Frente democrática no Brasil não pode deixarwww 12betlado o problema do racismo, diz pesquisador:www 12bet

Crédito, Câmara dos Deputados

Legenda da foto, Silvério acha que os protestos contra o racismo que irromperamwww 12betvárias cidades nas últimas semanas são sem precedentes e podem inaugurar uma nova era

Silvério dá boas-vindas a isso, mas faz ressalvas: "as bases disso não podem ser com os pressupostoswww 12bet1984 — homens brancos que estão sempre na mídia, que são sempre os mesmos, chamando para a criação da frente. É desconhecer que há movimentos novos importantes, com lideranças novas, e que a questão, por exemplo, da bandeira do antirracismo, que eu prefiro chamarwww 12betantirracialização, é uma bandeira importante e é um elementowww 12betmediação na construçãowww 12betqualquer frente democrática", diz ele.

Desde a redemocratização, opina, a questão racial não teve o avanço necessário, inclusive nos governos mais alinhados à esquerda e ao movimento negro.

Veja os principais trechos da entrevista para a BBC News Brasil.

www 12bet BBC News Brasil - O senhor estuda intelectuais negros e transnacionalismo. Podem explicar o que éwww 12betpesquisa?

www 12bet Valter Silvério - Tive três estágios importantes no exterior e passei um período nos arquivos da Unescowww 12betParis levantando documentação para a minha tese, que não é só minha. Sou vice-presidente do comitê científico para os volumes 9, 10 e 11 da coleção História Geral da África (projeto editorial da Unesco). Nos últimos 15 anos tenho pesquisado esse tema. Nas minhas viagens para países africanos, Europa, Estados Unidos, China, consegui coletar um material razoável que estou somando a pesquisas que fizwww 12betoutros momentos. Estou tentando articular esse volume desde 2018 e estou escrevendo um livro sobre isso. Espero concluir e lançá-lo neste ano.

É uma tentativawww 12betreconstruir e construir novas referênciaswww 12betcomo a história da sociologia e política lidaram com a questão racial. Há autores e autoras e marcos importantes — formação da Liga das Nações, os congressos panafricanos, a formação da ONU, a definição da Unescowww 12betcriar histórias setoriais ou continentais, a participação do Abdias do Nascimento (intelectual e referência do movimento negro brasileiro) no primeiro festivalwww 12betcultura negra.

São marcos construídos por agência política criativawww 12betintelectuais negros e negras e eles escreveram muito sobre esses marcos, registraramwww 12betforma acadêmica esses eventos, então tem muita literatura, ainda muito desconhecida no Brasil mas já conhecida nos EUA e Inglaterra.

Eles ganharam novos leitores a partirwww 12betestudos pós-coloniais. Há um resgate desses escritos que me parece que vai formar uma base importante para uma crítica aos clássicos da sociologia, história, ciência política. Achei que isso demoraria algumas décadas, mas me parece que os jovens estão mais insatisfeitos do que euwww 12bettermos do que recebem como conteúdowww 12betsuas formações.

Claro que há uma juventude que não está interessada nesses conteúdos, mas acho que (para) um acadêmico da áreawww 12betciências humanas é assustador desconhecer essa tradiçãowww 12betpensamento que tem muita coisa escrita. Não é um autor nem um texto nem um tema. É uma história inteira e ela não foi considerada.

www 12bet BBC News Brasil - Como o senhor viu os atos antirracismo que aconteceram no Brasil nos últimos finswww 12betsemana?

www 12bet Silvério - Vejowww 12betforma emocional. Fico emocionadowww 12betver que a juventude entende que o mundo não pode continuar dessa maneira. Quando saem à ruawww 12betmeio à pandemia estão dizendo que é melhor morrer do que continuar nessa situação.

Parece que uma parte da juventude branca entendeu que a sociedade gera privilégios para ela. E quando ela sai às ruas com os jovens negros se vê outra configuraçãowww 12betluta. Essa configuraçãowww 12betluta se dá na chavewww 12betvalores. No Brasil, temos o mito da democracia racial, e preto se confunde com pobre. Sempre há um acadêmico que faz uma análise e econômica e não racial. Não se quer enfrentar quais são as bases da pobreza no Brasil, que são a questão racial e o racismo. Não é que esses jovens não vejam que existe um problema econômico, mas estão exigindo mudançaswww 12betvalores. Essa chave contra a racialização, contra políticas públicas racializadas, contra uma percepção midiática racializada abre um horizonte novowww 12betperspectivas no que pode vir a ser o mundo pós-pandemia.

