Não é só Flávio Bolsonaro: MP investigabetmotion mexicosigilo dezenasbetmotion mexicodeputados após rachadinhas no RJ:betmotion mexico
O alto volumebetmotion mexicooperações — que incluem investigações sobre membrosbetmotion mexicorivais políticosbetmotion mexicoFlávio Bolsonaro, como o deputado petista André Ceciliano — contrasta com boatos que circulambetmotion mexicoredes sociais sobre um eventual favoritismo contra o filho do presidente nas investigações decorrentesbetmotion mexicoum relatório sobre movimentações atípicas por membros da Assembleia Legislativa do Riobetmotion mexicoJaneiro (Alerj)betmotion mexico2016.
Flávio Bolsonaro tem repetido que seria uma vítima um complô que agiria politicamente.
"O senador Flávio Bolsonaro é vítimabetmotion mexicoum grupo político que tem patrocinado uma verdadeira campanhabetmotion mexicodifamação. Essas pessoas têm apenas um objetivo: recuperar o poder que perderam na última eleição", disse o parlamentar,betmotion mexiconota.
Mas fontes ouvidas pela reportagem apontam que a visibilidadebetmotion mexicoFlávio Bolsonaro no caso seria frutobetmotion mexicosua própria atuação. Entre os elementos que explicariam as manchetes sobre ele estariam,betmotion mexicoprimeiro lugar, o parentesco com o chefe do Executivo, eleito com discurso anticorrupção.
Em segundo lugar, as tentativasbetmotion mexicoFláviobetmotion mexicobarrar as investigações — foram nove desde 2018. Em terceiro, viria o suposto vínculo entre os desvios com lideranças importantes das milícias da zona Oeste carioca, como Adriano Magalhães da Nóbrega — uma descoberta que, segundo relatos, pegou promotoresbetmotion mexicosurpresa durante a investigação.
Foragido desde 2019 e mortobetmotion mexicofevereiro deste ano durante uma controversa operação policial no interior da Bahia, Nóbrega é acusadobetmotion mexicochefiar a milícia e redebetmotion mexicoassassinosbetmotion mexicoaluguel Escritório do Crime, que teria relação, entre outros feitos, com o assassinato da vereadora Marielle Francobetmotion mexico2018.
Segundo a Promotoria, Queiroz teria usado empresas controladas pelo miliciano para lavar parte dos recursos repassados por servidores do gabinetebetmotion mexicoFlávio. As defesasbetmotion mexicotodos negam as acusações.
Sigilo
A estratégia adotada pelo MP fluminensebetmotion mexicotodos os casos ébetmotion mexicodiscrição. Diferentebetmotion mexicooutras investigações famosas, a começar pelo braço da operação Lava Jatobetmotion mexicoCuritiba, a narrativa escolhida pela promotoria do Riobetmotion mexicoJaneiro ébetmotion mexicoafastamento dos holofotes.
À reportagem, a áreabetmotion mexicocomunicação da promotoria disse que as diligências para apurar irregularidades nos gabinetes dos 21 políticos "continuam sendo realizadas sob sigilo”.
O órgão disse que 11 procedimentosbetmotion mexicoinvestigação contra políticos correm no âmbito do Grupobetmotion mexicoAtribuição Originária Criminal da Procuradoria-Geralbetmotion mexicoJustiça (Gaocrim), que investiga deputados estaduais com mandato na Alerj. Em paralelo, outros 10 políticos são investigados sob a tutela do Grupobetmotion mexicoAtuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc), que apura irregularidades envolvendo ex-deputados — casobetmotion mexicoFlávio Bolsonaro, que mudoubetmotion mexicoforo ao se eleger senador.
"(O Gaocrim) já obteve o deferimentobetmotion mexicooito quebrasbetmotion mexicosigilo bancário e fiscal pelo Órgão Especial do TJRJ", diz o MP. Já no Gaecc, "três quebrasbetmotion mexicosigilo bancário e fiscal foram obtidas junto à Justiça", segundo o órgão.
