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Esperar imunidadebest xprebanho 'é absurdo e antiético', diz líderbest xpestudo que investiga quantos tiveram covid-19 no Brasil:best xp
Diante disso, falarbest xpatingir a imunidadebest xprebanho hoje é "quase uma piada", diz o epidemiologista Pedro Hallal, reitor da UFPel e coordenador da pesquisa.
"Mirar a imunidadebest xprebanho como uma políticabest xpsaúde é uma ideia absurda, mal pensada e antiética", diz Hallal.
Um dos poucos países a buscar a imunidadebest xprebanho — e a abrir mãobest xpmedidas drásticasbest xpisolamento social — foi a Suécia, citada pelo presidente Jair Bolsonaro,best xpmaio, como exemplo a ser seguido. O Reino Unido cogitou seguir essa linha, mas as projeçõesbest xpque isso levaria a milharesbest xpmortes fizeram o governo recuar. Até agora,best xpcomparação aos vizinhos nórdicos, a Suécia teve até sete vezes mais mortes e o declínio econômico foi equivalente aobest xpquem fechou comércios e escolas (já que habitantes evitaram circular nas ruas). Mas o númerobest xpmortes tem caído no país, o que reacendeu o debate sobre imunidade coletiva.
8 milhões
O estudo da UFPel também indica qual é o tamanho da subnotificaçãobest xpcasos no país: 3,8% da população equivale a 8 milhõesbest xppessoas infectadas até 24best xpjunho, quando a pesquisa acabou.
De acordo com o Ministério da Saúde, havia 1,19 milhãobest xpcasos confirmados na mesma data. Ou seja, o número realbest xppessoas que contraíram o vírus seria seis vezes maior.
Esse trabalho mostra ainda que foram mais contaminados brasileiros amarelos (2,1%), pretos (2,5%), pardos (3,1%), e indígenas (5,4%) do que brancos (1,1%) e, que quanto mais pobre é uma pessoa, maior é o riscobest xpela ter covid-19. Para Hallal, isso indica que a políticabest xpcombate à pandemia "fracassou".
Uma boa notícia é que a taxabest xpletalidade do vírus no país seria na realidade bem menor, cercabest xp1%best xpvez dos 3,8% calculados hoje com base na relação entre casos e mortes oficiais.
A prevalência do vírus varia muito entre as cidades do país, segundo a pesquisa: entre 0% e 26,4% (em Sobral, no Ceará). As regiões Norte (8%) e Nordeste (5,1%) tiveram proporcionalmente mais testes positivos do que Sudeste (1,1%), Centro-Oeste (0,9%) e Sul (0,4%).
É nestas últimas duas regiões que o vírus mais avança hoje, quase cinco meses após o primeiro caso confirmado. A propostabest xpHallal para mudar isso não é nada popular, como ele reconhece. "É horabest xpfazer um lockdown rigoroso no Sul e no Centro-Oeste."
Confira a seguir os principais trechos da entrevista.
best xp BBC News Brasil - O estudo mostrou que taxa nacionalbest xpinfecção foibest xp3,8%. Com isso, a imunidadebest xprebanho é possível?
best xp Hallal - A imunidadebest xprebanho é um conceito mais teórico do que prático nesta pandemia. Quando tiver uma doença que não mate ninguém ou não seja grave, talvez a gente possa falarbest xpimunidadebest xprebanho. Mas, para essa pandemia, falar nisso é quase uma piada.
A imunidadebest xprebanho só acontece com uma vacina — que não existe — ou quando muita gente adquire naturalmente anticorpos. Se hoje já morreram maisbest xp76 mil pessoas, seria ético esperar contaminar 60% a 70% da população e deixar morrer quase 1 milhão para então atingir a imunidadebest xprebanho? É óbvio que não. A ideiabest xpmirar a imunidadebest xprebanho como uma políticabest xpsaúde é absurda, mal pensada e antiética.
