Guinada socialbet77 nacionalBolsonaro tende a desidratar 'memória do lulismo', diz antropóloga:bet77 nacional

Jair Bolsonaro

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Segundo Rosana Pinheiro-Machado, lançamento do Renda Brasil dá musculatura à reeleiçãobet77 nacionalpresidente

"O punitivismo se refere à abordagembet77 nacionalBolsonaro sobre segurança pública. Já a família são os valores e costumes conservadores, que se aliam à base religiosa. Por fim, a assistência social se manifesta nas políticasbet77 nacionaltransferênciabet77 nacionalrenda", diz ela à BBC News Brasil.

Pinheiro-Machado acrescenta que o último eixo, o da assistência social, que nunca foi o forte do atual governo, ganha força agora, com a concessão do auxílio emergencial e o lançamento do plano Renda Brasil.

"O lulismo já havia perdendo memória nas camadas mais pobres da população e isso deve se acentuar ainda mais agora", assinala ela.

"O dinheiro do auxílio emergencial, por exemplo, já muda a vidabet77 nacionalmuitas pessoas - e dinheiro significa autonomia", acrescenta.

Ela ressalva, no entanto, que esse fenômeno é regionalizado e não pode ser observadobet77 nacionalforma homogênea entre todas as periferias do Brasil. As zonas mais carentes do Nordeste, onde o lulismo é mais forte, precisam ser acompanhadas com mais atenção, acrescenta.

Contexto da pandemia

Anunciado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes,bet77 nacionaljunho, o Renda Brasil é um programabet77 nacionalrenda mínima permanente, com a unificaçãobet77 nacionalvários programas sociais, incluindo o Bolsa Família.

De acordo com Guedes, devem ser incluídos no programa os 38 milhõesbet77 nacionalbeneficiários do auxílio emergencial,bet77 nacionaltrês parcelasbet77 nacionalR$ 600, pagobet77 nacionalrazão da pandemiabet77 nacionalcovid-19.

"Aprendemos durante toda essa crise que havia 38 milhõesbet77 nacionalbrasileiros invisíveis e que também merecem ser incluídos no mercadobet77 nacionaltrabalho", disse ele na ocasião, durante reunião ministerial coordenada por Bolsonaro.

A mais nova pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada na sexta-feira (14/08), sustenta a análisebet77 nacionalPinheiro-Machado. A sondagem mostra que a aprovação a Bolsonaro subiu e é a melhor desde o início do mandato.

Segundo o levantamento, 37% dos brasileiros consideram o governo ótimo ou bom, frente a 32% do anterior, realizadobet77 nacional23 e 24bet77 nacionaljunho.

Houve uma queda ainda maior na rejeição ao governo. Anteriormente, consideravam ruim e péssimo 44% dos entrevistados. Agora, são 34%. Já 27% consideram o governo regular, ante 23%bet77 nacionaljunho.

Foram entrevistadas 2.065 pessoas por telefone nos dias 11 e 12bet77 nacionalagosto. A margembet77 nacionalerro da pesquisa ébet77 nacionaldois pontos percentuais, para mais ou menos.

Mas mesmo no Nordeste, um reduto oposicionista, a rejeição a Bolsonaro caiubet77 nacional52% para 35%. Ali, ele tembet77 nacionalpior avaliação: somente 33% consideram seu governo ótimo e bom, altabet77 nacionalseis pontosbet77 nacionalrelação a junho.

A correlação com a distribuição do auxíliobet77 nacionalR$ 600 é sugerida, ainda que não direta.

No Nordeste, onde vive quase um terço da população brasileira, 45% dos moradores recorreram ao benefício.

Bolsonaro com hidroxicloroquina

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Legenda da foto, Desde prisãobet77 nacionalFabrício Queiroz, Bolsonaro tem adotado um tom diferente

Mudançabet77 nacionaltom

Pinheiro-Machado também faz coro com outros especialistasbet77 nacionalque Bolsonaro "mudoubet77 nacionaltom" recentemente.

Desde a prisãobet77 nacionalFabrício Queiroz, ex-assessorbet77 nacionalseu filho Flávio Bolsonaro, investigado no caso das "rachadinhas" e elo entre o gabinete do hoje senador e milícias no Riobet77 nacionalJaneiro, o presidente vem diminuindo as aparições públicas e incitando menos os apoiadores radicais.

Além disso, também vem estreitando laços com os partidos do chamado "centrão", distribuindo cargos e verbasbet77 nacionaltrocabet77 nacionalapoio.

Reeleição

Homem segura bandeira do Brasilbet77 nacionalmeio a balões vermelhos, representando vítimasbet77 nacionalcovid-19, no Riobet77 nacionalJaneiro

Crédito, Anadolu Agency/Getty

Legenda da foto, Manejo da pandemia pode prejudicar planosbet77 nacionalreeleiçãobet77 nacionalBolsonaro

Na visãobet77 nacionalPinheiro-Machado, Bolsonaro caminha para fortalecer suas chancesbet77 nacionalreeleição, ao ter o apoio das massas via programas sociais e das elites, com a agenda liberalbet77 nacionalPaulo Guedes.

Porém, o manejo da pandemiabet77 nacionalcoronavírus pode frustrar seus planos, ressalva.

"Tudo vai dependerbet77 nacionalcomo será a gestão da crise daqui para frente. Se continuar morrendo muita gente, aos milhares, isso pode se tornar um calcanharbet77 nacionalAquiles para Bolsonaro e prejudicarbet77 nacionalreeleição", conclui.

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