O pontobetmotion mexicopartida para a ampla operação foi um relatório sobre movimentações suspeitas na Assembleia Legislativa do Riobetmotion mexicoJaneiro entre janeirobetmotion mexico2016 e janeirobetmotion mexico2017 produzido pelo antigo Coaf, hoje Unidadebetmotion mexicoInteligência Financeira (UIF), órgão que atua na prevenção e combate à lavagembetmotion mexicodinheiro.
Em agostobetmotion mexico2019, enquanto avançavam as investigações contra o filho, o presidente Jair Bolsonaro editou medida provisória com uma sériebetmotion mexicoalterações no antigo Coaf, incluindo mudançabetmotion mexicopresidente,betmotion mexiconome e na estrutura — ele deixoubetmotion mexicofazer parte do Ministério da Economia e passou a pertencer ao Banco Central. Segundo Bolsonaro, as mudanças visavam "blindar" o antigo Coafbetmotion mexicointerferências e pressões políticas.
Mas a alteração também foi vista como estratégia para ter mais controle sobre as atividades prestadas pelo órgão anticorrupção.
Petista também é investigado
O relatório caiu como uma bomba na classe política fluminense, apontando "movimentação financeira suspeita” nas contasbetmotion mexico75 funcionários e ex-funcionáriosbetmotion mexicodeputados. Pelo menos 21 deputados estaduaisbetmotion mexico14 partidos apresentariam irregularidades.
Segundo o MP, dois deputados estaduais tiveram investigações arquivadas: Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB) e Tio Carlos (Solidariedade).
Os dois, alémbetmotion mexicoAndré Ceciliano (PT) e Paulo Ramos (PDT), haviam se apresentado voluntariamente para prestar esclarecimentos ao MP.
Mas as apurações sobre Ceciliano, hoje presidente da Alerj, e Ramos, segundo a reportagem apurou, continuam.
Segundo o relatório do Coaf, o gabinetebetmotion mexicoCeciliano ocuparia o topo no rankingbetmotion mexicosupostas movimentações suspeitas, com R$ 49,3 milhõesbetmotion mexico2016. Em maio do ano passado, o petista também ganhou manchetes ao ter seu sigilo bancário e fiscal quebrado pela Justiça.
Ramos viriabetmotion mexicoseguida, com R$ 30,3 milhõesbetmotion mexicosupostas movimentações irregulares.
Os dois negam qualquer irregularidade e afirmam que se ofereceram espontaneamente para prestar esclarecimentos e apresentaram seus sigilos bancários e fiscais às autoridades.
As investigações ativas do MP fluminense contra políticos a partir do relatório do antigo Coaf incluem casosbetmotion mexicomovimentações suspeitasbetmotion mexicoverbas públicas, irregularidadesbetmotion mexicodoações eleitorais e as famosas “rachadinhas”, termo que se refere à práticabetmotion mexicodesvio ou rateio dos saláriosbetmotion mexicoassessores com os políticos que os empregam.
Rachadinha e milícias
Desde 2018, Flávio Bolsonaro tem usado todas as instâncias possíveis — Tribunalbetmotion mexicoJustiça (RJ), Superior Tribunalbetmotion mexicoJustiça e Supremo Tribunal Federal — para tentar barrar as investigações contra si próprio. Foram nove tentativas sem sucesso, o que acabou chamando atenção da mídia e gerando notícias sobre decisões judiciaisbetmotion mexicosérie.
A mais famosa foi uma decisão individual do presidente do STF, Dias Toffoli, que,betmotion mexicojulhobetmotion mexico2019, paralisou centenasbetmotion mexicoinvestigações e processos criminais após um pedido do senador Flávio Bolsonaro. Meses mais tarde, o plenário da corte reverteu a decisão que favorecia o herdeiro bolsonarista.
Além do parentesco presidencial e dos embates na justiça, o suposto elo entre os desvios apurados e membros da milícia da zona oeste do Riobetmotion mexicoJaneiro trouxe mais importância ao caso.
Flavio Bolsonaro já fez homenagens ao ex-policial militar Adriano Magalhães da Nóbrega, que foi expulso da PM fluminensebetmotion mexico2014 por relação com jogo do bicho, e empregoubetmotion mexicoseu gabinete a mãe e a mulher dele — esta, por maisbetmotion mexicouma década.