Exceto se algumas teorias que começaram a surgir nas últimas duas semanas estiverem certas. Elas falam da imunidade cruzada, que pessoas que tiveram exposição a outros coronavírus no passado não pegam covid-19. Se isso se confirmar, será uma notícia espetacular, porque uma parcela das pessoas teria imunidade porque pegou covid-19 e outra parcela teria imunidade porque já teve exposição a outros coronavírus. Seria mais possível chegar perto da imunidadebest xprebanho.
Mas isso ainda é muito incipiente. A gente precisa esperar um pouco mais para saber se a teoria da imunidade cruzada se confirma ou não.
best xp BBC News Brasil - Alguns estudos recentes apontam que a imunidadebest xprebanho para a covid-19 poderia ser atingida com percentuais bem menores, entre 10% e 43%.
best xp Hallal - Isso é tão recente quanto a teoria da imunidade cruzada. Todos nós torcemos para que se confirme, mas ainda não podemos ter certezabest xpque vai. É só uma teoria ainda.
best xp BBC News Brasil - O estudo mostrou que as regiões do país tem uma prevalência do vírus muito diferente. Por que isso ocorreu?
best xp Pedro Hallal - O Brasil é um país muito grande e não conseguiu controlar a epidemiabest xpúnica zona. Com a exceção da China, que isolou bem a área onde começou a epidemia, todos os países com dimensões continentais, como os Estados Unidos, a Índia e a Rússia, estão enfrentando a mesma situação.
A epidemia chegou ao Brasil primeiro por São Paulo e Rio e pelo Norte, depois foi para o Nordeste. O Centro-Oeste e o Sul ficaram para o fim. Hoje, os números só estão aumentando consideravelmente no Centro-Oeste e no Sul. No Norte, já está baixando, felizmente. E o Nordeste e o Sudeste estão próximosbest xpuma estabilidade.
best xp BBC News Brasil - Quais foram as falhas na reação do país ao coronavírus?
best xp Hallal - O maior erro foi nunca ter tido uma políticabest xptestagem ampla e maciça. É um problema gravíssimo, porque essa política não é para contar quantos doentes temos, é para isolar os positivos e testar seus contatos. Isso o Brasil nunca fez.
O segundo erro talvez seja inédito no mundo. Vários outros países também não testaram bem, mas não reabriram antes da curva estar caindo. Nenhum outro lugar fez algo tão equivocado. O Brasil parece que está desafiando o vírus, porque a gente reabre as cidades quando estamos no pico ou próximo do pico. Então, é óbvio que o vírus vai continuar infectando.
Se a gente tivesse feito tudo certo, era para estarmos hoje reabrindo uma parte da região Norte, onde já passou o pior, e com planos bem avançados para começar a reabrir no Nordeste e no Sudeste, onde a pandemia está começando a diminuir. E estaríamos elaborando planos para o Sul e o Centro-Oeste, focando na assistência da população. Mas a gente basicamente reabriu todas as regiões ao mesmo tempo.
best xp BBC News Brasil - Por que as regiões Sul e Centro-Oeste não conseguiram impedir o avanço da pandemia, mesmo sendo afetadas depois?
best xp Hallal - Elas adotaram políticas para restringir a propagação do vírus no finalbest xpmarço. Então, o vírus circulou pouco no início, mas elas flexibilizaram a quarentena enquanto a epidemia ainda existe, e o vírus começou a circular mais. É uma explicação simples, mas também é triste: o Sul e o Centro-Oeste flexibilizaram quando a curva ainda estava baixa, mas subindo. Esse foi o problema.
Mas podem perguntar: será então que eles fecharam muito cedo? Diria que não, porque, mesmo que esteja subindo a prevalência nestas regiões, ela está chegando só agora a 1%. No Norte, estábest xp10%. Então, muitas vidas foram preservadas ao adotar o distanciamento cedo.
Agora que a epidemia está bombando no Sul e no Centro-Oeste, é horabest xpfazer um lockdown rigoroso nestas regiões para fazer a curva descer. Sei que essa ideia não é popular e que muita gente vai me xingar e dizer que eu sou professor universitário e tenho o salário garantido, mas a verdade é que todos os outros lugares do mundo fizeram isso quando a situação se descontrolou.
