'Aborto é mais que necessário, é recomendado', diz Mourão sobre casoevent freebetcriança estuprada:event freebet
Na entrevista à BBC News Brasil, Mourão também falou sobre a pandemiaevent freebetcoronavírus e questionou se medidasevent freebetdistanciamento rígidas poderiam funcionar plenamente no país.
"O Brasil é um país desigual e o brasileiro, um povo indisciplinado. Não adianta querer dizer que, uma ordemevent freebetBrasília que dissesse 'atenção, vai todo mundo ficarevent freebetcasa', (que) ninguém iria sair, isso não iria acontecer", disse.
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Finalevent freebetYouTube post, 1
O vice-presidente também foi questionado sobre o aumento no desmatamento na Amazônia no último ano e comentou reportagem da revista Piauí que afirma que o presidente Jair Bolsonaro teria ameaçado "intervir" no STFevent freebetreunião com ministros.
"Eu acho difícil o presidente ter dito isso, porque, como é que ele vai intervir no STF? Não há condições, nós vivemos na democracia plena", afirmou.
Leia a seguir a entrevista.
event freebet BBC News Brasil - O Brasil discute o casoevent freebetuma criançaevent freebet10 anos que foi repetidamente estuprada pelo tio e acabou engravidando. Ela teve que deixar seu Estado para realizar um abortoevent freebetPernambuco, aborto este previstoevent freebetlei. Uma militante bolsonarista, ex-assessora da ministra Damares Alves (ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos), divulgou o local da cirurgia e o nome da criança, o que levou algumas pessoas a protestaremevent freebetfrente ao hospital. O senhor é a favor do abortoevent freebetum caso como esse? Como vê os protestosevent freebetfrente ao hospital?
event freebet Hamilton Mourão - São coisas do mundoevent freebetque nós estamos vivendo, né. Esse é um crime que foi cometido contra essa criança. O nosso Código Penal é claro,event freebetcasos como esse o aborto é mais que necessário, é recomendado. Como é que uma meninaevent freebet10 anosevent freebetidade vai ter um filho e vai criar um filho? Isso é um absurdo.
Agora, há algumas pessoas que, naevent freebetânsia da defesa da vida, elas têm que compreender que cada caso é um caso, e este é um caso muito claro onde a lei tem que ser cumprida. Para mim é simples isso aí.
event freebet BBC News Brasil - O senhor disse que o auxílio emergencial, o chamado coronavoucher, deu um gás na popularidade do presidente, e as pesquisas realmente mostraram isso. Em 2018, no entanto, o senhor disse sobre o Bolsa Família que as pessoas deveriam crescer "por seus méritos e não por esmolas". Já o presidente Bolsonaro disseevent freebet2011 que o Bolsa Família cria "eleitoresevent freebetcabresto do PT". Por que o governo está adotando uma medida tão parecida com o petismo? O senhor mudouevent freebetideia? O presidente mudouevent freebetideia?
event freebet Mourão - Eu acho que um programaevent freebetassistência social deve ser quantificado pelo seu sucesso pelo númeroevent freebetpessoas que saem dele para ingressar no mercadoevent freebettrabalho. Ele tem que preparar as pessoas para ingressar no mercadoevent freebettrabalho, auxiliando-as naquele momentoevent freebetdificuldade, e não mantendo-as eternamente aguardando aquele dinheirinho que o governo coloca no final do mês na conta da pessoa.
No caso específico do coronavoucher, aí é totalmente distinto, o auxílio emergencial. Ele foi concebido exatamente para auxiliar aquelas pessoas que perderam aevent freebetcapacidadeevent freebetganharevent freebetvida, principalmente os nossos trabalhadores informais, aquela turma que sai todo dia para vender o almoço para poder ter alguma coisa para jantar.
E na discussão, na disputa, entre governo e Congresso se chegou a esse valorevent freebetR$ 600, que foi um valor realmente grande, sendo que algumas famílias receberam dobrado, que eram as famílias chefiadas por mulheres, receberam R$ 1.200. Óbvio que foi uma injeçãoevent freebetdinheiro na veiaevent freebetparcela extremamente necessitada da população brasileira.
Agora, a visão nossa, do governo e a minha visãoevent freebetparticular é essa: um programa social tem que ter como finalidade principal o ingresso da pessoa no mercadoevent freebettrabalho, a liberdade da pessoa, e não a pessoa ficar eternamente dependendo daquele recurso.
event freebet BBC News Brasil - Mas o senhor é a favorevent freebetuma continuidade do programa, eventualmente, após o fim da pandemia, mesmo que seja outro valor?
event freebet Mourão - A minha visão é que existe essa ideia que o governo está estudandoevent freebetcriar um programaevent freebetrenda mínima, mas tem que ter parâmetros nisto aí. E óbvio, esse programa tem que auxiliar aquelas pessoasevent freebetseu momentoevent freebetnecessidade, mas prepará-las para o avanço seguinte, (para) sair desta situação.