Hoje todos são antirracistas — a imprensa, políticos, a universidade —, mas as práticas cotidianas dessas profissões são atravessadas pela racialização. No Brasil, não vi as redes chamando por exemplo a professora Petronilha Gonçalves (professora emérita da Universidade Federalwww 12betSão Carlos que estuda relações étnico-raciais) para discutir o que está acontecendo. Chamam pessoas que estão falando sobre um momento. A mídia faz isso porque desconhece essa história, essas pessoas. O buraco é mais embaixo, e está muito bem cavado. Há uma mudança importante na formawww 12betagência política, ela deixawww 12betser nacional e se transformawww 12bettransnacional, mas as questões nacionais vão aparecer, especialmentewww 12betrelação ao protagonismo. Mas me parece que é uma nova configuração mundialwww 12bettermoswww 12betluta.

O que acho que vai ocorrer imediatamente é que os partidários da classe social vão criar discursowww 12betque é um problema do capitalismo e nãowww 12betvalores sociais. Me parece que jovens estão colocando, diferentementewww 12betoutros momentos, que querem valores que reconheçam que o fatowww 12betvocê ser diferente do pontowww 12betvistawww 12betcor, raça e sexualidade não significa que não deve receber tratamento igual. A agenda que vem a seguir vai tentar atravessar essa mobilização com o movimento da desigualdade econômica. Mas me parece que a juventude está compreendendo que o que está na base dos problemas são questõeswww 12betvalores e não econômicas.

Crédito, Fotos Públicas/Ricardo Stuckert

Legenda da foto, A bandeira do antirracismo esteve fortemente presente nos atos pela democracia; aqui, uma jovem no atowww 12betBrasília

www 12bet BBC News Brasil - Os protestos que estamos vendowww 12betdiversos países têm um paralelo histórico? Nos EUA temos visto algumas comparações com o movimento por direitos civis nos anos 1960.

www 12bet Silvério - Acho que não. (Nos EUA, nos anos 1960) os jovens universitários negros tinham que tentar convencer os colegaswww 12betclasse brancoswww 12betque a questão racial era importante. Essa consciência que vemos hoje do jovem branco que sai para a rua numa pauta antirracialização não existia.

Outra diferença era o escopo. Havia polos: Paris, Nova York, Boston. Agora, você vê movimentoswww 12bettodas as capitais do mundo. Isso é novo e ganha dimensão transnacionalwww 12betfato. Ou seja, são pessoas que pensam para além da nação. O problema não é interno, ele atravessa a experiência do jovem,www 12betespecial o negro, mas não só ele. E a maneira como algumas manifestações estão se comportando também me parece nova.

A estátua do traficantewww 12betescravos Edward Colston (1636-1721) foi parar dentro do rio. Os símboloswww 12betum sistema que se estruturou a partir da opressão estãowww 12betquestionamento. Não admitem formaswww 12betopressão que venham a ser negociadas a posteriori. Gerações anteriores sabiam da importância disso, mas flexibilizaram. Não sei até que ponto essa flexibilização será forçada. Até algum ponto será.

www 12bet BBC News Brasil - O senhor vê mudanças concretas no horizonte?

www 12bet Silvério - Vejo sim. Do pontowww 12betvista macro, existem iniciativas muito interessantes. Não são movimentoswww 12betrompimento, mas que minam as bases racializadas que temos, inclusive baseswww 12betconhecimento, e não só a repressiva. Há uma preocupaçãowww 12betmudar bases repressivas, isso é importante, mas não é tudo.

No Brasil, tenho certezawww 12betque vai acontecer avanço. Eu acompanho algumas redes. Na dos mais jovens, universitários, negros, frutoswww 12betações afirmativas, vejo muita movimentação. São vários e se movimentamwww 12betdiferentes maneiras. São os primeiros doutoreswww 12betsuas famílias, mas não perderam ligação com suas origens. Para mim, por exemplo, foi diferente. Eu nasci na periferiawww 12betSão Paulo e a mobilidade individual, especialmente educacional, me levou a perder vínculos com pessoas da minha geração.