O que acho que a população brasileira não notou ainda é que existe uma luz no fim do túnel: a Europa ainda segue tendo casos, porque não há vacina, mas não teve uma onda nova descontrolada. Isso é a provabest xpque, se a gente consegue baixar a curva, mesmo que a epidemia volte, ela não vai ter a mesma intensidade.
best xp BBC News Brasil - Bastaria um lockdown no Sul e Centro-Oeste ou precisaria ser feitobest xpoutros lugares?
best xp Hallal - Há um momento certobest xpfazer o lockdown. Não faria no Norte, porque a curva já está descendo. O lockdown é para quando a epidemia está bombando, quando começa a lotar as UTIs. Nesta hora, tem que estar tudo fechado. Por isso, as outras regiões não precisam fazer, a não ser com exceçãobest xpalguns lugares do Sudeste, como talvez São Paulo, que ficam nesse vai e vem preocupante.
best xp BBC News Brasil - Uma quarentena mais flexível não seria suficiente?
best xp Hallal - Depende do que entendemos como suficiente. Sempre vai ter mais casos se for quarentena do que se for lockdown. A questão é quantos casos o sistemabest xpsaúde consegue comportar e o quanto a gente acha aceitável. Neste momento, acho que é horabest xpfazer lockdown no Sul e o Centro-Oeste.
best xp BBC News Brasil - Porquebest xpalgumas cidades, como São Paulo, Manaus e Recife, a prevalência do vírus foi caindo ao longo das fases do estudo?
best xp Hallal - Há uma explicação burocrática e a outra, desafiadora cientificamente. A burocrática é que foi uma flutuação amostral, porque várias destas quedas estão dentro da margembest xperro do estudo. Mas tem algumas que ficam muito evidentes. Chamam especialmente a atenção as quedas nas cidadesbest xpque a taxa estava muito alta. E isso pode ser por causa da imunidade cruzada ou do tempo que a imunidade dura no organismo — e essa é a hipótese mais interessante.
Alguns estudos apontam que a quantidadebest xpanticorposbest xppessoas que se infectaram há maisbest xptrês ou quatro meses começa a baixar, especialmentebest xpquem teve uma infecção leve. Não quer dizer que ela perdeu imunidade. Os estudos mostram que a imunidade se mantém, mas o nívelbest xpanticorpos é pequeno para o teste dar positivo. Estamos fazendo estudos específicos nas cidades onde teve essa diminuição para entender se é isso que aconteceu.
best xp BBC News Brasil - Mas isso não indica que a prevalência nacional apontada pelo estudo pode ser maior?
best xp Hallal - Pode, e aí pode ser que estejamos não perto, mas um pouco menos longe da imunidadebest xprebanho. Mas, se estamosbest xp3,8% hoje e isso realmente for verdade, a taxa seria apenas um pouco maior e ainda estaríamos muito distantes da imunidadebest xprebanho.
best xp BBC News Brasil - O que explica a queda tão brusca da epidemiabest xpManaus?
best xp Hallal - Essa queda colocabest xpxeque o que estou dizendo sobre a imunidadebest xprebanho, porque Manaus não fez lockdown. Mas precisamos entender isso com o devido cuidado. Em Manaus, o vírus chegou muito cedo através do vínculo da Zona Franca com a China, e as epidemias costumam ter um limite temporal, que é normalmentebest xpcercabest xptreze semanas. Essa é uma possibilidade. Outra é que o vírus circulou e esgotoubest xpcapacidadebest xpinfectar. Mas uma terceira explicação possível, da qual tenho dúvidas, é que seria por causa da imunidade cruzada. A resposta está entre essas três possibilidades.
best xp BBC News Brasil - Ou seja, o casobest xpManaus pode indicar que o percentualbest xpinfecção necessário para atingir a imunidadebest xprebanho é menor do que se imaginava?
best xp Hallal - Exatamente. Inclusive, há artigos sobre este assunto que citam isso. Porque Manaus não fez uma quarentena rigorosa o suficiente para ter essa queda. Então, pode ser que, seja por causa do passar do tempo ou pela quantidadebest xpsuscetíveis, o patamar necessário para a imunidadebest xprebanho tenha sido atingidobest xpManaus.
best xp BBC News Brasil - Qual foi a principal surpresa do estudo?
best xp Hallal - A prevalência tão alta no Norte. Teve lugaresbest xpque foi acimabest xp20%. Nas cidadesbest xpBreves, Boa Vista, Sobral... São números muito altos, que a gente não encontrou praticamentebest xplugar nenhum do mundo.