Ou seja, o governo tem que ter a capacidadeevent freebetcriar as facilidades para que empregos sejam gerados e a pessoa tenhaevent freebetrenda eevent freebetdignidade.
event freebet BBC News Brasil - O Brasil ultrapassou a marca dos 100 mil mortos pela pandemiaevent freebetcoronav event freebet í event freebet rus, a segunda maior do mundo depois dos Estados Unidos. O senhor acha que o governo subestimou a doença?
event freebet Mourão - Eu acho que não. A doença desde o início foi politizada, não só no Brasil como no mundo inteiro. No mundo inteiro tem uma discussão política sobre essa doença. Até hoje, na minha visão, a ciência médica ainda está batendo cabeça sobre ela, sobre as consequências dela, sobre a melhor formaevent freebetcombatê-la, apesar de, no caso específico daqui do Brasil, nós estarmos vendo que, paulatinamente, o grauevent freebetletalidade da doença vem diminuindo.
Isto significa que o nosso sistemaevent freebetsaúde começa a dar conta e a encontrar melhores caminhos. E as próprias pessoas, as pessoas que são infectadas já sabem as medidas profiláticas iniciais que tem que ser tomadas e com isso terminam por não ir para o hospital.
Agora, o Brasil é um país desigual e o brasileiro, um povo indisciplinado. Não adianta querer dizer que, uma ordemevent freebetBrasília que dissesse "atenção, vai todo mundo ficarevent freebetcasa", (que) ninguém vai sair, isso não iria acontecer.
Isso gerou uma grande discussão. Você vê, o Estadoevent freebetSão Paulo, onde desde o primeiro momento o governador (João) Doria tomou as medidas que são julgadas as mais eficientesevent freebettermosevent freebetdistanciamento social, e é o Estado com maior númeroevent freebetinfectados, com o maior númeroevent freebetmortes.
O Brasil é difícil, não dá pra comparar. Eu vejo muita comparação sendo feita com o próprio Reino Unido, ou com a Holanda, ou com a Alemanha. Não dá, não há comparação, o Brasil é muito desigual.
event freebet BBC News Brasil - Aindaevent freebetrelação às medidas contra a pandemia: as Forças Armadas e o Exército especificamente têm uma tradição centenáriaevent freebetmanterem instituições científicasevent freebetponta, sempre primando pelo conhecimento científico. Mas agora vemos o Exército liderando a produçãoevent freebetcloroquina, um remédio sem nenhuma comprovação event freebet contra event freebet o coronavírus. O senhor acha que isso vaievent freebetencontro à tradição do Exércitoevent freebetestar próximo à ciência? Os recursos públicos não deveriam ser usados apenas na produçãoevent freebetmedicamentos com eficácia comprovada?
event freebet Mourão - Esta questão da cloroquina é outra discussão política. Eu ouso dizer o seguinte: se o presidente Bolsonaro fosse contra a cloroquina, iam recomendar a cloroquina, tal forma que está essa discussão política aqui dentro.
Então tem muita gente que se curou tomando a hidroxicloroquina desde os primeiros momentos. Uma coisa é líquida e certa: depois do quinto, sexto dia que você está com febre alta, ela não cura ninguém, aí outras medidas têm que ser tomadas. Mas naqueles que tomaram nos primeiros dias, houve uma eficácia, então...
Na realidade o Exército recebeu uma determinação do presidente da República, não o Exército, os laboratórios farmacêuticos das Forças Armadas,event freebetfabricar o produto. O produto vai permanecer aí, se não for utilizadoevent freebetmassa no combate à pandemia, a malária é endêmica aíevent freebet50% do nosso território e a cloroquina é o remédio indicado contra a malária.
Eu mesmo, que estiveevent freebetAngola,event freebetmissão da ONU, tive malária, tomei cloroquina e depois tomava um derivado dela profilaticamente toda semana para poder me precaver contra a ação do mosquito da malária.
Então eu não vejo que isso vai ser perdido, o recurso empregado na fabricação deste medicamento, até por que a malária é endêmicaevent freebetoutras regiões do mundo, como na África e alguns países da Ásia.
Eu não vejo essa questão do Exército ter saído fora da vanguarda tecnológica, até porque na área da Medicina, especificamente o Exército teve vanguarda no começo do século passado, havia poucas faculdadesevent freebetMedicina no Brasil, mas agora nós já não somos uma instituição onde a pesquisa nessa área seja relevante.
event freebet BBC News Brasil - O ministro da Saúde (Eduardo Pazue event freebet l event freebet lo) é um general da ativa do Exército. Existe hoje uma discussão sobre a chamada "PEC Pazuello", que coloca automaticamente na reserva militares que assumam funções civisevent freebetgovernos. O senhor é a favor desta PEC (Propostaevent freebetEmenda Constitucional)?
event freebet Mourão - Aí é coisa bem clara, a legislação militar, o Estatuto dos Militares, diz o seguinte: você pode permanecer até dois anosevent freebetfunção fora daevent freebetForça, isto é o que diz nosso estatuto.
A partir do momentoevent freebetque você completa dois anos, se não puder passar para a reserva porque não tem tempoevent freebetserviço suficiente, você é obrigado a retornar para a Força. E se pode (ir para a reserva), você tem que decidir, ou permanece naquela função ou passa para a reserva.