Mas as formas repressivas no Brasil são mais violentas. O Brasil não é para principiantes, ele é muito complexo e os ânimos estão quase no limite. Não vejo, diferentementewww 12betmuita gente, uma possibilidade golpe, mas não vejo qualquer transição simples no âmbitowww 12betperspectiva mais progressista, a não ser que surjam novas lideranças que consigam equacionar a pluralidadewww 12betdemandas. O Brasil pode vir a ser o país onde essa crise se aprofunde maiswww 12betrelação às várias agendaswww 12betemancipação — feminista, econômica,www 12betraça, pobreza, desigualdadewww 12betrenda, plano sanitário. Capturar agenda e fazer ela se tornar algo que ela não é, isso é a especialidade do Brasil.

www 12bet BBC News Brasil - O que acha da ideiawww 12betuma frente ampla democrática e como a questão racial deve entrar nisso?

www 12bet Silvério - Em sã consciência, ninguém é contra isso, não pode ser contrário a uma frente contra o que está acontecendo hoje no Brasil. Mas as bases disso não podem ser com os pressupostoswww 12bet1984 (movimento Diretas Já): homens brancos que estão sempre na mídia, que são sempre os mesmos, chamando para a criação da frente. É desconhecer que há movimentos novos importantes, com lideranças novas, e que a questão, por exemplo, da bandeira do antirracismo, que eu prefiro chamarwww 12betantirracialização, é uma bandeira importante e é um elementowww 12betmediação na construçãowww 12betqualquer frente democrática. Diria que o mesmo vale para questõeswww 12betgênero e LGBT.

Uma frente não se fazwww 12betabstrato, mas a partirwww 12betquestões concretas. Uma questão que existe no Brasil e que nunca foi compreendida pela esquerda, pelo menos nãowww 12betforma adequada, é a questão racial. Ela foi acionada nos momentoswww 12betdemocratização do país, mas sempre foi secundarizada no momentowww 12betque passam as eleições. A juventude tem uma informação das gerações passadas das armadilhas colocadas nesses discursos.

www 12bet BBC News Brasil - O senhor diz que a questão racial nunca foi compreendida pela esquerda, pelo menos nãowww 12betforma adequada. Por quê?

www 12bet Silvério - O que vimos a partirwww 12bet1988 no Brasil foi que, embora essas agendas (identitárias) fossem importantes, no dia seguinte ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, negros, gays, feministas foram acusadoswww 12betque o problema era deles, dessa agenda culturalista. Isso foi dito por alguns desses senhores e acadêmicos que propõem a tal frente democrática. Temos que ver isso porque quando forem eleitos, esquecem quem os elegeu. Esse processo está colocando um conjuntowww 12betnovas possibilidades, mas temos que tomar cuidado com como ele se constrói, do pontowww 12betvista prático, e não a partir do discursowww 12bet'depois vocês vão ter acesso aos direitos', como ocorreuwww 12bet1988.

Temos que aguardar qual será a capacidade desses grupos se organizarem no nível prático político. Para pessoas como eu, que acompanham esses grupos, orientam alunos oriundos desses grupos, isso não é novo e amadureceu dessa forma, e está surpreendendo muitas pessoas, muitos analistas que estavam confortavelmente pensando que construir uma frente contra o atual presidente seria uma questão macro — 'olha, vamos construir uma frente, separamos os temas mais complicados e depois a gente vê'.

Os novos atores parecem querer discutir melhor o agora, e não o futuro. Isso deve trazer dificuldade para a construção dessa frente.

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Derrubadawww 12betestátuawww 12betbritânico por ativistas antirracistas gerou ondawww 12betquestionamentowww 12bethomenagens a personagens históricos envolvidoswww 12betmassacres

www 12bet BBC News Brasil - O senhor vê mudanças nesse sentido na geração atualwww 12betlideranças?

www 12bet Silvério - Acho muito difícil mudar agora. Os quadros políticos que temos não têm formação para compreender isso. (Tem uma lógica de) incorporar parte das demandas e estabelecer controle para que elas operem num tempo mais longo do que poderia se operar.

Por exemplo, o Brasil hoje talvez tenha legislação mais avançada para incorporar conteúdoswww 12bethistória afro-brasileira e africana. O campo normativo está pronto. Por que não foi implementado? Porque não coloca dinheiro para fazer formaçãowww 12betprofessores, gestores — e isso foi feito enquanto a esquerda estava no poder. Não dá pra dizer que não foram incorporadas, mas ela não resultouwww 12betlinhas orçamentárias para que fossem implementadas. A esquerda entende a importância, mas tem um pressupostowww 12betque é um problemawww 12betclasse e nãowww 12betvalores. O que está acontecendo agora é que talvez fique claro que os valores estão articulados à dimensão econômica, algo que intelectuais negros vêm dizendo há 150 anos.