Outro resultado que salta aos olhos é a diferença entre a estimativabest xpcasos do estudo e o que aparece na estatística oficial. É seis vezes mais. A mídia está noticiando que o Brasil chegou a 2 milhõesbest xpcasos, mas minha leitura é que o Brasil já tem entre 10 milhões e 14 milhõesbest xpcasos. A gente se preocupa e se assusta com essa diferença gritante.
best xp BBC News Brasil - A pesquisa também mostrou o percentualbest xpassintomáticos é muito menor do que se pensava. Olhando retrospectivamente, quão diferentes deveriam ter sido as estratégias adotadas contra a pandemia?
best xp Hallal - Esse é um dos resultados mais importantes do estudo. Vou dar o exemplobest xpum sintoma, que a pesquisa mostrou que 60% das pessoas positivas tiveram: a perdabest xpolfato e paladar. Isso é diferentebest xptosse, que qualquer pessoa pode terbest xpvezbest xpquando. A perdabest xpolfato e paladar é um sintoma muito específico.
Se a gente soubesse antes que tanta gente ia ter isso, certamente teríamos montado no país um sistemabest xpvigilância por telefone, nas unidadesbest xpsaúde, nos hospitais, teríamos divulgado mais na mídia, dizendo que quem sentisse isso fosse imediatamente fazer teste e informasse as dez pessoas com quem mais se teve contato recentemente.
Mas também encontramos aí um percentualbest xppessoas que não relatou nenhum sintoma —best xpsó 11%. Ou seja, o que se falava,best xpque a maior parte das pessoas são assintomáticas, está errado. O que é verdade é que a maior parte das pessoas têm sintomas leves e não precisam ir para o hospital, mas a maioria das pessoas vai ter algum sintoma. E isso poderia ter ajudado desde o começo a identificar quem estábest xprisco e mandar testar. Inclusive, se a gente tivesse uma política amplabest xptestagem, ela poderia ter mostrado isso. É essa a políticabest xptestagem que a Coreia e outros países usaram e que deu tão certo para reduzir a intensidade da pandemia.
best xp BBC News Brasil - O estudo também mostrou que as taxas mais altas estão nas regiões mais pobres do país e que também entre os níveis socioeconômicos mais baixos.
best xp Hallal - Isso é uma característica brasileira. Chama muita atenção esse "empobrecimento" da pandemia no Brasilbest xpcomparação com outros países. O estudo mostra que há um risco muito maiorbest xpinfecção entre os pobres. Nesta parte da população, as famílias são maiores, e as casas são menores. Então, a aglomeração é maior. E os pobres infelizmente acabam tendo que sair mais para a rua para conseguir dinheiro para se sustentar. Isso é cruel.
Todo mundo falava que, quando chegasse nos grupos socioeconômicos mais baixos, a transmissão seria maior. Quando o vírus chegou ao Brasil, pelas pessoasbest xpalto nível socioeconômico, poderia ter sido feita uma política mais rigorosabest xptestagem para evitar a disseminação. Se o vírus atingiu as classes socioeconômicas mais baixas, isso mostra um fracasso da políticabest xpsaúde nacional no enfrentamento do vírus. Os mais vulneráveis acabam sendo os mais expostos a ele. Isso sem falar na questão étnica e racial. Os indígenas tem cinco vezes mais riscobest xpse infectarbest xpcomparação com os brancos.
best xp BBC News Brasil - E por que isso ocorre?
