SuspeiçãopokersaMoro acirra ânimos e deixa cenário eleitoralpokersa2022 mais apertado, dizem analistas:pokersa

De acordo com analistas ouvidos pela BBC News Brasil, a definição da parcialidadepokersaMoro acirra os ânimos políticos no país e indica que a corrida eleitoralpokersa2022 será ainda mais disputada.

"A suspeição enfraquece o centro político brasileiro, por onde Moro trafegava, e as eventuais candidaturas que tentavam se afastarpokersaLula e Jair Bolsonaro", analisa o cientista político Leandro Consentino, professor do Insper,pokersaSão Paulo.

O também cientista político Cláudio Couto, coordenador do MestradopokersaGestão e Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas,pokersaSão Paulo, avalia que Lula "abocanha" boa parte deste centro, casopokersaparticipação nas eleições seja realmente confirmada.

"Os outros nomes que aparecem neste espectro da centro-esquerda, como Ciro Gomes, ficam com atuação reduzida, enquanto abre-se espaço para um nomepokersacentro-direita, que pode até arrebanhar parte dos votos que foram para Bolsonaropokersa2018", diz.

pokersa Fortalecimento pokersa da narrativa

Os analistas também apontam que a decisão do STF fortalece ainda mais o discursopokersaperseguição política adotado pelo ex-presidente e seus aliados.

"A suspeição é uma derrota imposta ao Moro, que foi declarado pela suprema corte como um juiz que agiupokersamaneira enviesada. Isso deixapokersaser um fato discutido apenaspokersareportagens, como foi a Vaza Jato, do The Intercept, para ser sacramentado formalmente pelo tribunal mais elevado do país", considera Couto.

O cientista político Rafael Cortez, da Tendências Consultoria, destaca que Lula agora fica mais confortável para as eleições presidenciais marcadas para o próximo ano.

"A decisão do STF dá margempokersasegurançapokersaque os direitos políticos dele estão mais assegurados para 2022", pensa.

Já Consentino acredita que ainda precisamos esperar para ver as consequências dos votospokersahoje — e isso vale não só para Lula, mas também para outros nomes envolvidos na Operação Lava Jato.

"A suspeição favorece a narrativapokersaque foi tudo arquitetado,pokersaque houve um golpe, mas pode haver todo um comprometimento do esforçopokersainvestigação dos procuradores e uma possível reabilitaçãopokersaoutras figuras políticas", antevê.

Pelos últimos discursos e entrevistas, tudo indica que Lula adotará uma posição moderada e procurará vozes mais ao centro com o objetivopokersacompor uma futura chapa para as próximas eleições.

"Essa é uma situação que se assemelha à estratégia utilizada na campanhapokersa2002, quando Lula fez claras sinalizações ao empresariado e conseguiu quepokersabasepokersaapoio ultrapassasse o campo da esquerda", observa Couto.

Mas é possível que essa posiçãopokersaLula se modifique e caminhe pelo espectro político conforme a campanha avançar.

"O ex-presidente pode até iniciar as eleições numa posição mais centralizada, mas ele vai sofrer uma pressão muito grande da conjuntura política e dos aliados para polarizar e trazer à tona o conflito contra Bolsonaro. Com isso, é possível que ele termine a disputa eleitoral à esquerda", discorda Consentino.

"Se não surgir um nomepokersaconsenso que antagonize Lula e Bolsonaro, a tendência épokersapolarização epokersauma reediçãopokersa2018", completa o especialista.

Efeitos para Bolsonaro

Se a decisão tomada pelo STF hoje pavimenta e assegura uma possível candidaturapokersaLula, ela levanta algumas questões sobre as tentativaspokersareeleição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

E essas dúvidas passam não apenas pela presençapokersaum adversário com mais força e capital político, mas pela condução da pandemiapokersacovid-19 feita pelo Governo Federal.

"As eleiçõespokersa2022 vão ser fortemente pautadas por como nossas lideranças estão agindo agora. Bolsonaro apostou no negacionismo, nas ideias estapafúrdias e abriu margem para a oposição contestar fortementepokersapostura no combate ao coronavírus", antevê Consentino.

"E o fatopokersatermos maispokersa300 mil mortes não é algo que você consegue tirar do debate com muita facilidade", completa.

O especialista traz o exemplo do que aconteceu nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, que foram disputadas no finalpokersa2020.

O republicano Donald Trump, o então ocupante do cargo, acabou perdendo o pleito para o democrata Joe Biden.

Segundo os analistas, a maior fragilidade do então presidente americano foi justamente a forma como ele lidou com a covid-19 e o crescente númeropokersacasos e mortes por lá.

Para Couto, a experiência nos Estados Unidos traz semelhanças e diferenças com o que pode ocorrer no cenário brasileiro.

"Lá existe um sistemapokersadois partidos, enquanto aqui nossa política é fragmentada, multipartidária, e as disputas ocorrempokersamaneira diferente. Mas é inegável que a piora da covid-19 no Brasil tende a afetar a popularidadepokersaBolsonaro e mudar bastante o contexto da corrida eleitoral até 2022", explica.

E isso,pokersaacordo com o cientista político, abre caminhos para que outros candidatos ocupem um espaço que poderá ficar vazio com o enfraquecimento da figura do atual presidente brasileiro.

"As eleições americanas sinalizam que um candidatopokersaperfil moderado pode derrotar um extremista popular, como Trump. E é por isso que, aqui no Brasil, um nome mais ao centro tem chancepokersacrescer e conquistar aqueles eleitores bolsonaristaspokersaocasião, que estão decepcionados ou desapontados com o atual governo", diz.

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