www 12bet BBC News Brasil - Como essa incompreensão, como o senhor diz, da esquerdawww 12betrelação à questão racial aconteceuwww 12betoutros países?

www 12bet Silvério - Todos os partidos comunistas importantes se posicionaram na melhor das hipóteseswww 12betmaneira ambígua com relação à emancipação colonial. O partido francês rachou. Os trabalhistas na Inglaterra estruturaram um regime que era totalmente a favor da manutenção das colônias na região do Caribe. A formação da esquerda é uma formação não-crítica à dominação colonialwww 12betque está implícita o operador raça e a ideia que existe hierarquia entre humanos.

Hoje, segue não fazendo a crítica. Todos os intelectuais negros racharam com os partidos comunistaswww 12betfunção da incompreensãowww 12betque tinham da questão racial. Depoiswww 12bet1968 ampliaram seu acesso à formação formal e passaram a construir um conhecimento que reconta a história da África e dos afro-americanos, afro-brasileiros. O principal problema não é que as pessoas brancas não sejam sensíveis ao problema racial, elas não têm formação para entender issowww 12betforma adequada. Por isso, uma reformulação curricular é urgente. Os americanos avançaram mais do que os brasileiros. É racismo acadêmico.

O Brasil é um país onde não há constrangimentos morais por parte dos acadêmicos e da intelectualidade. Esse processo estáwww 12betcurso no Brasil, ele é complexo porque temos o mito da democracia racial. Dois exemplos ilustrativos: a presençawww 12betum única diawww 12betdez pessoas negras na Globonewswww 12betmomentos diferentes num dia só. Que avanço. Mas aconteceu num dia por contawww 12betuma viralizaçãowww 12betque um jovem branco comentou que o tema era racismo e só tinha comentaristas brancos. Agora fazem transição achando que colocando comentaristas negros está tudo resolvido. Você pode colocar cara preta e não mudar a agenda do debate na mídia. O Brasil é isso. Não há constrangimento moral.

www 12bet BBC News Brasil - O senhor diz que se formou no movimento negro. Como foiwww 12bettrajetória?

www 12bet Silvério - Vi e participeiwww 12betvários eventos que começaram como denúncia da violência policial no Brasil, por exemplo, e havia toda uma orientação sobre como se comportar diante da polícia. Mais tarde entendi que não era um problema só do Brasil, maswww 12bettodas as capitais imperiais e nos EUA. Em todos os lugareswww 12betque houve trabalho escravo isso é uma realidade. O movimento negro nos permitiu ter uma visão desde cedowww 12betque havia uma história subterrânea que não estava nos currículos.

Gosto muitowww 12betpensar numa passagem da (socióloga) Patricia Hill Collins sobre (os movimentos estudantis de) 1968www 12betque ela deixa evidente que a agenda que os brancos defendiam era diferente da que os negros defendiam. Em Paris, enquanto os jovens brancos reivindicavam rupturaswww 12betquestõeswww 12betcomportamento, negros reivindicavam que a França saíssewww 12betseus espaços territoriais. Ao mesmo tempowww 12betque havia uma reivindicaçãowww 12betmudança ewww 12betvalores — orientação sexual, autonomia das mulheres —, havia uma bandeira paralela extremamente importante que estava relacionada a quase 70% da humanidade, que era a descolonização e o fim do imperialismo e que colocava populações da África e Ásiawww 12betsituação subalterna.

O que vemos hoje são reivindicações que vêm desde o início do século 20. Ganharam nova relevância nos anos 1960 com a luta pelos direitos civis, junto com reivindicações feministas. Qual agenda andou? Awww 12betdireitos civis, especialmente para as mulheres brancas, e não para as negras, e aswww 12betações afirmativas, que passa a ser a realidade das principais universidades norte-americanas. Esse momentowww 12betmudança passa a formar um número maiorwww 12betjovens negros que são os intelectuais que vão questionar essa trajetória histórica colonizada eurocêntrica que faz parte da nossa formação até os diaswww 12bethoje. O que estáwww 12betcrise não é só uma reivindicaçãowww 12betmudança da polícia diante dessa morte (Floyd). Ela é o ápice do que populações inteiras suportaram.