best xp Hallal - Há duas hipóteses. Uma, é que os indígenas podem ser mais propensos a pegar o vírus ou têm menos imunidade cruzada. Mas, na prática, o que acho que está acontecendo, é que, havendo uma pessoa infectada, há na formabest xporganização dos grupos indígenas mais contato entre as pessoas. Por isso, o vírus acaba disseminando mais.
best xp BBC News Brasil - Isso já não era sabido? Não deveriam ter sido tomadas medidas para evitar esse efeito?
best xp Hallal - Claro que sim. Precisa perguntar para o Ministério da Saúde por que não foi feito. Todo mundo sabia que, quando chegasse nas favelas e nos grupos indígenas, ia ser um caos. Infelizmente, o Brasil não conseguiu fazer uma políticabest xpproteção das populações mais vulneráveis.
best xp BBC News Brasil - De que forma a instabilidade política prejudicou o combate à pandemia?
best xp Hallal - Talvez o presidente não tenha noção do impacto que ele tem. A maioria das pessoas votou no Bolsonaro. Quando ele fala que é só uma gripezinha, ele está dizendo para 50 milhõesbest xpbrasileiros para não dar bola para esse problema. Essa postura negacionista teve uma influência, que se soma à faltabest xppolíticas clarasbest xpsaúde e a termos um Ministério da Saúdebest xpconstante transiçãobest xpcomando. No momentobest xpque o país mais precisa, não temos um ministro da Saúde.
best xp BBC News Brasil - Por que esse estudo é importante para o combate à pandemia?
best xp Hallal - Porque temos que conhecer o inimigo que queremos combater. Temos uma doença desconhecida sobre a qual sabemos muito pouco, e as estatísticas oficiais representam só a pontabest xpum iceberg. Não tem como entender o todo com base nelas. Nossa pesquisa permite olhar a parte do iceberg que está submersa, que são a pessoas que não estão buscando o serviçobest xpsaúde, mas que também estão sendo infectadas e infectando outras pessoas.
best xp BBC News Brasil - E existe intençãobest xpdar continuidade à pesquisa?
best xp Hallal - Da nossa parte, sim, mas parece que da parte do governo, não. Concluímos com sucesso as três fases que estavam previstas e apresentamos os resultados. No meiobest xpuma pandemia, o normal seria prosseguir, mas o ministério silenciou sobre o assunto. Provavelmente, não há interessebest xpmanter a pesquisa.
best xp BBC News Brasil - O ministério informou à reportagem que tem interessebest xpcontinuar, mas que não sabe ainda se será com a UFPel.
best xp Hallal - Não temos problema nenhum com isso. Só queremos que deixebest xpser discurso e vire realidade. Apresentei os resultados da pesquisa há maisbest xp15 dias, e a resposta do ministério continua a mesma. Se o ministério, por questões ideológicas, não quer prosseguir com a gente, respeitamos, embora seja meio difícilbest xpjustificar. Porque já tem uma expertise montada, e somos o grupobest xpepidemiologia mais reconhecido do país. Mesmo assim, se o ministério quiser fazer com outro grupo, não há problema, mas que faça. Por enquanto, não houve nenhum avanço, e acho que essa resposta protocolar do governo vai se manter por algum tempo.
best xp BBC News Brasil - Por que uma questão ideológica?
best xp Hallal - No ano passado, fiz muitas críticas às políticas do Ministério da Educação, que bloqueou recursos orçamentários da universidade. Pode ser que o governo entenda que eu sou um reitor desse grupo que eles chamambest xpcomunista, esquerdista. Mas sou um gestor que defende a universidade. Sempre que fui chamado pelo ministério —- e, aliás, fui chamado para fazer essa pesquisa pelo governo atual —, me coloquei à disposição.
Tratamos o estudo com isenção e rigor científico, tanto que temos um artigo publicado na Nature e outro que vai ser publicado no Lancet, duas das melhores revistas científicas do mundo. Mas parece que o ministério acha que é melhor seguir com o trabalho com uma universidade com a qual eles têm um vínculo ideológico mais próximo.
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