Incêndios no Pantanal: as extraordinárias imagens dos animais queimados tratados com peleapp simples bettilápia:app simples bet

A técnica, desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) e do Institutoapp simples betApoio ao Queimado (IAQ), funciona assim: os pesquisadores recebem peles do peixeapp simples betágua doce - que normalmente são descartadas pela indústria -app simples betuma piscicultura. As peles são então desidratadas e esterilizadas, e ficam armazenadasapp simples bettemperatura ambiente.

Depois, são aplicadasapp simples betpessoas ou animais com ferimentosapp simples betqueimadura, funcionando como um curativo para a região queimada e ajudandoapp simples betcicatrização.

"A pele da tilápia tem uma camada muito grandeapp simples betcolágeno, que é importante no processoapp simples betcicatrização da queimadura", explica o biólogo Felipe Rocha, coordenador da Missão Ajuda Pantanal e pesquisador do projeto Peleapp simples betTilápia.

Rocha viajou a Cuiabá, capital matogrossense, ao lado da veterinária Behatriz Odebrecht e do enfermeiro Silva Júnior, especialistaapp simples betmanejo e aplicação do curativoapp simples betpeleapp simples bettilápia - todos do projeto Peleapp simples betTilápia.

Quando viram as trágicas imagensapp simples betanimais afetados pelo fogo no Pantanal, os pesquisadores da UFC entraramapp simples betcontato com a ONG Ampara, que dá apoio à operaçãoapp simples betresgate e reabilitação dos animais no Pantanal.

A ONG aceitou a ajuda, e colocou o grupoapp simples betcontato com o Hospital Veterinário da Universidade Federal do Mato Grosso,app simples betCuiabá, onde a aplicação das pelesapp simples bettilápia seria feita. Ali, o pessoal do Ceará começou a treinar, nesta semana, a equipe do Mato Grosso, explicando como se faz a aplicação do produto na pele dos bichos.

O grupo levou 130 curativos biológicos da peleapp simples bettilápia, o que, segundo seus cálculos, deve servir para cercaapp simples bet40 animais feridos.

No Brasil, é a primeira vez que essa técnica é usadaapp simples betanimais silvestres. O grupo da UFC já havia testado a peleapp simples betcavalos. Também ensinou veterinários da Universidade Davis, na Califórnia, a aplicar a peleapp simples betursos que foram machucados nos incêndiosapp simples bet2018 no Estado americano.

Tratamento dos animais

A imagem futurista do tamanduá-tilápia é passageira. Logo, a parte clara, que é o colágeno, ficará incorporado na ferida. A parte escura descascará, como se fosse a cascaapp simples betuma ferida, explica Rocha. E a pele do tamanduá e dos outros animais voltará a terapp simples betaparência original.

O pesquisador explica como é feito o tratamento: "Você limpa a ferida, coloca a peleapp simples bettilápia e fecha com gaze e atadura por cima. A pele da tilápia adere à queimadura e deve ficarapp simples betcontatoapp simples bet10 a 15 dias na pele do animal sem troca curativa", diz.

O processo convencional seria aplicar pomadaapp simples betsulfadiazinaapp simples betprata, que um cicatrizante tópico na terapiaapp simples betqueimaduras, com trocas diáriasapp simples betcurativo. É preciso sedar os animais selvagens toda vez para fazer isso.

"Se a cicatrização do animal demoraapp simples bet15 a 20 dias, você tem que fazer 15 a 20 curativos durante todo o processo. Com a peleapp simples bettilápia, você reduz o custoapp simples betfazer essas trocas diárias, reduz a dor do animal e reduz a cargaapp simples bettrabalho da equipe", diz Rocha.

Além disso, destaca ele, o animal ou a pessoa queimada perde muito líquido com a queimadura. A pele da tilápia barra esse processo. Sua parte escura é como se fosse uma película impermeável que impede a perdaapp simples betlíquido. E ainda cria uma barreira para que microorganismos não proliferem na ferida.

Com isso, a cicatrização acelera porque não se manipula tanto a ferida - além da grande ajuda do colágeno. Para Rocha, é "emocionante" ver os animais se recuperando.

O grupo começou a aplicação das pelesapp simples bettilápia nos animais na terça-feira (06/10). O primeiro animal a receber os curativos foi um filhoteapp simples betveado-catingueiro. Suas quatro patas estavam queimadas, e os curativos foram colocados ali.

Depois, foi a vezapp simples betduas antas grandes adultas e uma anta filhote. Uma das antas, diz Rocha, estava muito mal, sem se alimentar, apática, sem ir para a água. Sua parte traseira estava bastante afetada. "Aplicamos nessa anta, e no outro dia ela estava dentro da água. Depois saiu correndo e foi para a águaapp simples betnovo. Não vimos o processoapp simples betcicatrização, mas vimos que o animal já reagiuapp simples bettermosapp simples betcomportamento", conta. "A peleapp simples bettilápia diminui a dor do paciente."

Depois, um tamanduá-bandeira recebeu a peleapp simples bettilápiaapp simples betsuas patas.

"Nas quatro patas do veado-catingueira, não usamos nem meia peleapp simples bettilápia", diz Rocha. Jáapp simples betuma das antas, que tinham uma lesão grande, foram usadas 15 peles.

A cobra sucuri, que recebeu a peleapp simples bettilápia , estava bastante queimada, diz ele, com exposição muscular, e por isso a aplicação foi um grande desafio. "Mas acreditamos que vai funcionar." No tuiuiú, é a asa que está queimada.

Para Rocha, ajudar os animais que estão sofrendo "é uma enorme satisfação". "Ficamos felizes e emocionados por ajudar nesse momento triste do país", afirma.

O Pantanal vive a pior seca dos últimos 60 anos, segundo o Centro Nacionalapp simples betMonitoramento e Alertasapp simples betDesastres Naturais (Cemaden), o principal fator para os incêndiosapp simples betníveis alarmantes neste ano. Além disso, analistas dizem que parte do fogo é causada também por ação humana. E entidades ambientais criticam o governoapp simples betJair Bolsonaro (sem partido) e os governos estaduais pela demoraapp simples betagir para controlar o fogo. Em discurso na ONU, o presidente disse que o fogo no Pantanal foi provocado pela temperatura altaapp simples bet2020 e pelo "acúmuloapp simples betmassa orgânicaapp simples betdecomposição".

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