista político conta que ele e colegas já observavam, nas últimas semanas, uma mudança no conteúdo divulgado pelo centroglamour slotcomunicação e por representantes do Exército — exaltando ações da força no combate à pandemiaglamour slotcoronavírus,glamour slotconsonância com diretrizes preconizadas por cientistas e pela OMS (Organização Mundial da Saúde), e portanto divergentes da gestão da crise sanitária por Bolsonaro, que vem desafiando essas orientações.

"Bolsonaro percebeu uma manobraglamour slotdistanciamento sutil que ia deixar a bomba (a crise sanitária) na mão dele. E então tomou essa atitude totalmente inesperadaglamour slotdemitir o ministro da Defesa."

Filho concorda com analistas que dizem que os acontecimentos da segunda-feira podem representar a maior crise política e militar desde 1977, quando o então presidente Ernesto Geisel demitiu o ministro do Exército, Sylvio Frota. Entretanto, o cientista político ressalva que ainda é cedo para tirar conclusões e que os dois períodos, 1977 e 2021, são muito diferentes — o primeiro, um regime militar; e agora um contexto democrático, ainda que,glamour slotsuas palavras, "mambembe", no qual o Legislativo e o Judiciário têm papéis fundamentais.

Como consequência da crise institucional instalada na segunda-feira, João Roberto Martins Filho afasta a possibilidadeglamour slotturbulências internas nas Forças Armadas, como insurgências, ou mesmo um golpe militar do dia para a noite. Para ele, o que deve ocorrer é mesmo um enfraquecimentoglamour slotBolsonaro, tanto na Presidência, comoglamour slotuma possível candidatura à reeleição, uma vez que militares podem buscar um outro nomeglamour slotdireita para apoiarglamour slot2022.

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Legenda da foto, Então comandante do Exército, Pujol disse que pandemia 'talvez seja a missão mais importanteglamour slotnossa geração'

"Em 1977, não havia democracia, não havia nem eleição para governador. Hoje é muito diferente, as coisas têm que ser resolvidas na eleição", explica o pesquisador, afirmando que a eleiçãoglamour slot2022 será "fundamental" para o projeto político militar iniciado durante o governoglamour slotDilma Rousseff (PT) e triunfado com a eleiçãoglamour slotBolsonaro.

Naglamour slotanálise, este projeto dos militares nunca visou um golpe como oglamour slot1964, mas sim maior poder político através da vitória nas próprias eleições, pelo voto popular. Entretanto, mesmo que afaste a possibilidadeglamour slotum golpe do dia para a noite, o pesquisador vê no autoritarismo do governo Bolsonaro riscos mais concretos.

"A democracia morre por dentro: nós estamosglamour slotrisco. Eu não sei o que vai acontecer, mas está na cara que Bolsonaro não vai embora tão fácil (do Planalto, caso não seja reeleito, por exemplo)", diz, acrescentando achar improvável, por enquanto, que a população e parlamentares invistamglamour slotum processoglamour slotimpeachmentglamour slotplena pandemiaglamour slotcoronavírus.

Já a desejada atuação política dos militares também fincou raízesglamour slotvolta do Planalto. Resta saber o que acontecerá com elas após a crise instalada pela demissãoglamour slotAzevedo e Silva.

"Os militares se tornaram um apoio efetivo para o governo Bolsonaro, com no mínimo 6 mil militares no governo, alguns falandoglamour slotaté 11 mil; um terço das direçõesglamour slotestatais; e os três principais cargos do Planalto (antesglamour slotsegunda-feira): a Secretariaglamour slotGoverno; o Gabineteglamour slotSegurança Institucional (GSI) e a Casa Civil."

A Secretariaglamour slotGoverno era comandada pelo general Luiz Eduardo Ramos e foi assumida pela deputada Flávia Arruda; o GSI segue sob comando do general Augusto Heleno; e a Casa Civil tinha como titular Braga Netto, substituído por Ramos e agora ministro da Defesa.

"Há pouco tempo, eu não diria que havia divergências sobre o apoio a Bolsonaro dentro das Forças Armadas, masglamour slot24 horas as coisas mudaram."

Ainda assim, Filho lembra que Bolsonaro ainda tem militares muito próximosglamour slotseu governo, como Braga Netto, quem vê como "completamente leal ao presidente".

União contra governos petistas, fragmentação com Bolsonaro

Mais uma vez ressalvando a comparação entre contextos diferentes, umglamour slotditadura e outroglamour slotdemocracia, o pesquisador diz que agora, como após cercaglamour slotcinco anos do início do regime militar, observa-se uma fragmentação depoisglamour slotalgum tempoglamour slotunião dos militaresglamour slotprolglamour slotum projeto político.

Crédito, EPA

Legenda da foto, Mudanças nas Forças Armadas foram anunciadas nesta terça pelo governo Bolsonaro

"Quanto mais eles estão no poder, maior é a possibilidadeglamour slotdivisões. Durante os governos petistas, houve unanimidadeglamour slotque era necessário tirar o PT do poder. Os oficiaisglamour slotgeral embarcaram na ondaglamour slotmanifestações contra a corrupção que mobilizaram a classe média", lembra.

A partir do segundo mandatoglamour slotDilma Rousseff, generais como Augusto Heleno, Eduardo Villas Bôas e Hamilton Mourão, hoje vice-presidente, passaram a se manifestar mais abertamente sobre política — aparentemente como dissidentes se colocando individualmente.

"A essa altura, eles já estavam articulando o que queriam: voltar como força política. O livro do general Villas Bôas (General Villas Bôas: Conversa com o comandante), que se tornou um documento importantíssimo, deixa claro que eram todos grandes camaradas. Eram todos da mesma geração, todos do Rio Grande do Sul. No livro fica claro que eles se entendiam perfeitamente bem e jamais um puniria o outro. Tinham estilos individuais, mas agiam juntos."

Tampouco se tratava apenasglamour slotposições individuais, pois mesmo antes do governo Bolsonaro, alguns tinham cargos altamente institucionais, como Villas Bôas, comandante do Exército entre 2015 e 2019. João Roberto Martins Filho lembra que a posição do general Sérgio Etchegoyen como "homem forte" do governoglamour slotMichel Temer,glamour slotquem foi ministro-chefe do GSI, também foi um marco da volta dos militares ao poder.

"Bolsonaro, a partirglamour slotcerto momento, foi visto como alguém que poderia levar os conservadores ao poder."

"Entretanto, apoiar Bolsonaro na eleição, participar do governo Bolsonaro e manifestar alguma discordância no meioglamour slotuma pandemia se mostrou um risco (para os militares)."

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