Coronavírus: os riscoscontágioshoppings centers, que começam a reabrir durante pandemia:

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Legenda da foto, No Brasil, mais da metade dos shoppings reabriram as portas durante a pandemia do novo coronavírus

Nesta quinta-feira (11), os 53 shoppings da capitalSão Paulo passam a reabrir por quatro horas — das 16h às 20h —, após liberação do prefeito Bruno Covas (PSDB).

Para se adaptar ao períodopandemia, muitos desses centroscompras pelo país têm funcionadohorários reduzidos. Ao reabrir as portas, muitos dos responsáveis pelos estabelecimentos afirmam que tomarão medidas para evitar a propagação do coronavírus, como a obrigatoriedade do usomáscaras, a criaçãouma área para higienização das mãos, a sanitizaçãoambientes e a mediçãotemperatura das pessoas.

Mas para especialistas, as medidas adotadas são insuficientes para conter a propagação do novo coronavírus nesses estabelecimentos no atual período do Brasilrelação ao Sars-Cov-2, nome oficial do vírus. Isso porque os números diárioscasos emortes no país têm tido sucessivos recordes nas últimas semanas.

O Brasil, que até o momento tem mais770 mil casos do novo coronavírus e quase 40 mil mortes, segue o exemplooutros países ao flexibilizar o isolamento social, por meio da reaberturashoppings e outros estabelecimentos. As outras regiões, porém, viviam uma fasequedaregistroscovid-19 quando decidiram afrouxar as restrições a seus moradores.

Os riscos dos shoppings

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Legenda da foto, Em meio a crescimentomortes e infecções, país flexibiliza o isolamento social e diversos estabelecimentos estão sendo reabertos

Estudos mostram que a nuvemgotículas gerada pela fala, espirro ou tosse pode permanecer suspensa no ar durante longos períodosambientes fechados. Outras pesquisas apontam que vírus como o Sars-Cov-2 podem permanecer infectantes nessas nuvensgotículas por horas. Essas características, segundo especialistas, podem explicar porque a transmissão da covid-19 é rápida.

"As atividades coletivas dentroambientes fechados têm riscos muito maiores do que ao ar livre. Essa suspensãogotículas no ar possibilita até que uma pessoa que está andando no mesmo ambiente, mas distante, seja infectada", pontua a epidemiologista Adélia Marçal dos Santos, especialistadinâmicatransmissãodoenças infecciosas e professoraMedicina da Universidade MunicipalSão Caetano do Sul.

Segundo Adélia, as máscaras diminuem a propagação das gotículas, mas, ainda assim, existe o riscotransmissão do novo coronavírus. "As máscaras reduzem a contaminação do ambiente, mas não têm a capacidadeproteger as pessoas contra possível aspiraçãopequenas partículassuspensão no ar, que podem conter o vírus", explica a médica.

Em razão da facilidadepropagação do novo coronavíruslocais fechados, especialistas afirmam que a reabertura dos shoppingsplena fasecrescimentocasos no Brasil pode aumentar ainda mais os registros do vírus no país.

Um dos casos que ilustra a situação é aum shopping que foi reaberto22abrilBlumenau (SC). O estabelecimento reabriu as portasum evento com aplausos dos lojistas e com a participaçãoum saxofonista. Os clientes fizeram filas, com máscaras, para entrar no local. Uma semana depois, os casos mais que dobraram no município.

"Temos essa experiência emblemáticaBlumenau. A gente acredita que a situação vai continuar se multiplicandoshoppingstodo o país, principalmenteSão Paulo e no RioJaneiro", afirma o presidente da Sociedade BrasileiraVirologia, o pesquisador Fernando Spilki.

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Legenda da foto, Especialistas orientam que pessoas que decidirem ir a shopping ou ao comércioruameio à pandemia devem tomar diversos cuidados

Spilki comenta que muitas das medidas que os representantes dos shoppings tomaram para reabrir os locais, como a restriçãopúblico, não são eficazes para evitar a propagação do coronavírus. "Muitas vezes, nesses estabelecimentos não há um cuidado com foco na proteção individual. Muitas vezes, não há cuidado no ambiente para evitar a propagação do vírus. Nesses locais pode haver filas e as pessoas nem sempre respeitam o distanciamento social (de dois metros). Isso facilita a transmissão do vírus", diz à BBC News Brasil.

Os especialistas frisam que o comérciorua também pode trazer riscos, principalmente nos casosque há aglomeração — como registradodiversas cidades após a flexibilização das medidasisolamento.

A epidemiologista Adélia Marçal pontua que é difícil garantir o distanciamento de, ao menos, dois metros no comérciorua e destaca que somente o uso das máscaras não garante a proteção. "Muitos não usam a máscara corretamente e isso facilita a propagação do coronavírus. Muitas pessoas tocam no rosto o tempo todo, mexem nas máscaras e podem tocarsuperfícies e se contaminar", diz.

"As máscaras são muito importantes, especialmente no contexto da flexibilização do isolamento. Mas é preciso considerar queeficácia depende do uso, dos cuidados com higienização e troca delas. Elas são diferentesgrauproteção", afirma Fernando Spilki.

"A máscara é uma ferramenta que deve funcionar aliada a um conjuntomedidasrestriçãomovimentação social, higiene e testagem. Seria muito fácil apenas usar a máscara e toda a população não precisarnenhuma outra medida. O que funciona é o conjuntomedidas, não uma parte ou outra", acrescenta Spilki.

Mas o que fazer se precisar saircasa?

Os especialistas orientam que as pessoas devem frequentar shopping ou o comérciorua durante o atual período apenascasosextrema importância. Eles aconselham que os consumidores optem por estabelecimentos que entreguemcasa.

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Legenda da foto, Nas últimas semanas, diversas filas se formaramshoppings que foram reabertos

"Mas se é realmente necessário ir ao shopping (ou ao comérciorua), pense e planeje com antecedência o que precisa fazer. Entrecontato com o local, se certifiqueque está funcionando, o horáriofuncionamento e se possui o que você precisa", diz a epidemiologista Adélia Marçal.

A médica pontua que é fundamental que as pessoas saiam com álcoolgel — ou utilizem com frequência nos locais que disponibilizam o produto — e usem máscaras durante todo o período foracasa.

"Vá ao banheirocasa. Mesmo que seja feita limpeza regular, o banheiro público é um lugar crítico para a transmissão comunitária da covid-19, pois é menos ventilado e força a proximidade. Caso vá ao banheiro, evite conversar ou deixar pertencesbancadas", detalha Adélia.

No comérciorua ou no shopping, a pessoa deve observar se a área na qual fará compras permite o distanciamento socialdois metros. "Respeite o distanciamento para aproteção e para o cuidado coletivo. Evite áreasaglomeração. Se for o caso, espere reduzir o fluxo para passar ou se aproximarum local", pontua a epidemiologista.

"Dentro das lojas, evite tocarobjetos e manuseie apenas o que deseja comprar", diz a médica. Segundo ela, é importante que os clientes evitem usar dinheiroespécie. "De preferência, use cartão que permita pagar por aproximação. Se encostar na máquinacartão, use álcoolgel depois", aconselha Adélia.

"Não utilize provadores. Fique o menor tempo possívelshoppings ou qualquer lugar público fechado. Dê preferencia a lojasruas. Se a vontadeir ao shopping é para lazer e diversão, vá a um parque ou a um lugar aberto,preferência. Será muito melhor para asaúde neste momento", diz a epidemiologista.

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