Estuprozebet zambiacriança revela 'lado animalesco do homem', diz Marco Aurélio, do STF:zebet zambia

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Auréliozebet zambiaMello

Crédito, Nelson Jr./SCO/STF

Legenda da foto, Para ministro do STF, aborto no caso da criança violentada pelo tio é 'evidentemente autorizado pela Justiça'

Enquanto movimentos pró-vida e militantes bolsonaristas acionavam o Judiciário na tentativazebet zambiareverter a decisão judicial, a criança - que disse que não queria ter o bebê e foi apoiada por parentes - foi levada para o Recife.

A criança estava no centro cirúrgico quando um grupozebet zambiacatólicos começou a chamar os membros da equipe médicazebet zambiaassassinoszebet zambiaum protesto na entrada do hospital.

A manifestação aconteceu depois que a extremista Sara Winter divulgou, no domingo, o nome da menina e o endereço do hospital.

Em casoszebet zambiaestuprozebet zambiavulnerável, o aborto já é previsto pelo Código Penal brasileiro desde 1940.

Perfil animalesco do homem

À BBC News Brasil, Marco Aurélio classificou como "impensável" o abuso sofrido pela criança.

"O quadro revela o perfil animalesco do homem", disse o ministro do STF.

"A gravidez nunca vistazebet zambiacriança com 10 anos estarrece."

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Auréliozebet zambiaMello

Crédito, Carlos Moura/SCO/STF

Legenda da foto, Caso criou uma disputa política, judicial e religiosa

A ordem assinada pelo juiz da Vara da Infância e da Juventude Antônio Moreira Fernandes, que autorizou o procedimento, aponta que "a vontade da criança é soberana ainda que se tratezebet zambiaincapaz, tendo a mesma declarado que não deseja dar seguimento à gravidez frutozebet zambiaatozebet zambiaextrema violência que sofreu".

A interrupção também foi defendida por familiares da menina, que "apertava contra o peito um ursozebet zambiapelúcia e, sózebet zambiatocar no assunto da gestação, entravazebet zambiaprofundo sofrimento, gritava, chorava e negava a todo instante, apenas reafirmando não querer", segundo a decisão judicial.

O texto afirma ainda que a norma do ministério da Saúde sobre abortos "assegura que até mesmo gestações mais avançadas podem ser interrompidas, do pontozebet zambiavista jurídico", mesmo quando a gravidez ultrapassa 22 semanas.

A Justiça brasileira permite que mulheres optem por interromper uma gravidez pelo Sistema Únicozebet zambiaSaúdezebet zambiacasoszebet zambiariscozebet zambiamorte para a mãe, estupro ou feto anencefálico.

Mas médicos do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam),zebet zambiaVitória alegaram que "a idade gestacional não está amparada pela legislação vigente" ao recusarem o atendimento.

O Código Penal não limita tempozebet zambiagravidez ou peso do feto nos casoszebet zambiaaborto legal, mas protocolos médicos do fim dos anos 1990 "trazem a possibilidadezebet zambiase realizar a interrupçãozebet zambiagravidez até 22 semanas ou até o feto atingir 500g".

"Entendemos que os médicos têm o direitozebet zambiase referenciar nessa prática, ou seja, não existe nenhuma espéciezebet zambiaomissão médica, nenhuma espéciezebet zambiacrime. E também não pratica nenhum crime aquele médico que se dispõe a fazê-lo a partir das 22 semanas ou a partir das 500 gramas", disse o presidente da OAB do Espírito Santo, José Carlos Rizk Filho, ao programa Fantástico.

Pernambuco

A Secretariazebet zambiaSaúdezebet zambiaPernambuco disse à imprensa que todos os procedimentos legais foram respeitados no caso.

"A Secretariazebet zambiaSaúdezebet zambiaPernambuco (SES-PE) informa que segue a legislação vigentezebet zambiarelação à interrupção da gravidez (quando não há outro meiozebet zambiasalvar a vida da mulher, quando é resultadozebet zambiaestupro e nos diagnósticoszebet zambiaanencefalia), além dos protocolos do Ministério da Saúde (MS) para a realização do procedimento, oferecendo à vítima assistência emergencial, integral e multidisciplinar", disse a pasta,zebet zambianota.

"Em relação ao caso citado, é importante ressaltar, ainda, que há autorização judicial do Espírito Santo ratificando a interrupção da gestação. É importante reforçar, também, que o Centro Integradozebet zambiaSaúde Amauryzebet zambiaMedeiros (Cisam-UPE) é referência estadual nesse tipozebet zambiaprocedimento ezebet zambiaacolhimento às vítimas. Por fim, ratifica-se que todos os parâmetros legais estão sendo rigidamente seguidos."

Segundo a Polícia Civil do Espírito Santo, a menina disse que o tio a estuprava desde os 6 anos.

No fim da semana passada, ela foi a um hospital local com dores abdominais e, após exames, teve a gestação confirmada.

O homem tem 33 anos, está foragido e é indiciado por estuprozebet zambiavulnerável e ameaça.

Política

A ministra Damares Alves, do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos fez diversas declarações sobre o tema nos últimos dias.

Em seus perfis, ela disse lamentou a decisão judicial pelo aborto, disse sofrer pelo caso e afirmou que enviou representantes da pasta para acompanhar as investigaçõeszebet zambiaperto.

Também disse que entrouzebet zambiacontato com a família e que acompanhará o processo judicial até o fim.

O assunto foi encampado pela ex-funcionáriazebet zambiaDamares e militante extremista Sara Winter, que está proibidazebet zambiausar perfiszebet zambiaredes sociais e usa tornozeleira eletrônica desde junho, quando foi presa pela Polícia Federal por participaçãozebet zambiaprotestos que pediam fechamento do STF e do Congresso.

Em publicações e vídeos, ela divulgou dados privados da criança, apesarzebet zambiao caso correrzebet zambiasegredozebet zambiajustiça.

Em um canal no Telegram, após convocar seguidores a se ajoelharem no hospital na tentativazebet zambiabarrar o procedimento, a extremista continua criticando a decisão judicial e os médicos que realizaram o procedimento.

O Ministério Público do Espírito Santo, por meio da Promotoria da Infância e da Juventudezebet zambiaSão Mateus, abriu investigação para apurar se grupos políticos pressionaram a família a recuar da decisão pela interrupção da gravidez.

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