Tenho formação técnica — fiz anoswww 12betengenharia química. Com os contatos com o movimento negro, me tornei uma pessoa organizada, tive formação trotskista relativamente disciplinada e depois rompi porque entendia que a agenda da esquerda não considerava a contento minhas questões particulareswww 12betrelação às questões gerais.

www 12bet BBC News Brasil - Como o movimento negro hoje é diferente daquelewww 12betque o senhor participou emwww 12betjuventude?

www 12bet Silvério - É uma geração muito mais preparada. Éramos dois ou três. Agora são centenas. (...) Me parece que essa geração que está indo às ruas agora está muito mais preparada do que a minha —www 12betformação intelectual e preparação psicológica e quantitativamente. Falowww 12betjovens que estão na universidade, na comunidade. E há iniciativas como a Uniperiferia, Observatóriowww 12betFavelas, que são locaiswww 12betque se articulam práticas sociais combativas com conhecimento teórico histórico sobre a população negra.

Crédito, Agência Senado

Legenda da foto, Grupowww 12betteatro criado por Abdias do Nascimento alfabetizava ex-escravos

www 12bet BBC News Brasil - No passado, como o movimento negro no Brasil se relacionou com movimentos negroswww 12betoutros países?

www 12bet Silvério - Era mais complexo, dependia dos correios ewww 12betpessoas que dominassem outro idioma. Alguns jornais americanos que registravam conflitos raciais foram lidos por membroswww 12betassociaçõeswww 12betjornais negros no Brasil, mas a circulação era muito restrita. Além disso, pessoas que tinham formação acadêmica eram praticamente obrigadas a se compor se quisessem sobreviver. Não havia espaçowww 12betcrítica.

Havia também uma percepçãowww 12betsegmentos da população negrawww 12betque África era um mal, no Brasil e nos EUA. Há todo um debate na décadawww 12bet1920 nos EUA através do movimento New Negro e no Brasil, por meio do movimento antropofágico. O New Negro era um movimento que ressaltava a existênciawww 12betuma cultura negra diferente da branca. O movimento antropofágico dizia que isto aqui é uma grande mistura.

Na décadawww 12bet1930, quando você pega a Frente Negra Brasileira, ela não era simpática às reminiscências africanas. A antropologia brasileiras se forma sobre esse caldowww 12betcultura,www 12betque a cultura africana é 'inferior' e foi sincretizada. Então havia todo um esforçowww 12betdesvalorização da cultura africana que foi incorporado por parte da população negra. Isso vai até a décadawww 12bet1950. No momentowww 12betque tem o projetowww 12betJKwww 12betreconstrução desenvolvimentista do Brasil é que começa uma mudança.

Uma pessoa como Abdias, que publicou o jornal Quilombo, foi para o Riowww 12betJaneiro, participou da criação do Teatro Experimental do Negro, foi candidato a deputado pelo PTB, publica esse jornal e até o final dos anos 1950, acredita na democracia racial, mas rompe com essa perspectiva no final dos anos 1950. Logo depois, vai para um festivalwww 12betartistas e escritores negros, fez a denúncia do genocídio da população negra, se exila por um tempo, e quando volta ao Brasil,www 12bet1983, volta com um livro já escrito, O Brasil na Mira do Pan-Africanismo, que fala sobre o genocídio, ewww 12bet1983 lança um movimento chamado quilombismo.

Então, na décadawww 12bet1960 tem uma mudança da percepçãowww 12betativistas e intelectuais negroswww 12betrelação à importância da África para pensar o conhecimento. Intelectuais brancos insistiam que o atraso no Brasil estava ligado à presençawww 12betafricanos e parte dos negros incorporaram essa tese e só mudam a chave a partir da décadawww 12bet1960 no bojo desses movimentoswww 12betdireitos civis (EUA), emancipação do continente africano etc. O Abdias inscreve o Brasil nessa nova lógicawww 12betluta social cujos desdobramentos a gente está vendo agora.

www 12bet Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube www 12bet ? Inscreva-se no nosso canal!

Pule YouTube post, 1
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimoswww 12betautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticawww 12betusowww 12betcookies e os termoswww 12betprivacidade do Google YouTube anteswww 12betconcordar. Para acessar o conteúdo cliquewww 12bet"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdowww 12betterceiros pode conter publicidade

Finalwww 12betYouTube post, 1

Pule YouTube post, 2
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimoswww 12betautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticawww 12betusowww 12betcookies e os termoswww 12betprivacidade do Google YouTube anteswww 12betconcordar. Para acessar o conteúdo cliquewww 12bet"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdowww 12betterceiros pode conter publicidade

Finalwww 12betYouTube post, 2