A descoberta, segundo fontes, teria sido uma surpresa para os investigadoresbetmotion mexicomeio às investigações sobre movimentações financeiras.
Flávio Bolsonaro nega qualquer vínculo com milicianos e diz ter defendido e homenageado maisbetmotion mexicouma centenabetmotion mexicoagentesbetmotion mexicosegurança ao longobetmotion mexicosua trajetória parlamentar.
Na épocabetmotion mexicoque os fatos vieram à tona, ele disse que o parentesco entre suas duas ex-assessoras e um acusadobetmotion mexicocomandar milícia é "mais uma ilação irresponsável daqueles que pretendem me difamar".
"Aqueles que cometem erros devem responder por seus atos", prosseguiu.
A atenção dada pela promotoria ao caso acompanharia um movimentobetmotion mexicopriorização ao combate às milícias pelo MP fluminense nos últimos anos.
"A milícia hoje é o maior problemabetmotion mexicosegurança pública do Riobetmotion mexicoJaneiro. Diferente do tráfico, na maior parte das vezes, a milícia comumente tem agentes públicos que se usam da estrutura estatal para o praticar crime. Seu alcance é muito maior", diz uma autoridade com familiaridade com o tema.
"A investigação sobre o Queiroz esbarrou nessa história justamente no momentobetmotion mexicoque todos têm clareza sobre a natureza nefasta das milicias para a sociedade", continua.
O Ministério Público do Riobetmotion mexicoJaneiro afirma que a milícia supostamente comandada por Adriano da Nóbrega cometia agiotagem, receptaçãobetmotion mexicocarga roubada, extorsãobetmotion mexicomoradores, cobrançabetmotion mexicotaxas para prover serviços ilegais e intimidação com uso da força. A mãebetmotion mexicoAdriano e ex-assessorabetmotion mexicoFlávio Bolsonaro, Raimunda Veras Magalhães, também é citada no relatório do antigo Coaf.
Queiroz preso
Fabrício Queiroz foi presobetmotion mexicoAtibaia a pedido do Ministério Público do Riobetmotion mexicoJaneiro e com autorização dada pela Justiça do Rio.
Segundo o Coaf, ele teria movimentado quase R$ 7 milhõesbetmotion mexicotrês anos. Entre janeirobetmotion mexico2016 e janeirobetmotion mexico2017, recebeu depósitos e fez saquesbetmotion mexicoum totalbetmotion mexicoR$ 1,2 milhão, valor que seria incompatível com seu patrimônio e ocupação.
Ele era servidor público cadastrado da Assembleia Legislativa do Rio, com saláriobetmotion mexicoR$ 8.517, e acumulava rendimentos mensaisbetmotion mexicoR$ 12,6 mil da Polícia Militar.
O antigo Coaf identificou diversas transações suspeitas feitas pelo ex-assessor, que aparecebetmotion mexicofotos antigas fazendo churrasco com o presidente e os filhos.
Uma delas envolve um chequebetmotion mexicoR$ 24 mil depositado na conta da hoje primeira-dama Michelle Bolsonaro.
O relatório mostra também que sete servidores da Alerj que passaram pelo gabinetebetmotion mexicoFlávio Bolsonaro fizeram transferências para a conta mantida por Queiroz.
Chamava a atenção também que o próprio Queiroz depositou outros R$ 94.812 embetmotion mexicoconta e fez 176 saquesbetmotion mexicodinheirobetmotion mexicoespécie ao longobetmotion mexico2016.
Queiroz ebetmotion mexicodefesa já disseram diversas vezes que ele sempre agiubetmotion mexico"forma lícita". Segundo ele, funcionários do gabinetebetmotion mexicoFlávio Bolsonaro depositavam partebetmotion mexicoseus salários embetmotion mexicoconta a fimbetmotion mexicoampliar, informalmente e sem o conhecimento do parlamentar, a basebetmotion mexicofuncionários ligados ao então deputado estadual.
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