Que é o que acontece exatamente com os nossos egressos das Forças Armadas que são eleitos para cargos políticos, exatamente para evitar o que acontecia no passado,event freebetque o camarada era eleito deputado, senador, governador, seja lá o que fosse, passava quatro, cinco anos e depois voltava para dentro da Força. Isso não era bom.
No caso específico dos militares da ativa, que são poucos, que estão prestando serviço ao governo, é uma questão maisevent freebetforo íntimo,event freebetdecidirem aqueles que têm condiçãoevent freebetpassar para a reserva,event freebetassim o fazerem.
Eu acho que no caso específico do Pazuello, ele sabe que é uma missão transitória. Eu acho que na horaevent freebetque o presidente chegar para ele e disser "você agora é efetivo", ele passa para a reserva.
event freebet BBC News Brasil - No último ano, o desmatamento na Amazônia cresceu 34%, segundo o INPE. Na semana passada, o presidente disse que é mentira que a Amazônia está ardendoevent freebetfogo. Antes, o ministro (do Meio Ambiente Ricardo) Salles chegou a propor reduzir metasevent freebetpreservação, mas depois recuou. Já o senhor tem defendido medidas contra o desmatamento, o combate a crimes ambientais, e "parâmetros globaisevent freebetsustentabilidade". Quem os investidores e a opinião pública nacional e internacional devem ouvir? O senhor, Salles ou Bolsonaro?
event freebet Mourão - Vamos por partes: o presidente quando se referiu semana passada na reunião com os presidentes dos países amazônicos, lá ele disse que a floresta não está queimando. E realmente a floresta não está queimando. O que está pegando fogo hoje é aquela área que já foi desmatada, e aí cresce matoevent freebetnovo, o pessoal corta, taca fogo.
Nós temos um processo rudimentar aindaevent freebetlidar com a terra naquela região, porque a imensa maioria das pessoas que estão lá não tem seu títuloevent freebetterra, então não tem acesso a financiamento, não tem acesso a assistência técnica rural e, como consequência, tratam a terra da pior forma possível. Esse é um problema que nós temos que resolver, que está se arrastando há 30, 40 anos e nós não conseguimos ainda transpor a linhaevent freebetpartida nisso aí.
No caso do Salles, era uma questãoevent freebetmetas,event freebetuns índices do Ministério da Economia, que terminou sendo mal interpretada, porque ele não pode mudar a lei. O nosso Código Florestal é muito claro: qualquer propriedade na Amazônia tem que ter 80% preservado e 20% pode ser explorado. Se o cara avançar nos 80% ele vai ser multado, vai ter que regenerar o que ele desmatou.
Então, essa situação é muito clara. Nós estamos aqui para fazer valer a lei. A lei diz isso, então vamos fazer valer a lei. E buscar manter os 84%event freebetAmazônia que temos aindaevent freebetfloresta da forma como ela está.
event freebet BBC News Brasil - Uma reportagem da revista Piauí afirma que, no dia 22event freebetmaio, após o ministro do STF Celsoevent freebetMello consultar a PGR para saber se deveria ou não mandar apreender o celular do presidente e do seu filho Carlos Bolsonaro, o presidente teria dito a ministros que iria intervir no STF. O senhor tem conhecimento desta reunião? Isto aconteceu? Por que ninguém do governo se posicionou sobre isso até agora?
event freebet Mourão - Eu soube dessa reunião por meio da reportagem da Piauí, que eu também não li, vi a repercussão delaevent freebetoutros veículos da nossa imprensa.
Eu acho difícil o presidente ter dito isso, porque, como é que ele vai intervir no STF? Não há condições, nós vivemos na democracia plena. Nosso sistema, como todo sistema democrático tem suas imperfeições, muito maisevent freebetfunção dos homens que ocupam os cargosevent freebetdeterminado momento do que do sistema propriamente dito.
Eu acho que isso aí é meio "sonhoevent freebetuma noiteevent freebetverão".
event freebet BBC News Brasil - O presidente disseevent freebetuma live há um mês que torce pela vitóriaevent freebet event freebet (Donald) event freebet Trump nas eleições americanas, na disputa contra Joe Biden agoraevent freebetnovembro. O senhor também torce pela vitóriaevent freebetTrump? Como o senhor vê isso?
event freebet Mourão - Como admirador dos Estados Unidos, torço para aquele país. Se os Estados Unidos estiverem bem,event freebetpaz consigo mesmo, que hoje eu não vejo que estejaevent freebetpaz consigo mesmo - essa questão do tribalismo, que afeta o mundo todo, afeta particularmente aquele país.
Mas se os Estados Unidos estiverem bem, o resto do mundo também estará bem. E nós, na América Latina, que vemos a democracia americana como um farol para as nossas, com os valores e princípiosevent freebetdemocracia, capitalismo, Estadoevent freebetDireito, sociedade civil forte...
Eu torço para que a aconteça o melhor para aquele país e que eles emerjam desse processo eleitoral menos divididos do que estão hoje.
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